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5 de jun. de 2022

SIG

          A SIG, empresa especializada em soluções de envase e embalagens cartonadas, foi fundada em 1853 e tem sua sede em Neuhausen, na Suíça. No Brasil, a empresa atua desde 2003, atendendo a gigantes como Nestlé, Pepsico e Vigor.
          Para ampliar sua capacidade produtiva no país, a companhia assinou, no início de junho de 2022, a compra de 100% da Scholle IPN, empresa brasileira com sede em Vinhedo, interior de São Paulo, que produz sistemas e soluções para embalagens sustentáveis de bebidas e outros líquidos.
          O valor da compra supera 1 bilhão de euros. “A aquisição da Scholle IPN consolida a SIG como líder mundial em embalagens inovadoras e sustentáveis”, afirmou o presidente e gerente geral das Américas da SIG Combibloc, Ricardo Rodriguez. “Ela é consistente com nossa estratégia de expansão geográfica e de categoria, acompanhada de ganhos de participação em mercados-chave.”
          Considerando dados de maio de 2022, a capacidade produtiva no Brasil é de 4,5 bilhões de embalagens por ano. A empresa está presente em 70 países.
(Fonte: IstoÉDinheiro - 03.06.2022)

1 de jun. de 2022

Elma Chips

           A história da Elma Chips começa em 1957, quando os imigrantes alemães Eugen Wagner e Viktor Unger chegaram em Curitiba com suas famílias. Para ajudar no orçamento doméstico as mulheres dos dois, Elfriede Wagner e Maria Unger, que eram irmãs, começaram a fazer um salgadinho à base de trigo, 
água e sal grosso que lembra o tradicional bretzel alemão.
          A receita foi enviada por uma tia que trabalhava numa fábrica de snacks na Alemanha. Esse formato palitinho era feito com a ajuda de um moedor de carne adaptado.
          O nome Stiksy e a embalagem verde permanecem até hoje. As irmãs começaram vendendo o produto de porta em porta, e num único mercado, até que em 1962 abriram a padaria e confeitaria Elma, 
também em Curitiba.
          Mas por que Elma? São as primeiras sílabas do nome das duas: "el" de Elfriede e "ma" de Maria, 
El-ma.
          Em 1974 a Pepsico resolveu entrar nesse mercado de salgadinhos no Brasil e comprou duas empresas, a Elma Produtos Alimentícios e a American Potato Chips, de São Paulo, de um imigrante 
português. A junção das duas formou a denominação Elma Chips.
(Fonte: MDCurioso no Instagram)

31 de mai. de 2022

Aberdeen (Standard Life Aberdeen)

          A britânica Aberdeen Asset Management foi criada em 1983 por meio de uma aquisição pela administração de um fundo de investimento. A empresa passou a ser listada na Bolsa de Valores de Londres em 1991. Formava um grupo internacional de gestão de investimentos, gerenciando ativos para instituições e investidores privados de escritórios em todo o mundo. Sua sede ficava em Aberdeen, na Escócia.
          Numa sequência de aquisições, em 2000, a Aberdeen comprou a Murray Johnstone, seguida pela Edinburgh Fund Managers em 2003, partes da Deutsche Asset Management em 2005 e 2007, Glasgow Investment Managers em 2007, Goodman Property Investors em 2008, alguns negócios de investimento do Credit Suisse Asset Gestão em 2009, e certos contratos e ativos da RBS Asset Management em 2010.
          Em novembro de 2013, a Aberdeen Asset Management comprou do Lloyds Banking Group, a Scottish Widows Investment Partnership (SWIP) em um negócio de £ 660 milhões. O acordo fez da 
Aberdeen Asset Management a segunda maior gestora de fundos listada na Europa depois da Schroders.
          Estima-se que tenha perdido 3 bilhões de reais com as ações da Petrobras. Manteve os papéis durante anos, até vender tudo o que tinha no fim de 2014 e passar a processar a empresa nos Estados Unidos.
          Considerando números do início de 2016, Aberdeen, globalmente, fazia a gestão de 500 bilhões de dólares. Nessa época era a gestora estrangeira que mais aplicava na Bovespa. Tinha 25 bilhões de 
reais aplicados na bolsa brasileira.
          Em março de 2017, a Aberdeen Asset Management chegou a um acordo para se fundir com a Standard Life, em uma fusão de todas as ações. A Standard Life mudou seu nome para Standard Life Aberdeen em 14 de agosto de 2017, dia em que a empresa deixou de ser listada na Bolsa de Valores de
Londres.
          A Aberdeen era dona de 5% da BRF quando esta, à deriva, estava para escolher novo conselho de administração em abril de 2018.
(Fonte: revista Exame 21.03.2018 / Wikipédia - partes)

22 de mai. de 2022

Tinder / Match Group

          O Tinder surgiu em 2012 dentro de uma espécie de incubadora para novas ideias da empresa de tecnologia americana Match Group. Seu criador foi Sean Rad, na época com 25 anos. Depois de ser apresentado para alunos de várias universidades americanas, o app virou febre. O Tinder foi feito somente no mobile porque era a melhor forma de chegar no público desejado, conforme afirma Rosette Pambakian, vice-presidente de comunicação do aplicativo.
          O aplicativo Tinder criou um atalho para quem quer conhecer gente nova ou namorar. Ao se inscrever no app, o usuário monta um perfil com fotos e informações pessoais. Em seguida, tem acesso a um catálogo com fotos de outros usuários (do sexo oposto ou do mesmo) selecionados por idade e proximidade geográfica. Para escolher um potencial parceirto, basta deslizar a tela do celular para a direita. Para decartá-lo, o movimento é para a esquerda. Caso a pessoa escolhida também goste do seu perfil, ambos podem começar uma conversa pelo aplicativo. Claro que nem todas as escolhas são recíprocas, mas a quantidade de perfis é tão grande que sempre aparece alguém a fim de papo.
          Até o começo de 2015, o aplicativo era gratuito e não gerava receita. Em fevereiro (2015), foi criado um modelo batizado de "freemium" - parte de graça, parte pago. No caso do Tinder, o usuário tinha um limite de "curtidas" gratuitas a cada dia e pagava para ter acesso a mais. Paga também para poder ver pessoas de outras cidades e enviar um "super like", uma maneira de demonstrar seu interesse.
          Embora o começo e as perspectivas do Tinder fossem positivas, o aplicativo teria de enfrentar alguns desafios. O primeiro era a concorrência. O francês Happn (que tem como cofundador Didier Rappaport) tinha, no início de 2016, 11 milhões de usuários no mundo e adicionava 1,5 milhão de pessoas a essa base todo mês. O Brasil era o o maior mercado do Happn, com 1,7 milhão de usuários, cerca de 500.000 só na cidade de São Paulo.
          Considerando dados de fevereiro de 2016, o Tinder tinha 25 milhões de usuários ativos - aqueles que usam pelo menos uma vez por mês. O Brasil era o segundo maior mercado, atrás somente dos Estados Unidos. Na média, cada usuário avalia 146 perfis por dia. A empresa não revela qual é a taxa de sucesso dos cadastrados, mas, a julgar pelo barulho que estava fazendo, deveria ser alta. O Tinder deu escala à Paquera.
          Além do Tinder, o Match Group é dono de outras 44 marcas relacionadas à busca de parceiros online. No Brasil, opera os sites ParPerfeito, para público em geral, Gencontros, para o público gay, e Divino Amor, para os evangélicos.
          Com faturamento de 1 bilhão de dólares em 2015, o Match Group tornou-se o maior do gênero no mundo, adquirindo grandes concorrentes, como o europeu Meetic e o também americano OkCupid. Toda essa trajetória contou para o sucesso da abertura de capital do Match Group no final de 2015 na bolsa americana, mas o que mais entusiasmou os investidores foi mesmo o Tinder.
(Fonte: revista Exame - 17.02.2016)

21 de mai. de 2022

Álya (ex-Queiroz Galvão)

          Fundada em 1956, a Queiroz Galvão tornou-se um império nas mãos da família fundadora que lhe emprestou o nome.
          A construção do grupo foi feita com discrição. Os irmãos que controlam a companhia e seus herdeiros mal circulam em Brasília e raramente são reconhecidos fora da roda social de Recife. Não costumam dar grandes festas, não têm jatinhos nem helicópteros. Quando viajam, voam em aviões comerciais.
          Esse estilo distante ajudou o grupo a enfrentar o turbilhão provocado pela Operação Lava-Jato. No final de 2014, um executivo e um ex-diretor da companhia foram presos e a construtora do grupo entrou para a lista da Petrobras em que estão empresas que não podem fazer negócio com a estatal.
          Graça à atuação no exterior - a Queiroz Galvão presta serviços de construção e engenharia em mais de 20 países -, o grupo poderia ter condições de conseguir manter estável seu faturamento.
          Com endividamento preocupante, a família tomou duas ações raríssimas na história da Queiroz Galvão. Primeiro, fez demissões em larga escala. Entre 2015 e 2016, o grupo teria demitido 3.200 - somando 7% do total de empregados. A companhia nunca havia encolhido tanto. Além disso, decidiu vender alguns de seus negócios para fazer caixa.
          Nas últimas duas décadas (1996 a 2015), o grupo vendeu apenas duas participações em geradoras de energia. No final de 2015, a estratégia mudou. Sua maior venda foi 49% da fatia da Queiroz Galvão na holding de saneamento Águas do Brasil, por 70 milhões de dólares, para a companhia japonesa Itochu. A empresa colocou mais um conjunto de ativos à venda, que, somados, poderia chegar a 2 bilhões de reais.
          Apesar de o grupo Queiroz Galvão viver basicamente do obras públicas, é dono de uma construtora, uma petroleira, uma empresa de saneamento (Águas do Brasil) e outros negócios que, somados, faturaram 15 bilhões de reais, considerando o ano de 2015.
          A Queiroz Galvão, em conjunto com a também gigante da construção pesada, Camargo Corrêa é dona do EAS - Estaleiro Atlântico Sul, estaleiro localizado em Ipojuca, estado de Pernambuco.
          Em abril de 2022, a construtora Queiroz Galvão passa a se chamar Álya. O novo nome faz referência a uma estrela e marca o que a companhia considera um novo ciclo de crescimento, após anos de crise. A mudança de nome da companhia segue um padrão que tem se repetido entre os grupos envolvidos na Operação Lava-Jato: nos últimos anos, a Odebrecht virou Novonor; a Camargo Corrêa se tornou Mover; a OAS mudou para Metha e a nova construtora do grupo se chama KPE. No caso da Álya, a alteração começou a ser estruturada no fim de 2021. A decisão partiu da avaliação de que a construtora chegou a um estágio de maturidade, com uma dívida reestruturada e uma carteira de projetos em expansão, segundo a fonte.
          A empresa terminou 2021 com uma carteira de obras de R$ 3 bilhões. A construtora, que já faturou R$ 6,4 bilhões em 2014, registrou receita operacional líquida de R$ 1,1 bilhão em 2021. A série de prejuízos registrados pela companhia nos últimos anos ainda não foi revertida. A Queiroz Galvão tem conseguido conquistar obras importantes. Em 2021, a principal delas foi a construção de um trecho da transposição do rio São Francisco, o ramal do Apodi, no Rio Grande do Norte – um contrato de R$ 1,15 bilhão. Em 2021, a empresa também venceu a concorrência do VLT de Santos (obra de cerca de R$ 240 milhões) e de um trecho da linha 15-Prata do Metrô de São Paulo (de R$ 460 milhões).
          Uma estratégia que tem sido adotada pela empresa é firmar parcerias com operadores antes da realização dos leilões – não como sócia no capital, mas para apoiar a estruturação da oferta e, caso o grupo saia vencedor na disputa, executar a obra. Neste momento, a companhia tem projetos nesse sentido para leilões de energia elétrica e rodovias.
          Além da Álya, o grupo Queiroz Galvão reúne outros negócios, como a Enauta (de óleo e gás), a Vital e a Orbis (ambas de saneamento), a QGDI (braço imobiliário, que está em recuperação judicial), entre outros. A construtora, que já respondeu por 59% do faturamento do conglomerado em 2014, hoje representa 18%.
(Fonte: revista Exame - 17.02.2016 / jornal Valor - 05.04.2022 - partes)

Cofco

          A chinesa Cofco é uma gigante estatal do setor de alimentos.
          Em 2014, ano em que a empresa teve um faturamento 31 bilhões de dólares, anunciou duas grandes aquisições: comprou 51% da Nidera, maior trading de agronegócio da Holanda, e 51% da asiática Noble 
Agri, braço de agronegócio da empresa de commodities e energia Noble Group.
          No Brasil, a Cofco é uma grande exportadora de soja.
(Fonte: revista Exame - 24.12.2014)

20 de mai. de 2022

Danke (chocolates)

          A Danke, cuja tradução é "obrigado" em alemão, é uma nova marca de chocolates que já nasce com mais de 130 anos de história. Ernesto Ary Neugebauer, seu fundador, veio de uma família de mestres chocolateiros. Seu avô, já trabalhava com chocolates em Dresden, na Alemanha e, ao imigrar para Porto Alegre, construiu a primeira fábrica de chocolates do Brasil, a Neugebauer, em 1903, munida de maquinários a vapor, provenientes da Europa. Toda a família trabalhava na fabricação dos chocolates, incluindo Ernesto que, aos 18 anos, antes mesmo de entrar na faculdade, já tinha se apaixonado por esse universo doce.
          Muito tempo depois, em 1982, Ernesto fundou com seu pai e irmãos a marca Harald (cujo segmento é o de barras, bases e coberturas para confeitarias e restaurantes) que presidiu por 38 anos. Até que, em junho de 2020, no meio da pandemia do coronavírus, começou sua mais nova aventura no mundo dos chocolates, inaugurando a Danke.
          A empresa já nasceu com uma forte preocupação com a sustentabilidade de toda a cadeia e, por isso, construíram em Altamira, no Pará, em plena exuberância da Floresta Amazônica, sua unidade fabril, pertinho dos mais de 100 pequenos agricultores familiares que fornecem cacau para a Danke, permitindo 100% de rastreabilidade. As caldeiras da fábrica são movidas a biomassa, o que reduz a emissão de carbono na atmosfera.
          Neugebauer explica que, sem querer desmerecer a produção de cacau da Bahia mas, na sua opinião, o futuro do cacau está indo lá para o Pará. Ele acha que não só no Brasil mas em âmbito global as produções seguem para mais perto da linha do Equador. Há muitas áreas para crescer e o sul do Pará é enorme e tem muita terra que se tornou pasto. A floresta foi destruída. O cacau pode ajudar a recuperar esses locais. É uma cultura muito especial, já que a sua árvore é uma espécie de sub-bosque, com folhas largas e grandes. É uma planta desenhada para crescer na sombra. Também não tolera vento e, se estiver dentro de uma floresta, está protegida, também do stress hídrico. Ou seja, na floresta, o cacaueiro encontra um bioma adequado, já que pede um ambiente de solo fértil.
          Até por volta de 2000, Ernesto Neugebauer estava muito focado em consolidar a Harald. E aí começou a ver a invasão dos chocolates belgas no Brasil e isso lhe indignava. E explica: "O Brasil é o país que reúne tudo de melhor para ter excelentes chocolates: temos cacau, somos o terceiro maior produtor de leite em pó, somos um grande produtor de açúcar, temos uma condição rara. Aqui é a terra do chocolate! Temos todas as matérias-primas de sobra, tudo num lugar só. Isso não existe em nenhum outro lugar no mundo!"
          Em 1988, Neugebauer já visitara algumas fazendas de cacau na Bahia, que já estavam fazendo um ótimo trabalho com relação à qualidade, como a fazenda Leolinda do João Tavares, o Vale Potumuju, da Juliana Aquino, e viu que esses e outros produtores estavam produzindo cacau de excelente qualidade. 
          Não tem segredo, explica, para se fazer um chocolate bom tem que ter um cacau com baixo amargor, um cacau suave, com uma acidez muito equilibrada. E a missão da Danke é fazer o melhor chocolate do mundo, mas não para meia dúzia de pessoas. Quer fazer isso para se ter um consumo democrático, por um preço acessível.
          Neugebauer explica que 2020 foi um ano muito difícil. Tiveram que afinar a estratégia, assegurar a cadeia de fornecimento de cacau de qualidade, adquirir experiência no varejo, eram desconhecidos nos supermercados, não conseguiam estabelecer contato com as grandes redes. Até que conseguiram vender a marca Danke no Santa Luzia, no San Marché, marcas muito fortes. E, então, as portas se abriram no Pão de Açúcar, no Carrefour, no Big, no Festval, no Záfari.
          O próximo chocolate será feito com castanha de caju do Pará, depois o Baru, mais pra frente a semente de Pequi, muito mais saborosas que o avelã e amêndoa. A variedade de castanhas no Brasil é enorme.
          A empresa tem muito claro que não se pode esperar mais nada do Governo. A iniciativa privada tem que criar riqueza. É necessário evitar o chocolate importado no Brasil. É preciso trabalhar para que o cacau, o chocolate brasileiro, seja relevante para a economia brasileira. São 60 mil produtores de cacau e 97% deles são de pequenos agricultores familiares. Urge privilegiar o chocolate brasileiro, o produtor de cacau, pagando preços justos e tratando-os com o devido valor. O segredo do bom chocolate está neles, nos produtores de cacau.
          A Danke tem cerca de 110 funcionários, considerando dados de 2020.
(Fonte: Grão Especial)



19 de mai. de 2022

Gencau

          A Gencau foi criada em meados de 2020 no epicentro da produção de cacau no estado do Pará para processar o cacau nacional. A empresa foi fundada por Adriano Sartori Pedroso e Ernesto Ary
Neugebauer.
          A empresa iniciou suas operações com a construção de uma planta de beneficiamento em Medicilândia, principal polo cacaueiro do Pará. A planta pode processar 18.000 toneladas de grãos de cacau por ano, mas foi construída com flexibilidade para dobrar sua capacidade com poucos 
investimentos.
          É na Bahia, porém, que a Gencau pretende se catapultar no mercado. Em 2020, a empresa comprou uma processadora de cacau destinada a produzir produtos para chocolates especiais. Localizada em Ibirapitanga, próximo ao polo comercial de Gandu, a unidade pertencia à CooperBahia, grupo de pequenos e grandes produtores voltados para a produção de cacau fino, que a comprou da Fundação Norberto Odebrecht. Nos últimos dois anos, Gencau dedicou-se exclusivamente ao desenvolvimento agrícola da região. Em um campo com 90 árvores “puras” de diferentes clones de cacau, especialistas da empresa vêm testando sabor e outras características para avaliar quais produtos são possíveis de obter. A empresa também aprimorou as técnicas de mecanização pós-colheita, incluindo quebra de frutos, separação com mel de cacau, fermentação, secagem e embalagem. Essas técnicas também influenciam no sabor final do chocolate. Com testes mais desenvolvidos, o plano agora é investir na unidade baiana para colocá-la em operação em 2023. A unidade terá capacidade inicial para processar 6 mil toneladas de cacau por ano, com possibilidade de expansão para até 18 mil toneladas por ano após investimentos de R$ 260 milhões.
          No início de 2022, a Gencau obteve incentivo fiscal do governo baiano para colocar em operação uma usina de moagem que comprou no estado.
          Em meados de 2022, a Gencau começa a executar um plano de expansão operacional para ganhar espaço nas cadeias produtivas da indústria global de chocolate.. A expansão da empresa no estado, que teve um papel de destaque na história da agricultura cacaueira no Brasil, pode colocá-la entre as três maiores processadoras do país. Atualmente, a empresa suíça Barry Callebaut, a norte-americana Cargill e a Olam de Cingapura dominam a indústria de processamento de cacau no Brasil. Com mais de 95% da capacidade instalada do país, as três empresas moem até 250 mil toneladas de cacau por ano. Os demais são chocolateiros de pequeno e médio porte. Muitas são empresas “bean to bar” ou “tree to bar”, o que significa que atuam em todas as etapas entre cultivo e fabricação, atuando em nichos premium. A ambição de Gencau é se juntar ao grupo de elite em breve.
          A unidade baiana deverá receber cacau de produtores baianos e capixabas. Já a planta do Pará recebe basicamente grãos do estado e de Rondônia. O objetivo dessa diversificação geográfica é garantir o chocolate com características específicas de cada localidade, o que pode auxiliar na criação de produtos mais elaborados, ou “gourmet”. Como parte desse processo, a empresa quer estreitar ainda mais os laços com os produtores. No Pará, essa estratégia permite que a Gencau rastreie todo o cacau obtido, seja comprado de produtores locais ou intermediários. O apoio ao produtor vai desde técnicas agronômicas até a emissão de notas fiscais. Mesmo quando a relação com o produtor é mediada por comerciantes, Gencau obriga-os a assinar códigos de conduta para a sustentabilidade e faz verificações anuais. A empresa quer replicar esses compromissos na Bahia, onde a estrutura de comercialização do cacau está mais consolidada. Para Adriano Pedroso, em um segmento ainda marcado pela existência de trabalho infantil e trabalhadores em condições análogas à escravidão em todo o mundo, a conexão com o campo permite que a Gencau apresente suas boas práticas socioambientais aos clientes com mais conforto do que outros processadores. A expansão de Gencau ocorre em um momento de recuperação do consumo de chocolate, que teve forte retração no primeiro ano da pandemia.
          O faturamento da Gencau em 2021 alcançou R$ 100 milhões.
(Fonte: jornal Valor - 19.05.2022)

17 de mai. de 2022

Alcoa

          A multinacional norte-americana Alcoa atua no setor brasileiro de alumínio desde 1965, quando iniciou operação em Poços de Caldas (MG). A empresa opera três locais no país – em Juruti (PA) extrai e beneficia o mineral bauxita; em São Luís (MA), no consórcio Alumar, possui fábrica de alumina e alumínio primário; a unidade de Poços de Caldas tem como foco a produção integrada de aluminas especiais e conta com uma unidade de reciclagem de sucata de alumínio. A empresa também detém participações em quatro usinas hidrelétricas.
          Em 2014, a empresa decidiu interromper temporariamente a produção de alumínio no Brasil devido à falta de competitividade nos preços da energia. O insumo é o item de maior peso na metalurgia do metal. No país, chegou a ultrapassar 50%. 
          Em 2016, a subsidiária brasileira decidiu dividir as operações que transformam metal em produtos acabados, criando a Arconic. Foi nessa ocasião que o executivo Otávio Carvalheira, após 34 anos de atuação em diversas funções no Brasil e no exterior, inclusive na China, assumiu o comando.
          Sob as novas condições de demanda de alumínio, preços elevados e uso de energia renovável com preços competitivos – em contratos de longo prazo – a empresa decidiu em 2022 reiniciar sua fundição no consórcio Alumar, no qual detém 60% de participação e é o principal operador. A parceira é a australiana South32, com 40%, que tomou a mesma decisão. Juntas, as duas empresas estão investindo R$ 957 milhões (US$ 186 milhões). A Alcoa vai injetar R$ 520 milhões. A Alumar – que fica a 25 quilômetros da capital maranhense, começou a operar em 1984. O reinício levou à recontratação de 416 funcionários para a fundição. Ao todo, incluindo a divisão de alumina, o consórcio conta hoje com 1.250 funcionários.
          A empresa volta a se posicionar no país, com produção que vai desde a mineração de bauxita até a alumina e o metal bruto. Globalmente, o alumínio ganhou nova dinâmica de mercado, com aplicações na eletrificação de veículos e em outros campos, como eletricidade e embalagens recicláveis. 
          A capacidade total da fundição no consórcio Alumar é de 447 mil toneladas. O recorde histórico de 1,66 milhão de toneladas foi alcançado em 2008. Ele gradualmente caiu para 685.000 toneladas em 2020. Outra frente de investimento é a unidade de Poços de Caldas, onde a empresa começou no Brasil e operou até 2015. A unidade também foi definitivamente fechada devido ao alto custo de produção, principalmente de energia, em relação ao mercado internacional.
          No mesmo local, a Alcoa possui uma unidade de reciclagem, destinada à produção de alumínio a partir de sucata que é recuperada por meio de mistura com metal primário. O resultado são lingotes, tarugos e um produto considerado nobre – pó de alumínio. O volume varia entre 45.000 e 50.000 toneladas por ano e vai para o mercado interno e externo.
(Fonte: jornal Valor - 16.05.2022)