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18 de out. de 2021

Odeon

           A casa noturno Odeon, instalada em um casarão (dos barões do café) da Avenida Paulista, tombado pelo Patrimônio Histórico, inaugurou sua happy hour em meados de junho de 1994 com uma proposta diferente. O bar, decorado com material proveniente de uma farmácia dos anos 1940, começava a funcionar já às 17h30 e esticava a happy hour até as 23 horas, oferecendo, além dos salgadinhos habituais, uma mesa de queijos, pães e jamón, mais frutas e uma reconfortante sopa do dia.
          O terceiro drinque ficava por conta do Odeon, cujo endereço era na Avenida Paulista, 1919. Por incrível que pareça, o estacionamento era fácil no local.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)

16 de out. de 2021

Enplanta

          Em 1972, o empresário paulista Henrique Falzoni fundou a construtora JHS com dois amigos. Seis anos depois, portanto em 1978, deixava a empresa para montar a Enplanta.
          Falzoni adota o que poderia ser resumido na seguinte frase: "Por trás de um mico pode haver um 
bom negócio. É só garimpar".
          Seu empreendimento de maior sucesso até então era o Shopping Penha, erguido num bairro popular da Zona Leste de São Paulo. Ali, empresas do porte da Brascan, por exemplo, sondaram o terreno e caíram fora. Falzoni confessou que também vacilou, mas numa reanálise, foi em frente. O shopping foi inaugurado em 1992.
          Por volta de 1993, comprou 30% do CenterShop, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O empreendimento pertencia integralmente à Norcenco, dos empresários Júlio Neves e Mário Pimenta Camargo. Construído no início da década de 1980, ao lado do Paço Municipal de São Bernardo, o CenterShop desfruta uma localização privilegiada. Com a saída do supermercado Jumbo Eletro, que lhe servia de âncora, entrou em decadência. Falzoni conseguiu que o Unibanco entrasse como sócio, com 18 milhões de dólares e ficou com 30% do shopping. E a Enplanta partiu para a reforma e ampliação do Centershop.
          Em meados de 1994, Falzoni entrou em uma nova maratona. Investiu 30 milhões de dólares para concluir um shopping iniciado 20 anos antes no centro de Brasília, pela construtora EJB, da família Baracat.
          Considerando números de 1994, a empresa fatura 28 milhões de dólares por ano.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)

Tectoy

          A Tectoy, empresa brasileira de games e eletrônicos, foi fundada por Daniel Efraim Dazcal, em 18 de setembro de 1987 e tem sua sede em São Paulo.
          No final de 1993, Dazcal reuniu os diretores da TecToy, então líder do mercado nacional de videogames, numa sala da empresa em São Paulo. Tinha duas notícias. A primeira era que ele estava iniciando uma guerra particular contra um câncer de cólon, doença que o mataria meses depois. A outra era que estava promovendo alterações na estrutura de comando da empresa, da qual ele era, além de fundador, presidente e acionista, com 30% das ações.
          As mudanças: o seu sócio Stefano Arnhold, nascido em 1955, dono de 10% das ações, seria promovido de vice-presidente para vice-presidente executivo da Tec Toy. Arnhold ajudou Dazcal a montar uma empressa de 175 milhões de dólares em sete anos. A partir daquele momento, Arnhold passou a controlar as atividades-chave da Tectoy, das vendas à produção, finanças e marketing. O outro vice-presidente, Victor Blatt, deixou a área administrativo-financeira para cuidar do desenvolvimento de novos negócios e produtos.
          Dazcal morreu no final de maio de 1994 e algumas semanas se passaram sem que se soubesse quem ocuparia a cadeira da presidência da Tectoy. Os principais acionistas, a viúva de Dazcal, Ruth, e os irmãos Leo e Abe Kryss, donos da Evadin e de 60% da Tectoy, ainda não haviam se manifestado sobre o assunto.
          Depois de conquistar 75% do mercado de jogos eletrônicos no Brasil e faturar 115 milhões de dólares em 1994, sua linha de produtos começou a presenciar um desaquecimento nas vendas. Além disso, a crise asiática, em 1997, prejudicou taxas de juros e influenciou nos compromissos financeiros da empresa. Os dois fatores fizeram com que a Tectoy entrasse em concordata em dezembro daquele ano (1997).
          Apenas em outubro de 2000, com o fim do processo, conseguiu iniciar a retomada gradual de seu faturamento. Foi também nessa época que reposicionou-se como companhia de entretenimento. A mudança veio acompanhada de novas linhas de produtos, como aparelhos de videokê e DVDs.
          Em 2005, criou um estúdio de desenvolvimento de jogos, Tectoy Digital, focado em plataformas móveis.
          Depois de anos afundada em dívidas e sem relevância no mercado, a Tectoy começou a dar os primeiros passos para a recuperação. Pouco depois de meados de 2008, a companhia inaugurou sua nova fábrica, com 1400 metros quadrados, em Manaus.
          Na unidade, passou-se a fabricar aparelhos de DVD, então responsáveis por 70% do faturamento da Tectoy, e os videogames Master System e Mega Drive, sucessos nas décadas de 1980 e 1990 que retornaram à linha de produtos da empresa. A ideia da Tectoy era vender produtos à classe C. Com essa intenção, os consoles foram remodelados e passaram a contar com dezenas de jogos (entre eles o do bonequinho Sonic).
(Fonte: Wikipédia / revista Exame - 22.06.1994 / 27.08.2008 - partes)

15 de out. de 2021

Banco Itamarati

          O Banco Itamarati pertencia ao empresário Olacyr de Moraes. Mais conhecido por suas atividades como plantador de soja, Olacyr vinha reforçando o pedaço financeiro de seu grupo empresarial.
          Em meados de 1991, o executivo Antônio Hermann de Azevedo assumiu o comando do banco com a missão de virá-lo de cabeça para baixo. "O Olacyr quer fazer do Itamarati um dos maiores bancos do país", afirmou.
          Em 1993/1994 Olacyr de Moraes fez um aporte de capital no banco de 100 milhões de dólares.
          O Itamarati atuava sem definir com precisão o perfil de sua clientela. Isso mudou com Hermann. O banco passou a trabalhar apenas com clientes com renda média, de cerca de 2.000 dólares mensais.
          Em comunicado de 9 de agosto de 1994, a BCH Participações informa a venda do banco Crefisul ao grupo Itamarati.
          Em 1996, Olacyr de Moraes, o rei da soja, se arrisca a ficar só como o rei da dívida. Ele ofereceu suas terras, sem sucesso, para o Ministério da Reforma Agrária. Teve de passar o banco Itamarati para o BCN, na tentativa de domar as dívidas de 1 bilhão de dólares. Em julho de 1996, o BCN pagou 100 milhões de dólares pelo Itamarati.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994 / 17.08.1994 / 01.01.1997 - partes)

Nautica

          A confecção masculina americana Nautica, de estilo sportswear, foi fundada em 1983, nos Estados Unidos, por David Chu, com a proposta de vender um sportswear de classe.
          Suas coleções são vendidas no mercado americano por lojas como Bloomingdale's, Dillards, Saks Fifth Avenue e Neiman Marcus.
          Em 1993 a Nautica inaugurou três lojas-piloto no Rio de Janeiro. Então, com o sistema devidamente adaptado e vários fornecedores fechados, a empresa partiu para as franquias.
          A rede chegou ao Brasil pelas mãos do empresário Marcino Fernandes Rodrigues Jr. e dos irmãos Saade, os mesmos donos da Guess? no país.
          Considerando dados de meados de 1994, a rede atuava em 23 países e só nos Estados Unidos tinha 1.200 pontos-de-venda.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)

Vale-Refeição - VR

          A empresa de refeições-convênio Vale-Refeição foi fundada em 1977 por Abram Szajman.
          Em janeiro de 1994, quando então Szajman era presidente da Federação do Comércio de São Paulo, seus filhos, os irmãos Claudio, nascido em 1970 e André, nascido em 1972, passaram a dividir a direção da Vale-Refeição, então a segunda maior no ranking de refeição-convênio, com faturamento de 620 milhões de dólares.
          Sob nova direção, as mudanças na VR começaram pelo logotipo, que ganhou um design mais moderno.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)

Nova Aguilar

          A editora Nova Aguilar, do Rio de Janeiro, foi adquirida pelo falecido jornalista, político e polemista Carlos Lacerda em 1975.
          A empresa ficara conhecida por seus catálogos em papel-bíblia, capa de couro e acabamento de luxo.
          Durante anos, a editora viveu de reeditar os autores clássicos que tinha em seu catálogo.
          Desde 1993, contudo, a Nova Aguilar começou a andar pelas próprias pernas. A autora de reversão de rumo é Maria Isabel, neta de Lacerda, que assumiu a direção da editora disposta a fazer lançamentos regulares. Num dos primeiros exemplos do trabalho, lançou 3.000 exemplares da Obra Completa em Teatro de Nelson Rodrigues.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994)

Cobrasma

          Durante os anos 1970, a Cobrasma cresceu movida pelo crédito subsidiado do BNDES e pela certeza de que teria no governo um comprador cativo de sua produção. Em seu fastígio, a Cobrasma chegou a ter 15.500 funcionários, quatro vezes mais do que em março de 1993. Um de seus donos, Luís Eulálio de Bueno Vidigal Filho, era celebrado como um dos empresários mais poderosos e influentes do país e por dois mandatos consecutivos dirigiu a Fiesp.
          Em algum momento, porém, o governo tornou-se um péssimo pagador e escasseou as encomendas. Veio o primeiro prejuízo, depois outro, mas a direção da empresa não se mexia para procurar novas alternativas de negócios.
          Em 1986, já apresentando prejuízo anual, a Cobrasma lançou 25,5 bilhões de ações no mercado. Na ocasião, Vidigal Filho anunciou um lucro de 28,5 milhões de dólares no final do ano. O lançamento, ancorado na previsão de Vidigal Filho, ainda à frente da Fiesp e no auge de seu prestígio, foi um sucesso, mas as comemorações duraram pouco. Os sinais, na realidade, trocaram-se. Em vez de lucro, a Cobrasma colheu um colossal prejuízo e espantou para longe os investidores.
          Sem receber do governo e escrava das altas taxas de juro que os bancos lhe impunham, a Cobrasma foi sendo lentamente estrangulada. "Acumulamos prejuízos durante oito anos", disse Luís Eulálio de Bueno Vidigal Neto, então diretor da Cobrasma, no início de 1993. Para suportá-los, a família pendurou-se nos bancos. 
          Em fevereiro de 1991 Vidigal Filho jogou a toalha, pedindo concordata. "Vivíamos para pagar bancos", disse Vidigal Neto. A situação da Cobrasma era lastimável. Saiu da concordata, mas os negócios nunca mais recuperaram o fôlego.
          Em janeiro de 1993, a empresa desistiu da concordata, depois de pagar 27 milhões de dólares - a parte da dívida alongada por aquele benefício. Foram tempos difíceis: o crédito, que já era escasso, rareou ainda mais. "Nos bancos não tomamos mais nenhum empréstimo depois da concordata", disse Vidigal Neto. A solução foi apertar os cintos. Pequenos luxos, como garçom e secretárias exclusivas para cada diretor foram cortados. Dos seus dezesseis diretores, onze foram para a rua. Dos 53 chefes de departamento só sobraram quinze. O enxugamento tornou possível fechar um prédio inteiro, de seis andares.
          Entrar numa concordata, desde que cumpridas algumas exigência legais, é relativamente fácil. Difícil mesmo é sair dela com a cabeça levantada e inteiro. Durante mais de vinte anos, contaram-se nos dedos de um só mão as vezes em que Vidigal Filho baixou ao chão de fábrica e conversou com seus empregados. Durante a crise mais aguda a postura foi outra. Em mais de uma ocasião convocou assembleias dos operários, empunhou o megafone e expôs-lhes as atribulações da companhia. O resultado foi palpável, com o levantamento da concordata antes do prazo estipulado. Apesar disso, Vidigal Filho preferiu ser prudente ao falar sobre a Cobrasma. "Nossa situação ainda é difícil", afirmou no início de 1993.
          Em meados de 1994, em carta aos acionistas da Cobrasma, a Deloitte Touch Tohmatsu Auditores informou que não era necessária nenhuma modificação no relatório do balanço do primeiro trimestre de 1994. No texto, porém, a Deloitte revelava que o passivo a descoberto da Cobrasma era equivalente a 60 milhões de dólares em 31 de março.
(Fonte: revista Exame - 03.03.1993 / 22.06.1994 - partes)

ITA - Italia Trasporto Aereo

           A ITA - Italia Trasporto Aereo foi a solução final para a agonia da Alitalia, que chegou em 2020, com um decreto que autorizou o governo a constituir uma nova empresa estatal. A Italia Trasporto Aereo (ITA) faz seu primeiro voo na sexta-feira, 15 de outubro de 2021, um dia após o último voo da 
Alitalia.
          A ITA partirá praticamente do zero e precisará obter os ativos e serviços de sua predecessora, inclusive a marca, por meio de ofertas e leilões públicos. Por outro lado, a nova empresa não herdará as dívidas da Alitalia, que serão pagas com a venda de seus bens.
          Ainda assim, as duas companhias manterão alguns laços, como o código "AZ", que sempre identificou os voos da Alitalia.
          A Italia Trasporto Aereo inicia sua trajetória com 2,8 mil funcionários, enquanto a Alitalia tinha 10,5 mil. Já a frota inicial é de 52 aviões, cobrindo um total de 45 destinos, como Nova York, Miami, Tóquio, São Paulo e Buenos Aires.
          A Alitalia levou ao mundo o estilo, a elegância e a tradição italianas, além de ter transportado papas em suas viagens ao exterior, mas deixou de operar na noite de quinta-feira, 14 de outubro de 2021. O Airbus A320-200 de prefixo EI-DSV tocou o solo do aeroporto de Roma Fiumicino às 23h40 (horário local), com meia hora de atraso, procedente de Cagliari, na Sardenha, encerrando a atividade de uma companhia aérea com 74 anos de história, que virou um símbolo do país do qual carrega a bandeira. O voo AZ-1586 foi o último voo da Alitalia.
          Isso, bem entendido, considerando a Alitalia tal como a conhecemos, pois, ato contínuo, ela deu lugar à ITA, empresa estatal criada para superar de vez a longa crise na maior companhia aérea da Itália. E, um dos primeiros passos dados pela ITA foi solicitar licença para uso da marca Alitalia por um certo período.
(Fonte: Terra - 14.10.2021 / MelhoresDestinos - 14.10.2021 - partes)