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7 de mar. de 2024

SYN (ex-CCP)

          A CCP (Cyrela Commercial Properties), empresa conhecida por ser uma das líderes brasileiras em propriedades comerciais, foi fundada em 2007. É proprietária e operadora de edifícios corporativos, shoppings centers e galpões logísticos.
          “Em 2007 houve o spin-off da Cyrela Brazil Realty S/A, que criou a CCP. Ao longo desses anos, nós criamos uma cultura diferente e nossa própria base de investidores. São 14 anos de construção de uma história independente”, diz o CEO Thiago Muramatsu.
          Segundo Muramatsu, que entrou na companhia como trainee em 2008 e desde fevereiro de 2021 atua como CEO, o novo posicionamento vem sendo desenhado há mais de quatro anos e visa uma companhia mais ágil.
         Depois de 14 anos, em meados de 2021, a empresa adota uma nova marca e passa a denominar-se SYN.
          “A mudança de nome vem para endossar a reinvenção de um modelo de negócio e assegurar nosso protagonismo. Queremos ser uma empresa antenada, moderna e jovem, mesmo dentro de um segmento tradicional como o de real estate”, afirma Muramatsu.
          O início da mudança começou com o InovaCCP, programa interno criado em 2017, focado em inovação. Ao longo dos últimos anos, todos os 450 colaboradores diretos e os cerca de 1.300 terceirizados puderam dar ideias sobre melhorias para o negócio.
          Com dezenas de parcerias com startups e a tecnologia presente dentro de casa, Thiago afirma que era hora de a companhia mostrar a nova vocação para o mercado. Sem temer um afastamento definitivo da Cyrela, o executivo defende que é hora de consolidar a independência.
          O ON Stores já reúne aproximadamente 40% dos lojistas dos seis shoppings administrados pela empresa. Cerca de 70% deles são empreendedores de porte menor, fora do círculo das grandes redes. “É a oportunidade de digitalizar negócios e alavancar vendas que faz total sentido em tempos de pandemia”, avalia Thiago.
          Essa união do real estate com a tecnologia é um dos exemplos que devem ganhar força na SYN. Para Thiago há muitas oportunidades no caminho, afinal, 4.7 milhões de pessoas transitam por mês nas propriedades comerciais.
          Em fins de 2021, a Syn (ex-CCP) concluiu a formação de joint venture com a gestora SPX. Anunciado em abril, o negócio entre as empresas constitui e desenvolve uma nova gestora de recursos de fundos de investimentos destinados exclusivamente à aplicação de recursos em ativos imobiliários.
          As ações da SYN (SYNE3) tiveram euforia no fim da sessão de 27 de fevereiro de 2024. O movimento veio em meio à notícia de que a SYN assinou um memorando de entendimentos com o FII XP Malls (XPML11) para que o fundo imobiliário compre participação em seis shoppings da empresa. Pelas frações, o fundo desembolsará R$ 1,850 bilhão. Na véspera, SYN3 saltou 70,78%, a R$ 8,01, com os papéis ganhando força a partir das 17h (horário de Brasília) da véspera.
          A transação inclui os seguintes empreendimentos:
51% do Grand Plaza Shopping – Santo André/SP
32% do Shopping Cidade São Paulo – São Paulo/SP
52,5% do Tietê Plaza Shopping – São Paulo/SP
70% do Shopping Metropolitano Barra – Rio de Janeiro/RJ
85% do Shopping Cerrado – Goiânia/GO
23% do Shopping D – São Paulo/SP
          O Itaú BBA vê um acréscimo significativo de valor para a empresa, dado que a venda implica em um prêmio em relação aos valores que a empresa está atualmente negociando e que o preço pago pelos seis ativos representa 150% do valor de mercado total do SYN, com base nos preços de fechamento de 27 de fevereiro (bruto de impostos).
          A SYN irá manter seu portfólio, que inclui Área Bruta Locável (ABL) de 39.720 m² em escritórios e 22.170 m² em shoppings – o que provavelmente renderá um NOI, ou Receita Operacional Líquida, de cerca de R$ 80 milhões.
          Em 18 de novembro de 2024, a SYN Prop & Tech assinou a venda da sua participação na SPX SYN Participações para a SPX Capital Holding, se desfazendo, assim, da joint venture formada em 2021 entre as duas companhias. A transação foi avaliada em R$ 9,8 milhões.
(Fonte: InfoMoney - 15.06.2021 / Valor - 29.12.2021 / InfoMoney 28.02.2024 / Valor - 19.11.2024 - partes)

6 de mar. de 2024

Danka (antiga Uniplas)

          Fundada em 1974 por quatro sócios, a empresa Danka iniciou como uma modesta fábrica de cortinas de banheiro e capas para eletrodomésticos e botijões de gás em Curitiba, a capital paranaense.
          A primeira mudança ocorreu no final dos anos 1970, quando a empresa entrou realmente no mercado de bolsas, iniciando a produção das famosas pastinhas de cursos pré-vestibular, mudando o nome de Uniplas para Danka (como curiosidade, o nome surgiu da junção de partes do nome e apelido dos fundadores: Bohdan Baranovski e Kaito – Luiz Carlos Zanona).
          Na década de 1980, vieram as pastas médicas e as famosas pastas 007. Indo para a década de 90, foi lançada a linha de mochilas e lancheiras escolares, chamada Schoolfriend, que estava presente nas papelarias de todo o Brasil. Destaque para as licenças da Hanna Barbera, como os Flinstones e Jetsons, para atender crianças e pré-adolescentes.
          Com a abertura de mercado ocorrida em meados nos anos 1990 e a entrada de produtos chineses com preços mais competitivos, foi preciso novamente se adaptar. “Nesse momento tivemos que tomar uma grande decisão: tornarmo-nos uma empresa comercial, importando nossos produtos, ou redirecionar nosso negócio, focando na produção própria. A nossa vocação e a paixão dos sócios pela produção, nos fez optar pela segunda alternativa”, relembra o diretor geral da Danka, Luiz Carlos Zanona.
          Foi quando começou a produção em escala para grandes magazines e empresas, desenvolvendo produtos exclusivos como nécessaires, pastas e bolsas para esses grandes players. “Esse foi o início do nosso mercado atual que é o atendimento direto ao mercado B2B”, complementa.
          No ano de 1996, o desenvolvimento de soluções para um nicho bem específico: malas para mostruários de óculos, tornando-se um líder de mercado com atuação por cerca de 15 anos.
          Em 2006, com a popularização dos notebooks, a Danka iniciou o desenvolvimento de mochilas, maletas e cases para notebook, para grandes clientes como Dell, Itautec, Positivo, Lenovo e outros.
          “A partir de 2013, fizemos um reposicionamento estratégico, focando no desenvolvimento de projetos especiais de grandes volumes com grandes empresas. Criamos uma linha de produtos à pronta entrega, com itens de estoque, que podem ser personalizados depois de prontos. Esse movimento é que deu origem em 2017 à Neodanka, uma nova marca de mochilas corporativas personalizadas para atender empresas de todos os portes em todo o Brasil”, afirma Marco Antonio Zanona, sócio e diretor de novos negócios.
          Marco Antonio destaca também uma ação social que muito orgulha a empresa e ocorre desde 2017: a MochilAção. “Ela envolve fornecedores e colaboradores para produzir e distribuir mochilas escolares para crianças carentes da nossa região, como forma de incentivar a educação e ajudar a reduzir a evasão escolar. É uma ação que vem crescendo ano a ano e já se tornou uma marca para a Danka com 10.680 mochilas doadas”.
          Em 2013, a Danka conquistou a primeira Certificação ISO 9001. E, desde 2021, é certificada pelo selo Great Place To Work.
          Com a pandemia (que teve início nas últimas semanas de 2019), a empresa intensificou o atendimento a grandes clientes dos segmentos de cosméticos, alimentícios, laboratórios e outros, que buscavam grande escala e alta qualidade nos produtos. “Isso só foi possível devido à capacitação da nossa equipe, estrutura e confiabilidade. Nosso know how está nas pessoas. Acreditamos de fato que a nossa equipe é o nosso principal fator de sucesso. E estamos em constantes mudanças. Nossa intenção estratégica é o de preparar a Danka para os próximos 50 anos, através da reestruturação comercial e da transformação digital, sem esquecer a sustentabilidade”, conta João Paulo Zanona, sócio e diretor comercial.
          Com uma das maiores e mais modernas estruturas fabris do setor no Brasil, a Danka investe em matérias-primas e processos inovadores, como os produtos termomoldados, além de uma equipe específica para a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Tudo isso combinado com pessoas, máquinas de corte e de costura eletrônicas para produtividade e automação dos processos.
          A previsão para os próximos anos é promissora. Atualmente (2024), só o mercado corporativo do Brasil consome cerca de 5 milhões de mochilas por ano. “Esse é um grande potencial ainda pouco explorado por empresas nacionais e sem um grande player que domine o mercado. Portanto, nossa expansão passa por desenvolver esse mercado, seja com produtos standards, quanto com projetos exclusivos e especiais para grandes empresas. Mas além do B2B, que é nosso core business, está em nossos planos também o desenvolvimento do mercado B2C, aproveitando as oportunidades de acesso direto ao consumidor final que as tecnologias atuais permitem”, finaliza João Paulo.
          Ao longo de cinco décadas, a Danka conquistou clientes como Grupo Boticário, Lenovo, JBS/Seara, Cogna/Somos e Cacau Show e tornou-se uma das maiores indústrias de bolsas do Brasil.
          Considerando números do início de 2024,  são mais de 300 colaboradores diretos e indiretos, com produção anual de mais de 3.600.000 peças costuradas, entre mochilas, bolsas térmicas, nécessaires, entre outras.
(Fonte Tribuna (do Paraná) - 04.03.2024)

5 de mar. de 2024

Grupo Polico

          A história do Grupo Polico, da área de alimentos, é daquelas que nasce quando empreendedores enxergam uma oportunidade e erguem um negócio de crescimento constante, com baixa alavancagem financeira. Luiz Fernando Franca e Ricardo Freitas trabalhavam com importações de matérias-primas para a indústria alimentícia quando resolveram abrir seu próprio negócio, em 2002.
          Em medos de 2024 será inaugurada sua quarta fábrica de temperos, especiarias e processamento de frutas secas, em Extrema (MG), que também servirá de centro de distribuição.
          As outras unidades ficam em Jandira, Cotia e Carapicuíba, em São Paulo. O grupo tem ainda centros de distribuição em Itajaí (SC), Nova Lima (MG) e Carapicuíba
          Considerando números de 2023, o faturamento anual é de R$ 300 milhões.
(Fonte: Estadão - 01.03.2024)

1 de mar. de 2024

C2 Mobilidade sobre Trilhos (Comporte / CRRC)

          O consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos é composto pelo Grupo Comporte e a chinesa CRRC.
          Ligado à família Constantino (da Gol), o Grupo Comporte é responsável pela operação do VLT da Baixada Santista, que liga São Vicente a Santos, e do Metrô BH, na capital mineira, dentre outras atividades no ramo de transportes. Já a CRRC (sediada em Pequim) é uma das maiores referências internacionais no fornecimento de equipamentos ferroviários.
          O consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos fez a única oferta no leilão da concessão de implementação da linha de trem expresso de passageiros entre as cidades de São Paulo, Jundiaí e Campinas na tarde de 29 de fevereiro de 2024, na B3. A parceria público-privada (PPP) prevê também criar uma linha que interligue Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas, no interior paulista, assim como mudanças na Linha 7-Rubi, da CPTM.
          O consórcio fez a proposta de 0,01% de desconto na contraprestação que será paga pelo governo do Estado, cujo teto era de cerca de R$ 8 bilhões. O Estado será responsável por pagar quase R$ 9 bilhões dos R$ 14,2 bilhões a serem investidos em infraestrutura, ficando o restante para o consórcio.
          O projeto era discutido havia pelo 20 anos. O interesse do consórcio formado pela Comporte e a CRRC já era discutido nos bastidores há semanas. Na segunda-feira, a CRRC teve uma reunião com o governador no Palácio dos Bandeirantes, conforme consta na agenda oficial, divulgada pelo Estado. Outro compromisso do tipo já havia ocorrido em agosto do ano passado.
          Chamado de Trem Intercidades (TIC), o expresso tem trajeto com duração estimada de 1h04 a 1h15, entre o Terminal Palmeiras-Barra Funda, na zona oeste paulistana, e Campinas, com parada em Jundiaí. A velocidade média prevista é de 95 km/h. O valor médio estimado do bilhete é de R$ 50, com teto de R$ 64 (a ser atualizado anualmente, com base principalmente no IPCA). A operação das linhas do leilão desta quinta envolve construir novas vias para a circulação de trens, ao longo do trajeto já existente (utilizado para transporte de carga e, no trecho até Jundiaí, pela CPTM). O traçado adotado data do século 19, de modo que envolve estações tombadas como patrimônio cultural na esfera estadual — as quais precisarão passar por restauro, readequações e, em alguns casos, conversão para novo uso, opção no caso de locais que terão uma nova estação
          Segundo o Estado, optou-se pela implementação das novas linhas em vias ao longo do caminho já em atividade (pela CPTM e pelo transporte de cargas) para reduzir o custo com desapropriações.
          Marcus Quintella, diretor executivo da FGV Transportes, comenta que a CRRC tem a expertise de produção de material rodante e o conhecimento da área de transporte em geral, com ampla trajetória internacional, inclusive na América do Sul (como no Chile).
(Fonte: Estadão - 01.03.2024)

29 de fev. de 2024

CLI - Corredor Logística e Infraestrutura

          A CLI - Corredor Logística e Infraestrutura, empresa de logística e infraestrutura, é controlada 
pela IG4 Capital e pela australiana Macquarie Asset Management,
         Em Itaqui, a CLI é sócia do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram).
         Em 15 de julho de 2022, a Rumo assinou o contrato de venda de dois terminais no Porto de Santos para a CLI. O acordo é de R$ 1,4 bilhão. Oitenta por cento das ações dos ativos serão vendidas, e a Rumo continuará como acionista minoritária, com 20%. Os dois terminais comercializados são o T16 e o T19, localizados na margem direita do porto e destinados à movimentação de grãos e açúcar. O contrato de arrendamento das duas áreas vai até 2035. As obrigações da concessão também incluem investimentos de R$ 600 milhões para ampliar em 20% a capacidade de movimentação dos ativos.
Apoiada em um aumento de capital de R$ 500 milhões integralmente subscrito pela Macquarie Infrastructure Partners V (MIP V), transação que marcou a entrada da empresa australiana como sócia, a CLI assumiu 80% dos terminais T16 e T19 por R$ 1,4 bilhão. A Rumo manteve os 20% restantes. Os terminais, que são vistos operacionalmente como uma instalação combinada, podem movimentar 16 milhões de toneladas por ano divididas igualmente entre grãos e açúcar.
          Com o aumento de capital, a Macquarie, um dos maiores investidores globais em infraestrutura, com uma carteira de quase US$ 800 bilhões, assumiu 50% da CLI. No Porto de Santos, 7,5 milhões de toneladas de açúcar e 4,2 milhões de toneladas de grãos (soja e milho) seriam movimentadas em 2022, e em Itaqui, o volume previsto era de 4 milhões de toneladas de grãos, ante 2,8 milhões de toneladas em 2021, quando as exportações foram prejudicadas pela quebra de safra.
          Helcio Tokeshi, diretor e sócio da IG4 explica que "resultados positivos que podem ser gerados pelo nosso modelo de negócio.” Nesse modelo, a empresa trabalha com todas as tradings interessadas, e o que determina o sucesso da parceria são os serviços oferecidos e a eficiência da operação.
Em Itaqui, a CLI tem como sócios no Tegram a Glencore, Terminal Corredor Norte (vinculada à trading NovaAgri) e ALZ Terminais Portuários (controlada pela Amaggi, Louis Dreyfus Company e Zen-Noh Grain).
(Fonte: revista Exame - Valor - 17.07.2022 / 15.11.2022 - partes)

28 de fev. de 2024

Sabará (grupo)

          O grupo Sabará fornece ingredientes orgânicos para a indústria de alimentos e soluções para tratamento de água.
          Em março de 2024, o Sabará começa a operar em Valinhos (SP) uma nova fábrica da Concepta Ingredients. Com ela, a participação da marca na receita do grupo deve passar dos atuais 15% para 35% a 40%.
          O investimento na unidade foi de R$ 25 milhões e deve ampliar o fornecimento de castanhas, frutas, sementes e óleos para a indústria de alimentos e farmacêutica veterinária. A matéria-prima vem dos biomas da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Amazônia.
          O investimento na nova fábrica mira a inclusão de agricultores familiares e extrativistas. “O Brasil já é muito forte em commodities, mas essa não é a nossa ideia como empresa”, diz o executivo André Sabará, diretor do grupo. Os planos para o futuro incluem explorar matérias-primas dos Pampas e do Pantanal, mas sem data para originação.  
          O Sabará, que hoje destina às exportações 10% das vendas, prevê chegar a 40% em dois anos. Produtos da Concepta chegam aos Emirados Árabes, Alemanha, Itália, Reino Unido, EUA e Canadá, além da América Latina. “Temos equipes de vendas focadas neles”, diz o executivo André Sabará, diretor do grupo.
          A empresa pretende elevar o faturamento de cerca de R$ 330 milhões ao ano em 2023 para R$ 500 milhões em 2025.
(Fonte: Estadão - 26.02.2024)

27 de fev. de 2024

Vice Media Group

          A Vice, veículo de comunicação que tem Shane Smith como um de seus fundadores, foi apresentada ao público como o futuro da mídia. A publicação cresceu de uma revista punk gratuita em Montreal, na década de 1990, para um conglomerado de mídia com 3 mil funcionários, escritórios em todo o mundo, um programa da HBO e um estúdio de produção cinematográfica.
          Seu cofundador, Shane Smith, era um excelente vendedor e convenceu investidores – e a imprensa – de que a Vice era o futuro dos meios de comunicação digitais e que a sua abordagem gonzo – estilo em que o autor da reportagem deixa de lado a objetividade e se mistura ao tema abordado – tornaria cada vez mais irrelevante a velha guarda do jornalismo. Smith previu que Vice iria superar CNN, ESPN e MTV.
          A Vice já foi avaliado em mais de US$ 5 bilhões (por volta de R$ 24,9 bilhões pela contação de 
fevereiro de 2024) pelo seu apelo com público jovem.
          Em 2023, o Vice Media Group pediu falência e foi vendido por US$ 350 milhões (R$ 1,7 bilhão) 
aos seus antigos credores, liderados pelo fundo de investimentos Fortress Investment Group.
          Em pouco tempo, a empresa passou de queridinha da era da mídia digital à bancarrota. A Vice 
deve encerrar as suas operações.
          Bruce Dixon, executivo-chefe do Vice Media Group, disse aos funcionários em 22 de fevereiro de 2024 que “várias centenas” de cargos seriam eliminados e que a empresa não publicaria mais notas em seu principal site, o vice.com, embora tenha deixado aberta a possibilidade de o grupo fornecer conteúdo por meio de outras organizações de notícias. “Para nós, já não é rentável distribuir o nosso conteúdo digital da forma como fazíamos anteriormente”, escreveu ele em um memorando. “No futuro, procuraremos fazer parcerias com empresas de mídia estabelecidas para distribuir nosso conteúdo digital, incluindo notícias, em suas plataformas globais, à medida que fazemos a transição completa 
para um novo modelo.”
          A queda da Vice representa uma das maiores falências da imprensa na memória recente. Jornalistas que trabalharam para a Vice passaram o dia 22 de fevereiro (2024) tentando salvar seu trabalho depois de ouvirem rumores de que o site poderia fechar em breve. Em 25 de fevereiro, ele ainda estava no ar. Os funcionários do grupo de comunicação foram informados ainda no fim de 
semana seguinte de que saberiam mais sobre os passos da empresa nos dias seguintes.
          Uma pessoa ligada ao Fortress, que pediu para não ser identificada, diz que o fundo “está fora do negócio de notícias.” O Vice Media Group também inclui outras marcas, como o Refinery29, um site dirigido a mulheres jovens, que continuaria a funcionar, embora “os executivos estejam em discussões avançadas para vender este negócio, e continuamos com esse processo”, com mais novidades esperadas para as semanas seguintes, escreveu Dixon no memorando.
(Fonte: Estadão 26.02.2024)

26 de fev. de 2024

Fiv5 Star Cleaning

           A Fiv5 Star Cleaning foi fundada pela mineira Mila Garro, em 2009, e tem sedes em Charlotte, 
na Carolina do Norte, e em Miami.
          Mila desistiu dos estudos e de uma possível estabilidade financeira no Brasil para viver como ajudante de faxineira nos Estados Unidos. Contra a vontade da família, a mineira e hoje empresária Mila Garro, nascida em 1988, embarcou sozinha aos 19 anos, sem visto definitivo e nenhuma vivência 
com o idioma.
          Apesar dos desafios iniciais, o sucesso da sua meticulosa limpeza brasileira no país estrangeiro foi tanto que, quatro anos depois (por volta de 2009), abriu a sua própria empresa no ramo: a Fiv5 Star 
Cleaning.
          Natural de Paracatu, em Minas Gerais, Mila Garro se mudou para Belo Horizonte após a separação dos pais, quando completou quatro anos de idade. A mãe foi embora para Brasília e a deixou sozinha com o pai, um policial civil que teve problemas de alcoolismo pouco tempo depois. Aos oito 
anos, passou a morar com a avó materna, também em Belo Horizonte.
          Acompanhando a avó nas vendas de lingeries em barracas, teve o primeiro contato com o empreendedorismo. Quando completou 15 anos, em 2003, Mila escolheu como presente de aniversário uma viagem à cidade de Boston, nos Estados Unidos, onde uma tia trabalhava como faxineira. Passou um mês ajudando na limpeza das casas que a tia atendia. No fim, recebeu cerca de US$ 400 pelo serviço (cerca de R$ 2 mil pelo câmbio de hoje). “Isso ficou na minha cabeça: fiquei rica fazendo 
faxina.”
          De volta a Minas Gerais, Garro concluiu o ensino médio aos 18 anos. Com 19, cedeu à pressão do pai: prestou vestibular, cursou administração durante um ano na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e se dedicou aos estudos para se tornar escrivã da Polícia Civil. Na última etapa do concurso da polícia, ela foi eliminada. “Fiquei muito frustrada, mas ao mesmo tempo me senti 
muito livre.”
          Em abril de 2007, a empresária decolou sozinha para o estado de Nova Hampshire e na sequência mudou-se para Charlotte, na Carolina do Norte, onde ela voltou a atuar como ajudante de uma 
faxineira.
          Em 2011, ele decidiu administrar o seu próprio negócio, a Fiv5 Star Cleaning. A limpeza regular custa de US$ 150 a US$ 180 (R$ 746 a R$ 895 em valores de fevereiro de 2024). Já a profunda, de US$ 300 a US$ 500 (R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil).
          Em 2014, Mila Garro faturou o seu primeiro milhão de dólares – quase R$ 5 milhões na cotação atual. As 45 faxineiras da Fiv5 Star Cleaning faturam entre US$ 600 e US$ 800 por semana (R$ 2,9 mil a 3,9 mil), segundo a proprietária. A companhia atende cerca de 60 a 65 clientes diariamente. São aproximadamente 800 clientes fixos atualmente. Em 2023, faturou US$ 2,7 milhões (R$ 13,4 milhões).
(Fonte: Estadão - 25.02.2024)

25 de fev. de 2024

Oceânica Engenharia

          A Oceânica Engenharia foi fundada em 1978 pelo empresário Alfredo Califfa, que no começo de sua carreira foi mergulhador profissional. A empresa se especializou em soluções submarinas para a indústria de energia offshore, justamente aproveitando a experiência do empresário no fundo do mar.
          No começo, a Oceânica atendia principalmente hidrelétricas e instalações portuárias, para depois evoluir para o setor de petróleo. Atualmente, tem mais de 200 mergulhadores profissionais.
          Bem no início de 2024, a Oceânica, até então um nome que não aparecia nas listas de potenciais aberturas de capital em 2024, apareceu como candidata a quebrar o jejum de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3.
          A empresa comunicou em 17 de janeiro (2024) oficialmente sua intenção de fazer um IPO e pode vir a mercado na primeira metade de 2024. O valor da transação ainda não está certo, mas a estimativa é de que movimente ao menos R$ 1 bilhão, nível que começa a ser atrativo para captar investidores estrangeiros.
          A Oceânica pretende usar uma inovação trazida pelas novas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o registro automático, que dá mais agilidade para as operações. Desde janeiro de 2023, é possível fazer ofertas sem o registro na CVM, desde que já tenham tido análise pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que já faz, em caráter reservado, uma análise dos documentos da Oceânica.
          A oferta terá uma parte primária, com emissão de novas ações e onde o dinheiro vai para o caixa da empresa, e outra parte secundária, com recursos para os acionistas – no caso, o empresário Alfredo Califfa, que detém 100% da empresa.
          A Oceânica teve receitas de R$ 684 milhões de janeiro a setembro de 2023. Para coordenar o IPO, a Oceânica contratou BTG Pactual, Itaú BBA, UBS BB, Bradesco BBI, Santander e o ABC Brasil.l
(Fonte: Estadão - 18.01.2024)