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29 de mai. de 2025

VW Sedan 1600 (Zé do Caixão)

          O país estava vivendo a efervescência da indústria automobilística brasileira da segunda metade dos anos 1960. Tudo mudava rapidamente: a Ford havia comprado a Willys e já começava a produzir no Brasil seu primeiro carro (Ford Galaxie); a General Motors iniciava a produção do Chevrolet Opala com design europeu e mecânica norte-americana; a Simca havia sido comprada pela Chrysler, que acelerava o lançamento de novos modelos; e a Volkswagen havia comprado a DKW, tirando de linha os Belcar e 
Vemaguet. Mudanças que alteraram drasticamente o mercado de carros da época.
          Nessa toada, a VW ficou com um dilema: só tinha para oferecer aos seus consumidores o Fusca (que recebeu nova motorização a ar em 1967), e a Kombi (com motor 1500 inédito). Mas, claro, o consumidor brasileiro queria mais, principalmente quando olhava a gama de novidades do mercado. A marca alemã só tinha o velho, bom e confiável Fusca, além da Kombi, destinada ao uso profissional. Era pouca oferta de produto para uma fabricante que pretendia crescer muito no Brasil.
          Como o Fusca já era dotado de duas portas, a VW achou, por bem, produzir aqui um carro com quatro portas. Assim, haveria mais espaço para as famílias, sem perder a robustez e as boas qualidades mecânicas típicas da marca. Por isso, foram buscar na Alemanha o projeto de um pequeno sedan que utilizava uma plataforma muito semelhante à do Fusca, aproveitando, inclusive, o seu conceito mecânico básico. Apesar de ter sido construído até a fase de protótipos na Alemanha, esse projeto não foi adiante na Europa: a própria marca já tinha carros mais modernos em mente. Assim, a ideia do tal sedã acabou não indo para frente por lá.
          Ele poderia não servir na Alemanha ou na Europa, mas para o Brasil era um prato cheio. Por isso, a toque de caixa, o carro foi apresentado no agitado Salão do Automóvel de 1968, na cidade de São Paulo. Só para que se tenha uma ideia, os exemplares mostrados no Salão eram ainda protótipos, pois a produção em série não havia sido iniciada, fato que ocorreu na metade de janeiro de 1969. O complicado, para o novo carro, é que ele disputava espaço e interesse popular com rivais de peso: nada 
menos do que o Ford Corcel e o Chevrolet Opala!
          Se existia um adjetivo que não cabia ao novo Volkswagen 1600, sem dúvidas, era “bonito”. Todo quadrado com linhas retas, ele mais parecia um caixote, e não um carro. Perto de outros carros que também estavam sendo lançados, o Sedan 1600 ficava até envergonhado. Esse fato acabou gerando um apelido pelo qual o VW (Sedan 1600) ficou conhecido: “Zé do Caixão”. E, para confirmar o jocoso apelido, os bem-humorados falavam que suas 4 maçanetas pareciam as alças de um caixão. Uma decisão infeliz de design.
          Mas o carro tinha qualidades inegáveis, como a praticidade das quatro portas para o dia a dia, uma mecânica impecável com o seu motor 1600 a ar de ventoinha alta (rendendo 60 cv de potência), além de um bom espaço de porta-malas na dianteira e uma considerável agilidade no trânsito. Mas o design, esse era complicado…
          Em que pese as vantagens do Sedan 1600, ele era feio perto do Opala e do Corcel. Claro que o consumidor, ávido por novidades, correu para comprar os carros mais bonitos, e o patinho feio ficou esquecido na lagoa. Um fracasso retumbante! Ele foi fabricado do início de 1969 até meados de 1971. Nesse período foram produzidas cerca de 25 mil unidades.
          Para complicar ainda mais a desgraça do carrinho, ainda no final de 1970 um grande incêndio na fábrica da VW, em São Bernardo do Campo (SP), fez com que a marca tirasse de cena o carro que, se não fosse tão feio, poderia ser a salvação da lavoura. Grande parte dos Sedan 1600 tornaram-se táxi, graças à robustez de sua mecânica e a praticidade das quatro portas. Esse foi outro estigma do modelo na época: além do apelido nada positivo, ficou conhecido pelo grande público como “carro de taxista”.           Pressionada pela imprensa para dar explicações sobre tamanho desastre comercial, até que a Volkswagen se saiu bem: "O carro foi desenvolvido penas para suprir um nicho de mercado".

 Fonte: msn - Douglas Mendonça - 21.05.2025 - parte)




Volkswagen Sedan 1600 era prático, com quatro portas, mas destoava dos estilos modernos do Opala e Corcel 


28 de mai. de 2025

Club Med

          O Club Méditerranée, também conhecido como Club Med, rede de resorts francesa, foi criado em 27 de abril de 1950 por um antigo membro da equipe belga de polo aquático, Gérard Blitz, inspirado no clube olímpico de Calvi, na Córsega. Na primeira temporada, convidou seus amigos desportistas de antes da guerra e companheiros da Resistência com os quais promoveu, sob patrocínio do governo belga, a reinserção de belgas egressos dos campos de concentração, em um hotel de Engelberg, Suíça.
          Em 1956, o Club Méditerranée abre seu primeiro village ("aldeia") de inverno em Leysin, Suíça.
          Em 1974, por dificuldades financeiras, nove outros acionistas adquiriram a maior parte do capital da empresa, dentre os quais, Gianni Agnelli, (presidente da Fiat), e o Club abre novos hotéis (chamados villages) na Itália.
          Em 2004, após o falecimento de Gianni Agnelli, a nova direção financeira da Fiat decide ceder 28,9% das ações do Club Med ao grupo Accor, que assim se torna o acionista principal.
          No Brasil, o Club Med tem três unidades: o Club Med Rio das Pedras, inaugurado em 1989 em Mangaratiba (Rio de Janeiro), com 379 quartos em 260 mil metros quadrados, o Club Med Trancoso, inaugurado em 2002 na Bahia, com 280 quartos em 274 mil metros quadrados. e o Club Med Lake Paradise, inaugurado em 2016 em Mogi das Cruzes (São Paulo), com 377 quartos em 1,2 milhão de metros quadrados.
          O Club Med avança com a construção do resort Club Med Gramado, no Rio Grande do Sul. Desenvolvido em parceria com a empresa brasileira de entretenimento DC Set Group, o resort foi anunciado há dois anos e tem inauguração prevista para 2027. “Gramado tem um apelo muito forte”, disse o Sr. Daudet, citando seu status consolidado como destino turístico, juntamente com sua gastronomia, vinhos, chocolates e clima de inverno.
          O filósofo francês Charles-Louis de Secondat, mais conhecido como Barão de Montesquieu, disse certa vez que viajar expande a mente. Se dependesse do Club Med, os brasileiros permaneceriam abertos por muito tempo. Em 2024, a marca gerou R$ 768 milhões em receita com clientes brasileiros — um aumento de 7,8% em relação aos R$ 712 milhões registrados em 2023. O valor inclui a receita de brasileiros hospedados nos resorts do Club Med, tanto no Brasil quanto no exterior.
O crescente interesse dos brasileiros pelo Club Med também se reflete no desempenho da empresa na América do Sul. Em 2024, o Club Med recebeu 183.000 clientes sul-americanos em seus resorts em todo o mundo — dos quais 163.000 eram do Brasil. "O mercado brasileiro está apresentando um crescimento muito forte", disse o Sr. Daudet.
          O Brasil é um dos cinco principais mercados globais do Club Med, ao lado da China, Estados Unidos, Canadá e França. A empresa opera atualmente cerca de 70 resorts em todo o mundo. Os únicos na América do Sul estão localizados no Brasil. No ano passado, o Club Med registrou uma receita global de € 2,09 bilhões — um aumento de 7% em relação a 2023 — atendendo a mais de 1,5 milhão de clientes. Sua taxa média de ocupação aumentou de 73% em 2023 para 75% em 2024.
(Fonte: wikipédia / Valor - 21.05.2025)

22 de mai. de 2025

Fashion Mall

          O shopping center Fashion Mall é considerado um templo do consumo de luxo do Rio de Janeiro. A ideia original  era ser um shopping que atendesse todo tipo de público, com lojas de vários padrões de consumo. Mas, havia um impedimento. O Fashion Mall era bem menor que os gigantesco 
shoppings espalhados pela cidade e não tinha muito como se expandir para ganhar escala.
          Num leilão realizado em 2001, a empresa que administra o shopping, a In-Mont, fez parte do consórcio que arrematou o shopping por 74,3 milhões de reais. Também faziam parte do consórcio os grupos Monteiro Aranha, Pinto de Almeida e o empresário João Carlos de Almeida Braga, o Braguinha. O leilão foi realizado pelo antigo dono, a Bradesco Seguros.
          Os administradores perceberam, então, que o bairro carioca de São Conrado, onde está instalado, abriga consumidores de alto poder aquisitivo e decidiram apostar no perfil da vizinhança, voltando-se para um público de elite. Nesse período, o conjunto de lojas passou a ter marcas dirigidas a esse pessoal,
como as joalherias Natan e H. Stern e a sofisticada gripe de óculos carioca Lunetterie.
          No início de novembro de 2002, o Fashion Mall concluiu uma reforma que levou oito meses e que consumiu 10 milhões de reais. O novo espaço, ampliado em 2.200 metros quadrados passou a abrigar algumas das grifes mais apreciadas. A reforma criou um terceiro andar, cercado de jardins. "Ampliar o shopping foi a única forma de abrigar lojas como a Empório Armani, que precisava de mais de 700 metros quadrados", diz Jussara Novararis, superintendente de marketing da In-Mont.
          Frequentado por clientes abastados, o shopping tem grifes como Empório Armani, Ermenegildo Zegna, Kenzo e Hugo Boss. Como costuma acontecer nesse tipo de comércio, grifes atraem mais grifes. "Chegamos a ficar em dúvida entre abrir nossa loja carioca em Ipanema ou no Fashion Mall", afirma o empresário Andre Brett, da Vila Romana, que trouxe a grife Ermenegildo Zegna para São Paulo em 1997 e estava entrando no Rio.
          Com a ampliação e as novas marcas, o Fashion Mall concluiu uma reestruturação estratégica que fechou o foco do negócio na classe A.
(Fonte: Exame - 27.11.2002)

21 de mai. de 2025

Hellmann's

          A maionese Hellmann's existe desde 1913. A Hellmann's e a Maizena (amido de milho) se destacavam dentro do portfólio de produtos da RMB - Refinações de Milho, Brasil.
          Em outubro de 2000, a Bestfoods, cujo braço brasileiro é a RMB, é adquirida pela Unilever por 24 bilhões de dólares.
          Numa época em que poucas marcas disputavam a produção industrial de molhos, uma delas se destacou no Brasil com a assinatura de um jingle que até hoje ressoa na cabeça de muitos consumidores: “A verdadeira maionese”. Com base em sua presença na mesa brasileira desde a década de 1950, a Hellmann’s fez uma ativação nostálgica que chamou a atenção m 2024. Conectando o antigo slogan com a então atual campanha (“Com a Hellmann’s, o domingo fica tudo de bom”), realizou a exposição “A verdadeira arte”: as obras eram fotografias de saladas de maionese decoradas enviadas pelos próprios consumidores.
          Carolina Riotto, CMO da Unilever Alimentos no Brasil & head de condimentos para a América Latina, diz que a estratégia foi motivada por uma pesquisa que revelou que aproximadamente 60% dos brasileiros consomem salada de maionese em pelo menos metade dos domingos em família. “É um prato que faz parte da cultura do Brasil e tem diferentes versões pelo país, se tornando um símbolo afetivo passado de geração em geração”, diz.
(Fonte: Estadão - 20.04.2025 - parte)

20 de mai. de 2025

Flensburger Brauerei

          A Flensburger Brauerei (cervejaria Flensburger) está localizada em Flensburg, no estado de Schleswig-Holstein, no extremo norte da Alemanha . É uma das últimas cervejarias em operação em todo o país que não faz parte de um grupo cervejeiro maior. A empresa foi fundada em 6 de setembro de 1888 por cinco cidadãos de Flensburg. Hoje, ainda é controlada principalmente pelas famílias fundadoras Petersen e Dethleffsen.
          A empresa explica que fabrica as cervejas de Flensburger da cevada costeira de Schleswig-Holstein e lúpulo aromático. A água de fabricação de cerveja cristalina é extraída da geleira de Flensburg, encravada entre a fronteira da Alemanha e Dinamarca.


O edifício do Flensburger Brauerei
          Antes da refrigeração moderna, a cervejaria costumava cortar blocos de gelo de lagos congelados no inverno e trazê-los de volta para a cervejaria, a fim de manter suas instalações subterrâneas de armazenamento frescas no verão. A cervejaria ainda opera seu poço de água, que é abastecido por uma veia subterrânea de água derretida da Era Glacial, proveniente da Escandinávia.
          Considerando números de 2008, a empresa tinha cerca de 120 funcionários e é conhecida por executar processos de produção tecnicamente avançados e altamente automatizados.
Fábrica de engarrafamento para garrafas com tampa basculante na Flensburger Brauerei

          Todos os produtos Flensburger são engarrafados em garrafas de vidro com a tradicional tampa flip-top (swing-top). Isso exige diversos mecanismos complexos para a produção em larga escala, abrangendo a limpeza das garrafas e o processo de reciclagem. 

(Fonte: Wikipédia - parte)

18 de mai. de 2025

FG Empreendimentos

          Francisco Graciola tinha uma barbearia, uma alfaiataria e uma lanchonete quando construiu seu primeiro edifício residencial, lá pelo início da década de 1980.
          O dinheiro que juntou com os pequenos negócios deu para erguer um predinho de quatro andares em Blumenau, cidade onde morava quando realizou seu primeiro empreendimento imobiliário 
          Mas o investimento demorou para retornar. Quando o empreendimento estava em obras, uma enchente atingiu a região, e Seu Chico – como é chamado por amigos e funcionários – perdeu os materiais. A estrutura que já existia acabou servindo de abrigo improvisado a uma dezena de famílias afetadas, o que adiou ainda mais a retomada.
          Depois de alguns meses conseguiu finalizar o prédio, pegando gosto pelo mercado imobiliário. Dali fez outro de 12 pavimentos e depois outro de 18, e só foi crescendo.
          Esses investimentos foram o embrião da FG Empreendimentos, hoje a maior incorporadora de Balneário Camboriú – e responsável pelos maiores arranha-céus da cidade.
          Em 2025, aos 73 anos, Seu Chico se prepara para o projeto mais ambicioso da FG: a construção do prédio residencial mais alto do mundo, com 550 metros de altura e 157 andares – e tendo como sócio o empresário Luciano Hang, da Havan.
          Com 228 unidades (das quais 18 são “mansões suspensas”) e um VGV impressionante de R$ 8,5 bilhões, o Senna Tower foi lançado em 10 de maio (2025) em Balneário Camboriú pela FG. Só a maquete apresentada no lançamento tem 14 metros de altura, o equivalente a um prédio de quatro andares.
          Os preços dos apartamentos vão variar de R$ 28 milhões a R$ 40 milhões. Já as mansões suspensas, de R$ 40 milhões a R$ 60 milhões. Haverá ainda coberturas triplex a partir de R$ 300 milhões.
          Se tudo der certo o edifício – um projeto gestado desde 2019 – deve ficar pronto daqui a oito anos e vai superar em altura o Central Park Tower, um residencial com 472,4 metros em Nova York, e será o sexto maior edifício do mundo considerando também os prédios comerciais.
          Em Balneário, o Senna Tower reinará sozinho na orla por ter quase o dobro da One Tower, também da FG, que tem 290 metros e ainda é o maior residencial da América Latina.
          Ao se valer da marca Senna, em um acordo que dá um percentual das vendas à família do lendário piloto brasileiro, a FG turbinou ainda mais um prédio voltado para o público de altíssima renda, vinculando-se a um ícone de um esporte associado ao luxo.
          Aos nove anos Seu Chico perdeu um olho em um acidente de trabalho na roça e ouviu o seguinte conselho do médico que o tratou: “roça é perigo, se não quiser perder o outro olho, vá trabalhar na cidade.”
          Chico foi, e no centro de Gaspar, sua cidade natal no interior catarinense, arrumou um emprego de barbeiro. Com o que aprendeu, abriu a própria barbearia em Blumenau, só para não concorrer com o ex-patrão que lhe ensinara tudo. Surgia um empreendedor.
          No ano que Senna morreu, os Graciola já haviam construído seu primeiro prédio em Balneário, mas seus negócios imobiliários ainda estavam na pessoa física. Não havia uma FG Empreendimentos.
          A coisa mudou de figura quando seu filho mais velho, Jean, então com 24 anos, se juntou ao pai para estruturar um negócio de real estate, em 2003, surgindo a FG (de Francisco Graciola)
          Balneário Camboriú se consolidou como o principal mercado da empresa depois que uma mudança no plano diretor da cidade removeu os limites de altura, em 2008.
          Dali em diante, a FG se especializou em arranha-céus, tendo como hábito colocar sua sigla no topo dos prédios, como uma marcação de território, uma inspiração que Jean foi buscar em suas viagens a Dubai, uma cidade que respira luxo.
          Do ponto de vista de governança, o ponto de virada para a FG foi 2012, quando Jean se organizou para a empresa ter um conselho e balanços auditados. Foi ali que passou a existir uma hierarquia mais clara, com ele de CEO e o pai como chairman.
          “Eu e meu pai somos complementares: enquanto ele tem uma visão de futuro, olhando oportunidades, eu tenho um perfil mais de gestor,” disse Jean, nascdo em 1980.
          Em sua história, a FG já construiu 65 empreendimentos em Balneário, sendo que mais de 30 têm mais de 100 metros de altura.
          Para ajudá-la com a engenharia dos prédios cada vez mais altos, a FG conta com os serviços de Fatih Yalniz, um engenheiro especialista em edificações altas, que exigem uma fundação específica e tecnologias para que o morador não sinta o prédio balançando. A FG até criou sua própria consultoria, a FG Talls, para ajudar quem pretende construir arranha-céus em outras regiões.
          O crescimento se valeu ainda de parcerias com nomes famosos, começando em 2013 pela atriz Sharon Stone, que aceitou ser garota-propaganda da marca, até a família de Cristiano Ronaldo, que também se tornou um investidor e está espalhado pela cidade em outdoors da FG ao lado da sua mãe e irmã.
          O acordo com a marca Senna surgiu por iniciativa da família do piloto, que já estava buscando algum empreendimento imobiliário para vincular à marca e conheceu a FG por meio de um amigo em comum da família Graciola.
          A FG já tinha um empreendimento sendo preparado, o Triumph Tower, e aproveitou para transformá-lo em Senna Tower, passando também por adaptações no projeto em si.
          Das conversas de Jean e Seu Chico com a família Senna surgiram ideias como ter no edifício um museu para o piloto e também uma pista de kart, dois grandes atrativos para compradores apaixonados por Senna.
          O conceito do empreendimento é assinado pela antropóloga Lalalli Senna, sobrinha de Ayrton, que desenvolveu uma narrativa baseada na jornada do herói. Para quem estiver vendo o prédio de fora, a lateral vai lembrar uma pista de corrida, e haverá a impressão de que o edifício não tem fim.
          Em uma das características do prédio que remetem a velocidade, o elevador será capaz de ir do térreo ao último andar em menos de um minuto, ou seja, mais veloz do que a volta mais rápida de Senna na F1. “Depois que mudamos o nome da torre para Senna Tower veio uma avalanche de ligações, principalmente de fãs que queriam saber como seria o projeto,” disse Seu Chico.
          Embora a FG esteja sempre se superando com prédios cada vez maiores, o Senna Tower deve seguir como o mais alto por um bom tempo, até para que seu status de exclusivo não seja perdido rapidamente.
(Fonte - Metro Quadrado - 12.05.2025)

16 de mai. de 2025

Inspira

          Inspira é uma rede de escolas de ensino fundamental, criada em 2018, controlada por um fundo do BTG Pactual. Em janeiro de 2024, o BTG (sócios e fundo) detém 75% do Inspira; André Aguiar, CEO da empresa, 
detém cerca de 20%, sendo o restante distribuído entre os fundadores das escolas adquiridas.
          O gestor de private equity L. Catterton estava em negociações avançadas com a Inspira no final do ano passado e estava disposto a pagar cerca de 200 milhões de dólares por uma participação de 30% no grupo escolar, dizem as fontes. As conversações fracassaram devido a divergências sobre a governança e o cálculo do EBITDA.
          Em 2023, a Inspira recebeu um investimento de R$ 1 bilhão da Advent e do Conselho de Investimentos do Plano de Pensão do Canadá (CPPIB), adquirindo uma participação de 30%.
          Até janeiro de 2024 o Inspira fez 35 aquisições e teve que desembolsar R$ 1,1 bilhão desde 2018 –quando foi criado com aportes do fundo e de parceiros do banco BTG.
          A Inspira adquiriu recentemente o Colégio Amadeus em Aracaju, marcando sua entrada na cidade.
(Fonte: .......24.01.2024)

MBRF

          As gigantes de carnes Marfrig e BRF anunciaram em 15 de maio de 2025 a fusão dos negócios das duas empresas, dando origem à MBRF Global Foods Company. A transação prevê a incorporação das ações da BRF pela Marfrig em uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da 
BRF detida.
          A vertente de crescimento da nova empresa — formada por Marfrig, BRF e a americana National Beef — está nos Estados Unidos, Oriente Médio e China. Do faturamento total da MBRF, 43% virão do mercado americano.
          Nesse cenário, uma possibilidade de redomicílio considerada pela companhia é a América do Norte. Marcos Molina, controlador e presidente dos conselhos de administração de Marfrig e BRF, afirmou que a administração vem preparando a BRF para este momento há três anos, desde que a Marfrig assumiu o controle da companhia de aves e suínos. Após a virada nos resultados da BRF para o azul, as duas já vinham trabalhando com sinergias comerciais, por exemplo.
          Como as ações das duas têm hoje praticamente a mesma cotação, essa relação de troca vai impor 
uma perda ao menos momentânea para os detentores de papéis da BRF.
          Para viabilizar a fusão, Marcos Molina — o fundador e controlador da Marfrig, com 72% do capital — está abrindo mão do controle do negócio.
          O segundo maior acionista será o Salic, o fundo soberano da Arábia Saudita, que hoje tem 11% da BRF e ficará com 10% da nova companhia. Outro grande acionista da nova empresa será a Previ, que tem 5,9% da BRF e ficará com 5,1% da MBRF.
          A MBRF nasce como uma das maiores empresas de alimentos do mundo, presente em 117 países com marcas como Sadia, Perdigão, Qualy, Banvit e Bassi e um portfólio multiproteínas, com carne 
bovina, suína e de aves, produtos industrializados, pratos prontos e pet food.
          Em 3 de junho de 2025, a área técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sugeriu a aprovação sem restrições da fusão entre Marfrig e BRF. Se nos 15 dias seguintes a aprovação não for questionada por algum dos conselheiros do órgão antitruste ela será considerada aprovada em definitivo. A operação prevê a incorporação das ações da BRF pela Marfrig em uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig para cada papel da BRF. No parecer a SG indica que a Marfrig já é atualmente titular de 50,49% das ações da BRF, portanto, a operação não implicará em transferência de controle.
(Fonte: Valor - 15.05.2025 / Brazil Journal - 15.05.2025 / Valor - 04.06.2025 - partes)

11 de mai. de 2025

Krispy Kreme

          A Krispy Kreme existe desde 1937, quando Vernon Rudolph começou a vender seus donuts em Winston-Salem, nos EUA. O sucesso veio rápido, especialmente com o Original Glazed — o clássico 
donut coberto por uma fina camada de glacê.
          No início de fevereiro de 2024, a rede de lojas de conveniência AmPm assinou acordo para criar uma joint venture com a americana Krispy Kreme para vender donuts, as rosquinhas de massa açucarada frita e cobertura variada, nos postos Ipiranga. O contrato de associação entre as partes foi
assinado nos Estados Unidos.
          A previsão é de que a operação tenha início entre o fim de 2024 e o início de 2025. A parceria vai começar por São Paulo para, em seguida, alcançar outros estados. O modelo será semelhante ao operado pela Krispy Kreme em outros países com redes de varejo como 7Eleven, Tesco e Walmart. No Brasil, portanto, seus donuts estarão disponíveis somente na rede de lojas próprias e nas lojas AmPm (que tem hoje 1,5 mil unidades em postos Ipiranga no país). Em comunicado sobre o acordo nos Estados Unidos, a Krispy Kreme diz que o Brasil representa um mercado de crescimento prioritário para a empresa e que essa expansão sucede à chegada da marca em Paris, em dezembro de 2023. Com sede em Charlotte, na Carolina do Norte (EUA), a empresa foi fundada em 1937 e hoje tem mais de 13 mil pontos de venda em mais de 35 países do mundo, mas principalmente nos Estados Unidos e no Canadá.
          Hoje (maio de 2025), a marca está presente em 40 países e acabou de inaugurar sua primeira loja no Brasil, na Av. Presidente Juscelino Kubitschek, em São Paulo.
(Fonte: Época Negócios 18.03.2025 / Estadão - 09.05.2025 - partes)

8 de mai. de 2025

Skechers

          A fabricante de calçados Skecher, com sede na Califórnia, foi fundada em 1992 por Robert Greenberg, que apostou em criar calçados de qualidade, confortáveis e com preços acessíveis. Por causa disso, a Skechers construiu um público fiel entre profissionais que precisam passar o dia inteiro de pé (como enfermeiras, socorristas e funcionários de restaurantes), bem como pessoas idosas. A marca também tem um preço acessível se comparado com seus rivais. Enquanto um tênis Nike e Adidas sai em média por US$ 160, um Skechers custa em torno de US$ 60.
          Em 5 de maio de 2025, a 3G Capital anunciou a aquisição da Skechers, em um negócio avaliado em US$ 9,4 bilhões (aproximadamente R$ 53,4 bilhões). A transação marca a estreia da 3G Capital no setor de calçados — um setor que cresce a uma taxa anual de 7% e que deve manter esse ritmo nos próximos anos, segundo fontes familiarizadas com o assunto. O mercado global é dominado por Nike e Adidas,
          De acordo com os termos do acordo, a 3G deterá cerca de 80% da Skechers, enquanto a família fundadora Greenberg ficará com quase 20%. Assim que o acordo for finalizado, a Skechers se tornará uma empresa de capital fechado. A marca gera aproximadamente US$ 9 bilhões em receita anual, em comparação com US$ 51 bilhões da Nike e US$ 27 bilhões da Adidas.
          A 3G Capital pretende pagar US$ 63 por ação em dinheiro por todas as ações em circulação da Skechers. O acordo proposto representa um prêmio de 30% sobre o preço médio ponderado por volume das ações nos últimos 15 dias, informaram as empresas. A transação foi aprovada por unanimidade pelo conselho de administração da Skechers e deve ser concluída no terceiro trimestre de 2025.
          Greenberg — que tem 85 anos (maio de 2025) e ainda é o CEO e chairman da companhia — continuará à frente do negócio e manterá uma participação ainda não revelada.
          A 3G Capital, mais conhecida por suas participações majoritárias na AB InBev e no Burger King, conta com o investidor Alex Behring entre seus principais nomes. A empresa foi fundada originalmente pelos bilionários brasileiros Carlos Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, que venderam suas participações na 3G em 2022. O Sr. Lemann também é investidor da marca de calçados esportivos On 
Running.
          A Skechers permanecerá sob sua atual equipe de liderança, incluindo o presidente e CEO Robert Greenberg.
          Em comunicado ao mercado, a Skechers afirmou que o acordo inclui uma opção para os acionistas existentes receberem US$ 57 em dinheiro, além de uma unidade não negociável de capital em uma empresa privada recém-criada ("Nova LLC") que se tornará a holding da Skechers após a conclusão da transação.
"Com um histórico comprovado, a Skechers está entrando em seu próximo capítulo em parceria com a empresa global de investimentos 3G Capital", disse Robert Greenberg no comunicado. "Dado seu histórico notável em facilitar o sucesso de alguns dos negócios de consumo globais mais icônicos, acreditamos que esta parceria apoiará nossa talentosa equipe na aplicação de sua expertise para atender às necessidades de nossos consumidores e clientes, ao mesmo tempo em que possibilita o crescimento da empresa a longo prazo."
          “Estamos entusiasmados com a parceria com a Skechers e ansiosos para trabalhar com um empreendedor do calibre de Robert e a talentosa equipe da Skechers”, disseram Alex Behring, cofundador e sócio-gerente da 3G Capital, e Daniel Schwartz, sócio-gerente, também no comunicado. “Nossa equipe na 3G Capital foi criada para fazer parcerias com empresas como a Skechers.”
          A Greenhill, afiliada da Mizuho, ​​atuou como consultora financeira exclusiva da Skechers, enquanto a Latham & Watkins LLP atuou como consultora jurídica principal. A J.P. Morgan Securities LLC foi a consultora financeira exclusiva da 3G Capital, com a Paul, Weiss, Rifkind, Wharton & Garrison LLP como consultora jurídica principal e a Kirkland & Ellis LLP fornecendo consultoria 
jurídica e financeira.
          Com 5.000 lojas em todo o mundo, a Skechers está de olho na expansão para além de seus principais mercados, Europa e Estados Unidos. América Latina e Ásia são vistas como vetores-chave de crescimento. A empresa entrou no Brasil em 2007 e atualmente opera 15 lojas no país. Os EUA respondem por 38% das vendas globais da Skechers, enquanto China e Vietnã são os principais polos de fabricação da empresa, de acordo com uma reportagem do Financial Times.
(Fonte: Valor - 05.05.2025)

2 de mai. de 2025

Austral

          A marca brasileira de moda masculina Austral foi fundada em 2016 por Felipe Bacellar e Joaquim de Barros, que se conheceram enquanto cursavam administração de empresas.
          A Austral rapidamente ganhou popularidade entre consumidores de classe média alta, de 25 a 35 anos — especialmente atletas e surfistas com consciência ambiental — que buscam moda de alta qualidade a preços acessíveis.
          Esses consumidores estão dispostos a pagar até R$ 300 por uma camiseta de algodão. Na coleção de inverno, as jaquetas custam R$ 598 e os moletons, R$ 498. O apelo da marca é reforçado pelo uso de práticas de fabricação sustentáveis.
          O grande avanço da marca veio com sua entrada no varejo físico em 2020, capitalizando as vagas no varejo geradas pela pandemia e pelo boom do e-commerce.
          Percebendo a necessidade de se consolidar em shoppings de alta renda, os fundadores firmaram uma parceria em 2021 com o investidor anjo Geraldo Pernet para abrir lojas físicas. O foco foi em locais compactos e com design clean em áreas nobres, o que desencadeou um efeito dominó de novas inaugurações e consultas de outros shoppings e potenciais parceiros. Em meio a especulações sobre novas aquisições por grupos como Arezzo e Soma, e com a Riachuelo e a Renner buscando ativamente marcas de moda, o mercado voltou sua atenção para a Austral.
          Entre 2022 e 2023, a empresa cresceu quase 40%, atingindo R$ 15 milhões em receita, segundo estimativas dos shoppings parceiros, que recebem um percentual das vendas. Esse número quase dobrou em 2024, chegando a R$ 30 milhões, com um lucro líquido modesto.
          Em acordo assinado em 17 de abril de 2025, a Austral vendeu 40% de sua participação para Alexandre Brett, sócio da Br Labels, e David Bobrow, CEO da Tip Top, em um negócio que atraiu a atenção de grandes varejistas de vestuário e casas de moda tradicionais.
          Segundo fontes, no acordo com Brett e Bobrow cada um adquiriu 20% de participação. Esta é a primeira vez que os dois executivos se tornam sócios de uma empresa. O negócio foi fechado a título pessoal, com seus respectivos negócios permanecendo separados da Austral.
          Os recursos serão reinvestidos na empresa para apoiar a expansão, especialmente o lançamento de um modelo de franquia. A transação não visa a desalavancagem dos negócios e os novos sócios não devem receber remuneração no curto prazo.
          De acordo com executivos do setor, a Austral foi avaliada entre 9 e 10 vezes seu EBITDA, estimado em R$ 4 milhões a R$ 5 milhões para 2024. A empresa não divulgou nenhum valor relacionado ao negócio.
          Fontes disseram ao jornal Valor que, além de Brett e Bobrow, outros interessados ​​incluem Riachuelo, Aramis, Paramount, o grupo Via Veneto e Shoulder, esta última solicitando mais tempo para explorar a oportunidade.
“Começamos de forma informal, depois passamos por uma fase de maturidade e completamos esse ciclo nos shoppings. Mas, para escalar, precisávamos de parceiros para ajudar a estruturar o negócio”, disse Bacellar.
          Brett e Bobrow já conheciam os fundadores quando o interesse dos investidores começou a crescer em meados de 2023. A boutique de fusões e aquisições Target Advisor liderou as negociações. Inicialmente competindo separadamente, Brett e Bobrow concordaram posteriormente — por sugestão da Target — em formar uma parceria em um negócio conjunto.
          Bobrow contribuirá com a administração, estrutura organizacional e finanças, enquanto Brett apoiará o desenvolvimento comercial e de produtos, cada um contribuindo com seus pontos fortes individuais. O Sr. Brett enfatizou que os fundadores continuarão a liderar as operações, garantindo a integridade da identidade da empresa.
          Questionado sobre a possibilidade de conflitos de gestão, o Sr. Bobrow afirmou que todos os acionistas assinaram um acordo que define as funções, com os fundadores mantendo o controle. "Não se pode comparar isso com os negócios culturalmente complexos que vimos no setor. David e eu aprendemos com os sucessos e fracassos neste setor, então sabemos o que não repetir", disse ele durante uma entrevista na sede da Austral.
          Alexandre Brett vem de uma família que se destacou importando marcas de luxo como Giorgio Armani, Ermenegildo Zegna e Calvin Klein para o Brasil nos anos 2000. Ele trouxe a marca italiana de jeans Replay para o país em 2017 e agora lidera a Br Labels.
          O Sr. Bobrow, que comanda a Tip Top com suas 130 lojas, já desenvolveu uma estratégia inicial de franquias para a Austral. "Não pretendemos abrir mais lojas próprias neste momento", disse ele. "Queremos alavancar a expertise regional de certos investidores por meio de franquias. Dessa forma, podemos acelerar a expansão sem gastar dinheiro."
          O negócio destaca uma tendência crescente entre investidores que buscam marcas que combinam com sucesso o estilo casual com marcas aspiracionais, como Reserva e Osklen. Consultores de investimento afirmam que há uma demanda crescente por marcas de moda masculina de médio porte com espaço para crescer, mesmo no atual cenário econômico desafiador do Brasil.
          “Construir um negócio como a Austral no Brasil hoje não é uma tarefa fácil. É por isso que ativos com esse perfil são procurados”, disse Douglas Carvalho, sócio-fundador da Target Advisor, que anteriormente assessorou Brett na venda da Mandi, VR e Calvin Klein em 2011.
          O negócio envolveu os escritórios de advocacia LO Batista e Madrona Fialho, para os investidores, e o Spinelli Advogados, para os fundadores.
          Investimentos recentes sugerem uma concorrência crescente no segmento de mercado que combina conforto, tecnologia e sustentabilidade. Grandes players estão se movimentando: em 2024, a Aramis lançou a Urban, uma coleção focada em itens básicos e sustentáveis. Enquanto isso, a queridinha das mídias sociais Insider assinou um acordo de fornecimento de fibras em março com o apoio da gigante de celulose e papel Suzano, usando um processo sem produtos químicos.
          Atualmente (maio de 2025), a Austral opera seis lojas: Iguatemi São Paulo (sua flagship, inaugurada em 2021), JK Iguatemi, Pátio Higienópolis, Morumbi Shopping, Catarina Fashion Outlet e Iguatemi Alphaville. Em dezembro de 2023, a marca teve o maior faturamento por metro quadrado no shopping Iguatemi, em São Paulo, segundo o Valor.
(Fonte: Valor - 24.04.2025)