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3 de jul. de 2020

Banco Renner

          O Banco A. J. Renner foi criado em 1981 pela família Renner, em Porto Alegre, e o nome faz alusão a Antônio Jacob Renner, o patriarca da família e fundador também das Lojas Renner, varejista de moda que hoje em dia não tem mais nenhuma ligação com a instituição financeira nem com a família Renner.
          Em 2009, o bispo Edir Macedo Bezerra anunciou a intenção de comprar uma fatia de 40% no Banco Renner, mas a operação só saiu em 2013, quando ele e a esposa Ester adquiriram uma fatia de 49%. 
          Eles foram considerados pelo Banco Central como investidores estrangeiros, por terem domicílio no exterior e, assim, a compra precisou de um decreto da presidente Dilma Rousseff considerando o investimento como de interesse do governo brasileiro.
          Em 2018, já no governo Michel Temer, foi editado novo decreto com a possibilidade de a fatia estrangeira no capital ser elevada para até 80%. Na ocasião, o colunista Lauro Jardim, de O Globo, publicou que Edir Macedo vinha pressionando o governo para conseguir aumentar sua participação no banco, mas que esbarrava em objeções da área técnica do Banco Central.
          Questionado pelo jornal Valor sobre por que Edir Macedo é considerado investidor estrangeiro, o BC afirmou que, “nos termos da legislação vigente, o domicílio no exterior, que abrange o domicílio fiscal, caracteriza o investidor como estrangeiro, para fins de sua participação no Sistema Financeiro Nacional”.
          O Banco Renner tem 11 pontos de atendimento. O foco de atuação do banco é o financiamento de veículos usados, atuando nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Também atua em operações de crédito de capital de giro, desconto de títulos, crédito consignado privado, entre outros, “frutos da sociedade com o Grupo Record”. Questionado sobre essa parceria, o banco afirmou que “a atuação é a mesma como qualquer outra empresa de mercado, em qualquer operação de crédito e investimento, conforme normas estabelecidas pelo órgão regulador”.
          Sobre qual seria sua exposição total ao Grupo Record, o banco diz apenas que “temos voltado nossos investimentos para a mídia digital”. Segundo o balanço de 2019, a exposição aos dez maiores clientes equivale a 4,3% da carteira total.
          O Banco Renner também é dono do banco digital Digi+, que afirma ter mais de 100 mil clientes e patrocinou alguns clubes de futebol. Frederico Renner Mentz, filho de Felícitas (que fazia parte da administração do Banco Renner) é um dos idealizadores do projeto do Digi+.
          No início de julho de 2020, o bispo Edir Macedo, que já tinha uma fatia de 49% no Banco Renner, adquiriu o controle da instituição, após receber recentemente o aval do Banco Central.
Edir Macedo assumiu o controle do Banco Renner com participação indireta de 89,9% no capital votante e de 76,3% no capital total.
          Felícitas e Mathias Otto Renner faziam parte da administração do Banco Renner e eram os sócios controladores até a transferência agora para Edir Macedo.
          Edir Macedo é dono da Rádio e Televisão Record S.A., que por sua vez controla a BA Emprendimentos e Participações, que é dona da Renner Participações, que controla o banco A. J. Renner. Edir Macedo provavelmente alterará o nome do banco.
          Na Renner Participações, Edir Macedo é sócio da MJC Empreendimentos e Participações, que tem participação de 14,81% do capital da companhia. A MJC, por sua vez, é controlada pela televisão Goya, onde Domingos Barbosa de Siqueira, Wagner Negrão Garcia e Clodomir dos Santos Matos têm cada um participação de 33,33%.
          Apesar de não terem mais sócios em comum, Lojas Renner e Banco Renner brigaram na Justiça pelo uso da marca anos atrás. A varejista queria ofertar crédito usando o nome Renner, mas o banco se sentiu prejudicado por essa operação. Após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que a Lojas Renner não poderia ofertar crédito com a marca Renner, mas também não precisava indenizar o banco por prejuízos que este alega ter sofrido, o caso chegou ao fim em 2017.
          Procurada, a Lojas Renner afirmou que a Realize CFI, criada em 2017, é a instituição financeira do grupo, “que apoia o negócio de varejo através da gestão de produtos e serviços financeiros oferecidos aos clientes como instrumentos de conveniência e fidelização, alinhados com a proposta de valor da companhia”.
          O diretor-presidente do banco é o bispo João Luiz Urbaneja. Segundo a instituição, ele é um “diretor homologado dentro das exigências e normas para exercer o cargo em qualquer instituição bancária e possui formação em marketing e MBA em gestão bancária. Possui 20 anos como bancário, além da experiência no mercado financeiro”.
(Fonte: ValorInveste - 02.07.2020)

2 de jul. de 2020

Wirecard

          A Wirecard foi fundada em 1999, num contexto em que a bolha do dotcom atravessava os seus melhores dias. Começou funcionando como um processador de pagamentos online, permitindo aos sites recolher o pagamento dos consumidores e se tornou um grande player de sistema de pagamento.
          O austríaco Markus Braun, nascido em 1970, CEO da Wirecard, vive em Viena, e ingressou na empresa de Munique em 2002, quando era uma startup iniciante e à beira do colapso. Especialista em ciência da computação e auto-descrito “otimista patológico”, ele havia trabalhado anteriormente para o negócio de consultoria da KPMG.
          Ele criou a Wirecard, oferecendo inicialmente seus serviços a sites de pornografia e jogos, desenvolvendo negócios que outras empresas de pagamento online costumavam evitar.
          Em 2005, a empresa entrou na Bolsa de Frankfurt e um ano mais tarde Braun abriu uma divisão bancária, que emitiu cartões de crédito Visa e Mastercard. Com a aquisição do banco online XCOM expandiu-se para o setor bancário e, além de poder emitir cartões de crédito podia gerir fundos.
          As perguntas sobre as finanças da Wirecard começaram a surgir em 2008, depois que o chefe de uma associação acionária alemã alegou que as contas consolidadas da empresa em 2007 eram incompletas e enganosas. A Wirecard contratou a EY, anteriormente Ernst Young, para realizar uma auditoria, que não mostrou irregularidades. Um autor do relatório da associação foi processado e preso por não divulgar posições de short que ocupava nas ações da Wirecard, das quais lucrou quando o preço das ações caiu. A EY que passou a ser a sua auditora.
          Os lucros aviltados permitiam à Wirecard financiar operações de expansão, já que as ações e obrigações que emitia eram bastante procuradas pelos investidores. Braun foi construindo a sua fortuna e tornou-se multimilionário. Chegou a contribuir com €70 000 euros para a campanha do chanceler austríaco Sebastian Kurz, que governou o país em coligação com a extrema-direita.
          Nos corredores de elite corporativa da Alemanha, Markus Braun havia se tornado uma lenda. Um empresário pouco conhecido até poucos anos atrás, Braun transformou uma empresa bávara obscura chamada Wirecard em um ícone de tecnologia alemão, conquistando um lugar cobiçado no índice de referência DAX. A Wirecard forneceu uma rede financeira invisível que, com uma onda de plástico sobre um leitor de cartão em quase qualquer lugar do mundo, fez as transações acontecerem. Os fundos de hedge e os investidores globais lutaram para comprar ações.
          A Wirecard entrou no índice DAX em setembro de 2018, derrubando o robusto Commerzbank e causando uma sensação no país.
          Embora a Wirecard fosse menor e menos conhecida globalmente do que rivais como o PayPal, as críticas foram vistas como um ataque a uma história de sucesso local. A empresa chamou a atenção do regulador financeiro da Alemanha, BaFin, que investigou as pessoas que estavam fazendo as perguntas – com frequência vendedores a descoberto, que poderiam ganhar com a queda de ações, e jornalistas -, em vez das repetidas alegações de trapaças financeiras.
          A Wirecard continuou a prosperar, fazendo com que os pagamentos sem contato parecessem fáceis e atraindo o que diziam ser milhares de novos comerciantes. Entre 2011 e 2014, a empresa captou 500 milhões de euros de acionistas e iniciou uma expansão internacional agressiva. A empresa comprou pequenas empresas de pagamentos de terceiros, denominadas adquirentes de comerciantes em toda a Ásia, atraindo mais investidores e aumentando o preço das ações.
          O escândalo contábil centra-se em contas de garantia estabelecidas por várias dessas empresas, o que permitiu à Wirecard operar em países onde não possuía uma licença, incluindo Cingapura, Indonésia, Malásia, Dubai e outros.
          Os adquirentes comerciais, que fornecem aos varejistas terminais de pagamento com cartão de crédito que foram então conectados ao sistema de pagamentos da Wirecard, geraram uma grande parcela de receita e lucro para a empresa ao longo dos anos. Eles deveriam ter depositado receita para a Wirecard nas contas de garantia. Mas a empresa disse recentemente que os fundos podem nunca ter existido.
          Em 2015, os problemas começam a tornar-se mais claros. Nesse ano, o Financial Times publicou uma série de artigos intitulada “House of Wirecard”, na qual levantava várias dúvidas sobre a solidez das contas da empresa. A investigação jornalística levou o FT a suspeitar que pudesse haver um buraco de 250 milhões de euros no balanço da empresa, o que não a impediu de continuar a adquirir empresas concorrentes e expandir o seu negócio (sobretudo, na Ásia).
          O escrutínio cresceu quando a Wirecard comprou uma empresa de pagamentos indiana por 340 milhões de euros em 2015, seu maior negócio até então. Naquele ano, a J Capital Research, que fornece serviços de consultoria em investimentos, publicou um relatório declarando que as operações da Wirecard na Ásia eram menores do que a empresa havia levado os investidores a acreditar. A Wirecard acusou os vendedores a descoberto de pagar pelo relatório.
          Em 2016, após novas denúncias anônimas de ilegalidades e de associação a esquemas de lavagem de dinheiro, a Wirecard refutou as acusações. Ao mesmo tempo, vários jornalistas, investigadores e investidores começaram a ser alvo de uma campanha de hacking, embora a sua origem não seja conhecida. Certo é que, no ano seguinte, uma nova auditoria da EY confirmou a saúde financeira da empresa e entusiasmou os investidores, com o valor das ações da empresa disparando. Ao mesmo tempo que a Wirecard se tornava a maior fintech da Europa, o seu CEO, Braun, garantia em setembro de 2018, que os lucros não deixariam de aumentar. Faltavam poucos meses para o início do colapso.
          Braun estava se movendo mais para os holofotes, tornando-se um orador da lista A em conferências de tecnologia e pagamento, onde foi aclamado como um “herói” e “estrela do rock” e, finalmente, começou a usar gola alta preta no estilo Steve Jobs. Ele promoveu o conceito de uma sociedade totalmente sem dinheiro físico da qual players como Wirecard se beneficiaram e previu que todos os pagamentos de varejo seriam digitais dentro de uma década.
          Em abril de 2019, a BaFin apresentou uma queixa criminal contra vários vendedores a descoberto e dois jornalistas do Financial Times depois que a Wirecard os acusou de denúncias negativas para reduzir o preço das ações.
          No final de 2019, à medida que surgiram mais relatos de suspeitas de irregularidades, a empresa atrasou o relatório anual da EY para 2019 e contratou a KPMG para fornecer uma avaliação independente de seus livros-caixa.
          A auditoria, lançada em abril de 2020, fez pouco para apagar o fogo crescente. Na descoberta mais séria, cobrindo 2016 a 2018, a KPMG disse que não conseguiu verificar a existência de 1 bilhão de euros em receita que a Wirecard registrou através de três parceiros adquirentes.
          Como os investidores institucionais pediram que ele se demitisse, Braun permaneceu desafiador, dizendo que a auditoria não havia encontrado evidências de irregularidades. Ele se recusou a reformular as contas da Wirecard por esses anos.
          No início de junho de 2020, a Wirecard era considerada uma das empresas financeiras mais bem-sucedidas na Alemanha. Agora, está envolvida num escândalo de enormes proporções, que implicaram a falência da empresa, a detenção do CEO e o repúdio do país. O que explica a ascensão e queda desse gigante do sistema financeiro? 
          Depois de uma denúncia de fraude nas operações da empresa em Singapura, as investigações começaram a revelar os seus profundos problemas: metade dos lucros reportados pela Wirecard era gerada por empresas subcontratadas (que geriam os pagamentos e pagavam uma comissão à gigante alemã, em regime de outsourcing), algumas sedes da empresa eram na verdade edifícios abandonados ou pertencentes a famílias pobres nas Filipinas, e nova auditoria da KPMG levantou dúvidas sobre os lucros que a empresa reportava em Singapura e na Irlanda.
          Os reguladores financeiros alemães redirecionaram seu escrutínio dos críticos para a própria empresa. Em 5 de junho de 2020, os promotores invadiram a sede da Wirecard e abriram processos contra a administração por suspeita de divulgar informações enganosas que possam ter afetado o preço das ações da Wirecard. Em 17 de junho, a EY disse que não publicaria seu relatório anual e auditoria atrasados, porque não poderia contabilizar o 1,9 bilhão de euros que faltam. Braun e o conselho disseram que a empresa foi vítima de fraude. Mas dois dias depois, Braun estava fora.
          O escândalo financeiro da Wirecard, a estrela das fintechs europeias, colocou a governança corporativa e a regulamentação do setor na Alemanha em xeque.
          Em junho de 2020, a Wirecard acabou por ser forçada a admitir que há 1,9 bilhão de euros “desaparecidos” e que as contas apresentadas no passado podem não ser fiáveis. Isso levou o então CEO Markus Braun a pedir demissão, para logo em seguida ser preso por suspeita de falsificação de contas – ele foi solto em seguida após pagar fiança de 5 milhões de euros. O caso levou as ações da Wirecard, até então negociadas em torno de 104 euros, a caírem 98%, batendo uma mínima de 1,28 euro.
          O escândalo da Wirecard expõe alguns problemas de fundo no que toca à ascensão das fintechs, empresas tecnológicas que, não sendo bancos, desenvolvem operações financeiras e de gestão de créditos. A “finança sombra”, como foi apelidada, desenvolve esse tipo de atividades à margem da regulação bancária. Há quem olhe para este escândalo como um ponto de viragem no que toca à regulação – o ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, disse que é preciso “repensar as estruturas de supervisão”. A BaFin (a autoridade federal de supervisão financeira alemã) tem estado sob fogo cerrado, com várias críticas à complacência da instituição perante a estrela das fintechs alemãs. 
          No entanto, o problema parece ser estrutural. Prova disso é a relação entre as empresas e as auditoras (particularmente, as Big Four, onde se inclui a EY), que são pagas para verificar as contas e, não raras vezes, fornecem outros serviços de consultoria e planejamento fiscal às mesmas empresas que auditam. Não surpreende, por isso, que a EY tenha passado vários anos sem reconhecer os problemas da Wirecard. Ao mesmo tempo, a indefinição em torno de quem tem o poder e os meios para supervisionar as fintechs abre espaço para as ilegalidades. Talvez por isso o crescimento da "finança sombra" nos últimos anos seja encarado como um dos maiores riscos para a economia global.
          A empresa de pagamentos se torna a primeira do índice alemão DAX a falir, isso apenas dois anos após entrar para o benchmark, que reúne as 30 principais empresas do país. Na época, a Wirecard chegou a superar por um tempo o Deutsche Bank em valor de mercado, a US$ 28 bilhões.
          Essa confusão e surpresa têm levado o caso a ser chamado de “Enron da Alemanha” em referência à empresa de energia americana Enron, que quebrou no início dos anos 2000 ao fraudar seus dados, que na época eram auditorados pela Arthur Andersen, que por sua vez foi processada e condenada por obstrução de Justiça, precipitando a queda da quinta maior empresa de auditoria do mundo. Outra comparação que se faz é com a crise de 2008. Mais de uma década depois do colapso financeiro confrontamo-nos com a mesma questão.
          Agora, a EY também começa a sofrer os impactos. Ainda antes da bomba da Wirecard explodir, o escritório de advogados Schirp & Partner entrou com uma ação na Justiça contra a empresa de auditoria, acusando-a de violar “as obrigações de controle de um auditor”. Segundo a revista Der Spiegel, o conglomerado japonês Softbank planeja fazer o mesmo.
          O caso está pesando bastante para a EY. Isso porque, desde janeiro de 2019, o Financial Times já havia apontando para irregularidades nos números da Wirecard, que estaria usando contratos falsificados e antigos no escritório de Cingapura para aumentar sua receita.
          O jornal descreveu uma prática chamada de “round-trip”, onde, supostamente, uma série de transações potencialmente duvidosas são feitas além-fronteiras para várias unidades, a fim de fazê-las parecer legítimas para os auditores locais. Em outubro de 2019, o FT voltou a acusar a empresa, dessa vez dizendo que funcionários da equipe financeira pareciam conspirar para inflar as vendas e os lucros das subsidiárias em Dubai e Dublin e potencialmente enganar a EY.
          A companhia sempre negou as acusações e chegou a processar o FT, acusando o jornal de conspirar em conjunto com quem estava vendido (short) nas ações. Uma investigação independente do escritório de advocacia RPC, porém, não encontrou evidências de conluio. Em 26 de junho de 2020, a Wirecard divulgou um vídeo em que Braun afirma que “não pode ser descartado” que a companhia foi vítima de uma fraude.
          Além do buraco de 1,9 bilhão de euros, que podem nunca ter existido, a empresa deixa ainda 3,5 bilhões em dívidas que os credores poderão não recuperar. A EY reconhece agora ter encontrado “indicações claras de fraude sofisticada e elaborada, envolvendo várias partes em diversas instituições em todo o mundo”. A manipulação das contas, feita para aumentar artificialmente o valor das ações e garantir investidores, pode agora significar a ruína para quem apostou na gigante financeira. Ainda assim, há quem sorria com esse colapso: alguns fundos de investimento, que apostaram na queda da empresa, lucraram 1,5 bilhão de euros numa semana.
          Mesmo diante de todo o caos, alguns investidores ainda têm esperança. As ações da Wirecard disparam 150% em 29 de junho de 2020, valendo 3,25 euros, com rumores de que o grupo francês Worldline pode tentar comprar partes da empresa alemã. Contudo, vale ressaltar que, dado o seu baixo valor de face, essa forte alta está longe de representar uma recuperação para a companhia.
          Afinal, os processos e problemas estão longe do fim, alguns especialistas apontam que a companhia até tem um núcleo saudável, mas tendo falsificado boa parte de suas vendas, ela agora não consegue pagar mais suas dívidas. Se de um lado pode haver algum tipo de salvação, para analistas consultados pelo MarketWatch este é apenas um último rali, ou respiro, antes da derrocada final das ações.
          Mas uma coisa é certa: quem prestasse atenção não deveria ter se surpreendido. Desde 2008, a Wirecard atraiu céticos que se perguntavam como a empresa poderia gerar a receita mundial que alegava. As perguntas, levantadas por analistas e investigadas em uma série de artigos no The Financial Times, foram repetidamente rejeitadas por Braun, cujas ambições globais cresceram com o preço das ações.
          No dia 25 de junho de 2020, o império de Braun desabou depois que a Wirecard entrou com um processo de insolvência, dias depois que a empresa de tecnologia financeira reconheceu que 1,9 bilhão de euros (2,1 bilhões de dólares) que alegava ter em seus balanços provavelmente nunca existiram. Seu auditor de longa data, EY, disse que a empresa havia realizado “uma fraude elaborada e sofisticada”.
           A Wirecard entrou com pedido de insolvência (em 25 de junho) com dívidas de cerca de 3,5 bilhões de euros (US$ 3,9 bilhões). A empresa estava praticamente insolvente. A Mastercard e a Visa disseram um dia depois (26 de junho), que estavam considerando cortar os laços com a Wirecard.
          Em agosto de 2020, a PagSeguro anunciou a compra da Wirecard Brazil, subsidiária da empresa de pagamentos alemã envolvida no escândalo de fraude contábil. O negócio ainda precisa de aprovação do Banco Central do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Wirecard (Brasil) tem R$ 120 milhões em receitas, 200 mil clientes e R$ 5 bilhões em volume total de pagamentos. Ela atua no país como uma subcredenciadora, sendo que iniciou as atividades no país com a compra da Moip, em 2016, por R$ 165 milhões.
(Fonte: einvestidor@estadao.com - 26.06.2020 / The New York Times News Service / Infomoney - 29.06.2020 / Esquerda - 01.07.2020 / ValorInveste - 21.08.2020 - partes)

1 de jul. de 2020

Banco Econômico

         O Banco Econômico foi fundado em 13 de julho de 1834, por 171 cidadãos baianos, com a denominação Caixa Econômica da Bahia, com sede na Rua do Açouguinho, número 1 em Salvador. A sede mais tarde foi transformada no Memorial do Banco Econômico, formado pelo Museu Eugênio Teixeira Leal, a Biblioteca Innocêncio Calmon e o Arquivo Histórico, que sobrevivem até os dias de hoje.
          Em 1968 incorporou o Banco Meridional, antigo Banco Sinimbu, com agências em Porto Alegre e Santa Cruz do Sul.
          Em abril de 1992, pela primeira vez nos últimos 23 anos, o Banco Econômico teve um presidente que não carregava o sobrenome Calmon de Sá, o mesmo da família que controlava o banco. Alfred Kirchhoff, nascido em 1947, e então com dezenove anos de Econômico, assumiu o primeiro posto do banco, no lugar de Ângelo Calmon de Sá, que se afastou do grupo para ser ministro-chefe da Secretaria de Desenvolvimento Regional na reforma ministerial então implementada.
          Kirchhoff queria dar continuidade aos projetos que estavam sendo tocados por Calmon de Sá, principalmente a estratégia do Econômico para melhorar sua posição no ranking bancário. A ideia era que, no médio prazo, o Econômico subisse da sétima para a terceira colocação. Para chegar lá, Kirchhoff seguiria os passos do Bradesco e do Itaú, que utilizaram a informática para consolidar suas redes de agências. "Vamos investir pesado para que nossas agências fiquem integradas on-line", disse Kirchhoff.
          O capital do banco, olhando-se números de meados de 1994, não tinha Calmon de Sá como principal acionista. Calmon tinha 29% das ações ordinárias e o discreto Paulo Sérgio Tourinho, dono da Companhia de Seguros Aliança, tinha 32%.
          Durante muitos anos, Tourinho presidiu o conselho de administração do Banco Econômico e manteve um funcionário de sua confiança com assento na diretoria. Desde algum tempo antes de meados de 1994, ficou completamente fora do banco. Uma das versões para essa distância dizia que as relações entre Calmon de Sá e Tourinho não andavam bem já há um bom tempo. Tourinho também não escondia que se lhe fizessem uma proposta de compra de sua participação no Econômico ele teria muito prazer em estudá-la. A diferença de personalidade dos dois sócios não ajuda a aproximá-los. Tourinho detesta publicidade, Calmon de Sá, por sua vez, já ocupou diversos cargos públicos. Era um nome conhecido nos meios políticos e empresariais. Fora dos negócios, os dois pareciam ter um convívio amigável. Era comum almoçarem juntos de quinze em quinze dias.
          Olhando-se o panorama no início de agosto de 1995, a pergunta que se fazia era: o que teria levado uma instituição tradicional como o Econômico, com 297 agências, 810.000 clientes e 9.500 funcionários, e 161 anos de história, a uma situação tão delicada? Sem o float que garantia lucros fáceis para as instituições financeiras, já se sabia que muitos bancos teriam dificuldades de adaptação a uma economia com moeda estável. Mesmo considerando que "ir ao redesconto não significa o beijo da morte", no caso do Econômico, o problema residia na frequência e no volume do auxílio de que necessitava.
          A visão no mercado era que boa parte dos apuros de então tinham outra origem. Seus problemas de liquidez seriam resultado de equívocos cometidos pouco tempo antes no programa de privatização do setor petroquímico. Ao trocar moedas podres por ações de estatais, o Econômico teria preferido mantê-las em seu poder, em vez de revendê-las. O resultado é que com o aperto de liquidez imposto pela política de austeridade monetária do governo, o Econômico se viu sem dinheiro em caixa para fazer frente às dificuldades conjunturais.
          Sentado no início de agosto de 1995 na ante-sala do senador Antônio Carlos Magalhães, que fazia gestões perante o governo para que uma solução fosse encontrada, Calmon de Sá parecia conformado com a exigência do BC de troca de comando. Ele detinha 34% da Itapiracem, a holding que controlava 61% do Econômico.
          Demonstrando "amor pela Bahia", Odebrecht Mariani, Opportunity e os grupos Suzano e Ultra negociavam aportes para a holding.
          Apesar de receber ajuda do governo através do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), o Econômico acabou sofrendo intervenção em 1995 e entrou em liquidação judicial em 1996. Era o fim do banco que tinha como lema "Economia, Perseverança e Socorro nas Dificuldades”. O Proer foi criado na década de 1990 para socorrer os bancos viciados na ciranda financeira dos tempos de hiperinflação que sofriam com os efeitos da estabilização econômica. O Banco Econômico ruiu, pouco depois de a Ernst & Young chancelar números bonitos da instituição.
          Os técnicos do Banco Central sustentaram ter encontrado indícios de maquiagem no balanço contábil do Econômico, assim como desvio de recursos da instituição para outras empresas dos controladores, lesando acionistas e investidores. Seu ex-controlador, Ângelo Calmon de Sá, foi processado por gestão fraudulenta.
          Parte do banco foi então incorporada pelo Banco Excel, em janeiro de 1996, que passou a se chamar Banco Excel-Econômico. Posteriormente, em agosto de 1998, o conjunto foi incorporado pelo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria. Em 2003 o Banco Bradesco incorporou o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria Brasil S.A.
          Mais de duas décadas depois da intervenção do Banco Central, a situação permanece exatamente a mesma. O banco prossegue em processo de liquidação. Os credores continuam a ver navios. E Calmon de Sá, embora condenado mais de uma vez em segunda instância, não passou um dia sequer na cadeia. “A verdade é que não se vê qualquer perspectiva de solução. Com isso, os credores e os acionistas vão ficando numa situação de desconforto e desassossego”, diz o advogado Francisco Santos, que representa na Bahia o maior grupo de credores.
          Em 30 de março de 2022, o banco BTG anunciou compromisso para a aquisição do Banco Econômico e suas subsidiárias, que estão em liquidação extrajudicial. O valor da transação não foi divulgado. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o BTG informou que a operação faz parte da estratégia de investimentos da área de Special Situations (situações especiais) do banco. O foco desse segmento é a aquisição e recuperação de carteiras de créditos inadimplentes e compra de ativos financeiros alternativos. Segundo o BTG, essa área acumula experiência em recuperação de instituições financeiras em regime especial. A conclusão e fechamento da operação depende da verificação de determinadas condições, entre elas a interrupção do regime de liquidação extrajudicial, que será possibilitada pela liquidação ou saneamento de seus passivos financeiros. A operação também dependerá da obtenção das aprovações regulatórias necessárias, dentre elas do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O controle do Econômico está nas mãos de três empresas: IEP Itapiracem Empreendimentos e Participações, Vitória Empreendimentos e Serviços e pela Aratu Empreendimentos e Corretagem de Serviços. As três empresas se comprometeram a vendê-lo ao BTG Pactual.
          Em 13 de março de 2023, foi realizado o leilão da oferta pública de aquisição de ações (OPA) que o BTG fez pelos papéis do BESA (antigo Banco Econômico) que estão em circulação no mercado. O BTG adquiriu 2.391.586 ações ON e 832.653.172 PN. Ao pagar R$ 14,83 por cada lote de 1 mil ações, desembolsou um total de R$ 12,384 milhões. Após a liquidação financeira das aquisições realizadas no leilão, permanecerão em circulação no mercado 567.532.611 ações ON e 4.521.927.604 ações PN do BESA, que representam 3,009% do capital social do banco. Tendo em vista que as condições para o cancelamento de registro foram cumpridas, o BESA e o BTG darão prosseguimento aos atos necessários para a implementação do cancelamento, tirando a companhia da bolsa. Além disso, tendo em vista a conclusão da OPA e o fato de as ações em circulação representarem menos que 5% do total de ações de emissão do BESA, será convocada assembleia geral de acionistas para deliberar sobre o resgate compulsório das ações
(Fonte: revista Exame - 29.04.1992 / 16.08.1995 / Wikipédia / IstoÉDinheiro - 29.06.2018 / O Globo - 30.03.2022 / Fusões&Aquisições - 13.03.2023 - partes)

30 de jun. de 2020

Robinhood

          Robin Hood é uma figura muito conhecida das fábulas infantis no mundo inteiro. O lendário herói tem sua origem no folclore inglês, e tornou-se popular na idade média, lá pelos anos 1.400. De acordo com a lenda, Robin nasceu em "berço de ouro", sua família possuía título de nobreza na Inglaterra. No decorrer de sua juventude, adquiriu interesse e desenvolveu grande habilidade com arco e flecha, o que lhe foi útil durante sua atuação nas grandes cruzadas, onde participou de intensas batalhas.
          Ao retornar para a Inglaterra, mais precisamente para a cidade de Nottingham, Robin se revoltou com o fato do xerife local ter roubado as terras de sua família. Tomado por um sentimento de revolta, ele se tornou um fora-da-lei e passou a roubar as riquezas da nobreza para dar aos pobres.
          A história de Robin Hood, em sua essência, aborda a desigualdade entre os pobres e os ricos, o que perdura até os nossos tempos de hoje.
          Os Estados Unidos, ao menos no papel, compartilham da mesma indignação de Robin Hood e visam a redução da desigualdade social — sendo hoje uma nação com forte representatividade da classe média em sua população —, apesar de ainda terem um longo caminho a percorrer neste sentido.
          Usando essa lenda como inspiração, Vladimir Tenev e Baiju Bhatt — empresários que trabalharam em instituições financeiras localizadas em Nova Iorque, construindo plataformas de negociação de alta velocidade (high-frequency trading) — fundaram em 2013 a Robinhood.
          Trata-se de um intermediário financeiro americano, cuja missão é proporcionar o acesso aos mercados de ações para todas as pessoas, não somente os ricos. A companhia, quando de sua fundação, causou muito barulho em Wall Street, pelo fato de cobrar apenas alguns centavos para negociação de ações nos Estados Unidos, enquanto as grandes instituições, naquela época, chegavam a cobrar 5 ou 10 dólares por trade.
          A Robinhood revisou seu modelo de negócios e hoje oferece negociação gratuita no mercado americano para ações e EFTs. Além disso, a companhia propicia aos clientes a possibilidade de compra de pequenas frações de ações, reduzindo a necessidade de capital para entrada no mercado de renda variável, democratizando o acesso ao mercado de capitais americano.
          A pandemia (Covid-19), ao contrário do esperado, foi muito positiva para a empresa. A base de clientes explodiu nos últimos meses, chegando a 13 milhões de investidores em junho de 2020, contra módicos 4 milhões em meados do ano passado. Isso representa aproximadamente 5 por cento de toda a população dos Estados Unidos negociando pela plataforma da companhia. Levando-se em conta que a idade média dos clientes gira em torno dos 30 anos, isso equivale a quase 30 por cento dos americanos entre 25 e 40 anos.
          Em junho de 2020 o termo day trading atingiu o maior patamar de procura no Google, desde 2004. Dado o forte crescimento na base de clientes da Robinhood, bem como em outras plataformas, podemos associar, ao menos parcialmente, este aumento no interesse por trading aos novos entrantes no mercado.
(Fonte: Nord Research - 20.06.2020 - Cesar Crivelli)

29 de jun. de 2020

CNBG - China National Biotec Group

          O China National Biotec Group (CNBG), é uma subsidiária do China National Pharmaceutical Group (Sinopharm), fundada em 1919 e possui 6 institutos de pesquisa de produtos biológicos sob seu controle em Pequim (onde fica sua sede), Changchun, Chengdu, Lanzhou, Xangai e Wuhan, além da Beijing Tiantan Biological Products Co. , Ltd.
          O CNBG é um instituto que tem a mais longa história na produção de pesquisa e desenvolvimento de vacinas na China e é a maior corporação de biotecnologia que combina pesquisa, desenvolvimento, produção e fornecimento. É uma das maiores fabricantes de vacinas do mundo. O desenvolvimento do CNBG representa a história do desenvolvimento da indústria chinesa de produtos biológicos. Desenvolveu e produziu a primeira vacina contra varíola, cólera, febre tifóide e raiva, além de difteria antitoxina etc., separou a primeira cepa de Penicillium na China.
          É responsável pela produção de produtos biológicos para prevenir, controlar e erradicar doenças infecciosas. Contribuiu com relevância no esforço da China de erradicar a varíola, eliminando a poliomielite, reduzindo a incidência de várias doenças infecciosas, incluindo sarampo, difteria, coqueluche, encefalite epidêmica B, DCSM e hepatite B.
          O CNBG possui forte capacidade de industrialização. Possui bases de produção em seis cidades principais, com quase cem linhas de produção de acordo com o padrão GMP, com capacidade de fabricar mais de 200 produtos biomédicos para prevenção, tratamento e diagnóstico, entre os quais existem 24 novos medicamentos nacionais de primeira e segunda classe, 34 tipos de vacinas que previnem 24 vírus e bactérias, enquanto existem 41 tipos de vacinas que previnem 26 vírus e bactérias na China.
          É a empresa de produtos biológicos com mais tipos e maior produção de vacinas e produtos derivados de sangue na China. O CNBG faz o possível para atender ao programa nacional de imunidade. Recebe mais de 80% da atribuição de produção de vacinas para o programa nacional de imunidade. Enquanto isso, com sua vantagem tecnológica, contribui para a pesquisa, produção, instalação e atualização tecnológica de produtos para prevenção e controle de doenças infecciosas graves. Contribuiu muito no combate ao "SARS", no alívio de desastres e na resistência global à disseminação do H1N1. O CNBG possui uma tremenda força de pesquisa científica, possuindo uma equipe de especialistas em biotecnologia, incluindo acadêmicos da Academia Chinesa de Engenharia, mais de 70 especialistas em exames e aprovação de novos medicamentos da Administração Nacional de Alimentos e Medicamentos, mais de 10 especialistas em julgamento do Comitê da National Science Foundation e mais de 170 especialistas subsidiados pelo governo chinês.
(Fonte: LinkedIn)

28 de jun. de 2020

AstraZeneca

          A empresa farmacêutica Astra AB, foi fundada na Suécia em 1913. O Zeneca Group PLC teve sua origem no Reino Unido em 1938.
          Em maio de 1996, a revista Business Week publicou como reportagem de capa um assombroso relato de assédio sexual na subsidiária americana da Astra. Assombroso, porque, segundo a revista, ao contrário do que ocorre na maioria das vezes, em que um determinado funcionário abusa isoladamente de seu poder, fazia parte da cultura corporativa da Astra os executivos assediarem suas subordinadas com convite para sair. Segundo a Business Week, o assédio começava já com o presidente da empresa, Lars Bildman, então com 49 anos. Após tomar conhecimento das investigações da revista, a matriz demitiu Bildman. "Perdemos a confiança nele", disse Carl-Gustav Johansson, do comitê executivo sueco. Foi a primeira vez que uma empresa tomou medidas desse porte movida pela imprensa e não pela Justiça.
           Em dezembro de 1998 foi anunciada a fusão da Astra com a Zeneca, quando nasceu então o conglomerado farmacêutico anglo-sueco AstraZeneca. As duas companhias tinham cultura pautada pela ciência e uma visão de futuro semelhante, alicerces para uma união bem-sucedida. A fusão foi consolidada em meados de 1999.
          O objetivo da nova empresa é investir na ciência para pesquisar e desenvolver medicamentos responsáveis por mudar a vida do maior número de pessoas. Contribuir para que os pacientes possam viver com mais qualidade e por muito mais tempo é a maior conquista, segundo a empresa. A companhia construiu um portfólio sólido e tem um pipeline inovador, com foco no tratamento de doenças em três principais linhas terapêuticas - Oncologia, Doenças Cardiovasculares & Metabólicas e Respiratória. A companhia também atua nas áreas autoimunidade, neurociência e infecção.
          Estabelecida no Brasil desde 1999, a AstraZeneca está situada em uma área de aproximadamente 60.000 metros quadrados, em Cotia, São Paulo, onde concentra sua sede administrativa e unidade fabril. A empresa tem uma forte presença comercial e de distribuição por décadas em nosso país.
          A AstraZeneca está entre as empresas biofarmacêuticas mais fascinantes do mundo. Dos cientistas à equipe de vendas, dos técnicos de laboratório aos colaboradores da matriz, todos, em suas diferentes funções e departamentos, contribuem para transformar a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. A AstraZeneca tem como ambição melhorar a vida de milhões de pacientes brasileiros. A empresa tenta se esmerar em desenvolver um trabalho que leve esperança às pessoas, através de medicamentos inovadores, que visam proporcionar sobrevida aos pacientes e melhor qualidade de vida durante o tratamento.
          Ao firmar uma parceria com a Universidade de Oxford, que começou a trabalhar em uma vacina em janeiro de 2020, a AstraZeneca conseguiu um atalho para se tornar uma das principais concorrentes na busca pela imunização contra o novo coronavírus.
          Em junho de 2020 vem a lume o estágio avançado da pesquisa da vacina contra a Covid-19 em desenvolvimento na Universidade de Oxford, do Reino Unido, com a participação nas pesquisas da AstraZeneca.
          Nos últimos dias de junho é divulgada pelo Ministério da Saúde a parceria do Brasil com essas entidades para a pesquisa e produção nacional da vacina. O acordo prevê a transferência de tecnologia e a compra de lotes da vacina, a partir de dezembro de 2020. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) também é parceira nas pesquisas e será responsável pelos testes em São Paulo. No Rio de Janeiro, os testes serão feitos pela Rede D'Or São Luiz. O financiamento é da Fundação Lemann. A FioCruz será responsável pela produção da vacina no país.
          Na Suécia, a AstraZeneca tem unidades em Södertälje, em Mölndal e em Lund. Sua sede fica em Cambridge, na Inglaterra.
          Os produtos da AstraZeneca são vendidos em mais de 100 países. Um dos seus medicamentos mais vendidos é o Budecort Aqua. Tem cerca de 63.000 empregados, dos quais 12.000 no setor da investigação e pesquisa.
(Fonte: site da empresa / Wikipédia - Partes / Exame - 22.05.1996 / Época Negócios - 22.07.2020)

27 de jun. de 2020

Carol (Óticas Carol)

          Três jovens irmãos, com idade entre 16 e 23 anos - Ana Paula Santana, formada em administração de empresas, e os advogados Odilon Santana Neto e Daniela Santana, decidiram abrir duas lojas em São José dos Campos, em 1997, quando a fábrica de óculos do pai, Odilon Santana Filho, em Sorocaba, entrou em crise devido à concorrência das importações asiáticas e dos produtos contrabandeados.
          Os três irmãos traçaram uma estratégia de multiplicar o negócio por meio de franquias em cidades com mais de 40.000 habitantes. A entrada nesses novos mercados é muito parecida: une campanhas publicitárias veiculadas com atrizes jovens a uma estratégia de persuasão para atrair novos franqueados. Muitos deles são donos de ótica que passam a ostentar a marca Carol graças a um pacote de incentivos que a empresa oferece.
          O rápido crescimento da Carol, especialmente a partir de 2003, chamou a atenção dos investidores. Em 2005, os donos da maior fabricante brasileira de armações para óculos, a Tecnol, compraram 50% da empresa, por 10 milhões de reais. Foi esse aporte que financiou sua chegada a São Paulo, o maior mercado do país.
          Apesar do potencial, o crescimento da Óticas Carol esteve, por um certo período, limitado ao estado de São Paulo. Um compromisso firmado entre os donos da rede e os novos sócios bloqueava a abertura de franquias em outros estados. Segundo Sérgio Carnielli, presidente da empresa, a Tecnol não queria disputar mercado com as óticas do restante do país, a maioria delas seus clientes. Mas, esse compromisso foi desfeito. Outro desafio foi enfrentar a concorrência da Fotoptica, que reagiu. A Fotoptica criou o projeto Ótica by Fotoptica para licenciar a marca em áreas que não comportem uma franquia completa da rede, como cidades do interior e comércio de vizinhança na capital - justamente o mercado-alvo da Óticas Carol.
          Já em setembro de 2006, a Óticas Carol se transformou na maior rede do setor do país em unidades de lojas, num total de 150, mesmo que com lojas somente no estado de São Paulo. Tinha 600 funcionários e faturamento em torno de 80 milhões de reais.
          Em janeiro de 2017, a Óticas Carol é comprada pela italiana Luxottica. O negócio foi fechado por 110 milhões de euros. Em junho do mesmo ano, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou  a compra sem restrições.
          Hoje com sede em Barueri, São Paulo, onde fica o laboratório digital de lentes, a rede possui mais de 1350 lojas em várias partes do país. É a maior rede de óticas do Brasil.
(Fonte: revista Exame - 27.09.2006 / D.O.U - 12.06.2017 - partes)

26 de jun. de 2020

Auchan Supermercados

          Nascido na cidade de Roubaix, no extremo norte da França em 1932, Gérard Mulliez não completou o ensino secundário, preferindo desde cedo trabalhar nos negócios da família, que tinha tradição no setor têxtil francês. Em 1961, então com 29 anos de idade, decidiu montar o próprio negócio, em um ramo completamente diferente: abriu uma pequena mercearia em uma vizinhança conhecida como Campos Altos (hauts champs em francês, cuja versão simplificada batizou sua primeira empresa, Auchan).
          Mulliez é considerado um dos pioneiros na Europa do conceito de hipermercado, que reúne em um mesmo lugar diversos tipos de produtos e marcas e atendimento self service. Mesmo na França, onde é famosa a predileção dos consumidores por estabelecimentos menores e mais segmentados, os hipermercados da Auchan têm as maiores lojas e o melhor índice de volume de negócios por metro quadrado na comparação com os rivais Carrefour e Casino.
          Teoricamente, Gérard Mulliez se afastou da gestão do grupo em 2006, cedendo a cadeira de presidente a seu sobrinho Vianney Mulliez. Na prática, o patriarca, que raramente se ausenta da França, continuou à frente dos negócios. "O patrão que visita diariamente seu chão de fábrica corre menos riscos de cometer um erro e prejudicar os trabalhadores do que o acionista que fica no alto de uma torre em Nova York", disse. Gérard Mulliez é a personificação de seu discurso. Visita as lojas constantemente e respira negócios. É famoso pela timidez e modéstia. "Dirige o mesmo carro , um Mercedes-Benz usado, há mais de dez anos, não usa roupas e relógios caros, não mora em uma mansão", disse a Exame Alain Ryckeboer, diretor-geral da Leroy Merlin no Brasil.
          As dezenas de empresas da família Mulliez abrangem diversos segmentos. Além da Auchan Hipermercados, presente em pelos menos 13 países, fazem parte do grupo, entre outras, a Leroy Merlin, de artigos para casa, presente em mais de 9 países e a Decathlon, de artigos esportivos, que atua em mais de 14 países.
(Fonte: revista Exame - 10.03.2010)

25 de jun. de 2020

North Hatley

          Founded in January 1998, North Hatley Products Inc has earned a choice reputation in Canada's tourism and souvenir industry.
          North Hatley is an enterprise known for excellence in maple products for over 20 years! With over 68 maple syrup products, the company has also become a must for all gourmet lovers of maple.
          Naturally, the company pays special attention to the quality of the products its offers, as well as to their presentation.
          But above all, North Hatley takes pride in the company's core philosophy of making sure every company leader, employee, partner and customer is part of one big family looking out for each other's best interests.
          At North Hatley Products, the company considers maple syrup to be a noble product and take pleasure in sharing its benefits.