O Banco Econômico foi fundado em 13 de julho de 1834, por 171 cidadãos baianos, com a denominação Caixa Econômica da Bahia, com sede na Rua do Açouguinho, número 1 em Salvador. A sede mais tarde foi transformada no Memorial do Banco Econômico, formado pelo Museu Eugênio Teixeira Leal, a Biblioteca Innocêncio Calmon e o Arquivo Histórico, que sobrevivem até os dias de hoje.
Em 1968 incorporou o Banco Meridional, antigo Banco Sinimbu, com agências em Porto Alegre e Santa Cruz do Sul.
Em abril de 1992, pela primeira vez nos últimos 23 anos, o Banco Econômico teve um presidente que não carregava o sobrenome Calmon de Sá, o mesmo da família que controlava o banco. Alfred Kirchhoff, nascido em 1947, e então com dezenove anos de Econômico, assumiu o primeiro posto do banco, no lugar de Ângelo Calmon de Sá, que se afastou do grupo para ser ministro-chefe da Secretaria de Desenvolvimento Regional na reforma ministerial então implementada.
Kirchhoff queria dar continuidade aos projetos que estavam sendo tocados por Calmon de Sá, principalmente a estratégia do Econômico para melhorar sua posição no ranking bancário. A ideia era que, no médio prazo, o Econômico subisse da sétima para a terceira colocação. Para chegar lá, Kirchhoff seguiria os passos do Bradesco e do Itaú, que utilizaram a informática para consolidar suas redes de agências. "Vamos investir pesado para que nossas agências fiquem integradas on-line", disse Kirchhoff.
Em 1968 incorporou o Banco Meridional, antigo Banco Sinimbu, com agências em Porto Alegre e Santa Cruz do Sul.
Em abril de 1992, pela primeira vez nos últimos 23 anos, o Banco Econômico teve um presidente que não carregava o sobrenome Calmon de Sá, o mesmo da família que controlava o banco. Alfred Kirchhoff, nascido em 1947, e então com dezenove anos de Econômico, assumiu o primeiro posto do banco, no lugar de Ângelo Calmon de Sá, que se afastou do grupo para ser ministro-chefe da Secretaria de Desenvolvimento Regional na reforma ministerial então implementada.
Kirchhoff queria dar continuidade aos projetos que estavam sendo tocados por Calmon de Sá, principalmente a estratégia do Econômico para melhorar sua posição no ranking bancário. A ideia era que, no médio prazo, o Econômico subisse da sétima para a terceira colocação. Para chegar lá, Kirchhoff seguiria os passos do Bradesco e do Itaú, que utilizaram a informática para consolidar suas redes de agências. "Vamos investir pesado para que nossas agências fiquem integradas on-line", disse Kirchhoff.
O capital do banco, olhando-se números de meados de 1994, não tinha Calmon de Sá como principal acionista. Calmon tinha 29% das ações ordinárias e o discreto Paulo Sérgio Tourinho, dono da Companhia de Seguros Aliança, tinha 32%.
Durante muitos anos, Tourinho presidiu o conselho de administração do Banco Econômico e manteve um funcionário de sua confiança com assento na diretoria. Desde algum tempo antes de meados de 1994, ficou completamente fora do banco. Uma das versões para essa distância dizia que as relações entre Calmon de Sá e Tourinho não andavam bem já há um bom tempo. Tourinho também não escondia que se lhe fizessem uma proposta de compra de sua participação no Econômico ele teria muito prazer em estudá-la. A diferença de personalidade dos dois sócios não ajuda a aproximá-los. Tourinho detesta publicidade, Calmon de Sá, por sua vez, já ocupou diversos cargos públicos. Era um nome conhecido nos meios políticos e empresariais. Fora dos negócios, os dois pareciam ter um convívio amigável. Era comum almoçarem juntos de quinze em quinze dias.
Olhando-se o panorama no início de agosto de 1995, a pergunta que se fazia era: o que teria levado uma instituição tradicional como o Econômico, com 297 agências, 810.000 clientes e 9.500 funcionários, e 161 anos de história, a uma situação tão delicada? Sem o float que garantia lucros fáceis para as instituições financeiras, já se sabia que muitos bancos teriam dificuldades de adaptação a uma economia com moeda estável. Mesmo considerando que "ir ao redesconto não significa o beijo da morte", no caso do Econômico, o problema residia na frequência e no volume do auxílio de que necessitava.
A visão no mercado era que boa parte dos apuros de então tinham outra origem. Seus problemas de liquidez seriam resultado de equívocos cometidos pouco tempo antes no programa de privatização do setor petroquímico. Ao trocar moedas podres por ações de estatais, o Econômico teria preferido mantê-las em seu poder, em vez de revendê-las. O resultado é que com o aperto de liquidez imposto pela política de austeridade monetária do governo, o Econômico se viu sem dinheiro em caixa para fazer frente às dificuldades conjunturais.
Sentado no início de agosto de 1995 na ante-sala do senador Antônio Carlos Magalhães, que fazia gestões perante o governo para que uma solução fosse encontrada, Calmon de Sá parecia conformado com a exigência do BC de troca de comando. Ele detinha 34% da Itapiracem, a holding que controlava 61% do Econômico.
Demonstrando "amor pela Bahia", Odebrecht Mariani, Opportunity e os grupos Suzano e Ultra negociavam aportes para a holding.
Apesar de receber ajuda do governo através do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), o Econômico acabou sofrendo intervenção em 1995 e entrou em liquidação judicial em 1996. Era o fim do banco que tinha como lema "Economia, Perseverança e Socorro nas Dificuldades”. O Proer foi criado na década de 1990 para socorrer os bancos viciados na ciranda financeira dos tempos de hiperinflação que sofriam com os efeitos da estabilização econômica. O Banco Econômico ruiu, pouco depois de a Ernst & Young chancelar números bonitos da instituição.
Os técnicos do Banco Central sustentaram ter encontrado indícios de maquiagem no balanço contábil do Econômico, assim como desvio de recursos da instituição para outras empresas dos controladores, lesando acionistas e investidores. Seu ex-controlador, Ângelo Calmon de Sá, foi processado por gestão fraudulenta.
Parte do banco foi então incorporada pelo Banco Excel, em janeiro de 1996, que passou a se chamar Banco Excel-Econômico. Posteriormente, em agosto de 1998, o conjunto foi incorporado pelo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria. Em 2003 o Banco Bradesco incorporou o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria Brasil S.A.
Mais de duas décadas depois da intervenção do Banco Central, a situação permanece exatamente a mesma. O banco prossegue em processo de liquidação. Os credores continuam a ver navios. E Calmon de Sá, embora condenado mais de uma vez em segunda instância, não passou um dia sequer na cadeia. “A verdade é que não se vê qualquer perspectiva de solução. Com isso, os credores e os acionistas vão ficando numa situação de desconforto e desassossego”, diz o advogado Francisco Santos, que representa na Bahia o maior grupo de credores.
Em 30 de março de 2022, o banco BTG anunciou compromisso para a aquisição do Banco Econômico e suas subsidiárias, que estão em liquidação extrajudicial. O valor da transação não foi divulgado. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o BTG informou que a operação faz parte da estratégia de investimentos da área de Special Situations (situações especiais) do banco. O foco desse segmento é a aquisição e recuperação de carteiras de créditos inadimplentes e compra de ativos financeiros alternativos. Segundo o BTG, essa área acumula experiência em recuperação de instituições financeiras em regime especial. A conclusão e fechamento da operação depende da verificação de determinadas condições, entre elas a interrupção do regime de liquidação extrajudicial, que será possibilitada pela liquidação ou saneamento de seus passivos financeiros. A operação também dependerá da obtenção das aprovações regulatórias necessárias, dentre elas do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O controle do Econômico está nas mãos de três empresas: IEP Itapiracem Empreendimentos e Participações, Vitória Empreendimentos e Serviços e pela Aratu Empreendimentos e Corretagem de Serviços. As três empresas se comprometeram a vendê-lo ao BTG Pactual.
Olhando-se o panorama no início de agosto de 1995, a pergunta que se fazia era: o que teria levado uma instituição tradicional como o Econômico, com 297 agências, 810.000 clientes e 9.500 funcionários, e 161 anos de história, a uma situação tão delicada? Sem o float que garantia lucros fáceis para as instituições financeiras, já se sabia que muitos bancos teriam dificuldades de adaptação a uma economia com moeda estável. Mesmo considerando que "ir ao redesconto não significa o beijo da morte", no caso do Econômico, o problema residia na frequência e no volume do auxílio de que necessitava.
A visão no mercado era que boa parte dos apuros de então tinham outra origem. Seus problemas de liquidez seriam resultado de equívocos cometidos pouco tempo antes no programa de privatização do setor petroquímico. Ao trocar moedas podres por ações de estatais, o Econômico teria preferido mantê-las em seu poder, em vez de revendê-las. O resultado é que com o aperto de liquidez imposto pela política de austeridade monetária do governo, o Econômico se viu sem dinheiro em caixa para fazer frente às dificuldades conjunturais.
Sentado no início de agosto de 1995 na ante-sala do senador Antônio Carlos Magalhães, que fazia gestões perante o governo para que uma solução fosse encontrada, Calmon de Sá parecia conformado com a exigência do BC de troca de comando. Ele detinha 34% da Itapiracem, a holding que controlava 61% do Econômico.
Demonstrando "amor pela Bahia", Odebrecht Mariani, Opportunity e os grupos Suzano e Ultra negociavam aportes para a holding.
Apesar de receber ajuda do governo através do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), o Econômico acabou sofrendo intervenção em 1995 e entrou em liquidação judicial em 1996. Era o fim do banco que tinha como lema "Economia, Perseverança e Socorro nas Dificuldades”. O Proer foi criado na década de 1990 para socorrer os bancos viciados na ciranda financeira dos tempos de hiperinflação que sofriam com os efeitos da estabilização econômica. O Banco Econômico ruiu, pouco depois de a Ernst & Young chancelar números bonitos da instituição.
Os técnicos do Banco Central sustentaram ter encontrado indícios de maquiagem no balanço contábil do Econômico, assim como desvio de recursos da instituição para outras empresas dos controladores, lesando acionistas e investidores. Seu ex-controlador, Ângelo Calmon de Sá, foi processado por gestão fraudulenta.
Parte do banco foi então incorporada pelo Banco Excel, em janeiro de 1996, que passou a se chamar Banco Excel-Econômico. Posteriormente, em agosto de 1998, o conjunto foi incorporado pelo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria. Em 2003 o Banco Bradesco incorporou o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria Brasil S.A.
Mais de duas décadas depois da intervenção do Banco Central, a situação permanece exatamente a mesma. O banco prossegue em processo de liquidação. Os credores continuam a ver navios. E Calmon de Sá, embora condenado mais de uma vez em segunda instância, não passou um dia sequer na cadeia. “A verdade é que não se vê qualquer perspectiva de solução. Com isso, os credores e os acionistas vão ficando numa situação de desconforto e desassossego”, diz o advogado Francisco Santos, que representa na Bahia o maior grupo de credores.
Em 30 de março de 2022, o banco BTG anunciou compromisso para a aquisição do Banco Econômico e suas subsidiárias, que estão em liquidação extrajudicial. O valor da transação não foi divulgado. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o BTG informou que a operação faz parte da estratégia de investimentos da área de Special Situations (situações especiais) do banco. O foco desse segmento é a aquisição e recuperação de carteiras de créditos inadimplentes e compra de ativos financeiros alternativos. Segundo o BTG, essa área acumula experiência em recuperação de instituições financeiras em regime especial. A conclusão e fechamento da operação depende da verificação de determinadas condições, entre elas a interrupção do regime de liquidação extrajudicial, que será possibilitada pela liquidação ou saneamento de seus passivos financeiros. A operação também dependerá da obtenção das aprovações regulatórias necessárias, dentre elas do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O controle do Econômico está nas mãos de três empresas: IEP Itapiracem Empreendimentos e Participações, Vitória Empreendimentos e Serviços e pela Aratu Empreendimentos e Corretagem de Serviços. As três empresas se comprometeram a vendê-lo ao BTG Pactual.
Em 13 de março de 2023, foi realizado o leilão da oferta pública de aquisição de ações (OPA) que o BTG fez pelos papéis do BESA (antigo Banco Econômico) que estão em circulação no mercado. O BTG adquiriu 2.391.586 ações ON e 832.653.172 PN. Ao pagar R$ 14,83 por cada lote de 1 mil ações, desembolsou um total de R$ 12,384 milhões. Após a liquidação financeira das aquisições realizadas no leilão, permanecerão em circulação no mercado 567.532.611 ações ON e 4.521.927.604 ações PN do BESA, que representam 3,009% do capital social do banco. Tendo em vista que as condições para o cancelamento de registro foram cumpridas, o BESA e o BTG darão prosseguimento aos atos necessários para a implementação do cancelamento, tirando a companhia da bolsa. Além disso, tendo em vista a conclusão da OPA e o fato de as ações em circulação representarem menos que 5% do total de ações de emissão do BESA, será convocada assembleia geral de acionistas para deliberar sobre o resgate compulsório das ações
(Fonte: revista Exame - 29.04.1992 / 16.08.1995 / Wikipédia / IstoÉDinheiro - 29.06.2018 / O Globo - 30.03.2022 / Fusões&Aquisições - 13.03.2023 - partes)
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