O Banco Bradesco firmou, em 24 de agosto de 2022, parceria estratégica com o Banco Votorantim (BV) para a formação de uma gestora de investimentos independente, que terá marca própria, de acordo com comunicado ao mercado, que não detalhou os valores do negócio.
Na transação, o Bradesco sinaliza adquirir 51% do capital da BV DTVM, que concentra a gestão de recursos de terceiros e a atividade de private banking (atendimento a clientes super-ricos do banco BV) – soluções financeiras e patrimoniais customizadas para clientes de alta renda – do BV.
A BV DTVM tem atuação no mercado brasileiro desde 1999 e é a nona maior gestora de fundos imobiliários e também a nona maior em private banking, segundo dados da Anbima, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
Entre os 18 fundos administrados pela BV DTVM, estão o Votorantim Shopping, BB Progressivo II, BB Renda Corporativa e o RB Capital Renda II.
Já o Bradesco tem hoje (junho de 2023) mais de R$ 544 bilhões em ativos sob gestão, além de outros R$ 380 bilhões no segmento de private banking, sendo o terceiro e segundo maior gestor em cada segmento, respectivamente.
Pouco depois de meados de junho de 2023, quase dez meses após anunciarem a parceria, Bradesco e BV deram à luz a uma nova gestora, a
Tivio Capital — o nome é um neologismo da palavra “ativo”.
Para comandar a casa trouxeram Christian Egan, que tem passagens por Pactual, Credit Suisse e grupo Itaú, onde ficou por quase 17 anos e saiu no fim de 2020.
A estratégia ainda está sendo finalizada, mas a gestora vai trabalhar tanto com ativos líquidos como ilíquidos e terá uma ampla oferta de produtos, que seguirão sendo distribuídos em grandes plataformas. A casa nasce com cerca de R$ 42 bilhões sob gestão e R$ 22 bilhões de custódia no wealth management (gestão de fortunas).
“A BV DTVM terá autonomia na gestão dos recursos", sinaliza comunicado do Bradesco ao mercado, “além de contar com a reputação e sólida experiência de seus acionistas”.
A ideia é oferecer aos clientes de alta renda os chamados “fundos alternativos”, como fundos imobiliários, de agricultura, crédito, crédito de carbono, etc.
“Eu brinco que a Tivio é uma startup que nasce com 400 anos de história (juntando a experiência de Banco do Brasil, Grupo Votorantim e Bradesco) e uma prateleira super-robusta vinda da BV Asset. Ainda assim, somos uma casa independente, com time de gestão e distribuição próprias, e vamos explorar todas as oportunidades”, diz Egan.
Em setembro de 2024, a Tivio Capital reitera que tem como objetivo virar uma das
principais gestoras de investimentos alternativos no país e, para isso, elegeu o setor imobiliário como um dos motores de seu crescimento
nos próximos anos. A Tivio tem R$ 34 bilhões sob gestão, dos quais R$ 7 bilhões no segmento imobiliário. A
agenda para avançar no ramo abrange a reformulação
de fundos já existentes na casa, o lançamento de novos
e potenciais aquisições de gestoras. “Estamos olhando
as oportunidades de mercado”, afirma Adriano Mantesso. O executivo foi contratado na metade de 2023 para liderar a área. Antes disso, ele atuava na multinacional canadense Ivanhoe Cambridge chefiando os investimentos no setor imobiliário na América Latina.
(Fonte: InfoMoney - 24.08.2022 / seudinheiro - 22.06.2023 / Valor - 23.06.2023 / Estadão - 08.09.2024 - partes)