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23 de abr. de 2021

Vittia (fertilizantes)

          A empresa de fertilizantes Vittia é responsável pela fabricação e comercialização de fertilizantes especiais e defensivos biológicos. A companhia utiliza organismos vivos – bactérias e algas – para melhorar a produtividade do agronegócio.
          O início foi difícil, foram 17 anos para José Plínio Romanini produzir seu primeiro fertilizante, em 1988. Mas foi só em 2014, após receber um aporte da BRZ Investimentos (fundo de private equity), que a empresa iniciou uma sequência de aquisições.
          Veio o crescimento, mas a companhia continuou familiar. Os filhos Wilson Fernando Romanini e Francisco Guilherme Romanini continuam à frente dos negócios, com os cargos de CEO e conselheiro.
          Basicamente, a Vittia funciona como uma Embrapa – pesquisadora do agro – com produtos específicos para o produtor agro.
          São mais de 300 fornecedores (36 por cento dos insumos são importados) para criar mais de mil produtos atualmente, com mais 880 novos registros sendo estudados.
          Seus produtos possuem tecnologia embarcada, Vittia é fertilizantes "biotech", e o vendedor de Vittia faz uma "venda consultiva" – avalia a fazenda e sugere o uso de produtos específicos para cada microclima.
          São 55 funcionários com total dedicação em pesquisa e desenvolvimento para criar produtos específicos para cada microclima.
          São 198 vendedores (40 por cento em São Paulo e Mato Grosso) responsáveis por atender 1.255 produtores, 54 cooperativas e 474 revendedores.
          Fertilizantes especiais (fertilizantes foliares, micros de solo, inoculantes, condicionadores de solo e organominerais) representam 84 por cento da receita líquida da companhia, e defensivos biológicos (micro-organismos) os demais 17 por cento.
          Das vendas, 46 por cento da receita são para culturas de soja e milho, 25 por cento industriais (nutrição animal), e os demais 29 por cento em café, citrus e algodão. A variedade de produtos é enorme, e a competição não fica para trás. As barreiras de entrada não parecem elevadas – são muitos anos para licenciar e produzir, mas já são mais de 100 competidores – e a corrida tecnológica por novos produtos deverá permanecer viva.
          A competição é feroz. Vendo o agro investindo aqui, o interesse das grandes biotechs mundiais pelo produtor nacional também crescerá.
          Novas pragas e novos problemas demandam um investimento constante em tecnologia. Para ganhar acesso à sua tecnologia, as grandes só precisam contratar os pesquisadores de Vittia. Fertilizantes comuns possuem competição feroz e margens baixas, mas a venda consultiva de Vittia agrega tecnologia em seus produtos e, nesse caso, as margens são bem mais altas.
          Em 2017, a Vittia adquiriu a empresa de defensivos Biovalens e, em 2020, a JB Biotecnologia. Com isso, passou a ter 7 por cento do mercado brasileiro.
          O mercado de fertilizantes especiais é bastante pulverizado. Os quatro maiores players representam apenas 20 por cento do market share brasileiro (ICL comprou a Compass, Nutrien, Stoller e Valagro). A Vittia está logo atrás, com 5 por cento. Já em defensivos biológicos, 75 por cento do mercado mundial estão nas mãos de cinco grandes companhias (Kopert, Ballagro, CHR Hansen, Novozymes e Sumitomo).
          Os familiares Wilson e Guilherme possuem participações na Vittia através das empresas WFR e FGR, e a companhia ficou com 50,28 por cento de free float (ações em circulação) após a IPO de abril de 2021. A empresa desistiu de fazer sua IPO.
(Fonte: NordResearch - 23.04.2021)

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