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16 de nov. de 2020

Dynamo

          A carioca Dynamo foi fundada em 1993 no bairro do Leblon no Rio de Janeiro por Pedro Damasceno, Bruno Rocha e Luiz Orenstein (mais conhecido como Lula).
          O Dynamo Cougar, o primeiro fundo da gestora, ajudou-a a se tornar unanimidade no mercado brasileiro de fundos de ações.
          A gestora administra recursos dos sócios e estende esse "serviço" para outros investidores. Os sócios e funcionários sempre investiram uma parte importante de seu patrimônio nos próprios fundos. O retorno acumulado de mais de duas décadas faz com que prejuízos doam na carne, estimulando a preservação de capital.
          A Dynamo é um projeto de vida, costumam dizer Pedro Damasceno o Bruno Rudge, a segunda geração no comando da casa de estratégia única. O giro de sócios e funcionários é praticamente nulo, ainda que todos os investimentos passem por decisões colegiadas que estão longe de ser chás de comadres.
          Em 2007, a Dynamo abre um escritório em Londres, que ficou sob o comando de Bruno Rocha.
          Em 7 de outubro de 2017, aos 47 anos, Damasceno morreu após sofrer um infarto fulminante no Rio de Janeiro, onde morava. Deixa mulher e três filhas. Todos foram pegos de surpresa com a notícia, já que ele cultivava hábitos saudáveis, se alimentava bem, corria e fazia pedaladas.
          A Dynamo sempre adotou o “value investing”, filosofia de investimentos que consiste em encontrar boas empresas na Bolsa negociadas abaixo de seu valor justo e esperar, muitas vezes anos, até que as cotações dessas ações voltem a patamares razoáveis. Essa filosofia, embora muito popular nos Estados Unidos por conta da ascensão de Warren Buffett desde a metade do século passado, era pouco explorada no Brasil quando a Dynamo foi criada.
          Mas não é só pelos resultados espetaculares ou pela introdução do “value investing” ao brasileiro que a Dynamo desperta admiração e respeito no mercado: a obsessão em querer saber todos os detalhes das empresas que investe (ou pretende investir) e o “estímulo ao argumento”, forçando o debate de ideias entre os analistas da casa para que as teses de investimento convençam até mesmo quem não é especialista da empresa alvo de estudo, são alguns dos valores da Dynamo que foram disseminados para o mercado brasileiro de fundos de ações ao longo destes 24 anos.
          Tal paixão pelo trabalho fica nítida ao ver que boa parte dos primeiros sócios ainda trabalham ativamente no dia-a-dia da gestora. Entre as grandes tacadas da gestora, estão lucros com ações do Itaú, Caemi, Natura, Lojas Renner, Cielo, Ambev e XP Investimentos.
(Fonte: Exame - 12.03.2003 / livro: Conversa com Gestores de Ações Brasileiras (Luciana Seabra) / InfoMoney - 07.10.2017 - partes)

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