Total de visualizações de página

23 de abr. de 2021

Vittia (fertilizantes)

          A empresa de fertilizantes Vittia é responsável pela fabricação e comercialização de fertilizantes especiais e defensivos biológicos. A companhia utiliza organismos vivos – bactérias e algas – para melhorar a produtividade do agronegócio.
          O início foi difícil, foram 17 anos para José Plínio Romanini produzir seu primeiro fertilizante, em 1988. Mas foi só em 2014, após receber um aporte da BRZ Investimentos (fundo de private equity), que a empresa iniciou uma sequência de aquisições.
          Veio o crescimento, mas a companhia continuou familiar. Os filhos Wilson Fernando Romanini e Francisco Guilherme Romanini continuam à frente dos negócios, com os cargos de CEO e conselheiro.
          Basicamente, a Vittia funciona como uma Embrapa – pesquisadora do agro – com produtos específicos para o produtor agro.
          São mais de 300 fornecedores (36 por cento dos insumos são importados) para criar mais de mil produtos atualmente, com mais 880 novos registros sendo estudados.
          Seus produtos possuem tecnologia embarcada, Vittia é fertilizantes "biotech", e o vendedor de Vittia faz uma "venda consultiva" – avalia a fazenda e sugere o uso de produtos específicos para cada microclima.
          São 55 funcionários com total dedicação em pesquisa e desenvolvimento para criar produtos específicos para cada microclima.
          São 198 vendedores (40 por cento em São Paulo e Mato Grosso) responsáveis por atender 1.255 produtores, 54 cooperativas e 474 revendedores.
          Fertilizantes especiais (fertilizantes foliares, micros de solo, inoculantes, condicionadores de solo e organominerais) representam 84 por cento da receita líquida da companhia, e defensivos biológicos (micro-organismos) os demais 17 por cento.
          Das vendas, 46 por cento da receita são para culturas de soja e milho, 25 por cento industriais (nutrição animal), e os demais 29 por cento em café, citrus e algodão. A variedade de produtos é enorme, e a competição não fica para trás. As barreiras de entrada não parecem elevadas – são muitos anos para licenciar e produzir, mas já são mais de 100 competidores – e a corrida tecnológica por novos produtos deverá permanecer viva.
          A competição é feroz. Vendo o agro investindo aqui, o interesse das grandes biotechs mundiais pelo produtor nacional também crescerá.
          Novas pragas e novos problemas demandam um investimento constante em tecnologia. Para ganhar acesso à sua tecnologia, as grandes só precisam contratar os pesquisadores de Vittia. Fertilizantes comuns possuem competição feroz e margens baixas, mas a venda consultiva de Vittia agrega tecnologia em seus produtos e, nesse caso, as margens são bem mais altas.
          Em 2017, a Vittia adquiriu a empresa de defensivos Biovalens e, em 2020, a JB Biotecnologia. Com isso, passou a ter 7 por cento do mercado brasileiro.
          O mercado de fertilizantes especiais é bastante pulverizado. Os quatro maiores players representam apenas 20 por cento do market share brasileiro (ICL comprou a Compass, Nutrien, Stoller e Valagro). A Vittia está logo atrás, com 5 por cento. Já em defensivos biológicos, 75 por cento do mercado mundial estão nas mãos de cinco grandes companhias (Kopert, Ballagro, CHR Hansen, Novozymes e Sumitomo).
          Os familiares Wilson e Guilherme possuem participações na Vittia através das empresas WFR e FGR, e a companhia ficou com 50,28 por cento de free float (ações em circulação) após a IPO de abril de 2021. A empresa desistiu de fazer sua IPO.
(Fonte: NordResearch - 23.04.2021)

GetNinjas

          A GetNinjas foi fundada em 2011 por Eduardo L’Hotellier e é uma plataforma disponível para sistemas Android, iOS e web, presente em todos os estados do Brasil e que conecta digitalmente profissionais de variadas áreas, pessoas físicas ou jurídicas, a potenciais clientes. Os profissionais oferecem seus serviços, mediante a compra de pacote de moedas virtuais para uso exclusivo na plataforma na aquisição de ordens de serviços dos clientes cadastrados.
          Ao fim de 2020, a plataforma possuía cerca de 2,1 milhões de profissionais cadastrados, distribuídos em mais de 500 diferentes categorias, como pintor, psicólogo, professor de inglês, personal trainer, diarista, assistência técnica de eletrodomésticos, dentre outras.
          Antes de sua IPO em abril de 2021, os principais acionistas são a gestora Tiger Global, que tem uma fatia de 28,56%; Eduardo Orlando L’Hotellier; a gestora Monashees, que tem 18,27%; e Kaszek Ventures, que tem 12,78%.
          Em 2020, a receita operacional líquida da empresa somou R$ 41,806 milhões.
          Em 27 de junho de 2022, a GetNinjas comunicou que Eduardo Orlando L’Hotellier, fundador e diretor-presidente da companhia, aumentou participação acionária para 17,3%, com pouco menos de 8,7 milhões de ações ordinárias.
          Em outubro de 2023, dois anos após chegar à Bolsa e ver suas ações despencarem mais de 70% no mesmo período, a GetNinjas é alvo de uma oferta hostil de controle, . Na semana iniciada no dia 9, a companhia foi surpreendida por um comunicado do Reag Alpha Fundo de Investimento Multimercado de que havia alcançado uma participação de 25% em sua composição acionária. A fatia foi atingida em menos de um mês e disparou a chamada “poison pill”, o que levará a Reag a ficar com todas as ações em circulação da empresa e fechar seu capital. A gestora já informou, por meio de comunicado, que vai convocar assembleia de acionistas para destituir e eleger um novo conselho de administração.
          Além da Reag, tornaram-se grandes acionistas as gestoras ARC Capital e Wealth High Governance, ambas com 17%. O segundo maior acionista da GetNinjas, com 20%, é Eduardo L’Hottelier, seu fundador, atual presidente e vice-presidente do conselho de administração, que corre o risco de ver seu futuro alterado.
          Com um caixa gordo, de R$ 270 milhões, e ações valendo em conjunto menos da metade de seu patrimônio, a GetNinjas virou alvo dos fundos. Não se sabe quem está por trás do Reag Alpha Fundo de Investimento Multimercado. Pelas regras da CVM, os fundos não são obrigados a abrir os nomes dos cotistas.
(Fonte: Valor - 23.04.2021 / 27.06.2022 / Estadão - 17.10.2023 -partes)

20 de abr. de 2021

Coinbase

          A Coinbase foi fundada em 2012 com o objetivo de simplificar a compra de criptomoedas e tornou-se a maior exchange de criptoativos do mundo. 
          Nos últimos meses de 2020 e primeiros meses de 2021, a corretora surfou na onda da enorme valorização dos criptoativos. Tanto o número de usuários quanto o volume negociado estão atrelados, principalmente, ao desempenho das duas maiores criptomoedas em domínio de mercado, bitcoin e ethereum.
          A saída para a Coinbase foi fazer os investidores olharem para o futuro: um horizonte com menos intermediários financeiros e transações ocorrendo majoritariamente por blockchain. A "criptoeconomia" aposta em um mundo movido por softwares de pagamento, no qual o e-commerce irá dominar mercados, como os de viagens e imóveis.
          Em 14 de abril de 2021, a nova economia deu (mais) um passo em direção ao tradicional mercado financeiro. Sob os holofotes de veículos especializados em negócios, a Coinbase pôs os pés em territórios nunca explorados e fincou uma bandeira no centro nervoso da Nasdaq. “Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade”, pode ter pensado Brian Armstrong, CEO da empresa, ao soar o sino de abertura da bolsa de valores. A Coinbase é um marco – a primeira grande empresa da criptoeconomia a fazer IPO.
          Seu processo de abertura de capital não foi nada tradicional. A companhia vendeu suas ações em uma listagem direta. Nesse processo, economiza o dinheiro que pagaria aos bancos de investimento em uma oferta pública inicial tradicional, e evita o custoso, cansativo e demorado roadshow. Por outro lado, o dinheiro levantado na venda das ações não vai para o caixa da empresa. Isso porque os atuais investidores vendem suas ações existentes ao público – em vez de a empresa oferecer ao mercado novas ações. Mas não embolsar nenhum ganho no momento da IPO não é um problema. A Coinbase tem mais de US$ 1 bilhão em seu balanço.
          A abertura de capital foi um sucesso. A empresa iniciou o pregão avaliada em US$ 85 bilhões, mas seu valor de mercado chegou a superar US$ 100 bilhões no mesmo dia (apesar de o preço das ações ter voltado a cair um pouco, logo na sequência). Isso colocou a Coinbase entre as maiores empresas listadas dos Estados Unidos. Foi a sétima maior valorização na data da estreia - atrás apenas da Airbnb, Facebook, UPS, AT&T Wireless, Snowflake e Uber.
          No relatório de ganhos do primeiro trimestre da 2021,  a Coinbase obteve uma receita estimada em US$ 1,8 bilhão e declarou ter 6,1 milhões de usuários mensais.
(Fonte: Época negócios - 17.04.2021)

17 de abr. de 2021

Boa Safra

          Boa Safra foi fundada pelos irmãos Marino Colpo, nascido em 1983, atual CEO, e Camila Stefani Colpo, inspirados por seu pai, o engenheiro Neri Carlos Colpo, idealizador do projeto. O crescimento com Neri era fabuloso, mas os filhos viram algo muito maior adiante.
          Em 2009, Marino e Camila separaram a GBSA das fazendas da família e terceirizaram a produção de sementes. O balanço de Boa Safra ficou leve.
          Em abril de 2021, Boa Safra fez seu IPO na bolsa de valores de São Paulo, a B3.
          Maior produtora de sementes do soja do Brasil, Boa Safra tem os irmãos Marino e Camila como os principais acionistas. Os irmãos são donos de fazendas na região Centro-Oeste.
          Hoje, Boa Safra só compra a tecnologia de produção de sementes das multis (da Bayer, Brasmax, Basf), produz mais sementes em fazendas terceirizadas e vende aos lojistas.
          São 160 produtores terceirizados, que cultivam e fazem a colheita dos grãos, e mais de 500 lojistas (revendas).
(Fonte: NordResearch - 17.04.2021 / Forbes Brasil - 27.08.2021 - partes)

14 de abr. de 2021

SumUp

          A fintech processadora de pagamentos SumUp foi criada na Alemanha, em 2012, pelo empreendedor Daniel Klein. Chegou ao Brasil em 2013 pelas mãos de Igor Marchesini. A empresa atua no setor de adquirência, com maquininhas mais simples voltadas aos MEIs.
          Segundo Marchesini, Daniel Klein, o fundador da SumUp, é um empreendedor serial na área de pagamentos. A última empresa dele, a MoneyBookers, é o PayPal da Europa. Ele acabou saindo de lá e a visão dele é que pagamento é uma indústria que está migrando de relacionamento com os bancos e canal de distribuição para ser um negócio onde quem ganha é quem tem o melhor produto. Se é produto, é tech. E, se é tech, o único jeito de ganhar é ser global.
          A SumUp desembarcou no Brasil em 2013 com três funcionários, "maquininhas" que só aceitavam cartões com tarja magnética e a ambição de conquistar uma fatia de um mercado até então dominado por duas credenciadoras, a Cielo, controlada por Bradesco e Banco do Brasil, e a Rede, do Itaú.
          Ao se deparar logo de cara com dificuldades para driblar a concorrência - muito pela presença de grandes bancos em toda a cadeia -, a saída foi mudar a estratégia e passar a oferecer soluções para um segmento mal atendido: o do pequeno empreendedor. "Decidimos atuar em um nicho fora do radar das gigantes", conta Carlos Grieco, diretor de marketing da SumUp.
          A SumUp, que concentra sua atuação no segmento de pequenos empreendedores que faturam de R$ 2 mil a R$ 4 mil por mês, encabeçou o movimento de reduzir as taxas a 1%. Uma das apostas da empresa é na transparência nas taxas cobradas, com uma tabela valendo para todos os clientes.
          Em 2018, portanto cinco anos depois de aportar no Brasil, os resultados mostram que a mudança foi acertada. Hoje, a empresa ocupa seis andares de um prédio em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, conta com 600 funcionários e tem vendido em média 50 mil maquininhas por mês.
          Em julho de 2019, a SumUp levanta 333 milhões de euros de quatro empresas de private-equity - Bain Capital Credit, Goldman Sachs Private Capital, HPS Investment Partners e TPG Sixth Street Partners para expandir sua base de cientes.
          Em abril de 2021, a SumUp passa a ser patrocinadora máster do Santos F.C. “A SumUp, por meio de suas maquininhas de pagamento, banco digital e produtos para o microempreendedor, já está presente na vida de milhões de pessoas, contudo, com a parceria com o Santos, passamos a fazer parte também da paixão de todo o brasileiro. Para a SumUp, estampar uma das camisas mais icônicas do futebol, e a mesma que consagrou o rei Pelé, é um orgulho enorme, pois juntamos nosso nome a um dos escudos mais respeitados no mundo”, disse Meliza Pedroso, Head de Comunicação da SumUp.
          A marca recebeu um aporte de R$ 1,5 bilhão da matriz para aumentar o tamanho na América Latina. Boa parte desse dinheiro será usada na expansão do negócio no Brasil e em novos produtos como empréstimos para microempreendedores individuais. Em breve, a empresa pretende entrar com pedido no Banco Central para se tornar uma Sociedade de Crédito Direto (SCD).
          Em março de 2020, a SumUp também recebeu autorização para operar uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), o que permitiu à companhia criar seu banco digital SumUp Bank.
          A SumUp recebeu a autorização para funcionar como IP, conforme decisão publicada no Diário Oficial da União em 15 de agosto de 2022. Com o aval para atuar como IP, a fintech passa a ter duas licenças regulatórias no Brasil, “Com a IP, agora continuamos o processo de crescimento do que chamo de ‘one-stop-shop’, o balcão de negócios para o pequeno lojista”, aponta Mariana Lazaro, CFO da SumUp para a América Latina. A estratégia da fintech é concentrar num só lugar diversas soluções financeiras e de pagamento — e em breve também softwares, como já ocorre na Europa. “A perspectiva é oferecer softwares para facilitar a vida do lojista no Brasil. A ideia é consolidar a SumUp como um lugar em que o lojista acesse todas as soluções para o seu negócio”, diz Mariana.
          A empresa tem mulheres em 60% do quadro de funcionários e 24% entre LGBTQIA+. Conta com operações em 31 países, sobretudo na Europa.
          A SumUp tem sua base de clientes espalhada por 31 países onde tem presença. No Brasil, a SumUp opera como um sub-adquirente.
          A SumUp tem entre seus investidores a American Express, o Groupon e o BBVA Ventures.
(Fonte: jornal Valor - 18.10.2018 / 17.07.2019 / NeoFeed - 20.08.2019 / Gazeta Esportiva - 13.04.2021 / Finsiders - 16.08.2022 - partes)

11 de abr. de 2021

Eliseevsky

          Inaugurada na virada do século XX, a loja de alimentos Eliseevsky, localizada no centro de Moscou, é conhecida por seu interior que parece um palácio neobarroco, além de uma ampla seleção de comidas gourmet e souvenirs.
          Eliseevsky vende fina seleção de alimentos desde o começo do século passado e funcionou desta 
maneira mesmo durante o período da URSS.
          Mas as prateleiras - geralmente cheias de frutas frescas, destilados finos e lembranças russas tradicionais - foram ficando vazias, desde o anúncio de que a loja seria fechada no domingo, 11 de abril de 2021.
          Essa histórica loja está fechando suas portas após permanecer em funcionamento por mais de cem anos.

          A causa do fechamento é queda no turismo causada pela pandemia de coronavírus, além de questões legais.
Imagem de novembro da loja russa Eliseevsky, que fecha sua portas em abril — Foto: Reuters/Sergei Fadeichev/Tass

Imagem de novembro da loja russa Eliseevsky, que fecha sua portas em abril — Foto: Reuters/Sergei Fadeichev/Tass



          “Não era apenas um lugar para passar e comprar um pouco de comida”, disse a moscovita Yelena Bakhtina à Reuters enquanto fazia compras em Yeliseyevsky. “É um símbolo da cidade. Costumava vir aqui para admirar o interior. É uma pena que não vamos ter mais isso.”
          Localizada na rua Tverskaya, uma via que cruza o coração de Moscou, a loja costumava atrair um fluxo constante de turistas, mas o número de visitantes diminuiu drasticamente por causa da pandemia.
          Durante a era soviética, a loja era conhecida como Gastronom Nº 1 e vendia uma ampla seleção de produtos, apesar da escassez geral de alimentos em determinadas épocas.
          Alexander Kanshin, funcionário da Câmara de Comércio e Indústria, disse a uma televisão local que uma série de questões fez com que a loja fechasse as portas, incluindo problemas legais e mudança de comportamento dos consumidores, que preferem ir a grandes lojas em áreas residenciais.
          As autoridades municipais disseram que o próximo ocupante do edifício será obrigado a preservar o luxuoso interior de Eliseevsky como um monumento arquitetônico.
(Fonte: G1 / Reuters - 11.04.2021)

6 de abr. de 2021

Hospital Care Caledônia

          A rede Hospital Care Caledônia surgiu em 2017 a partir de investimentos do fundo de private equity Crescera, dos empresários Elie Horn e Julio Bozano.
          Durante o ano de 2020, a rede fechou sete aquisições e chegou a um faturamento de R$ 1 bilhão.
          Em 23 de abril de 2021 a empresa estreia na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, com o código HCAR3.
          A companhia integra hospitais, clínicas e planos de saúde. A empresa está hoje no interior de São Paulo, nas cidades de Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e futuramente Sorocaba. Também está em Florianópolis e Curitiba. O grupo tem 11 hospitais, 1.206 leitos e 24 clínicas.
(Fonte: jornal Valor - 06.04.2021)

5 de abr. de 2021

Bromil Xarope

          O laboratório Daudt, Freitas & Cia — depois, Daudt & Oliveira — , foi fundado por João Daudt Filho, em 1882. 
          No início do século XX o laboratório lançou o xarope Bromil e prometia curar qualquer tosse em 24 horas. Ficou conhecido popularmente como o xarope “amigo do peito”, a partir de uma impressionante e eficaz campanha publicitária nos principais jornais e revistas do Rio de Janeiro.
          Daudt, além de grande empreendedor, era um amante das artes e da literatura, o que facilitou a adoção da estratégia desenvolvida por Felipe Daudt d’Oliveira, seu sobrinho e responsável pelo marketing do laboratório. Felipe, que além de farmacêutico, era também poeta e amigo de grandes intelectuais da época, com sua visão vanguardista, contratou alguns dos maiores nomes da cultura brasileira da época para as campanhas publicitárias da empresa.
          Para anunciar as qualidades do xarope Bromil, por exemplo, Felipe contratou o grande poeta Olavo Bilac, que em um anúncio vinculado primeiramente no Jornal do Brasil em 1912, testemunhou as qualidades terapêuticas do xarope. Anos mais tarde, o pintor Di Cavalcanti se iniciou na publicidade, desenhando um anuncio do Odol, outro produto do laboratório, e Graciliano Ramos e Carlos Drummond de Andrade votaram nos melhores contos para a revista “Boa Nova”, do laboratório Daudt.
         Daudt não esqueceu do mercado paulistano. Em foto tirada nos primeiros anos do século XX, no Viaduto do Chá no centro de São Paulo, pode se ver no telhado de um prédio comercial onde hoje está instalado o Shopping Light, os seguintes dizeres: BROMIL Cura Tosse.
         Hoje, a marca Bromil pertence ao laboratório EMS e ainda está à venda nas principais farmácias do Brasil. 
          A seguir, um dos anúncios do xarope Bromil “estrelados” por Olavo Bilac, o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, centrado na carta escrita pelo poeta em agradecimento à cura de uma “bronquite pertinaz”. Esse e outros anúncios foram publicados na revista “Fon-Fon”.
(Fonte: Claudio Soares (E-publisher) - 06.03.2017 - parte)


Boa Vista (birô de crédito)

          O birô de crédito Boa Vista é uma empresa brasileira que alia inteligência analítica à alta tecnologia para transformar dados em soluções para os desafios de clientes e consumidores.
          Criada no idos do início da década de 1960 como SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), tem contribuído significativamente para o desenvolvimento da atividade de crédito no Brasil, ajudando o país a estabelecer uma relação de consumo mais equilibrada entre empresas e consumidores.
          A Boa Vista é precursora do Cadastro Positivo, banco de dados com informações sobre o histórico de pagamentos, que deixa a análise de crédito mais justa e acessível.
          Pioneira também em serviços ao consumidor, a Boa Vista responde por iniciativas que cooperam com a sustentabilidade econômica dos brasileiros, como a consulta do CPF com score, dicas de educação financeira e parcerias para negociação de dívidas. (portal consumidorpositivo.com.br).
          Atualmente é referência no apoio à tomada de decisão em todas as fases do clico de negócios: prospecção, aquisição, gestão de carteiras e recuperação.
          O que a Boa Vista tem como objetivo básico é usar inteligência analítica para transformá-los em respostas e soluções às necessidades e desejos dos consumidores e empresas.
          O atual grupo de acionistas da Boa Vista SCPC é composto pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), como controladora, a Associação Comercial do Paraná, o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, além da TMG Capital, como acionista gestor. Em 1º de junho de 2011, a Boa Vista SCPC assumiu as operações da Equifax do Brasil Ltda.

• Associação Comercial de São Paulo (ACSP)
          Fundada em 1894, a ACSP tem mais de 30 mil associados e é referência no estudo
e consultoria sobre empreendedorismo e políticas econômicas. Seus serviços exercem
grande influência na expansão e no aprimoramento seguro das empresas.

• TMG Capital
          Fundado em 1997, com sede em São Paulo e escritórios em Curitiba e Nova York,
atua como fundo independente de participações que provê capital, visão
estratégica e experiência em gestão para companhias em fase de expansão.

• Equifax Inc.
          Especialista em informações comerciais, a Equifax é uma companhia de capital pulverizado,
listada na Bolsa de Nova York. Atua nos Estados Unidos e em outros quinze países. No Brasil,
oferece informações comerciais sobre ativos e passivos de companhias abertas e fechadas,
além de informações de crédito.

• Associação Comercial do Paraná (ACP)
          Presente desde 1889 no Paraná, a ACP oferece soluções de apoio às atividades comerciais
empresariais e também presta serviços a consumidores.

• Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro
          Fundado em 1955, na cidade do Rio de Janeiro, oferece informações sobre banco de dados
comerciais, cadastro de proteção ao crédito, entre outros serviços.

• Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre – CDLPoA
          Atua no Rio Grande do Sul há mais de 50 anos. É especialista no desenvolvimento
de estratégias para o varejo, transformando dados em soluções para proteção, recuperação
e promoção do crédito e vendas.

          Em dezembro de 2020, a Boa Vista comprou a plataforma online de renegociação de dívida Acordo Certo, em um acordo que pode chegar a R$ 137,6 milhões.
          Em 11 de março de 2021, a Boa Vista informa que vai pagar um total de R$ 172 milhões pela Konduto, uma das empresas líderes em fornecimento de soluções antifraude no Brasil, fundada em 2014. A incorporação foi levada a cabo nos últimos cinco meses de 2021. A Konduto Internet é especializada no combate a fraudes em pagamentos online. É a segunda aquisição desde a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de setembro de 2020 e acelera a estratégia da companhia de transformação digital e menor dependência do tradicional serviço de score de crédito, que é mais afetado pelo isolamento social trazido pela pandemia.
          A Konduto é uma das empresas líderes em fornecimento de soluções antifraude no Brasil, com foco principal em contribuir com a segurança da operação de lojas virtuais, fintechs e meios de pagamento.
          A equipe de cientistas da Boa Vista, considerando dados de março de 2021 tem cerca de 80 pessoas.
          Em 29 de junho de 2023 foi consumada a incorporação da totalidade das ações de emissão Boa Vista pela Equifax do Brasil S.A., subsidiária da Equifax Inc.
          A Boa Vista entra para o grupinho das empresas que abrem capital num mercado eufórico como estava em 2020 com Selic a 2%a.a e fecham num momento ruim como foi em dezembro de 2022 quando ela anunciou a OPA e a cotação estava na mínima histórica a R$4 sendo que o IPO foi a R$14.
          Encerrou-se em 7 de agosto de 2023 a negociação das ações de emissão da Companhia na B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”) sob o código “BOAS3”.
(Fonte: Valor - 11.03.2021 / 25.03.2022 / site BoaVista SCPC / Fato Relevante - 07.08.2023 / Fundamentei - 12.08.2023 - partes)