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19 de nov. de 2020

Granja Mantiqueira

          Leandro Pinto começou a empreender desde cedo – e enfrentou decepção atrás de decepção. Mas, para o natural do interior de Minas Gerais, quebrar foi um dos melhores acontecimentos da sua vida.  Isso porque a falência abriu a oportunidade de começar um novo negócio: uma granja alugada, com 30 mil galinhas. O espaço seria o primeiro da Granja Mantiqueira.
          Em outubro de 1987, o empreendedor recebeu uma proposta de alugar uma granja e comprar 30 mil galinhas, já que seu dono havia sofrido um enfarte e não poderia mais tocar o negócio. Pinto tinha um caminhão financiado e deu o veículo em troca dos animais e do primeiro aluguel.
          A Granja Mantiqueira iniciou suas atividades no final dos anos 1980, na cidade de Itanhandu (MG), com apenas 30 mil galinhas. Itanhandu fica na região da Serra da Mantiqueira. O tempo passou e entre as dificuldades e oportunidades, ele conseguiu fazer crescer a empresa. A Mantiqueira representa um divisor de águas na avicultura brasileira. Sempre buscou inovar e crescer com foco na qualidade de seus produtos. Um grande salto no seguimento de ovos no Brasil foi quando trouxe a inovação já existente nos países da Europa para o Brasil, tornando-se a primeira granja automatizada no país.
          No ano de 2000, Carlos Cunha, ex-dono de uma rede de supermercados com forte tradição no varejo do Rio de Janeiro, se tornou sócio da Mantiqueira, o que influenciou no crescimento da empresa, assim como na abertura de novos mercados.
          Outra grande expansão da empresa teve início em 2008, quando os sócios decidiram construir uma unidade na cidade de Primavera do Leste, no Mato Grosso.
          Com o crescimento da produção de ovos, a empresa também passou a expandir suas operações em outros segmentos como: agricultura; pecuária; armazenagem; produção do condicionador de solos Solobom. Da produção de ovos, que a tornou gigante no setor avícola, a empresa se tornou também uma gigante da pecuária de corte e produção de insumos.
          Em 2019 cada brasileiro consumiu em média 230 ovos, alcançando pela primeira vez na história a média mundial do consumo dessa proteína. O Brasil produziu 49 bilhões de unidades. Isso quer dizer que o país produz nada menos que 1,5 mil ovos por segundo.
          A Mantiqueira é responsável pela maior produção de ovos da América do Sul, com 11,5 milhões de galinhas em suas quatro unidades: duas em Minas Gerais, uma no Mato Grosso (a unidade na cidade de Primavera do Leste aloja 6 milhões de galinhas e é a maior do país) e uma no Rio de Janeiro, onde são produzidos os Happy Eggs®, ovos de galinhas criadas livres de gaiolas. Mais de 20 anos depois de importar a tecnologia e robotizar a avicultura de postura, a empresa decidiu entrar num mercado em que o moderno é usar menos equipamentos, mais gente e gerar conforto para as aves poedeiras. É a chamada criação de “galinhas felizes”, porque os animais ficam livres das minúsculas gaiolas presentes no sistema convencional, que predomina nas granjas brasileiras.
          Atualmente o grupo conta com 2.300 colaboradores, e atua com tecnologia de ponta para garantir a mais alta qualidade e limpeza dos ovos, que não são tocados por mãos humanas desde o momento em que a galinha os bota, até quando chegam às gôndolas dos mercados.
          Considerando dados de fevereiro de 2022, a Mantiqueira já tem, com Lorena e Descalvado, também no estado de São Paulo, oito fazendas em produção no país. Existem cerca de 12 milhões de aves e quase 3 bilhões de ovos produzidos a cada ano.
          Em 6 de dezembro de 2022, a Mantiqueira Brasil informa que acaba de fechar acordo para adquirir a Fazenda da Toca Orgânicos, importante produtora de ovos orgânicos criada pelo empresário e ex-piloto de Fórmula 1 Pedro Paulo Diniz em 2008. A transação , cujo valor não foi divulgado, também inclui a estrutura de produção de grãos orgânicos da Rizoma Agro, fundada por Diniz em 2018. O negócio foi protocolado nessa data no CADE, órgão antitruste, e agora aguarda o sinal verde do órgão.
“Já tínhamos uma parceria comercial desde 2015, e o ativo estava nos nossos planos pelo menos desde 2017. Na época, a produção era pequena, mas agora que cresceu a aquisição passou a fazer todo o sentido”, disse Leandro Pinto ao Valor. “Estamos passando o bastão para alguém que vai preservar nosso legado e conseguir produzir ovos orgânicos em larga escala”, completa Diniz.
          Para ampliar a produção de ovos orgânicos, Leandro Pinto pretende replicar o modelo integrado Fazenda da Toca e Rizoma em algumas usinas da Mantiqueira, que tem Carlos Cunha como sócio desde 2000. A empresa tem 21 unidades de produção em Minas Gerais, Mato Grosso, e São Paulo – quatro deles livres de gaiolas, com investimentos que ultrapassam R$ 100 milhões. São 14 milhões de aves no total, e uma produção de 10 milhões de ovos por dia. Além de comercializar os produtos das marcas Mantiqueira, Santa Clara e Happy Eggs em redes varejistas de todo o país, a empresa possui lojas próprias em São Paulo e no Rio de Janeiro. As exportações – para países do Oriente Médio e África – representam 4% das vendas.
(Fonte: Portal CompreRural - 02.07.2020 / Valor - 23.02.2022 / 06.12.2022 - partes)

18 de nov. de 2020

Qsaúde

          Em outubro de 2020, um ano após deixar a corretora de planos de saúde que fundou, a Qualicorp, o empresário José Seripieri Filho voltou a empreender. Desta vez, Junior, como é conhecido, está lançando uma operadora de convênio médico, o QSaúde, que já demandou investimentos de mais de R$ 120 milhões.
          A ideia é que o novo plano de saúde seja diferente daqueles que Júnior vendeu nos seus mais de 30 anos de carreira. O projeto começou a ser gestado em janeiro de 2020, quando o empresário comprou o QSaúde da própria Qualicorp e obteve autorização para atuar nesse mercado. O contrato de não competição que Junior tem com a Qualicorp continua valendo para o segmento de corretoras e administradoras de convênios médicos por adesão, área de atuação da Qualicorp.
          O Qsaúde chega ao mercado com uma rede credenciada enxuta, com médicos e hospitais de primeira linha e, inicialmente, será ofertado apenas na modalidade individual em São Paulo. Os preços variam de R$ 246,39 a R$ 3,2 mil.
          A estratégia é que todos os usuários do novo plano de saúde sejam atendidos por um médico de família da Clínica Einstein e esses profissionais encaminhem os pacientes para especialistas.
(Fonte: Corretora Ágora - 19.10.2020 / jornal Valor - 19.10.2020 - partes)

16 de nov. de 2020

La Pisanina

          A fabricante de calçados La Pisanina foi fundada na década de 1970 e fazia sapatos mocassin que fidelizaram de maneira impressionante seus clientes. 
          Fundada por imigrantes italianos, o nome da marca é em homenagem à Torre de Pisa, na Itália e sua tradicional caixa branca para acondicionar os pares de sapatos vinham com um pequeno desenho da famosa torre. Sob a marca registrada La Pisanina, eram impressas as três cores da bandeira italiana, verde, branco e vermelho. Um detalhe importante é que em vez de as três cores serem posicionadas em três retângulos na posição vertical, elas apareciam em três minúsculas figuras de quadrados. Não necessariamente três: é que, para formar a cor do meio, a cor branca, era usada a própria cor original da caixa, inteiramente branca. Com isso, a visualizada real das pequenas figuras se restringia aos 
quadrados das cores verde e vermelha.
          As solas de alguns modelos tinham formato bem peculiar, a ponto de haver relato de pelo menos um cliente, que foi abordado em pub londrino, em 1981, por interessados em saber onde havia comprado o sapato.
          A Pisanina tinha uma pequena rede que abrangia a loja da rua Augusta, uma unidade na Galeria Nova Barão, no centro da cidade de São Paulo e uma loja no Shopping Ibirapuera. Na década de 2000, a empresa sentiu a necessidade de atingir clientes um pouco menos abastados e abriu uma loja no início da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, na região central da cidade, que tinha em suas gôndolas sapatos mais simples. Os modelos mais sofisticados não eram vendidos nessa loja. Uma loja na rua Líbero 
Badaró também chegou a ser aberta.
          Em determinado momento da vida da empresa os proprietários resolveram trabalhar também com calçados de outras marcas. Muito provavelmente foi uma alternativa para atrair mais clientes, com um ticket mais baixo. Mas, os problemas com a qualidade de alguns desses calçados era notório.
          Um procedimento até certo ponto intrigante é o fato de que a Pisanina nunca aceitou cartão de crédito. Até aí nada demais, considerando que algumas outras lojas do comércio também não aceitavam. O pormenor, no entanto, é que o ticket era relativamente alto, o que podia afugentar muitos clientes. A explicação dos proprietários é que o custo da operação pelo cartão achatava demais as margens de lucro que já eram enxutas.
          A empresa continua hoje apenas no endereço da rua Augusta 1.229, mas os modelos que clientes fieis usaram durante tanto tempo não mais são fabricados.

Dynamo

          A carioca Dynamo foi fundada em 1993 no bairro do Leblon no Rio de Janeiro por Pedro Damasceno, Bruno Rocha e Luiz Orenstein (mais conhecido como Lula).
          O Dynamo Cougar, o primeiro fundo da gestora, ajudou-a a se tornar unanimidade no mercado brasileiro de fundos de ações.
          A gestora administra recursos dos sócios e estende esse "serviço" para outros investidores. Os sócios e funcionários sempre investiram uma parte importante de seu patrimônio nos próprios fundos. O retorno acumulado de mais de duas décadas faz com que prejuízos doam na carne, estimulando a preservação de capital.
          A Dynamo é um projeto de vida, costumam dizer Pedro Damasceno o Bruno Rudge, a segunda geração no comando da casa de estratégia única. O giro de sócios e funcionários é praticamente nulo, ainda que todos os investimentos passem por decisões colegiadas que estão longe de ser chás de comadres.
          Em 2007, a Dynamo abre um escritório em Londres, que ficou sob o comando de Bruno Rocha.
          Em 7 de outubro de 2017, aos 47 anos, Damasceno morreu após sofrer um infarto fulminante no Rio de Janeiro, onde morava. Deixa mulher e três filhas. Todos foram pegos de surpresa com a notícia, já que ele cultivava hábitos saudáveis, se alimentava bem, corria e fazia pedaladas.
          A Dynamo sempre adotou o “value investing”, filosofia de investimentos que consiste em encontrar boas empresas na Bolsa negociadas abaixo de seu valor justo e esperar, muitas vezes anos, até que as cotações dessas ações voltem a patamares razoáveis. Essa filosofia, embora muito popular nos Estados Unidos por conta da ascensão de Warren Buffett desde a metade do século passado, era pouco explorada no Brasil quando a Dynamo foi criada.
          Mas não é só pelos resultados espetaculares ou pela introdução do “value investing” ao brasileiro que a Dynamo desperta admiração e respeito no mercado: a obsessão em querer saber todos os detalhes das empresas que investe (ou pretende investir) e o “estímulo ao argumento”, forçando o debate de ideias entre os analistas da casa para que as teses de investimento convençam até mesmo quem não é especialista da empresa alvo de estudo, são alguns dos valores da Dynamo que foram disseminados para o mercado brasileiro de fundos de ações ao longo destes 24 anos.
          Tal paixão pelo trabalho fica nítida ao ver que boa parte dos primeiros sócios ainda trabalham ativamente no dia-a-dia da gestora. Entre as grandes tacadas da gestora, estão lucros com ações do Itaú, Caemi, Natura, Lojas Renner, Cielo, Ambev e XP Investimentos.
(Fonte: Exame - 12.03.2003 / livro: Conversa com Gestores de Ações Brasileiras (Luciana Seabra) / InfoMoney - 07.10.2017 - partes)

14 de nov. de 2020

Tend Tudo

          A rede de materiais de construção Tend Tudo, no mais absoluto recado aos consumidores que "tem de tudo", foi fundada em 1987 pela Alcoa.
          Copiando a estratégia das lojas da rede Walmart, a maior dos Estados Unidos, que se fortaleceu primeiro no interior para só então entrar nos grandes centros, só depois de cinco anos, em 1992, com 11 lojas, a rede chega à capital paulista.
          O então diretor-geral, Geraldo da Rocha Azevedo, chegou à Tend Tudo depois de trabalhar 21 anos na Casas Pernambucanas. Ele deu à rede a cara de um varejo de bens de consumo. A Tend Tudo oferecia crediário, cartão de crédito próprio, trabalhava com telemarketing, vendia utilidades domésticas e tinha 
layout de supermercado.
(Fonte: revista Exame - 19.08.1992)

Peixe

          A marca Peixe é de propriedade da Indústrias Alimentícias Carlos de Britto.
          No início dos anos 1990, a empresa estava em baixa. Perdeu dinheiro e viu sua participação no mercado de derivados de tomate encolher de 15% em 1990 para 6,5% em meados de 1992.
          Desde 1991, sabia-se que a família Mansur, que controlava a empresa, estava disposta a vendê-la. Vendeu. A Peixe, que faturou 90 milhões de dólares em 1991, foi comprada pela Kieppe 
Investimentos, holding familiar dos Odebrecht, por 70 milhões de dólares.
          A Kieppe não era do ramo, mas desenvolvia um projeto agroindustrial na Bahia dirigido pessoalmente por Norberto Odebrecht, fundador do grupo, e procurava uma marca forte para entrar no 
mercado de conservas.
          Embora tivesse perdido espaço para a concorrência em 1990/1991, a Peixe tinha boa aceitação no Norte e no Nordeste, mercados que estavam na mira da Kieppe. "A Peixe só precisa de investimentos para tornar-se uma forte concorrente", disse João Rozário da Silva, então diretor comercial da Cica.
          Para o grupo Mansur a transação parecia vantajosa. Dono também da Vigor, da Leco e da Flor da Nata, podia então concentrar-se mais no setor de laticínios, do qual retirava 80% de seu faturamento, de 
500 milhões de dólares anuais.
(Fonte: revista Exame - 19.08.1992)

13 de nov. de 2020

JJ Invest

           A JJ Invest foi fundada por Jonas Jaimovick, nascido em 1962. JJ Invest é o nome fantasia da Spritzer Consultoria Empresarial, criada no final de 2015.
          No início, o endereço da empresa era na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, local nada usual para um empreendimento financeiro. Os clientes que quisessem ter um contato direto eram recebidos em uma antessala pequena, de aspecto antigo e em reforma, com parte da estrutura com problemas.
          Formado em engenharia da computação pela PUC-Rio, Jaimovick começou sua carreira como estagiário na Ágora, corretora de valores. Em seu perfil no LinkedIn, consta que passou cinco anos na empresa. “Ele deve ter ficado um ano, um ano e meio. Não foi mais de um ano e meio”, disse A., que falou com Época sob condição de anonimato. Com o processo de automatização da corretora, acabou demitido. Em seu perfil no LinkedIn, a narrativa é mais nobre: além dos cinco anos na empresa (de 2001 a 2006), ele afirma que, em 2003, trabalhou no back office (área administrativa) com foco em renda fixa e foi efetivado para a mesa de atendimento e operações.
          Demitido, Jaimovick iniciou uma trajetória profissional instável, errática, com uma série de períodos de desemprego. Apaixonado por futebol, ele foi indicado por um ex-colega de trabalho para atuar como vendedor na loja do Flamengo, onde ficou por pouco tempo. Na sequência, tentou voltar ao mercado financeiro. No LinkedIn, Jaimovick afirma ter trabalhado como operador da Bolsa na Citi Intra Corretora e na área comercial da SLW, corretora de valores e câmbio, por dez meses, entre junho de 2008 e março de 2009.
          O que aconteceu entre março de 2009 e outubro de 2010 é um mistério. Mas, no final do último ano do governo Lula, enquanto a Bolsa — que já não se chamava Bovespa — esperava chegar aos 5 milhões de CPFs cadastrados e realizava a maior capitalização da história, a da Petrobras, Jaimovick atuava como analista financeiro na CHL Desenvolvimento Imobiliário. Durou pouco: em fevereiro de 2011 já estava fora. Dois meses depois, ainda de acordo com seu LinkedIn, atuou como coordenador de compliance e controle interno no Banco Cédula, de crédito, do qual saiu em setembro de 2011.
          O próximo registro profissional é de junho de 2012, quase um ano depois, como analista de planejamento estratégico da Rede D’Or de hospitais. Saiu em outubro de 2012.
          O ano de 2013 começou com o aumento do preço do quilograma do tomate — que subiria mais de 100% entre janeiro e abril daquele ano —, mas, para Jaimovick ao menos, guardava boas perspectivas. Em janeiro ele entrou na LPA — Lar Protegido das Américas, uma residência terapêutica, mas para trabalhar no administrativo e financeiro. Segundo o que consta em seu LinkedIn, permaneceu na empresa até agosto de 2015.
          De 2015 em diante, passou a valer-se de seus contatos no mercado financeiro — e dos contatos de seus contatos — para pedir dinheiro emprestado. As quantias variavam, mas, segundo uma fonte, ele chegou a pedir R$ 50. Dizia não ter dinheiro para comer. “As pessoas davam dinheiro, ele não pagava, depois pedia de novo."
          Por volta do início de 2016, Jaimovick voltou à cena em grupos de WhatsApp. Todo dia, depois do fechamento do mercado, ele postava o gráfico de uma opção qualquer que tinha subido no dia e dizia: “Quem me ouviu teve esse lucro”. Pessoas que não o conheciam se perguntavam: “Quem é esse cara?”. Aos poucos, ganhava a confiança delas e passava a cuidar de seus investimentos. Ao mesmo tempo, ampliava o número de grupos de WhatsApp nos quais vendia seu suposto talento financeiro. Para poder justificar o que afirmava nos grupos — que conseguia atingir lucros altíssimos —, começou a mandar mensagens dizendo que o dinheiro havia rendido 10% ao mês. O burburinho sobre suas façanhas aumentava cada vez mais.
          Diante do retorno prometido — dez vezes maior que o do investidor Bernard Madoff, condenado a 150 anos de prisão em 2009 por um esquema de pirâmide financeira —, Jaimovick começou a atrair dois tipos de investidores. Em um primeiro grupo estavam aqueles que, sem conhecer a realidade do mercado financeiro, acreditaram na promessa de ganho fácil. No segundo grupo, aqueles que, conhecendo a realidade do mercado financeiro, quiseram ganhar dinheiro fácil. A maior parte dos investidores da JJ Invest concentrar-se-ia no primeiro grupo.
          Em agosto de 2017, a CVM emitiu um primeiro comunicado no qual afirmava que “Jonas Spritzer Amar Jaimovick e Spritzer Consultoria Empresarial Eireli – Me (a JJ Invest) não estão autorizados por esta Autarquia a exercer quaisquer atividades no mercado de valores mobiliários” por não haverem preenchido “os requisitos previstos na regulamentação da CVM”. Ela determinou, ainda, “a imediata suspensão da veiculação no Brasil de qualquer oferta de serviços de administração de carteiras de valores mobiliários e de consultoria de valores mobiliários”, sob risco de multa diária de R$ 5 mil, e relatou indícios de crime ao Ministério Público.
          Ao longo de 2018, Jaimovick começou a atuar no segmento pelo qual é apaixonado: o futebol. Não como investidor, mas como patrocinador — ou mecenas. Em janeiro, começou a patrocinar o Macaé Esporte Clube. Em fevereiro, assinou parceria com o Centro de Futebol Zico; já patrocinava o Jogo das Estrelas, partida beneficente que conta com a participação de jogadores como Neymar Jr. Em setembro, afirmou patrocinar 12 clubes fluminenses de futebol. Ao longo do segundo semestre, passaria a patrocinar o Atlético Carioca, o Boa Vista e o Madureira, além da equipe de remo do Botafogo. No auge, concedeu um patrocínio de R$ 1 milhão ao Vasco, pelo período de um ano. Em janeiro de 2019, o clube suspendeu o contrato, por falta de pagamento da parcela referente àquele mês.
          O negócio de Jaimovick chegou a ter R$ 400 milhões sob gestão, segundo fontes do mercado, até a emissão, em janeiro de 2019, de um comunicado ao mercado feito pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável pela regulação do mercado de capitais no Brasil, alertando que Jonas Jaimovick e sua empresa não estavam autorizados “a exercer atividade de administração de carteiras e consultoria de valores mobiliários”. O comunicado foi seguido por 1.800 pedidos de retirada de dinheiro da JJ Invest — o que deixou a empresa em uma situação delicada —, por pedidos de demissão de funcionários, pelo início de uma investigação que corre sob sigilo na Polícia Federal, pela autorização do bloqueio judicial de R$ 1 milhão da conta JJ Invest e pela — ao que tudo indica — fuga de Jonas Jaimovick.
          A revista Época teve acesso a um extrato de investimento em nome da JJ Invest em CDB Flex Empresarial, pela Caixa Econômica Federal. Segundo o documento, o CDB tinha data de validade para 12 de fevereiro de 2019 e R$ 2 milhões aplicados. A rentabilidade do CDB varia segundo a taxa de juros ou a taxa CDI contratada e é tributada de acordo com o prazo de retirada do dinheiro. A tributação varia de 22,5% a 15% ao ano sobre os ganhos de capital, além do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A rentabilidade de um CDB que pague 95% do valor do CDI é em torno de 6% ao ano — sem contar os impostos. Lembrando: a JJ Invest prometia ganhos de 10% ao mês.
          Em 4 de janeiro de 2019, a CVM emitiu um novo comunicado, nos mesmos moldes do de 2017. O segundo alerta, veio após uma mensagem enviada aos investidores pelo próprio Jaimovick em 26 de dezembro de 2018, na qual afirmava: “Em primeira mão, queremos informar que a JJ Invest agora tem um gestor credenciado da CVM e da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais)! Agradecemos muito a sua confiança e desejamos que, em 2019, possamos realizar muitos sonhos! Estamos sempre à disposição!”.
          O segundo comunicado da CVM alterou a rotina da JJ Invest. Investidores começaram a entrar com uma série de pedidos de retirada de dinheiro. De acordo com um funcionário do edifício onde funciona(va) a JJ Invest — agora na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, outro endereço atípico para empresas desse tipo, que se concentram no Leblon e no centro do Rio de Janeiro —, nos primeiros dias do ano a entrada do prédio ficou lotada de investidores que pediam seu dinheiro de volta. Funcionários se demitiram e Jaimovick começou a anunciar vagas de emprego em seu perfil no Facebook, alegando que a empresa estava em processo de reestruturação. Nas duas ocasiões em que a CVM emitiu o comunicado, o site da empresa (jjinvest.com.br) estava fora do ar. Tampouco foram encontrados perfis da JJ Invest nas redes sociais. O perfil de Jaimovick no Facebook — onde publica frases de autoajuda — estava público no início do ano. Depois foi fechado.
          Outro fato chamou a atenção do mercado em janeiro de 2019. Entre 11 de dezembro de 2018 e 10 de janeiro de 2019, as ações da Ideasnet, empresa de tecnologia da qual Jaimovick era o principal acionista no início do ano, caíram 68% e movimentaram R$ 2,6 milhões no dia 10 de janeiro (quando caíram 24,8%) — valor muito acima da média da empresa. A B3 — a Bolsa de São Paulo — pediu explicações quanto à movimentação. Segundo a empresa informou na ocasião, a queda se deu em razão das vendas realizadas por seu principal acionista — a Spritzer Consultoria Empresarial, a JJ Invest. A ação da Ideasnet, que em novembro de 2018 chegou a valer R$ 9,90, valia R$ 3,18 na segunda-feira 18 de março. A Spritzer Consultoria Empresarial não consta mais na lista de principais acionistas disponível no site da B3.
          O paradeiro de Jaimovick era um mistério. No início de 2019, ele estava hospedado em um hotel do centro do Rio de Janeiro, de onde só saía com seguranças. No dia 11 de fevereiro, gravou o vídeo dentro do escritório da JJ Invest. No dia 14, atendendo a pedidos, gravou outro, com uma edição do jornal O Globo em mãos, para mostrar que estava no Rio. Não era possível, no entanto, atestar que estivesse na capital fluminense.
          Muitos buscavam referências sobre Jaimovick, que nunca chegou a ter nenhuma estrela ou patente entre os engravatados do Leblon.  Segundo apurou a revista Época, Jaimovick passou por vários escritórios de agentes autônomos, onde é possível ficar um tempo operando informalmente com a licença de outro.
          Em fevereiro de 2019, o empresário desapareceu com pelo menos R$ 170 milhões de 3 mil clientes, dentre eles, celebridades e atletas. Com a promessa de dinheiro fácil e rápido engambelou desavisados e aproveitadores.
          Uma das suspeitas das autoridades é que a JJ Invest funcionasse como uma pirâmide financeira, sistema em que o ingresso de novos investidores financia o lucro elevado dos investidores antigos, um esquema insustentável e que, em algum momento, estoura e deixa muita gente no prejuízo.
          Em 9 de novembro de 2020, a Delegacia de Defraudações do Rio de Janeiro prendeu o dono da JJ Invest, Jonas Jaimovick, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Jonas Jaimovick é apontado como o responsável por operar o maior esquema de pirâmide financeira ativo no país.
          Jaimovick ainda responde a mais 30 inquéritos no Rio de Janeiro. Também há processos em São Paulo, Maranhão, Recife e Ceará, e ações na esfera cível pedindo ressarcimento ao próprio Jonas e à JJ Invest. Além do dono da empresa, outras sete pessoas foram indiciadas por suspeita de obtenção de lucro com a pirâmide financeira. As informações obtidas pela delegacia indicam que a operadora de investimentos oferecia às vítimas um lucro de 10% a 15% por mês com a intenção de aumentar o número de clientes e, em consequência, os lucros.
          Em algumas situações a intenção do golpista é, desde o começo, enganar os incautos. Isso ocorre, por exemplo, nos esquemas de pirâmides financeiras ou venda de títulos públicos falsos. Mas em outros casos o golpe vai evoluindo a partir de uma atividade originalmente bem intencionada. Exemplos famosos foram os esquemas de captação de recursos para a engorda de bois ou criação de avestruzes.
          Não é possível saber, nesse momento, em que grupo a JJ Invest está enquadrada. A empresa é acusada de dar um calote de R$ 170 milhões em mais de 3 mil investidores.
(Fonte: Revista Época (Danilo Thomaz)- 21.03.2019 / Money Times - 09.11.2020 / A Gazeta - 09.11.2020 / IstoÉdinheiro - 09.12.2020 - partes)

12 de nov. de 2020

Banco Crefisul

          O Banco Crefisul foi adquirido em janeiro de 1978 por Henrique Sergio Gregori, quando foi convidado pelo Citibank para formar uma sociedade. O Citibank procurava um sócio brasileiro com 
experiência internacional. Mais tarde, passaram a fazer parte da sociedade os herdeiros e sucessores de Gregori, através da empresa BCH Participações S/C Ltda.
          A administração do Crefisul sempre contou com a experiência de profissionais do mercado e do Citibank. Inclusive a função de diretor superintendente, por decisão dos sócios Gregori e Citibank, era 
ocupada por funcionários do Citibank.
          Em 1989, Gregori iniciou conversações com o Citibank visando a reestruturação da organização, redefinição dos objetivos e do futuro do banco, possivelmente passando pela alienação das ações do 
Banco Crefisul a terceiros.
          Entre 1990 e 1992, Citibank e os herdeiros e sucessores de Henrique Sergio Gregori implementaram a reestruturação organizacional do Crefisul e, entre várias medidas, eliminaram o cargo de diretor superintendente, transferindo suas funções ao presidente. O cargo de presidente passou a ser preenchido por funcionário do Citibank, de forma a preparar o banco para o término da associação da família Gregori com o Citibank. Nessa época, passou pelo Crefisul o executivo Alvaro de Souza, que ocupara o cargo de superintendente da área de investimentos do Citi. Em maio de 1992, ele retorna ao Citibank no Brasil e assume a presidência.
          Por volta de 1994, com a regulamentação dos bancos múltiplos, Citibank e Crefisul caminhavam para atuar nos mesmos segmentos do mercado financeiro, terminando a complementaridade entre as 
instituições, fator essencial para parceria de sucesso almejada por Gregori.
          Em comunicado de 9 de agosto de 1994, a BCH Participações informa a venda do banco Crefisul ao grupo Itamarati.
(Fonte: revista Exame - 23.12.1992 / 17.08.1994 - partes)

Banco / Corretora Fator

          O Banco Fator foi fundado em 1967, inicialmente como uma corretora, que foi fundada por Ivan Sant'Anna, em sociedade com a financeira Decred. A Fator Corretora de Títulos S.A. foi fundada no Rio de Janeiro, na travessa do Ouvidor, dentro do conglomerado financeiro, comercial e industrial, conhecido como grupo Ducal.
          De início, a corretora funcionava no jirau da loja da financeira Decred. Era somente o fundador, Ivan Sant'Anna, uma secretária e um office boy. Logo o espaço se mostrou insuficiente para a empresa, que se mudou para o número 19 da mesma travessa, onde ocupou um andar inteiro. Agora, havia vários operadores de pregão (Ivan, inclusive), operadores de telefone (que passavam ordens para a Bolsa), brokers, que se comunicavam com os clientes, back office, contabilidade etc. Sempre na travessa do Ouvidor, a corretora se mudou para o nº 23, ocupando todo o prédio (uns três ou quatro andares). Havia uma sala só para as meninas que passavam as ordens para a Bolsa, um salão para os assessores (que foi como a corretora passou a chamar os brokers), mesa de renda fixa, setores administrativos etc. A Fator saiu da travessa do Ouvidor e foi para a avenida Rio Branco, onde alugou, e reformou luxuosamente, dois andares no edifício Martinelli, ao lado do prédio do Jornal do Brasil.
          A Fator era ligada a um enorme conglomerado, com cadeias de lojas de roupas (Ducal), de venda de eletrodomésticos (Bemoreira), de fábricas de ternos (Sparta), supermercado (Dado), fora uma série de empresas sediadas no Rio Grande do Norte, entre elas uma das maiores indústrias têxteis do país (Seridó).
          Um bull market do mercado brasileiro de ações se iniciou no final de 1967 e foi até o segundo semestre de 1971. Na disparada da bolsa nacional, a Fator tinha que acompanhar o ritmo. Criou  o Fundo Apollo de Investimentos, administrado por um sócio egípcio-israelense.
          Num dos três andares ocupados pela empresa, funcionava a corretora. Dois andares acima, o fundo, com toda sua estrutura de vendas, além de uma lanchonete onde tudo era de graça para os corretores, que percorriam o Rio de Janeiro batendo de porta em porta. A Fator já tínhamos uns 200 funcionários.
          Foi nessa ocasião (a Bolsa só subindo) que a Fator decidiu criar uma modalidade de investimento que consistia em planos de aplicações contratadas, por 60 meses, através de carnês. Os clientes-alvo eram bebês recém-nascidos. A coisa funcionava do seguinte modo: a corretora tinha agentes em maternidades e cartórios de registro civil que coletavam os nomes dos bebês que nasciam.
          A Fator assinou contrato com uma multinacional fabricante de artigos de higiene infantil. Ela fornecia, de graça, a título promocional, talcos, xampus, cotonetes, escovinhas de cabelo, tudo isso embalado em graciosas caixas coloridas com os logotipos da empresa e do Apollo (um foguetinho), homenagem à primeira nave a chegar à Lua, em 1969.
          Agora, imaginem só a cena: estando o bebê com uns 30 dias, chega na casa onde ele mora uma corretora ou corretor da Fator trazendo um lindo presente para a Soninha. Junto com o estojo, um carnê e um folheto explicativo de como se poderia, através do mercado de ações, garantir o futuro daquela criança. Bastava pagar as 60 parcelas e, com certeza, renová-las, já que a Bolsa de Valores iria subir para sempre – era o que se pensava na ocasião.
          Os jornais da época publicavam o ranking dos fundos, não só suas rentabilidades como também os tamanhos de suas carteiras. No primeiro quesito, a Fator não fazia feio. No segundo, éramos disparados o maior. Graças a um estratagema de marketing de meu sócio egípcio: ao invés de passar a carteira do fundo, a empresa enviava às redações o total dos carnês programados, mesmo aqueles que ainda estavam na primeira ou segunda parcela.
          Veio então a virada. Num determinado dia do final de 1971 a bolsa virou e tomou rumo sul. Com ela, o valor da cota do Apollo. Não houve jeito. Primeiro os clientes pararam de pagar os carnês. Depois foram à Fator resgatar o pouco que sobrara da queda. Um corretor plantonista ainda argumentava:
“Mas, meu amigo, é na baixa que se ganha dinheiro na Bolsa. Desista desse resgate, continue pagando suas prestações. Aos 18 anos seu filho terá uma pequena fortuna.” “Meu amigo é o cacete”, respondia o cliente. “Minha mulher e eu economizamos todo mês, já pusemos oitocentos cruzeiros em nome da Marilinha e agora a cota não vale nem duzentos. Passa isso logo para cá, antes que eu me aborreça.”
Foi assim que o Fundo Apollo foi morrendo aos poucos, até que acabou de vez. Muita gente nem foi pegar os trocados que sobraram.
          Pois bem, os bebês de 1971 tinham, em 2021, 50 anos de idade. Ivan Sant'Anna diz não conhecer nenhum deles. Ou até pode ser que conheça sem saber. De uma coisa, ele tem certeza. Ou, melhor, quase certeza. Se o Fundo Apollo tivesse durado até hoje, tendo atravessado todos os bull e bear markets da Bolsa nesses últimos cinquenta anos, transposto a hiperinflação, com suas tablitas e confiscos, o cotista recém-nascido de 1971 poderia estar bem de vida graças a ele.
           Em 11 de maio de 1977, o Banco Central decretou intervenção no Banco Independência, intervindo no grupo Independência (o antigo Ducal), do qual a corretora Fator fazia parte.
          O Independência vendera CDBs do banco para diversos clientes, mas o Banco Central o desobrigou a reembolsá-los, já que não eram papéis de sua emissão. O Independência tinha agido apenas como intermediário.
          Mas, Ivan Sant'Anna disse o seguinte: "Acontece que eu tinha um sério problema de consciência. Meus clientes haviam adquirido papéis Ivan Sant’Anna e não Independência. Eles confiavam em mim.
Naquela noite, ao chegar em casa, fiz algumas contas e concluí que meu dinheiro pessoal dava para reembolsar todo mundo. Só que ficaria sem nada, com exceção de nossa casa, por sinal financiada pelo Banco Nacional da Habitação – BNH. Minha mulher concordou que era melhor pagar todo mundo e ir à luta. Procurar um emprego, como as pessoas normais fazem nessas horas. Aliás, ela já tinha o dela, como professora universitária. Pois bem. Paguei".
          Como Sant'Anna ainda era dono da carta patente da corretora Fator, e de uma distribuidora do mesmo nome, usou de um estratagema para vendê-las por um bom preço. Pediu a um amigo banqueiro que lhe fizesse uma proposta, por escrito, de compra das duas cartas patentes. Não lembra mais do preço, mas era algo como 400 mil dólares, em valores de hoje. Cada pretendente que chegava com uma oferta menor, ele exibia a carta do banqueiro. “Já tenho essa proposta aqui”, ele dizia. Assim, acabei vendendo corretora e distribuidora por um valor maior, valor esse que lhe permitiria viver uns dois ou três anos sem maiores preocupações.
          A concretização da venda da corretora Fator, por Ivan Sant'Anna, ocorreu em 1979.
          O Fator transformou-se em banco múltiplo em 1990, quando deixou de ser apenas uma corretora.
          Em fevereiro de 1993, depois de dezessete anos como braço direito de Abilio Diniz no grupo Pão de Açúcar, o executivo Sylvio Luiz Bresser Pereira resolveu ser patrão de si próprio. Desde o início daquele mês, ele ocupou a cadeira de sócio-diretor do banco múltiplo Fator, com sede no Rio de Janeiro. No Fator, Sylvio Luiz tinha cinco sócios, com participações praticamente equivalentes.
          Hoje, como Banco Fator, a empresa é sediada no bairro Itaim Bibi, em São Paulo.
          As principais especialidades do Fator são Investment Banking, Private Banking, Seguros Corporativos, Gestão de Recursos, Intermediação de Títulos e Valores Mobiliários e Fusões & Aquisições.
          O Fator é um conglomerado financeiro que visa atender os desafios de seus clientes, especialmente empresas de médio e pequeno portes. A Fator Administração de Recursos faz gestão ativa de fundos de investimento. A Fator Corretora executa intermediação de operações na Bolsa de Valores, com atendimento especializado e completo portfólio de produtos para a execução das estratégias de investimentos dos clientes.
          Desde 2008, a Fator Seguradora atua com especialização no mercado de seguros de infraestrutura e seguros financeiros estruturados.
          Em maio de 2021, o Banco Fator vendeu a sua corretora para o BTG Pactual.
          Em junho de 2021, o Banco Fator nomeou João Antonio Lopes à presidência da instituição. Sob novo comando, o Banco Fator quer voltar no tempo. A nomeação de Lopes é simbólica dessa jornada que redireciona o grupo para atividades de mercado de capitais e reconstrói o modelo de “partnership”. O economista Gabriel Galípolo deixou a instituição após quase quatro anos na liderança.
          Lopes já estava no conselho de administração desde o ano passado, mas muito antes disso, em 1996, foi o responsável pela criação do segmento corporate, quando havia apenas a corretora e Walter Appel, hoje controlador, era um acionista minoritário na sociedade, com oito sócios.
          A venda da Fator Corretora para o BTG Pactual, em maio de 2021, já foi parte desse redesenho do qual Lopes participou. Embora não abra o valor da transação, os recursos, segundo o executivo, vão ter um efeito saneador no balanço e deixar para trás uma sequência de prejuízos. O banco fechou 2020 com R$ 29,2 milhões negativos, sendo que a corretora sozinha teve perda líquida de R$ 11,2 milhões.
(Fonte: revista Exame - 03.03.1993 / LinkedIn / ValorInveste - 23.06.2021 / 06.07.2021 / Mercadores da Noite/Inversa - 23.10.2021 / 15.11.2021 - partes)