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25 de mar. de 2022

Potássio do Brasil

          A Potássio do Brasil foi fundada em 2009 e é controlada pelo banco canadense Forbes & 
Manhattan, do investidor Stan Barthi.
          A empresa aguarda desde 2017 a conclusão de uma etapa do processo de liberação ambiental para a construção da mina em Autazes, no Amazonas — a consulta aos indígenas Mura.
          A escassez mundial de cloreto de potássio, problema que se consolida desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, tem contribuído para a atenção de agentes do mercado de fertilizantes — e não só deles — voltando os olhos para o projeto Autazes, da Potássio do Brasil.
          Após investimentos de US$ 200 milhões em pouco mais de uma década, a empresa, que se prepara para abrir o capital na Bolsa de Nova York, diz estar otimista. “Esperamos que a suspensão do alvará termine nos próximos meses”, disse Adriano Espeschit, presidente da Potássio do Brasil, ao Valor, em março de 2022. Somente após a resolução das questões envolvendo o licenciamento ambiental prévio, a empresa poderá solicitar o alvará de construção. Um projeto como esse leva de três a cinco anos para ser implementado.
          A mina de Autazes não é o único projeto nos planos da empresa para o Amazonas — nem foi o tema que dominou o debate entre os donos da Potássio do Brasil e a ministra da Agricultura Tereza Cristina no dia 13 de março de 2022, em Ottawa, no Canadá. Cristina viajou para conversar com fornecedores, já que os canadenses são os principais exportadores mundiais do nutriente.
          O projeto de Autazes é o mais desenvolvido, mas a Potássio do Brasil tem outros alvos no Amazonas. Dois deles ficam em Itapiranga e Itacoatiara — 100 quilômetros e 70 quilômetros, respectivamente, de Autazes em linha reta. Ambos fazem parte de uma bacia de deposição de sal em um trecho de 400 quilômetros de projetos viáveis ​​entre os municípios de Borba (Amazonas) e Juruti (Pará),
          Autazes e Itapiranga não estão em terras indígenas. Outras jazidas ainda precisam de um mapeamento mais preciso, como em Itacoatiara. Além de Autazes, que tem capacidade para entregar 2,44 milhões de toneladas de potássio por ano, os outros dois projetos citados dobrariam esse volume. Cinco milhões de toneladas (se o nutriente não fosse exportado) equivaleriam a metade do consumo 
anual dos agricultores do país.
          Os críticos do projeto destacam os riscos ao meio ambiente e às populações do entorno, e que há concentração de potássio em outras áreas do país, como Minas Gerais, por exemplo. A mina de Autazes, de acordo com o projeto, teria 900 metros de profundidade, em uma perfuração vertical. De acordo com o projeto, a silvinita, rocha sedimentar da qual é extraído o cloreto de potássio, seria extraída de dois poços subterrâneos. As rochas contêm 30% do nutriente.
          A estrutura inclui os dois poços, uma operação subterrânea e a planta de processamento. No terreno acima do depósito havia uma fazenda de gado. As contribuições iniciais para a estrutura foram avaliadas em uma faixa de US$ 2,2 bilhões a US$ 2,5 bilhões, mas o valor será revisado devido à inflação. Em março de 2022, 43 furos estão sendo perfurados no local para coleta de amostras do produto.
(Fonte: jornal Valor - 24.03.2022)

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