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18 de jun. de 2025

ASA Investments

          Com o crescimento dos negócios, os filhos do clã Safra seguiram sua vocação e expertise no setor bancário, com destaque para o banqueiro Joseph Safra, que construiu o Grupo J. Safra, um império composto pelo Banco Safra e pelo Banco J. Safra Sarasin, pelo Safra National Bank, além de participação na Chiquita Brands International e investimentos em imóveis no Brasil, Estados Unidos e Europa.
          A ASA Investments é mais uma das empresas que continuam a tradição da família, mantendo os preceitos de gerações e fazendo prosperar o nome Safra. Foi fundada por Alberto Safra, nascido em 1980, um dos quatro filhos do banqueiro Joseph Safra, e controla 100% da instituição.
          Na sexta-feira, 25 de outubro de 2019, Alberto Safra deixou o Banco Safra para se dedicar ao novo negócio na área financeira. Além de acionista, ele ocupava uma cadeira no conselho de administração e respondia por toda a área de negócios com empresas, o chamado “corporate banking”. Também deixa o Safra o executivo Rossano Maranhão, que presidia a instituição há quase 12 anos. A decisão teria sido tomada depois que fracassaram as tentativas de resolver diferenças de longa data com seu irmão mais novo, David, sobre a condução da instituição. Os dois irmãos não têm cargos executivos, mas, a partir do conselho de administração, dividiam as responsabilidades sobre as duas principais áreas de negócios. Enquanto Alberto cuidava das operações de pessoas jurídicas, David, respondia pelos negócios de pessoas físicas. Jacob, o mais velho dos irmãos, vive fora do Brasil e cuida da área internacional. Rossano Maranhão acompanharia Alberto, de quem é próximo desde que chegou ao Safra, em 2007, e se juntaria e ele no novo projeto na área financeira, o ASA Investments.
          Os dois irmãos tinham desentendimentos há mais de dez anos sobre diversos aspectos da condução dos negócios. Enquanto Joseph estava presente diariamente, arbitrava essas diferenças entre eles. Mas a situação se acirrou depois de seu afastamento. Os problemas, entretanto, continuaram sendo levados ao pai, gerando desgaste familiar.
          O ASA, instituição financeira de Alberto Safra, anunciou a aquisição da Gauss Capital, gestora independente especializada em fundos multimercados e com atuação no mercado desde 2014. Com a operação, os produtos da Gauss passam a integrar o portfólio da ASA Asset, braço de gestão de recursos do grupo. O valor da transação não foi informado.
          Na nova estrutura, Fabio Okumura, fundador da Gauss, assume a posição de chefe da ASA Asset, que atua com diferentes estratégias de investimento, incluindo renda fixa, renda variável, multimercado, previdência e crédito.
          A equipe da Gauss também será incorporada ao time da ASA, reforçando a área de gestão de recursos.
(Fonte: Valor - 18.06.2025 - parte)

13 de jun. de 2025

Bagaggio

          A Bagaggio foi criada em 1942, no Rio de Janeiro, com o nome de Mala Paulistana. Abriu suas portas. numa época marcada por desafios em meio à Segunda Guerra. A loja inicialmente vendia artigos de viagem, incluindo malas e acessórios.
          No início, a empresa era reconhecida apenas como especialista em venda de malas e artigos masculinos. No entanto, com o passar dos anos, o foco foi se ampliando, visando atingir um maior número de consumidores.
          Ao longo dos anos, a Bagaggio expandiu, inicialmente com lojas próprias, e posteriormente por meio de franquias, tornando-se uma marca com forte presença no mercado de malas e acessórios de viagem no Brasil.
          Em 1969, a empresa muda seu nome para Bagaggio, buscando simplesmente a tradução em português para "bagagem".
          A empresa mostrou seu pioneirismo na venda online em 2002, com a criação de um site próprio.
          Em 2009, a Bagaggio iniciou sua expansão por franquias.
          Hoje, o mercado alvo da Bagaggio é composto por executivos e mulheres. A venda de malas continua sendo de grande destaque na empresa, além de artigos de couro.
(Fonte: site da empresa - parte)

9 de jun. de 2025

A5X

          A bolsa brasileira de derivativos e futuros A5X tem como cofundadores Carlos Ferreira, CEO, Karel Luketic, CFO, e outros 2 cofundadores.
          A A5X foi lançada oficialmente em junho de 2024. Além de Ferreira e Luketic — ambos ex-sócios e executivos da plataforma de investimentos XP —, a equipe fundadora inclui Nilson Monteiro, fundador e presidente da corretora Ideal (hoje controlada pelo Itaú), e Julian Chediak, sócio do Chediak Advogados. Um investimento inicial de cerca de R$ 200 milhões ajudou a tirar o projeto do papel.
          A A5X já conta com uma equipe de 60 pessoas, incluindo 20 sócios — alguns dos quais são executivos experientes de grandes bancos ou da B3, atualmente a única bolsa de valores em operação no Brasil. O Sr. Luketic afirmou que a bolsa pretende expandir para entre 100 e 120 funcionários.
A A5X
          No início de junho de 2025, a A5X assinou um acordo com o London Stock Exchange Group (LSEG) para adquirir sistemas de negociação, compensação, liquidação e gestão de risco. O negócio ocorre após um processo de licitação envolvendo oito grandes bolsas globais.
          A empresa passou  o segundo semestre de 2024 analisando o que cada um desses players tinha a oferecer e o primeiro semestre de 2025 trabalhando com a LSEG para adaptar seus sistemas às necessidades específicas do ambiente de negociação brasileiro.
          A presença global da LSEG foi fundamental para garantir o contrato com a nova bolsa de derivativos e futuros do Brasil.
          O mercado brasileiro apresenta complexidades únicas, observou Carlos Ferreira. Por exemplo, os sistemas brasileiros são projetados para rastrear o investidor final, ao contrário dos sistemas internacionais, que normalmente se concentram apenas em corretoras e membros de compensação. O mercado local também exige uma verificação completa do investidor, incluindo a verificação de se os clientes têm saldo suficiente em sua corretora, quais garantias depositaram e qualquer histórico de inadimplência. Além disso, enquanto os mercados internacionais utilizam uma convenção de 360 ​​dias para cálculos financeiros, o Brasil utiliza 252 dias úteis. “Sem mencionar que os juros compostos são parte integrante da dinâmica financeira do Brasil”, acrescentou Ferreira.
          Além do desenvolvimento do sistema, o acordo inclui um contrato de uso exclusivo de longo prazo para o Brasil, abrangendo suporte, assistência técnica e implementação de futuras inovações da LSEG.
          A reputação global da LSEG desempenhou um papel fundamental em sua escolha. É uma das bolsas mais antigas do mundo, a mais proeminente da Europa e está entre as cinco maiores do mundo. É também a maior bolsa do mundo em capitalização de mercado como empresa (€ 65 bilhões) e atualmente fornece serviços semelhantes para 20 bolsas em todo o mundo. "Atendemos 44.000 clientes em 65 países e somos um dos principais provedores de infraestrutura para bolsas globalmente", disse Daniel Buttino, diretor administrativo da LSEG para a América Latina.
         Com esta aquisição, a A5X dá mais um passo importante em seu cronograma de implementação. A fase de testes com os maiores bancos e corretoras do Brasil está programada para começar em outubro ou novembro de 2025, com previsão de início das operações completas no segundo trimestre de 2026.
          No início de 2025, a câmara de compensação do ABN Amro e quatro empresas internacionais de formação de mercado também se juntaram como acionistas. A XP garantiu uma opção de compra para adquirir uma participação na A5X, com previsão de exercício em médio prazo.
          Duas outras bolsas também estão em desenvolvimento para competir com a B3: a CSD, lastreada pelo Santander e BTG, e a ATG, lastreada pelo Mubadala, fundo soberano do governo de Abu Dhabi e um dos maiores do mundo
(Fonte: Valor - 09.06.2025)

6 de jun. de 2025

Suzano-Kimberly Clark (joint venture)

          Em junho de 2025, a Suzano fechou mais um grande negócio no exterior. A produtora brasileira de celulose e papel firmou parceria com a Kimberly-Clark (KC) para formar uma joint venture que abrigará as marcas de tissue e os ativos de fabricação da empresa americana em 14 países. O empreendimento está avaliado em US$ 3,4 bilhões. As negociações levaram cerca de nove meses e foram conduzidas sem intermediação bancária.
          Para garantir uma participação de 51% na operação conjunta — com previsão de conclusão em meados de 2026 — a Suzano pagará US$ 1,734 bilhão, o que implica um múltiplo de valor da empresa (EBITDA) de 6,7 vezes, uma avaliação considerada "barata" para o segmento, segundo o Itaú BBA.
          Após o anúncio, as ações da Suzano lideraram os ganhos do Ibovespa na quinta-feira (5), saltando 6,31%, para R$ 52,90, elevando o valor de mercado da empresa para cerca de R$ 67 bilhões. O mercado respondeu positivamente à estrutura do negócio, que inclui um sócio com profundo conhecimento de diversas geografias, e ao impacto mínimo na alavancagem financeira da Suzano.
          Esta transação posicionará a Suzano como a oitava maior produtora de tissue do mundo — marcando seu passo mais ambicioso em sua estratégia de internacionalização e alinhando-se ao seu objetivo de agregar valor à sua produção de celulose de eucalipto altamente rentável no Brasil.
           "Suzano e Kimberly trazem capacidades complementares, com marcas fortes e vencedoras", disse o CEO Beto Abreu. A Suzano já é uma importante fornecedora global de celulose para a KC — incluindo as plantas envolvidas no novo negócio — e, em 2024, adquiriu os ativos de tissue da Kimberly-Clark no Brasil, incluindo a marca Neve.
          De acordo com  Abreu, a Suzano inicialmente pretendia adquirir 100% dos ativos que agora compõem a joint venture. A KC também buscou inicialmente um desinvestimento total e recebeu propostas concorrentes, incluindo uma da Asia Pulp and Paper (APP) para toda a operação. No entanto, ambas as partes acabaram favorecendo uma joint venture para mitigar riscos e evitar alavancagem excessiva.
          Um dos principais pontos fortes da Suzano é seu baixo custo de produção, começando pela celulose. A equipe técnica da Suzano inspecionou as plantas da KC e constatou que elas estavam em condições semelhantes às dos ativos brasileiros adquiridos anteriormente.
          O acordo inclui 22 plantas localizadas em El Salvador, Peru e Colômbia (América do Sul e Central); Austrália, Malásia, Tailândia e Taiwan (Ásia-Pacífico); Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Israel e África do Sul (Europa, Oriente Médio e África). As instalações têm uma capacidade de produção anual combinada de 1 milhão de toneladas e geraram US$ 3,3 bilhões em receita líquida no em 2024. O acordo exclui ativos nos EUA, México e Coreia do Sul.
A joint venture incluirá os 49% restantes dos ativos três anos após a conclusão do acordo, o que incluiria 40 marcas locais e uma licença de 30 anos sem royalties para usar as marcas Kleenex e Scott. Segundo Luís Bueno, vice-presidente executivo de bens de consumo e assuntos corporativos da Suzano, quase metade da receita da nova joint venture virá da Europa. O acordo também abre a porta para a Suzano substituir parte da celulose de fibra longa usada pela KC em produtos de higiene por sua própria celulose de fibra curta.
          O pagamento de US$ 1,7 bilhão virá das reservas de caixa da Suzano, afirmou Marcos Assumpção, vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da empresa. "Temos os recursos para isso", afirmou.
          Em relação aos EUA, México e Coreia do Sul, Abreu afirmou não haver barreiras contratuais para futuras aquisições nesses mercados, mas deixou claro que nenhuma nova atividade de fusões e aquisições está planejada no curto prazo. "Precisamos concentrar nossa energia em garantir que esta joint venture entregue o valor que imaginamos", disse ele, sugerindo que é improvável que a Suzano busque novas aquisições pelos próximos dois a três anos.
          Abreu observou que a guerra comercial entre os EUA e a China não foi um fator significativo no resultado do acordo, já que o segmento de tissue envolve produtos com comércio internacional limitado, cadeias de suprimentos regionalizadas e baixa correlação com ciclos econômicos mais amplos.
(Fonte: Valor - 06.06.2025)

29 de mai. de 2025

VW Sedan 1600 (Zé do Caixão)

          O país estava vivendo a efervescência da indústria automobilística brasileira da segunda metade dos anos 1960. Tudo mudava rapidamente: a Ford havia comprado a Willys e já começava a produzir no Brasil seu primeiro carro (Ford Galaxie); a General Motors iniciava a produção do Chevrolet Opala com design europeu e mecânica norte-americana; a Simca havia sido comprada pela Chrysler, que acelerava o lançamento de novos modelos; e a Volkswagen havia comprado a DKW, tirando de linha os Belcar e 
Vemaguet. Mudanças que alteraram drasticamente o mercado de carros da época.
          Nessa toada, a VW ficou com um dilema: só tinha para oferecer aos seus consumidores o Fusca (que recebeu nova motorização a ar em 1967), e a Kombi (com motor 1500 inédito). Mas, claro, o consumidor brasileiro queria mais, principalmente quando olhava a gama de novidades do mercado. A marca alemã só tinha o velho, bom e confiável Fusca, além da Kombi, destinada ao uso profissional. Era pouca oferta de produto para uma fabricante que pretendia crescer muito no Brasil.
          Como o Fusca já era dotado de duas portas, a VW achou, por bem, produzir aqui um carro com quatro portas. Assim, haveria mais espaço para as famílias, sem perder a robustez e as boas qualidades mecânicas típicas da marca. Por isso, foram buscar na Alemanha o projeto de um pequeno sedan que utilizava uma plataforma muito semelhante à do Fusca, aproveitando, inclusive, o seu conceito mecânico básico. Apesar de ter sido construído até a fase de protótipos na Alemanha, esse projeto não foi adiante na Europa: a própria marca já tinha carros mais modernos em mente. Assim, a ideia do tal sedã acabou não indo para frente por lá.
          Ele poderia não servir na Alemanha ou na Europa, mas para o Brasil era um prato cheio. Por isso, a toque de caixa, o carro foi apresentado no agitado Salão do Automóvel de 1968, na cidade de São Paulo. Só para que se tenha uma ideia, os exemplares mostrados no Salão eram ainda protótipos, pois a produção em série não havia sido iniciada, fato que ocorreu na metade de janeiro de 1969. O complicado, para o novo carro, é que ele disputava espaço e interesse popular com rivais de peso: nada 
menos do que o Ford Corcel e o Chevrolet Opala!
          Se existia um adjetivo que não cabia ao novo Volkswagen 1600, sem dúvidas, era “bonito”. Todo quadrado com linhas retas, ele mais parecia um caixote, e não um carro. Perto de outros carros que também estavam sendo lançados, o Sedan 1600 ficava até envergonhado. Esse fato acabou gerando um apelido pelo qual o VW (Sedan 1600) ficou conhecido: “Zé do Caixão”. E, para confirmar o jocoso apelido, os bem-humorados falavam que suas 4 maçanetas pareciam as alças de um caixão. Uma decisão infeliz de design.
          Mas o carro tinha qualidades inegáveis, como a praticidade das quatro portas para o dia a dia, uma mecânica impecável com o seu motor 1600 a ar de ventoinha alta (rendendo 60 cv de potência), além de um bom espaço de porta-malas na dianteira e uma considerável agilidade no trânsito. Mas o design, esse era complicado…
          Em que pese as vantagens do Sedan 1600, ele era feio perto do Opala e do Corcel. Claro que o consumidor, ávido por novidades, correu para comprar os carros mais bonitos, e o patinho feio ficou esquecido na lagoa. Um fracasso retumbante! Ele foi fabricado do início de 1969 até meados de 1971. Nesse período foram produzidas cerca de 25 mil unidades.
          Para complicar ainda mais a desgraça do carrinho, ainda no final de 1970 um grande incêndio na fábrica da VW, em São Bernardo do Campo (SP), fez com que a marca tirasse de cena o carro que, se não fosse tão feio, poderia ser a salvação da lavoura. Grande parte dos Sedan 1600 tornaram-se táxi, graças à robustez de sua mecânica e a praticidade das quatro portas. Esse foi outro estigma do modelo na época: além do apelido nada positivo, ficou conhecido pelo grande público como “carro de taxista”.           Pressionada pela imprensa para dar explicações sobre tamanho desastre comercial, até que a Volkswagen se saiu bem: "O carro foi desenvolvido penas para suprir um nicho de mercado".

 Fonte: msn - Douglas Mendonça - 21.05.2025 - parte)




Volkswagen Sedan 1600 era prático, com quatro portas, mas destoava dos estilos modernos do Opala e Corcel 


28 de mai. de 2025

Club Med

          O Club Méditerranée, também conhecido como Club Med, rede de resorts francesa, foi criado em 27 de abril de 1950 por um antigo membro da equipe belga de polo aquático, Gérard Blitz, inspirado no clube olímpico de Calvi, na Córsega. Na primeira temporada, convidou seus amigos desportistas de antes da guerra e companheiros da Resistência com os quais promoveu, sob patrocínio do governo belga, a reinserção de belgas egressos dos campos de concentração, em um hotel de Engelberg, Suíça.
          Em 1956, o Club Méditerranée abre seu primeiro village ("aldeia") de inverno em Leysin, Suíça.
          Em 1974, por dificuldades financeiras, nove outros acionistas adquiriram a maior parte do capital da empresa, dentre os quais, Gianni Agnelli, (presidente da Fiat), e o Club abre novos hotéis (chamados villages) na Itália.
          Em 2004, após o falecimento de Gianni Agnelli, a nova direção financeira da Fiat decide ceder 28,9% das ações do Club Med ao grupo Accor, que assim se torna o acionista principal.
          No Brasil, o Club Med tem três unidades: o Club Med Rio das Pedras, inaugurado em 1989 em Mangaratiba (Rio de Janeiro), com 379 quartos em 260 mil metros quadrados, o Club Med Trancoso, inaugurado em 2002 na Bahia, com 280 quartos em 274 mil metros quadrados. e o Club Med Lake Paradise, inaugurado em 2016 em Mogi das Cruzes (São Paulo), com 377 quartos em 1,2 milhão de metros quadrados.
          O Club Med avança com a construção do resort Club Med Gramado, no Rio Grande do Sul. Desenvolvido em parceria com a empresa brasileira de entretenimento DC Set Group, o resort foi anunciado há dois anos e tem inauguração prevista para 2027. “Gramado tem um apelo muito forte”, disse o Sr. Daudet, citando seu status consolidado como destino turístico, juntamente com sua gastronomia, vinhos, chocolates e clima de inverno.
          O filósofo francês Charles-Louis de Secondat, mais conhecido como Barão de Montesquieu, disse certa vez que viajar expande a mente. Se dependesse do Club Med, os brasileiros permaneceriam abertos por muito tempo. Em 2024, a marca gerou R$ 768 milhões em receita com clientes brasileiros — um aumento de 7,8% em relação aos R$ 712 milhões registrados em 2023. O valor inclui a receita de brasileiros hospedados nos resorts do Club Med, tanto no Brasil quanto no exterior.
O crescente interesse dos brasileiros pelo Club Med também se reflete no desempenho da empresa na América do Sul. Em 2024, o Club Med recebeu 183.000 clientes sul-americanos em seus resorts em todo o mundo — dos quais 163.000 eram do Brasil. "O mercado brasileiro está apresentando um crescimento muito forte", disse o Sr. Daudet.
          O Brasil é um dos cinco principais mercados globais do Club Med, ao lado da China, Estados Unidos, Canadá e França. A empresa opera atualmente cerca de 70 resorts em todo o mundo. Os únicos na América do Sul estão localizados no Brasil. No ano passado, o Club Med registrou uma receita global de € 2,09 bilhões — um aumento de 7% em relação a 2023 — atendendo a mais de 1,5 milhão de clientes. Sua taxa média de ocupação aumentou de 73% em 2023 para 75% em 2024.
(Fonte: wikipédia / Valor - 21.05.2025)

22 de mai. de 2025

Fashion Mall

          O shopping center Fashion Mall é considerado um templo do consumo de luxo do Rio de Janeiro. A ideia original  era ser um shopping que atendesse todo tipo de público, com lojas de vários padrões de consumo. Mas, havia um impedimento. O Fashion Mall era bem menor que os gigantesco 
shoppings espalhados pela cidade e não tinha muito como se expandir para ganhar escala.
          Num leilão realizado em 2001, a empresa que administra o shopping, a In-Mont, fez parte do consórcio que arrematou o shopping por 74,3 milhões de reais. Também faziam parte do consórcio os grupos Monteiro Aranha, Pinto de Almeida e o empresário João Carlos de Almeida Braga, o Braguinha. O leilão foi realizado pelo antigo dono, a Bradesco Seguros.
          Os administradores perceberam, então, que o bairro carioca de São Conrado, onde está instalado, abriga consumidores de alto poder aquisitivo e decidiram apostar no perfil da vizinhança, voltando-se para um público de elite. Nesse período, o conjunto de lojas passou a ter marcas dirigidas a esse pessoal,
como as joalherias Natan e H. Stern e a sofisticada gripe de óculos carioca Lunetterie.
          No início de novembro de 2002, o Fashion Mall concluiu uma reforma que levou oito meses e que consumiu 10 milhões de reais. O novo espaço, ampliado em 2.200 metros quadrados passou a abrigar algumas das grifes mais apreciadas. A reforma criou um terceiro andar, cercado de jardins. "Ampliar o shopping foi a única forma de abrigar lojas como a Empório Armani, que precisava de mais de 700 metros quadrados", diz Jussara Novararis, superintendente de marketing da In-Mont.
          Frequentado por clientes abastados, o shopping tem grifes como Empório Armani, Ermenegildo Zegna, Kenzo e Hugo Boss. Como costuma acontecer nesse tipo de comércio, grifes atraem mais grifes. "Chegamos a ficar em dúvida entre abrir nossa loja carioca em Ipanema ou no Fashion Mall", afirma o empresário Andre Brett, da Vila Romana, que trouxe a grife Ermenegildo Zegna para São Paulo em 1997 e estava entrando no Rio.
          Com a ampliação e as novas marcas, o Fashion Mall concluiu uma reestruturação estratégica que fechou o foco do negócio na classe A.
(Fonte: Exame - 27.11.2002)

21 de mai. de 2025

Hellmann's

          A maionese Hellmann's existe desde 1913. A Hellmann's e a Maizena (amido de milho) se destacavam dentro do portfólio de produtos da RMB - Refinações de Milho, Brasil.
          Em outubro de 2000, a Bestfoods, cujo braço brasileiro é a RMB, é adquirida pela Unilever por 24 bilhões de dólares.
          Numa época em que poucas marcas disputavam a produção industrial de molhos, uma delas se destacou no Brasil com a assinatura de um jingle que até hoje ressoa na cabeça de muitos consumidores: “A verdadeira maionese”. Com base em sua presença na mesa brasileira desde a década de 1950, a Hellmann’s fez uma ativação nostálgica que chamou a atenção m 2024. Conectando o antigo slogan com a então atual campanha (“Com a Hellmann’s, o domingo fica tudo de bom”), realizou a exposição “A verdadeira arte”: as obras eram fotografias de saladas de maionese decoradas enviadas pelos próprios consumidores.
          Carolina Riotto, CMO da Unilever Alimentos no Brasil & head de condimentos para a América Latina, diz que a estratégia foi motivada por uma pesquisa que revelou que aproximadamente 60% dos brasileiros consomem salada de maionese em pelo menos metade dos domingos em família. “É um prato que faz parte da cultura do Brasil e tem diferentes versões pelo país, se tornando um símbolo afetivo passado de geração em geração”, diz.
(Fonte: Estadão - 20.04.2025 - parte)

20 de mai. de 2025

Flensburger Brauerei

          A Flensburger Brauerei (cervejaria Flensburger) está localizada em Flensburg, no estado de Schleswig-Holstein, no extremo norte da Alemanha . É uma das últimas cervejarias em operação em todo o país que não faz parte de um grupo cervejeiro maior. A empresa foi fundada em 6 de setembro de 1888 por cinco cidadãos de Flensburg. Hoje, ainda é controlada principalmente pelas famílias fundadoras Petersen e Dethleffsen.
          A empresa explica que fabrica as cervejas de Flensburger da cevada costeira de Schleswig-Holstein e lúpulo aromático. A água de fabricação de cerveja cristalina é extraída da geleira de Flensburg, encravada entre a fronteira da Alemanha e Dinamarca.


O edifício do Flensburger Brauerei
          Antes da refrigeração moderna, a cervejaria costumava cortar blocos de gelo de lagos congelados no inverno e trazê-los de volta para a cervejaria, a fim de manter suas instalações subterrâneas de armazenamento frescas no verão. A cervejaria ainda opera seu poço de água, que é abastecido por uma veia subterrânea de água derretida da Era Glacial, proveniente da Escandinávia.
          Considerando números de 2008, a empresa tinha cerca de 120 funcionários e é conhecida por executar processos de produção tecnicamente avançados e altamente automatizados.
Fábrica de engarrafamento para garrafas com tampa basculante na Flensburger Brauerei

          Todos os produtos Flensburger são engarrafados em garrafas de vidro com a tradicional tampa flip-top (swing-top). Isso exige diversos mecanismos complexos para a produção em larga escala, abrangendo a limpeza das garrafas e o processo de reciclagem. 

(Fonte: Wikipédia - parte)

18 de mai. de 2025

FG Empreendimentos

          Francisco Graciola tinha uma barbearia, uma alfaiataria e uma lanchonete quando construiu seu primeiro edifício residencial, lá pelo início da década de 1980.
          O dinheiro que juntou com os pequenos negócios deu para erguer um predinho de quatro andares em Blumenau, cidade onde morava quando realizou seu primeiro empreendimento imobiliário 
          Mas o investimento demorou para retornar. Quando o empreendimento estava em obras, uma enchente atingiu a região, e Seu Chico – como é chamado por amigos e funcionários – perdeu os materiais. A estrutura que já existia acabou servindo de abrigo improvisado a uma dezena de famílias afetadas, o que adiou ainda mais a retomada.
          Depois de alguns meses conseguiu finalizar o prédio, pegando gosto pelo mercado imobiliário. Dali fez outro de 12 pavimentos e depois outro de 18, e só foi crescendo.
          Esses investimentos foram o embrião da FG Empreendimentos, hoje a maior incorporadora de Balneário Camboriú – e responsável pelos maiores arranha-céus da cidade.
          Em 2025, aos 73 anos, Seu Chico se prepara para o projeto mais ambicioso da FG: a construção do prédio residencial mais alto do mundo, com 550 metros de altura e 157 andares – e tendo como sócio o empresário Luciano Hang, da Havan.
          Com 228 unidades (das quais 18 são “mansões suspensas”) e um VGV impressionante de R$ 8,5 bilhões, o Senna Tower foi lançado em 10 de maio (2025) em Balneário Camboriú pela FG. Só a maquete apresentada no lançamento tem 14 metros de altura, o equivalente a um prédio de quatro andares.
          Os preços dos apartamentos vão variar de R$ 28 milhões a R$ 40 milhões. Já as mansões suspensas, de R$ 40 milhões a R$ 60 milhões. Haverá ainda coberturas triplex a partir de R$ 300 milhões.
          Se tudo der certo o edifício – um projeto gestado desde 2019 – deve ficar pronto daqui a oito anos e vai superar em altura o Central Park Tower, um residencial com 472,4 metros em Nova York, e será o sexto maior edifício do mundo considerando também os prédios comerciais.
          Em Balneário, o Senna Tower reinará sozinho na orla por ter quase o dobro da One Tower, também da FG, que tem 290 metros e ainda é o maior residencial da América Latina.
          Ao se valer da marca Senna, em um acordo que dá um percentual das vendas à família do lendário piloto brasileiro, a FG turbinou ainda mais um prédio voltado para o público de altíssima renda, vinculando-se a um ícone de um esporte associado ao luxo.
          Aos nove anos Seu Chico perdeu um olho em um acidente de trabalho na roça e ouviu o seguinte conselho do médico que o tratou: “roça é perigo, se não quiser perder o outro olho, vá trabalhar na cidade.”
          Chico foi, e no centro de Gaspar, sua cidade natal no interior catarinense, arrumou um emprego de barbeiro. Com o que aprendeu, abriu a própria barbearia em Blumenau, só para não concorrer com o ex-patrão que lhe ensinara tudo. Surgia um empreendedor.
          No ano que Senna morreu, os Graciola já haviam construído seu primeiro prédio em Balneário, mas seus negócios imobiliários ainda estavam na pessoa física. Não havia uma FG Empreendimentos.
          A coisa mudou de figura quando seu filho mais velho, Jean, então com 24 anos, se juntou ao pai para estruturar um negócio de real estate, em 2003, surgindo a FG (de Francisco Graciola)
          Balneário Camboriú se consolidou como o principal mercado da empresa depois que uma mudança no plano diretor da cidade removeu os limites de altura, em 2008.
          Dali em diante, a FG se especializou em arranha-céus, tendo como hábito colocar sua sigla no topo dos prédios, como uma marcação de território, uma inspiração que Jean foi buscar em suas viagens a Dubai, uma cidade que respira luxo.
          Do ponto de vista de governança, o ponto de virada para a FG foi 2012, quando Jean se organizou para a empresa ter um conselho e balanços auditados. Foi ali que passou a existir uma hierarquia mais clara, com ele de CEO e o pai como chairman.
          “Eu e meu pai somos complementares: enquanto ele tem uma visão de futuro, olhando oportunidades, eu tenho um perfil mais de gestor,” disse Jean, nascdo em 1980.
          Em sua história, a FG já construiu 65 empreendimentos em Balneário, sendo que mais de 30 têm mais de 100 metros de altura.
          Para ajudá-la com a engenharia dos prédios cada vez mais altos, a FG conta com os serviços de Fatih Yalniz, um engenheiro especialista em edificações altas, que exigem uma fundação específica e tecnologias para que o morador não sinta o prédio balançando. A FG até criou sua própria consultoria, a FG Talls, para ajudar quem pretende construir arranha-céus em outras regiões.
          O crescimento se valeu ainda de parcerias com nomes famosos, começando em 2013 pela atriz Sharon Stone, que aceitou ser garota-propaganda da marca, até a família de Cristiano Ronaldo, que também se tornou um investidor e está espalhado pela cidade em outdoors da FG ao lado da sua mãe e irmã.
          O acordo com a marca Senna surgiu por iniciativa da família do piloto, que já estava buscando algum empreendimento imobiliário para vincular à marca e conheceu a FG por meio de um amigo em comum da família Graciola.
          A FG já tinha um empreendimento sendo preparado, o Triumph Tower, e aproveitou para transformá-lo em Senna Tower, passando também por adaptações no projeto em si.
          Das conversas de Jean e Seu Chico com a família Senna surgiram ideias como ter no edifício um museu para o piloto e também uma pista de kart, dois grandes atrativos para compradores apaixonados por Senna.
          O conceito do empreendimento é assinado pela antropóloga Lalalli Senna, sobrinha de Ayrton, que desenvolveu uma narrativa baseada na jornada do herói. Para quem estiver vendo o prédio de fora, a lateral vai lembrar uma pista de corrida, e haverá a impressão de que o edifício não tem fim.
          Em uma das características do prédio que remetem a velocidade, o elevador será capaz de ir do térreo ao último andar em menos de um minuto, ou seja, mais veloz do que a volta mais rápida de Senna na F1. “Depois que mudamos o nome da torre para Senna Tower veio uma avalanche de ligações, principalmente de fãs que queriam saber como seria o projeto,” disse Seu Chico.
          Embora a FG esteja sempre se superando com prédios cada vez maiores, o Senna Tower deve seguir como o mais alto por um bom tempo, até para que seu status de exclusivo não seja perdido rapidamente.
(Fonte - Metro Quadrado - 12.05.2025)

16 de mai. de 2025

Inspira

          Inspira é uma rede de escolas de ensino fundamental, criada em 2018, controlada por um fundo do BTG Pactual. Em janeiro de 2024, o BTG (sócios e fundo) detém 75% do Inspira; André Aguiar, CEO da empresa, 
detém cerca de 20%, sendo o restante distribuído entre os fundadores das escolas adquiridas.
          O gestor de private equity L. Catterton estava em negociações avançadas com a Inspira no final do ano passado e estava disposto a pagar cerca de 200 milhões de dólares por uma participação de 30% no grupo escolar, dizem as fontes. As conversações fracassaram devido a divergências sobre a governança e o cálculo do EBITDA.
          Em 2023, a Inspira recebeu um investimento de R$ 1 bilhão da Advent e do Conselho de Investimentos do Plano de Pensão do Canadá (CPPIB), adquirindo uma participação de 30%.
          Até janeiro de 2024 o Inspira fez 35 aquisições e teve que desembolsar R$ 1,1 bilhão desde 2018 –quando foi criado com aportes do fundo e de parceiros do banco BTG.
          A Inspira adquiriu recentemente o Colégio Amadeus em Aracaju, marcando sua entrada na cidade.
(Fonte: .......24.01.2024)

MBRF

          As gigantes de carnes Marfrig e BRF anunciaram em 15 de maio de 2025 a fusão dos negócios das duas empresas, dando origem à MBRF Global Foods Company. A transação prevê a incorporação das ações da BRF pela Marfrig em uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da 
BRF detida.
          A vertente de crescimento da nova empresa — formada por Marfrig, BRF e a americana National Beef — está nos Estados Unidos, Oriente Médio e China. Do faturamento total da MBRF, 43% virão do mercado americano.
          Nesse cenário, uma possibilidade de redomicílio considerada pela companhia é a América do Norte. Marcos Molina, controlador e presidente dos conselhos de administração de Marfrig e BRF, afirmou que a administração vem preparando a BRF para este momento há três anos, desde que a Marfrig assumiu o controle da companhia de aves e suínos. Após a virada nos resultados da BRF para o azul, as duas já vinham trabalhando com sinergias comerciais, por exemplo.
          Como as ações das duas têm hoje praticamente a mesma cotação, essa relação de troca vai impor 
uma perda ao menos momentânea para os detentores de papéis da BRF.
          Para viabilizar a fusão, Marcos Molina — o fundador e controlador da Marfrig, com 72% do capital — está abrindo mão do controle do negócio.
          O segundo maior acionista será o Salic, o fundo soberano da Arábia Saudita, que hoje tem 11% da BRF e ficará com 10% da nova companhia. Outro grande acionista da nova empresa será a Previ, que tem 5,9% da BRF e ficará com 5,1% da MBRF.
          A MBRF nasce como uma das maiores empresas de alimentos do mundo, presente em 117 países com marcas como Sadia, Perdigão, Qualy, Banvit e Bassi e um portfólio multiproteínas, com carne 
bovina, suína e de aves, produtos industrializados, pratos prontos e pet food.
          Em 3 de junho de 2025, a área técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sugeriu a aprovação sem restrições da fusão entre Marfrig e BRF. Se nos 15 dias seguintes a aprovação não for questionada por algum dos conselheiros do órgão antitruste ela será considerada aprovada em definitivo. A operação prevê a incorporação das ações da BRF pela Marfrig em uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig para cada papel da BRF. No parecer a SG indica que a Marfrig já é atualmente titular de 50,49% das ações da BRF, portanto, a operação não implicará em transferência de controle.
(Fonte: Valor - 15.05.2025 / Brazil Journal - 15.05.2025 / Valor - 04.06.2025 - partes)

11 de mai. de 2025

Krispy Kreme

          A Krispy Kreme existe desde 1937, quando Vernon Rudolph começou a vender seus donuts em Winston-Salem, nos EUA. O sucesso veio rápido, especialmente com o Original Glazed — o clássico 
donut coberto por uma fina camada de glacê.
          No início de fevereiro de 2024, a rede de lojas de conveniência AmPm assinou acordo para criar uma joint venture com a americana Krispy Kreme para vender donuts, as rosquinhas de massa açucarada frita e cobertura variada, nos postos Ipiranga. O contrato de associação entre as partes foi
assinado nos Estados Unidos.
          A previsão é de que a operação tenha início entre o fim de 2024 e o início de 2025. A parceria vai começar por São Paulo para, em seguida, alcançar outros estados. O modelo será semelhante ao operado pela Krispy Kreme em outros países com redes de varejo como 7Eleven, Tesco e Walmart. No Brasil, portanto, seus donuts estarão disponíveis somente na rede de lojas próprias e nas lojas AmPm (que tem hoje 1,5 mil unidades em postos Ipiranga no país). Em comunicado sobre o acordo nos Estados Unidos, a Krispy Kreme diz que o Brasil representa um mercado de crescimento prioritário para a empresa e que essa expansão sucede à chegada da marca em Paris, em dezembro de 2023. Com sede em Charlotte, na Carolina do Norte (EUA), a empresa foi fundada em 1937 e hoje tem mais de 13 mil pontos de venda em mais de 35 países do mundo, mas principalmente nos Estados Unidos e no Canadá.
          Hoje (maio de 2025), a marca está presente em 40 países e acabou de inaugurar sua primeira loja no Brasil, na Av. Presidente Juscelino Kubitschek, em São Paulo.
(Fonte: Época Negócios 18.03.2025 / Estadão - 09.05.2025 - partes)

8 de mai. de 2025

Skechers

          A fabricante de calçados Skecher, com sede na Califórnia, foi fundada em 1992 por Robert Greenberg, que apostou em criar calçados de qualidade, confortáveis e com preços acessíveis. Por causa disso, a Skechers construiu um público fiel entre profissionais que precisam passar o dia inteiro de pé (como enfermeiras, socorristas e funcionários de restaurantes), bem como pessoas idosas. A marca também tem um preço acessível se comparado com seus rivais. Enquanto um tênis Nike e Adidas sai em média por US$ 160, um Skechers custa em torno de US$ 60.
          Em 5 de maio de 2025, a 3G Capital anunciou a aquisição da Skechers, em um negócio avaliado em US$ 9,4 bilhões (aproximadamente R$ 53,4 bilhões). A transação marca a estreia da 3G Capital no setor de calçados — um setor que cresce a uma taxa anual de 7% e que deve manter esse ritmo nos próximos anos, segundo fontes familiarizadas com o assunto. O mercado global é dominado por Nike e Adidas,
          De acordo com os termos do acordo, a 3G deterá cerca de 80% da Skechers, enquanto a família fundadora Greenberg ficará com quase 20%. Assim que o acordo for finalizado, a Skechers se tornará uma empresa de capital fechado. A marca gera aproximadamente US$ 9 bilhões em receita anual, em comparação com US$ 51 bilhões da Nike e US$ 27 bilhões da Adidas.
          A 3G Capital pretende pagar US$ 63 por ação em dinheiro por todas as ações em circulação da Skechers. O acordo proposto representa um prêmio de 30% sobre o preço médio ponderado por volume das ações nos últimos 15 dias, informaram as empresas. A transação foi aprovada por unanimidade pelo conselho de administração da Skechers e deve ser concluída no terceiro trimestre de 2025.
          Greenberg — que tem 85 anos (maio de 2025) e ainda é o CEO e chairman da companhia — continuará à frente do negócio e manterá uma participação ainda não revelada.
          A 3G Capital, mais conhecida por suas participações majoritárias na AB InBev e no Burger King, conta com o investidor Alex Behring entre seus principais nomes. A empresa foi fundada originalmente pelos bilionários brasileiros Carlos Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, que venderam suas participações na 3G em 2022. O Sr. Lemann também é investidor da marca de calçados esportivos On 
Running.
          A Skechers permanecerá sob sua atual equipe de liderança, incluindo o presidente e CEO Robert Greenberg.
          Em comunicado ao mercado, a Skechers afirmou que o acordo inclui uma opção para os acionistas existentes receberem US$ 57 em dinheiro, além de uma unidade não negociável de capital em uma empresa privada recém-criada ("Nova LLC") que se tornará a holding da Skechers após a conclusão da transação.
"Com um histórico comprovado, a Skechers está entrando em seu próximo capítulo em parceria com a empresa global de investimentos 3G Capital", disse Robert Greenberg no comunicado. "Dado seu histórico notável em facilitar o sucesso de alguns dos negócios de consumo globais mais icônicos, acreditamos que esta parceria apoiará nossa talentosa equipe na aplicação de sua expertise para atender às necessidades de nossos consumidores e clientes, ao mesmo tempo em que possibilita o crescimento da empresa a longo prazo."
          “Estamos entusiasmados com a parceria com a Skechers e ansiosos para trabalhar com um empreendedor do calibre de Robert e a talentosa equipe da Skechers”, disseram Alex Behring, cofundador e sócio-gerente da 3G Capital, e Daniel Schwartz, sócio-gerente, também no comunicado. “Nossa equipe na 3G Capital foi criada para fazer parcerias com empresas como a Skechers.”
          A Greenhill, afiliada da Mizuho, ​​atuou como consultora financeira exclusiva da Skechers, enquanto a Latham & Watkins LLP atuou como consultora jurídica principal. A J.P. Morgan Securities LLC foi a consultora financeira exclusiva da 3G Capital, com a Paul, Weiss, Rifkind, Wharton & Garrison LLP como consultora jurídica principal e a Kirkland & Ellis LLP fornecendo consultoria 
jurídica e financeira.
          Com 5.000 lojas em todo o mundo, a Skechers está de olho na expansão para além de seus principais mercados, Europa e Estados Unidos. América Latina e Ásia são vistas como vetores-chave de crescimento. A empresa entrou no Brasil em 2007 e atualmente opera 15 lojas no país. Os EUA respondem por 38% das vendas globais da Skechers, enquanto China e Vietnã são os principais polos de fabricação da empresa, de acordo com uma reportagem do Financial Times.
(Fonte: Valor - 05.05.2025)

2 de mai. de 2025

Austral

          A marca brasileira de moda masculina Austral foi fundada em 2016 por Felipe Bacellar e Joaquim de Barros, que se conheceram enquanto cursavam administração de empresas.
          A Austral rapidamente ganhou popularidade entre consumidores de classe média alta, de 25 a 35 anos — especialmente atletas e surfistas com consciência ambiental — que buscam moda de alta qualidade a preços acessíveis.
          Esses consumidores estão dispostos a pagar até R$ 300 por uma camiseta de algodão. Na coleção de inverno, as jaquetas custam R$ 598 e os moletons, R$ 498. O apelo da marca é reforçado pelo uso de práticas de fabricação sustentáveis.
          O grande avanço da marca veio com sua entrada no varejo físico em 2020, capitalizando as vagas no varejo geradas pela pandemia e pelo boom do e-commerce.
          Percebendo a necessidade de se consolidar em shoppings de alta renda, os fundadores firmaram uma parceria em 2021 com o investidor anjo Geraldo Pernet para abrir lojas físicas. O foco foi em locais compactos e com design clean em áreas nobres, o que desencadeou um efeito dominó de novas inaugurações e consultas de outros shoppings e potenciais parceiros. Em meio a especulações sobre novas aquisições por grupos como Arezzo e Soma, e com a Riachuelo e a Renner buscando ativamente marcas de moda, o mercado voltou sua atenção para a Austral.
          Entre 2022 e 2023, a empresa cresceu quase 40%, atingindo R$ 15 milhões em receita, segundo estimativas dos shoppings parceiros, que recebem um percentual das vendas. Esse número quase dobrou em 2024, chegando a R$ 30 milhões, com um lucro líquido modesto.
          Em acordo assinado em 17 de abril de 2025, a Austral vendeu 40% de sua participação para Alexandre Brett, sócio da Br Labels, e David Bobrow, CEO da Tip Top, em um negócio que atraiu a atenção de grandes varejistas de vestuário e casas de moda tradicionais.
          Segundo fontes, no acordo com Brett e Bobrow cada um adquiriu 20% de participação. Esta é a primeira vez que os dois executivos se tornam sócios de uma empresa. O negócio foi fechado a título pessoal, com seus respectivos negócios permanecendo separados da Austral.
          Os recursos serão reinvestidos na empresa para apoiar a expansão, especialmente o lançamento de um modelo de franquia. A transação não visa a desalavancagem dos negócios e os novos sócios não devem receber remuneração no curto prazo.
          De acordo com executivos do setor, a Austral foi avaliada entre 9 e 10 vezes seu EBITDA, estimado em R$ 4 milhões a R$ 5 milhões para 2024. A empresa não divulgou nenhum valor relacionado ao negócio.
          Fontes disseram ao jornal Valor que, além de Brett e Bobrow, outros interessados ​​incluem Riachuelo, Aramis, Paramount, o grupo Via Veneto e Shoulder, esta última solicitando mais tempo para explorar a oportunidade.
“Começamos de forma informal, depois passamos por uma fase de maturidade e completamos esse ciclo nos shoppings. Mas, para escalar, precisávamos de parceiros para ajudar a estruturar o negócio”, disse Bacellar.
          Brett e Bobrow já conheciam os fundadores quando o interesse dos investidores começou a crescer em meados de 2023. A boutique de fusões e aquisições Target Advisor liderou as negociações. Inicialmente competindo separadamente, Brett e Bobrow concordaram posteriormente — por sugestão da Target — em formar uma parceria em um negócio conjunto.
          Bobrow contribuirá com a administração, estrutura organizacional e finanças, enquanto Brett apoiará o desenvolvimento comercial e de produtos, cada um contribuindo com seus pontos fortes individuais. O Sr. Brett enfatizou que os fundadores continuarão a liderar as operações, garantindo a integridade da identidade da empresa.
          Questionado sobre a possibilidade de conflitos de gestão, o Sr. Bobrow afirmou que todos os acionistas assinaram um acordo que define as funções, com os fundadores mantendo o controle. "Não se pode comparar isso com os negócios culturalmente complexos que vimos no setor. David e eu aprendemos com os sucessos e fracassos neste setor, então sabemos o que não repetir", disse ele durante uma entrevista na sede da Austral.
          Alexandre Brett vem de uma família que se destacou importando marcas de luxo como Giorgio Armani, Ermenegildo Zegna e Calvin Klein para o Brasil nos anos 2000. Ele trouxe a marca italiana de jeans Replay para o país em 2017 e agora lidera a Br Labels.
          O Sr. Bobrow, que comanda a Tip Top com suas 130 lojas, já desenvolveu uma estratégia inicial de franquias para a Austral. "Não pretendemos abrir mais lojas próprias neste momento", disse ele. "Queremos alavancar a expertise regional de certos investidores por meio de franquias. Dessa forma, podemos acelerar a expansão sem gastar dinheiro."
          O negócio destaca uma tendência crescente entre investidores que buscam marcas que combinam com sucesso o estilo casual com marcas aspiracionais, como Reserva e Osklen. Consultores de investimento afirmam que há uma demanda crescente por marcas de moda masculina de médio porte com espaço para crescer, mesmo no atual cenário econômico desafiador do Brasil.
          “Construir um negócio como a Austral no Brasil hoje não é uma tarefa fácil. É por isso que ativos com esse perfil são procurados”, disse Douglas Carvalho, sócio-fundador da Target Advisor, que anteriormente assessorou Brett na venda da Mandi, VR e Calvin Klein em 2011.
          O negócio envolveu os escritórios de advocacia LO Batista e Madrona Fialho, para os investidores, e o Spinelli Advogados, para os fundadores.
          Investimentos recentes sugerem uma concorrência crescente no segmento de mercado que combina conforto, tecnologia e sustentabilidade. Grandes players estão se movimentando: em 2024, a Aramis lançou a Urban, uma coleção focada em itens básicos e sustentáveis. Enquanto isso, a queridinha das mídias sociais Insider assinou um acordo de fornecimento de fibras em março com o apoio da gigante de celulose e papel Suzano, usando um processo sem produtos químicos.
          Atualmente (maio de 2025), a Austral opera seis lojas: Iguatemi São Paulo (sua flagship, inaugurada em 2021), JK Iguatemi, Pátio Higienópolis, Morumbi Shopping, Catarina Fashion Outlet e Iguatemi Alphaville. Em dezembro de 2023, a marca teve o maior faturamento por metro quadrado no shopping Iguatemi, em São Paulo, segundo o Valor.
(Fonte: Valor - 24.04.2025)

29 de abr. de 2025

Cirklo

          A Cirklo, uma das maiores recicladoras de garrafas PET do Brasil. A empresa nasceu da fusão entre a Green PCR e a Global PET, que estavam no portfólio da gestora EB Capital.
          Em 2024 a Cirklo recebeu um aporte do fundo internacional Circulate Capital, que se tornou sócio.
          Em fins de abril de 2025, a Cirklo fechou a aquisição da concorrente Clodax, que tem uma planta em Maceió (AL). O movimento faz parte de sua estratégia de ampliar a capacidade de coleta de embalagens para reaproveitamento do plástico, um mercado que vem crescendo gradualmente no país.
          Na semana de 21 a 25 de abril (2025), a Cirklo captou R$ 220 milhões via emissão de debêntures verdes. O dinheiro será usado para bancar a aquisição e fazer outros investimentos nas fábricas próprias, além de reforçar o caixa. A companhia é uma investida da gestora de recursos EB Capital.
          No primeiro semestre de 2025, a Cirklo avança em uma série de investimentos para aumentar a produção anual de resinas. A meta é avançar de 40 mil toneladas em 2024 para 115 mil toneladas até o fim de 2025 e atingir participação de mercado próxima de 40%. Isso será feito por meio desta aquisição, além do incremento em suas linhas industriais, em São Carlos (SP) e Conde (PB).
          O plástico reciclado é cada vez mais procurado por varejistas de cosméticos, refrigerantes, lácteos e produtos de limpeza, entre outros setores. “Para essas empresas, não adianta colocar na embalagem que ela é reciclável. É importante também que ela seja reciclada”, aponta o presidente da Cirklo, Irineu Barbosa Jr, em entrevista ao Estadão..
          Barbosa diz que o maior gargalo para o crescimento é a coleta de garrafas, pois quase metade vai parar em lixões ou na natureza. A companhia obtém as garrafas com cooperativas de trabalhadores e empresas que fazem logística reversa. O problema é que apenas 56,4% das PETs descartadas são recicladas, segundo a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet)
          “Dependemos muito da política nacional de resíduos sólidos, instituída há quase 20 anos, mas que não está atuando porque os governos não têm capacidade operacional de fechar os milhares de lixões”, afirma Barbosa. “A aquisição da Clodax entra na tese de pulverizar os canais de captação, melhorar a logística e diminuir os custos.”
          Outro obstáculo para o crescimento é a competição com a resina plástica virgem, cujo preço atualmente está bem menor que o da resina reciclada devido ao aumento da oferta vinda dos produtores asiáticos. “Chegamos a trabalhar com um preço 30% a 35% acima da resina virgem, e alguns clientes pediram um tempo”, conta Barbosa. “Em vez de comprar resina reciclada, foram plantar árvores para se manterem ‘verdes’”, brinca.
          A empresa faturou cerca de R$ 800 milhões em 2024 e estima alcançar R$ 1 bilhão em 2025.. 
(Fonte: Estadão 24.04.2025)

28 de abr. de 2025

Biomas

          A Biomas é uma empresa de crédito de carbono que tem entre seus acionistas Itaú Unibanco, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale.
          Na penúltima semana de abril de 2025, a Biomas lançou seu primeiro projeto de restauração de floresta nativa – modelo em que áreas degradadas de floresta recebem mudas de plantas nativas e são completamente restauradas. Nesse tipo de projeto, um crédito de carbono gerado corresponde a uma tonelada de gás carbônico retirada da atmosfera pelas árvores plantadas.
          Com um aporte de R$ 55 milhões, o projeto da Biomas será desenvolvido em uma área em que originalmente havia Mata Atlântica no sul da Bahia. A previsão é de gerar 500 mil créditos de carbono em 40 anos. Se os créditos fossem vendidos pelo valor médio atual de mercado – US$ 13 –, o projeto renderia US$ 6,5 milhões (cerca de R$ 37 milhões na cotação atual). A Biomas, no entanto, considera que seus créditos serão comercializados em um segmento “premium”, dada a qualidade do projeto. Nesse caso, o valor do crédito deve mais do que dobrar. 
          Pesam na cotação do crédito fatores como a variedade de árvores plantadas e a credibilidade da empresa desenvolvedora. O projeto da Biomas será implementado em parceria com a empresa de celulose Veracel – cujos donos são a brasileira Suzano e a finlandesa Stora Enso. Um total de 1,2 mil hectares não contínuos da Veracel receberá 2 milhões de mudas, que serão plantadas nos 20 primeiros meses. De acordo com o presidente da Veracel, Caio Zanardo, eucaliptos até poderiam ser cultivados nas áreas do projeto (desmatadas nos anos 1970), mas não de forma economicamente viável, já que são pequenos fragmentos de terra, muitos deles com declives. Além disso, diz, são áreas de preservação adicional – ou seja, além do que a lei obriga preservar.
          Ainda que aumente a produção, a expectativa é de que o carbono seja um negócio menor para a Veracel. “Neste momento, não vejo uma grande relevância do carbono como negócio. Tem uma oportunidade no futuro, mas marginal.” O projeto da Biomas e da Veracel terá sua primeira safra de créditos em 2029, quando devem ser gerados menos de 25 mil créditos.
          No projeto da Biomas, serão replantadas 70 espécies nativas em áreas de oito municípios cidades do sul da Bahia. “Quanto mais exuberante for a floresta, maior a capacidade de capturar carbono”, diz o CEO da Biomas, Fabio Sakamoto.
(Fonte: Estadão - 28.04.2025)

24 de abr. de 2025

Brastemp

          Para algumas marcas, a publicidade foi essencial para fixá-las no imaginário de muitas gerações. Foi o que a campanha “Não tem comparação” fez com a Brastemp. No comercial de TV, o cenário simples era composto por uma poltrona num ambiente austero que lembrava um consultório psicológico. Atores afiados, roteiro bem escrito e um bordão inteligente – “Não é assim uma Brastemp” – foram os 
ingredientes para a criação de um ícone da propaganda brasileira.
          “Essa campanha reforçou a percepção de excelência da marca, estabelecendo um padrão de referência para o setor”, conta Bertha Fernandes Kowalczyk, head de marcas e comunicação da 
Whirlpool.
          Em 2017, a marca resgatou a estratégia, acrescentando aos atores originais – Wandi Doratiotto e 
Arthur Kohl – a simbologia do meme, com a escalação de Glória Pires, Susana Vieira e Carolina Ferraz.
(Fonte: Estadão - 20.04.2025)

22 de abr. de 2025

Bybit

          A corretora de criptomoedas Bybit, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo em volume de transações, , com sede em Dubai, foi fundada por Ben Zhou e outro sócio.
          Em fins de fevereiro de 2025, a Bybit sofreu um ataque hacker e teve 401.346 unidades da moeda digital ether (ETH), o equivalente a US$ 1,4 bilhão, transferidos para uma carteira digital desconhecida.
          Até o dia 21 de fevereiro, o maior roubo de criptomoedas da história havia sido o da Poly Network em 2021. Na ocasião, invasores desviaram US$ 610 milhões (o equivalente a R$ 3,5 bilhões) ao descobrirem vulnerabilidades no sistema, mas devolveram o valor quase integral depois de duas semanas.
          Só que esse ranking mudou com um novo caso: o hack da Bybit,. A operação resultou no desvio de US$ 1,5 bilhão (ou R$ 8,6 bilhões em conversão direta de moeda) de uma só vez. 
          Na rede social X (Twitter), o CEO e cofundador da Bybit, Ben Zhou, admitiu o ataque em postagem na qual disse que vai continuar permitindo saques dos usuários.
          O incidente envolvendo a empresa espanta não apenas pelo valor envolvido, mas também pela sofisticação das técnicas usadas para ganhar acesso aos criptoativos. Com o passar dos dias, alguns detalhes do golpe foram revelados e reforçam como esquemas de fraude evoluem a uma velocidade talvez até maior do que os próprios mecanismos de segurança criados para barrá-los.
          A própria corretora anunciou em 21 de fevereiro que detectou uma "atividade nao autorizada" em uma de suas carteiras de criptomoedas contendo Ethereum. Todo o valor, que foi roubado em uma única operação, envolveu aproximadamente 400 mil unidades de ETH e Staked Ether (stETH), transferidas para um mesmo destinatário.
          Os R$ 8,6 bilhões em Ethereum estavam armazenados em uma carteira "fria" — uma conta de armazenamento de criptomoedas sem conexão direta com a internet e que só movimenta valores a partir de uma chave privada sem acesso à blockchain.
          Só isso já dificultaria o roubo, mas o saldo da corretora estava ainda mais protegido. A carteira em questão era uma multisig, ou multi-assinatura, o que significa uma camada adicional de segurança que exige duas ou mais chaves privadas, que estão normalmente em posse de pessoas diferentes, para autorizar uma transação.
(Fonte: Época Negócios - 25.02.2025 / msn - 26.02.2025 - partes)
A página inicial da corretora que foi vítima do roubo. (Imagem: Reprodução/Bybit)

18 de abr. de 2025

Kuarup

          A gravadora Kuarup foi fundada em 1977 no Rio pelo jornalista Mario de Aratanha e pela artista 
gráfica Janine Houard.
          A gravadora ganhou seu primeiro Grammy Latino, com Semente Caipira, de Pena Branca, em 2001.
          Em 2009, a empresa estava fechando as portas. Ela havia sucumbido à crise da indústria fonográfica, que, naquela época, ainda aprendia a lidar com o avanço dos canais digitais.
          Foi por uma reportagem publicada pelo Estadão que o jornalista e empresário Alcides Ferreira soube que a gravadora Kuarup, que tinha no catálogo discos de nomes como Arthur Moreira Lima, Turibio Santos, Paulo Moura, Pena Branca & Xavantinho, Xangai, Cartola e Cida Moreira,
estava fechando.
          Ferreira decidiu comprar a Kuarup. O que ele sabia sobre tocar uma gravadora? Nada. Ele nem sequer conhecia os donos da Kuarup. Porém, gostava de música e, três anos antes, havia organizado
uma associação de apoiadores da Orquestra de Câmara Paulista.
          A história da Kuarup, que envolve sonhos, persistência, criatividade, paixão pela música – além de coincidências quase divinas –, agora é contada no livro Tocando em Frente, de Ferreira, Aratanha e da jornalista Adriana Del Ré. O livro está dividido em duas partes. Na primeira, Aratanha narra a fase carioca da gravadora, de 1977 a 2009. A segunda, assinada por Del Ré, contempla a fase paulista da
Kuarup, depois que ela foi adquirida por Ferreira.
          “Eu acredito muito no poder do bom exemplo. E a Kuarup é uma demonstração cabal de que um grupo de pessoas pode mudar o rumo das coisas. E não ficar prostrado, esperando um patrocínio, um
filantropo. Milagres, normalmente, não acontecem”, diz Ferreira.
          Para ficar com a Kuarup, Ferreira assumiu as dívidas que a empresa possuía, além de fazer o investimento necessário para que tudo pudesse andar novamente. “Foi feito o melhor negócio para o catálogo da gravadora, e não o melhor negócio para Aratanha e Janine. Eles foram muito compreensivos com a questão”, admite.
          Nas mãos do novo dono, a Kuarup não perdeu sua identidade. Ferreira continuou a investir na dobradinha música popular e erudita – e caipira, já que o gênero, na música brasileira e na história da Kuarup, merece ser destacado. Em um primeiro momento, fez um acordo com a Sony Music, com foco no relançamento de catálogo, que durou até 2013. Foi nessa época que voltaram ao mercado, em formato de CD, com distribuição nacional, álbuns importantes como Heitor Villa-Lobos – Os Choros de Câmara (1977); Ao Vivo em Tatuí, com Renato Teixeira & Pena Branca & Xavantinho (1992); Noites Cariocas – 15 Anos Depois – A Alegria do Improviso (2003); e Rolando Boldrin & Renato Teixeira (2005). A fase paulista rendeu álbuns de nomes como Chico Lobo, Alaíde Costa, Claudette Soares, Antonio Adolfo, Maria Alcina, Ayrton Montarroyos, Yamandu Costa, Sivuca, Joyce Moreno, Zé 
Geraldo, além de gravações de Chico Buarque, Ney Matogrosso e Edu Lobo.
          Ao longo dos anos, a gravadora ampliou suas áreas de interesse. Passou a ser também uma editora de livros, publicou as biografias de Geraldo Vandré, Taiguara e Hermeto Pascoal e a história de outra gravadora, a Forma; e produtora audiovisual – são dela os documentários A História Secreta do Pop Brasileiro, de André Barcinski, e Os 8 Magníficos, de Domingos de Oliveira.
          Na fase paulista da Kuarup tem uma coincidência quase ‘divina’. A primeira sede da gravadora na cidade foi em um prédio no centro, perto da Bolsa de Valores. A segunda, no bairro de Moema. Em 2013, a gravadora se instalou em um sobrado no bairro de Pinheiros, que marcou também o início de uma fase mais próspera. Nesse mesmo ano, Rodolfo Zanke, braço direito de Ferreira na gravadora, convidou o músico Renato Teixeira para conhecer a nova sede da gravadora. Ao chegar ao sobrado, disse que havia morado na casa com os pais, para surpresa de todos. Mais do que isso: foi nessa casa, atualmente ampliada com a aquisição do sobrado ao lado, que Teixeira compôs Romaria – a música se tornaria sucesso em 1977, com Elis Regina. Com a reforma das casas, Ferreira construiu um pequeno 
estúdio.
          Em 2021, Teixeira e Fagner se uniram no álbum Naturezas. Resolveram gravar no estúdio da Kuarup. Ao ver o local escolhido por Ferreira para instalar o estúdio, Teixeira notou que era praticamente o mesmo no qual mantinha seu estúdio caseiro, ainda quando morava com os pais. E mais: Fagner revelou que foi nele que fez a audição de seu álbum de estreia, Manera Fru Fru, Manera, em 1973. O estúdio, claro, ganhou o nome de Renato Teixeira. “Se você acredita em coincidências, fique só com elas. Se acredita em alguma energia, se é uma pessoa religiosa, pode levar para esse lado. Fico com as coincidências”, diz Ferreira. “São Paulo é enorme. Pinheiros é grande. É impressionante! Eu não acredito em coincidência, mas também não sei explicar o que é. De qualquer forma, ela casa muito com a fase paulistana da Kuarup. Tinha que ser nesse local. Foi algo forte para o livro”, conta Del Ré.
Cinco discos marcantes da trajetória do selo:
==> Semente Caipira O primeiro álbum de Pena Branca e Xavantinho foi vencedor na categoria melhor disco de música sertaneja no Grammy Latino de 2001
==> Em 1984, o álbum uniu um timaço de músicos para tocar e contar histórias. Deu origem a uma série, além de um solo de Elomar, de 1995. Elomar Geraldi Azevedo Vital Farias Xangai
==> Cartola Ao Vivo Registro ao vivo do último show do compositor carioca, traz o mangueirense cantando clássicos como Alvorada e As Rosas Não Falam.
==> Heitor Villa-Lobos: A Floresta do Amazonas Villa-Lobos talvez seja uma espécie de ‘padrinho’ da Kuarup, que generosamente sempre olhou sua obra, aqui tocada pelo pianista João Carlos Assis Brasil.
==> Ao Vivo em Tatuí Renato Teixeira não poderia ficar de fora. Nesse álbum, ao lado dos músicos Pena Branca & Xavantinho, traz o fino da música caipira.
(Fonte: Estadão - 16.04.2025)

15 de abr. de 2025

Columbia Sportswear

          Com sede em Portland, , nos Estados Unidos, a  marca de vestuário e equipamentos para atividades ao ar livre Columbia Sportswear foi fundada em 1938 pelos avós do Sr. Tim Boyle, presidente e CEO da 
Columbia, que fugiram da Alemanha nazista.
          No início de abril de 2025, o governo Trump anunciou tarifas retaliatórias sobre uma série de importações para os Estados Unidos. Para Boyle, essas medidas aumentaram a incerteza e deixaram os varejistas mais cautelosos. "É difícil para alguém da área de vendas assinar um contrato sem saber o que o futuro reserva em termos de custos dos produtos ou quanto estoque eles podem estocar. Estamos
vendo um congelamento nos investimentos em todo o setor", disse ele.
          No final de abril, a Sra. Michelle Aubrey, vice-presidente sênior da empresa, visitou São Paulo com uma delegação de 60 pessoas para aprofundar o conhecimento do mercado. O grupo explorou o pico mais alto da cidade, o Pico do Jaraguá, com 1.235 metros de altitude, bem como o icônico Parque 
do Ibirapuera.
          Em um país famoso por suas praias, a Columbia aposta no crescente entusiasmo brasileiro por montanhas e atividades ao ar livre — especialmente corrida de trilha — para impulsionar seus negócios. "A corrida de trilha é um dos nossos pontos fortes globais, então faz sentido começar por aí. Mas, eventualmente, adoraríamos expandir para outros segmentos", disse Aubrey.
          A decisão de migrar para mercados como o Brasil também está ligada às políticas do atual presidente dos EUA, Donald Trump. "É difícil entender o que está acontecendo nos EUA agora, então preferimos investir onde temos retornos mais previsíveis — e o Brasil certamente é um desses lugares", disse Tim Boyle,.
          Em meio à crescente incerteza política e econômica nos Estados Unidos, Columbia Sportswear está voltando sua atenção para os mercados internacionais, principalmente o Brasil. A empresa americana escolheu São Paulo como seu polo estratégico no país e planeja dobrar o número de lojas na cidade até 2026.
“São Paulo é o maior e mais importante mercado do Brasil. Atualmente, temos três lojas na cidade, mas queremos dobrar esse número”, disse Michelle Aubrey. A Columbia opera atualmente 10 lojas em todo o país, concentradas principalmente na região Sul do Brasil.
          Para o atual CEO, a empresa já passou por muitos períodos desafiadores, e este é simplesmente o mais recente. “Ao longo dos anos, tivemos muitos concorrentes, tanto no varejo especializado quanto fora dele, e conseguimos nos manter ágeis e bem capitalizados para manter o ônibus capitalizados para manter o negócio no caminho certo”, disse o Sr. Boyle.
          No Brasil, a Columbia tem como alvo dois segmentos principais de consumidores: profissionais experientes, que dominam as especificações técnicas de seus produtos, e consumidores casuais que praticam atividades ao ar livre como lazer. Como produtos especializados, os itens da Columbia têm um preço mais alto. Questionada se isso poderia prejudicar o crescimento em uma economia em crise, a Sra. Aubrey respondeu que não. "Seria tolice pensar que as pessoas não estão sendo mais criteriosas com suas compras. No entanto, acreditamos que, como nossos produtos apresentam tecnologias exclusivas, os clientes reconhecerão o valor", disse ela.
          A Sra. Aubrey vê o posicionamento premium da Columbia como uma alavanca para o crescimento, mesmo em um ambiente econômico desafiador. "Seria ingênuo ignorar que os consumidores estão pensando duas vezes antes de comprar. No entanto, estamos confiantes de que nossas tecnologias proprietárias criam um valor percebido que justifica o investimento", acrescentou.
Para fortalecer seu engajamento com esse público, a Columbia está investindo em influenciadores locais e embaixadores da marca. “É uma forma de mostrar que eles podem usar peças mais acessíveis no dia a dia, mas quando se trata de trilhas ou esqui, eles precisam de equipamentos adequados — ou vão 
congelar ou passar calor”, disse a Sra. Aubrey.
          Em 2024, a Columbia reportou vendas globais de US$ 3,36 bilhões, queda de 3,4% em relação a 2023. O lucro operacional caiu 13%, para US$ 270 milhões. De acordo com a empresa de pesquisa Statista, os Estados Unidos permaneceram como o principal mercado da empresa no ano passado, respondendo por 61% da receita, seguidos pela América Latina e Ásia, Europa, Oriente Médio e África e Canadá.
(Fonte: Valor - 15.04.2025)

14 de abr. de 2025

Terravita

          Os cremes Terravita chegam ao mercado pela primeira vez, em 1983, lançando as bases para o 
crescimento da empresa.
          Em 1988, o lançamento de produtos de confeitaria semiacabados no mercado dá início a uma ampla cooperação com profissionais do setor de confeitaria – artesãos e indústria alimentícia.
          O lançamento das primeiras barras de chocolate acontece em 1990. O principal produto da Terravita chega às mãos dos clientes, tornando a marca um player significativo e competitivo no mercado.
          No ano de 1991, a empresa inicia a produção em sua atual sede em Poznań, na Polônia.
          O início das vendas internacionais dos produtos Terravita e do desenvolvimento de uma estratégia de exportação dá-se em 1993. A Terravita alcança mercados em outros países.
          Em 1994 é lançada uma nova forma de produto. A Terravita lança ocasionalmente figuras de chocolate, como, por exemplo, o Papai Noel.
          A empresa começa a desenvolver a estratégia de marketing em diversos canais de comunicação. O primeiro comercial da Terravita é exibido na televisão em 1997. Atores poloneses em início de carreira apareceram em seus comerciais.
          Nos anos de 1998/1999, comercial de TV com o Sr. Yapa conquista importantes prêmios na votação de melhor comercial de TV – a produção recebe a estatueta Vena duas vezes.
          Ampliando a gama de produtos e fortalecendo sua posição no mercado de chocolates, em 2007 a Terravita lança novas marcas – Alpinella e Cocoacara – e conquista contratos para produzir e fornecer barras de "marca própria" para redes de supermercados e lojas de desconto.
          Avanço nas gramaturas dos produtos e diversificação da categoria com a produção de chocolates de 225g acontecem no período 2011/2012.
          Em 2019 a Terravita amplia o portfólio de produtos semiacabados para profissionais de confeitaria com marca própria sob o nome Bellaria.
          O desenvolvimento dinâmico da empresa e abordagem inovadora à produção, levam a Terravita, em 2021, à aquisição e lançamento de uma moderna linha de produção de chocolates.
          No período 2021/2022 a empresa procede a reformulação da marca de duas linhas de chocolates: Classic 100g e barras grandes 225g.
          A expansão da nova linha de barras grandes recheadas de 235g ocorre em 2022.
(Fonte: site da empresa)

9 de abr. de 2025

Mammoth Brands (antiga Harry's)

          A marca de lâminas Harry's se destacou logo após sua fundação, ao comprar uma fábrica alemã de lâminas em 2014, buscando competir com rivais estabelecidas como Gillette e Schick.
          Ao longo de mais de uma década, a Harry's cresceu e se tornou a segunda maior marca no mercado de barbear masculino dos EUA, de acordo com a Euromonitor, atrás da Gillette, da Procter & Gamble, mas superando as vendas da Schick e de uma rival de venda direta ao consumidor, a Dollar Shave Club.
          Também adicionou outras marcas, incluindo as nacionais (americanas), como a empresa de barbear feminina Flamingo, e comprou outras, como a fabricante de desodorantes Lume.
          Os negócios influenciam o futuro da Mammoth (vide mudança de nome no próximo parágrafo) de outras maneiras. A empresa, então conhecida como Harry's, concordou em se vender para a Edgewell, dona da Schick and Wilkinson Sword, em 2019 por US$ 1,37 bilhão — apenas para que a transação fosse bloqueada por questões antitruste.
          Em abril de 2025, seus fundadores renomeiam a empresa como Mammoth Brands, com a intenção de transformá-la em uma gigante de bens de consumo embalados, apostando em um novo império de produtos de consumo.
          Os fundadores da Mammoth, Jeff Raiser e Andy Katz-Mayfield, querem implementar seu plano de ação novamente, usando a experiência de expandir as operações de e-commerce e firmando parcerias com empresas como Target e Walmart para impulsionar as vendas. Uma grande parte desse plano é comprar startups promissoras, essencialmente replicando o sucesso da Lume.
          “Adoramos a ideia de ter um ecossistema onde um grupo de fundadores está construindo marcas”, disse Jeff Raider, um dos fundadores da Mammoth.
          A empresa conseguiu financiar seu próprio crescimento, além de uma rodada de captação de US$ 155 milhões em 2021 para ajudar a financiar a aquisição da Lume.
          A Mammoth terá que superar alguns obstáculos, incluindo as tarifas do presidente Trump, que podem afetar sua cadeia de suprimentos internacional. Katz-Mayfield disse que a empresa poderia superar qualquer choque: "Vendemos produtos básicos", disse ele. "A boa notícia é que as pessoas tendem a comprar essas coisas nos dias bons e ruins."
          A companhia arrecadou cerca de US$ 835 milhões em receita e quase US$ 100 milhões em lucro antes dos impostos em 2024, com as vendas crescendo mais de 20% nos últimos cinco anos.
(Fonte: The New York Times (DealBook) - 09.04.2025)

31 de mar. de 2025

BRB (Banco de Brasília)

          O BRB (Banco de Brasília) tem como acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal e foi criado em 10 de dezembro de 1964 como Banco Regional de Brasília, obtendo, do Banco Central do Brasil, autorização para funcionar em 12 de julho de 1966. Com sua criação pretendia-se dotar o Distrito Federal de um agente financeiro que possibilitasse captar recursos necessários para o desenvolvimento da região.
          Em 1986, teve sua denominação alterada de Banco Regional de Brasília para Banco de Brasília, permanecendo a sigla BRB.
          Em 1991, transformou-se em banco múltiplo com as seguintes carteiras: Comercial, Câmbio, Desenvolvimento e Imobiliária. Fazem parte do conglomerado financeiro, como empresas coligadas, a BRB — Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, a BRB — Crédito, Financiamento e Investimento e a Corretora Seguros BRB. Há uma participação acionária de 45% na empresa de cartões — Cartão BRB S.A. e de 3,5% como sócio-fundador da Companhia Brasileira de Securitização — CIBRASEC.
          Em setembro de 2019, um acordo entre o Banco de Brasília com a Cielo na área de adquirência de cartões, garantiu uma iniciativa que complementa o portfólio de produtos ofertados pela instituição para empresários e empreendedores do Distrito Federal e região.
          Fora do Distrito Federal, o banco possui agências nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Alagoas, Paraíba, Mato Grosso  Mato Grosso do Sul. Ao todo, o BRB possui 203 pontos de atendimento.
          Em 28 de março de 2025, o BRB firmou contrato para comprar o Banco Master, em um acordo envolvendo 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do banco liderado por Daniel Vorcaro. A aquisição foi aprovada pelo conselho de administração do BRB, conforme fato relevante ao mercado. A assessoria de imprensa do BRB confirmou que o negócio é estimado em R$ 2 bilhões, conforme divulgado pelo jornal Metrópoles em reportagem que cita o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
          O anúncio do acordo agitou o sistema bancário por colocar holofotes na relação de lideranças políticas com Daniel Vorcaro (dono do Master), nas suas operações arriscadas com precatórios e CDBs, e por envolver uma queda de braço entre os bancos para mudar o FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
          Em 17 de junho de 2025, a área técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra do Banco Master pelo BRB. A operação ainda depende de aval do Banco Central. O BRB apresentou ao Cade a proposta de aquisição de ações ordinárias e ações preferenciais, representativas de 58,04% do capital social do Banco Master, atualmente detidas por Master Holding Financeira e DV Holding Financeira. Os bancos informaram ao órgão que a operação será realizada depois de uma reorganização do Master com a segregação de alguns ativos.
(Fonte: Wikipédia / Folha - 29.03.2025 / Valor - 31.03.2025 / 17.06.2025 - partes)

30 de mar. de 2025

Base Exchange

          Após 24 anos desde o fechamento da bolsa no Rio de Janeiro, o Brasil contará com duas bolsas em cidades diferentes para chamar de sua. As operações da bolsa carioca serão sediadas também na Cidade Maravilhosa, em um prédio próximo à orla da praia do Flamengo, e com o nome de Base Exchange. O ano de 2025 poderá marcar então nova fase para o mercado brasileiro.
          A ATG, empresa que está por trás da empreitada, foi fundada em 2010 por ex-executivos da Ágora Investimentos, e desde então sonhava com a operação de uma concorrente da B3. Porém, a companhia esbarrava na falta de acesso às informações necessárias para colocar a ‘operação na rua’. Foi somente em 2019 que, por meio de arbitragem do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), houve um acordo para acesso à sua central depositária.
          Em poucas palavras, é nesse ambiente onde se realiza o registro, aceitação, compensação, liquidação e gerenciamento do risco das ordens de compra ou venda dos produtos, incluindo o mercado de derivativos financeiros, dos mercados à vista de ouro, de renda variável e de renda fixa privado. Sem isso, as barreiras de entrada são ainda maiores.
          Mesmo assim, era preciso resolver mais um detalhe: o dinheiro. Isso porque abrir uma bolsa envolve um custo forte, como relata o CEO da ATG, Cláudio Pracownik. Segundo conta ao Money Times, a ATG tinha capital humano e tecnológico, mas faltava quem bancasse o projeto. Até que a Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi com mais de US$ 300 bilhões em ativos no mundo, comprou mais de 50% da companhia e se tornou sócia majoritária.
          A expectativa é que a Base Exchange ocupe espaço relevante dentro do mercado nos próximos anos. Com a estrutura pronta e o dinheiro, o Rio de Janeiro, na figura do prefeito Eduardo Paes, correu para criar as condições necessárias para a cidade voltar a receber uma bolsa de valores.
          A bolsa do Rio era, até metade do século passado, a mais importante do país e da América Latina. Apesar disso, perdeu protagonismo em meio às crises econômicas nas décadas de 80 e 90. O grand finale foi a atuação do empresário Naji Nahas, que manipulou o preço das ações e provocou uma bolha nos ativos. A quebra do esquema foi suficiente para levar junto a bolsa da cidade em 1989. Desde então, a BVRJ, como era chamada na época, nunca mais se recuperou.
          Pracownik disse que a Base Exchange se encontra (dezembro de 2024) em fase de testes na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e no Banco Central. 
          No início, serão ofertados produtos como ações, BDRs, EFTs, fundos imobiliários e aluguel de ações. Está no plano negociação de renda fixa, porém não num primeiro momento.
          Claudio Pracownik, advogado, foi escolhido para comandar a Base Exchange. Com o gigantesco fundo árabe Mubadala por trás, Pracownik prevê iniciar a operação no primeiro semestre de 2026 e acredita que, a exemplo do que ocorreu nos EUA com o surgimento da Nasdaq, a competição tem potencial para alavancar o mercado
(Fonte: Google News - 10.12.2024 / Folha 30.03.2015 - partes)

27 de mar. de 2025

Miner (gestora)

          A gestora Miner foi criada pelos sócios Geraldo Alves Vieira e Rene Antônio da Silva. A Miner encerrou as atividades em 2019, após causar prejuízo de milhões de reais a investidores em todo o país.
          Em 5 de agosto de 2019, segundo reportagem do G1, a Miner enviou um e-mail a seus clientes afirmando que havia firmado um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para encerrar as atividades, e que decisões relacionadas aos investimentos a fizeram "realizar um prejuízo de 75,27%" do total aplicado. A gestora possuía uma carteira que somava cerca de R$ 120 milhões em ativos sob gestão.
          Em 27 de março de 2025, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que, após fim de julgamento, aplicou um total de R$ 383 milhões em multas aos envolvidos com a gestora Miner.
          O montante é um dos maiores já cobrado pelo regulador a condenados em processos administrativos sancionadores (PAS).
          A Miner e seus administradores foram acusados e condenados por operação irregular e fraudulenta, além da proibição de atuação de seus profissionais no mercado de capitais.
De acordo com o comunicado do regulador, a Miner deverá pagar um total de R$ 191,5 milhões por por administração irregular de carteira de valores mobiliários e prática de operação fraudulenta. Os sócios da gestora Geraldo Alves Vieira e Rene Antônio da Silva arcarão, cada um, com R$ 95,7 milhões, pelas mesmas acusações, perfazendo um total de outros R$ 191,5 milhões.
          Outros envolvidos na operação, Murilo Bittencourt Souza, Mayara Ribeiro dos Santos, Marcelo Alves Teles, Gabriel Freitas Vieira e Cláudio Ewerton Porto Lopes foram condenados por criação de condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários. Todos estão proibidos, por 60 meses, de atuar, direta ou indiretamente, em qualquer modalidade de operação no mercado de valores mobiliários brasileiro.
          A CVM informou que os acusados punidos poderão apresentar recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
(Fonte: Valor - 27.03.2025)

26 de mar. de 2025

23andMe

          A empresa de testes de DNA 23andMe foi criada por Anne Wojcicki e está sediada no Vale do Silício. A startup surgiu em 2006 com o objetivo de oferecer testes de DNA, para descobrir possíveis doenças, dados de ancestralidade e predisposições genéticas.
          Em 2021, a empresa foi avaliada em cerca de US$ 6 bilhões, mas o valor começou a cair após embates legais em relação ao uso dos dados dos clientes, que eram compartilhados com farmacêuticas, para pesquisas.
          A 23andMe esteve no centro de polêmicas em relação ao vazamento de dados genéticos, quando, em 2023, um ataque hacker expôs dados de cerca de 6,9 milhões de clientes da empresa.
          Em meados de março de 2025, uma semana antes do pedido de recuperação judicial, a 23andMe já havia perdido 99% de seu valor de mercado. 
          Em 24 de março de 2025, a empresa entrou com um pedido de falência nos EUA após não encontrar um comprador para assumir a sua operação. A startup tinha até o dia 7 de maio para continuar buscando um investidor.
          Também em 24 de março, Anne, então CEO da empresa, renunciou ao cargo, mas iria permanecer na diretoria da empresa. 
          A companhia continuará a se apresentar aos investidores com o objetivo de obter pelo menos uma oferta ativa, de acordo com documentos judiciais. Esse prazo foi estabelecido pelos credores, que estão buscando permissão judicial para emprestar à 23andMe até US$ 35 milhões (R$ 200,1 milhões).
(Fonte: Estadão - 25.03.2025)