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27 de fev. de 2023

Natville - Laticínio Santa Maria

          Fundada em 1996, como empresa familiar, a Natville – Laticínio Santa Maria – é responsável pelo suprimento de laticínios de todo o Nordeste e até do Sudeste do país. Com novas tecnologias, a empresa investe na qualidade de seus produtos, adquirindo máquinas modernas, estrutura ampla e em pessoal treinado.
          Sergipana do município de Nossa Senhora da Glória, a empresa incorporou um laticínio em União dos Palmares, no estado de Alagoas, onde passou a coletar e envasar leite. 
          Satisfeita com a ampliação de sua indústria, que já coleta mais de 100 mil litros/dia no Estado, a empresária Janea Motta Dantas disse que a reativação do laticínio em União dos Palmares, que estava parado há um ano (desde o início de 2019), cria as condições para o desenvolvimento não só onde está instalado, mas também dos municípios em seu entorno. “Onde há pecuária leiteira há crescimento”, disse ela. Janea e Flávio Dantas são diretores da Natville.
          O laticínio pertencia ao grupo Pepsico, e produzia achocolatado. Com os novos empreendedores, a fábrica vai absorver toda a produção de leite da região e, ainda, do Sertão alagoano, onde já compra. “A captação gera emprego e crescimento nas propriedades”, ressaltou Flávio Dantas, diretor da Natville, revelando que parte dos funcionários da antiga empresa será aproveitada.
          Em 2021, ano que a Natville comemorou 25 anos, a empresa resolveu presentear a marca com um novo desenho e posicionamento. Era chegada a hora de aposentar a querida “vaquinha” e fazer nascer a Naty, com toda sua energia e simpatia. A família fundadora sentiu uma necessidade, cada vez maior, de levar a mensagem de que é uma família (literalmente) com foco em dar sua contribuição para transformar a sociedade em que vivemos através do resgate da família baseado em valores cristãos, levando produtos de qualidade para suas mesas. Assim nasceu a Naty, a mascote da empresa.
          A Laticínios Santa Maria, cujos produtos têm a marca Natville, tem duas unidades fabris: em Nossa Senhora da Glória, em Sergipe e União dos Palmares, em Alagoas.
(Fonte: Jornal de Alagoas - 20.02.2020 / site da empresa - partes)

Cervejaria Continental

          A nova Cervejaria Continental foi erguida no mesmo espaço que antes abrigou o Ópera Room, na 
Rua Pinheiros 1275, em São Paulo.
          A cervejaria é uma perfeita réplica de antigas fábricas de cerveja e foi construída a partir de fotos do início do século XX.
          Sua decoração inclui barris, ferragens e iluminação fabris e fachadas de tijolos aparentes. O chope é 
tirado de torneiras belgas. No segundo andar há uma pista de dança, com clipes passando no telão.
          Em fins de setembro de 1996, a Cervejaria Continental e a Brahma inauguraram uma cervejaria artesanal em Blumenau, Santa Catarina, com provisão para inauguração de filial em São Paulo em março de 1997. Essa parceria colocou a Brahma num nicho de mercado até então pouco explorado no Brasil: o 
de marcas artesanais de cerveja.
(Fonte: revista Exame - 22.07.1992 / 25.09.1996 - partes)

26 de fev. de 2023

Banco Ambrosiano

          O Banco Ambrosiano foi à falência em 1982.
          O Tribunal de Milão levou dez anos para juntar provas e levar o caso a julgamento. Demorou, mas não poupou ninguém. Foram condenados 33 acusados, todos empresários e financistas famosos como Carlo Benedetti, então com 58 anos, presidente da Olivetti e o maior acionista do jornal italiano La Repubblica. Benedetti foi condenado a seis anos e quatro meses de prisão. Foi acusado de participar da falência fraudulenta do banco, do qual era vice-presidente em 1982. Ele iria recorrer da sentença, mas teria que deixar a presidência da Olivetti enquanto durasse o processo.
          A falência fraudulenta do Ambrosiano é resultado do envolvimento do banco com os interesses inescrupulosos de um bispo americano, Paul Marcinkus, amigo do papa, e com uma loja maçônica, que influenciava políticos, jornais, generais e homens de negócio da Itália, tendo a Máfia como aliada.
(Fonte: revista Exame - 29.04.1992)

De Mendes Chocolate Yanomami

          A fabricante de chocolate De Mendes - Chocolates da Amazônia, foi fundada em 2014 pelo 
químico e chocolateiro César de Mendes, que é hoje seu presidente.
          César de Mendes entrou pela primeira vez em território Yanomami acompanhando uma equipe do Instituto Socioambiental (ISA). Seu papel era avaliar o cacau presente na aldeia Waikás, em Roraima, habitada por povos Yanomami e Ye'kwana. O cacau poderia gerar uma alternativa de renda para os indígenas. Chegando à área, César encontrou nos cacaueiros frutos já bem maduros, mas com muito potencial para render um bom chocolate. As primeiras amêndoas foram colhidas e torradas na aldeia. Viraram uma barra enformada em folha de bananeira e resfriada de forma improvisada, em uma geladeira cedida por uma equipe de saúde. Todos puderam se deliciar juntos com um alimento criado a 
partir de frutos da terra, preparado ali mesmo.
          O ano era 2018 e os indígenas eram ameaçados de todas as formas pela invasão do garimpo ilegal no seu território -- envenenamento, violência, doenças e aliciamento de jovens para trabalhar no garimpo. A visita do chocolateiro iniciou uma parceria importante. "Minha vida tomou significado diferente depois que tive contato com os Yanomami. Deixei de ser um chocolateiro e passei a ser um ativista, um ambientalista social, um contador de histórias. Conto a história dessas pessoas que vivem à margem de direitos, que são atacadas por serem inocentes, como já dizia a música da Legião Urbana”, diz César. Com os chocolates que produz em uma fábrica localizada na comunidade tradicional de Colônia Chicano, em Santa Bárbara, na região metropolitana de Belém do Pará, o chocolatier conta histórias de vida por meio de variedades de cacau nativo. Cada variedade tem algo a contar sobre 
pessoas, plantas, animais e ecossistemas inteiros.
          No encontro de 2018, os indígenas participaram de uma oficina em que César compartilhou algumas técnicas de plantio. A ideia era que pudessem plantar novas árvores, perto da aldeia, já que costumavam caminhar até três dias para chegar aos pontos onde o cacau nascia espontaneamente na floresta. “A gente começou a fazer essa oficina, e ninguém falava nada. Só olhava. Eu cavava, fazia os 
berços, preparava o ambiente, pegava as mudas, plantava, alinhava. E eles só olhando”, lembra.
          No ano seguinte, o químico chocolateiro voltou à aldeia um pouco receoso, sem saber se alguém tinha se interessado pela nova possibilidade. César conta que, assim que saiu do avião, foi levado por eles direto até a plantação de cacau. Os indígenas mostraram o resultado do trabalho: linhas agroflorestais por onde se espalhavam cerca de 3,5 mil pés de cacau nativo da Amazônia -- plantados sem derrubar nada da mata. Para que as mudas recebessem luz do sol, eles simplesmente subiram nas árvores e podaram os galhos. "Eu me abaixei para tentar esconder as lagrimas e pegar no pé do cacau. Disse que eles poderiam colocar ali também as cinzas do fogo, da cozinha, da comida, que era muito bom (para adubar), e eles diziam 'já fazemos isso'. Eles tinham um conhecimento de manejo e agricultura que me impressionou. Essas viagens foram envolvidas em uma energia diferente, era 
emocionalmente muito prazeroso, significativo, mesmo", conta.
          Salo Coslovsky, pesquisador da Amazônia 2030 e coordenador do Infloresta — projeto que pesquisa a cadeia econômica de produtos compatíveis com a floresta amazônica — conta que o cacau passou por um processo de empobrecimento semelhante ao de outras espécies de que nos alimentamos. Foi domesticado, passou por seleção, cruzamento seletivos, eventualmente processos de clonagem, e os produtores tendem a se concentrar em algumas poucas variedades, porque parecem mais produtivas: resistem a doenças, frutificam rapidamente, têm árvore baixa, entre outras características. "E aí, nas plantações pelo mundo, você tem só uma pequena amostra do que existe na natureza. O De Mendes vai à fonte, onde você tem toda a riqueza genética, gigantesca, difícil até de estimar, e tenta trabalhar com 
as comunidades tradicionais para buscar esse cacau", conta.
          Coslovsky considera esse trabalho importante por alguns motivos diferentes: cria uma opção de renda para comunidades interessadas em ingressar nesse mercado; valoriza o cacau nativo e selvagem; e ajuda a preservar o germoplasma, a base genética da espécie de forma integral. "Novas demandas vão aparecer: vamos precisar de cacau que resista a novas doenças, a mudanças climáticas, a um novo regime de chuvas. O pesquisador lembra que estudos recentes mostram que a Floresta Amazônica, de certa forma, é uma gigantesca agrofloresta, moldada ao longo dos milênios pelas populações locais. "A ideia de que é espontânea, natural, sem intervenção humana, não representa a realidade. Ela foi construída em parceria, pelos povos indígenas e os outros seres da natureza. E o que a parceria entre os Yanomami e a De Mendes faz é avançar nessa linha, que tem sido feita há milênios: aproveitar a riqueza natural e enriquecê-la", diz.

Barra de chocolate produzida com cacau nativo plantado e colhido pelo povo Yanomami — Foto: Divulgação

Barra de chocolate produzida com cacau nativo plantado e colhido pelo povo Yanomami — Foto: Divulgação

          No primeiro ano, a produção da Terra Indígena Yanomami rendeu pouco mais de 40 quilos de amêndoas de cacau. Com a pandemia, caiu para 33. Depois, voltou a aumentar e a última leva que chegou na fábrica De Mendes em Santa Bárbara foi de cerca de 250 quilos. Hoje o Chocolate Yanomami-Ye’kwana valoriza o conhecimento ancestral desses dois povos e gera renda para cerca de 10 comunidades que vivem às margens dos rios Uraricoera e Toototobi, diretamente ameaçadas pelo garimpo ilegal de ouro.
          César conta que a convivência com os Yanomami mudou sua visão de mundo. "Acho que um Yanomami prefere que eu sente lá para fumar um cachimbo, tomar um café, dormir em uma rede, conversar, em vez de eu só comprar o cacau dele. Acho que eles precisam e gostam mais disso do que outra coisa que a gente tenta vender como uma boa ideia", diz. "Hoje eles vendem cacau para a gente, é maravilhoso podermos exercer algum papel, ter alguma importância na vida deles, minimizar um pouco as mazelas que assolam a vida e o território deles. Mas isso não é o suficiente". César afirma que seu negócio visa a beneficiar quem mais trabalha e quem normalmente menos recebe na cadeia produtiva. "É muito grande a desigualdade de reconhecimento e de valorização, tanto cultural quanto financeira. A gente busca ter uma relação respeitosa com a floresta, com o cacau nativo, usar a vocação de incorporar a floresta, e não derrubar. É a relação que a gente tenta promover, divulgar, apoiar e perpetuar", diz.
          Essa experiência marcante fez com que o chocolateiro buscasse novas histórias indígenas para contar, como a do povo Paiter Suruí, que vive na Terra Sete de Setembro, em Rondônia, em uma região onde as áreas do entorno foram muito desmatadas. Ali, o cacau nativo de uma jovem agrofloresta é manejado e colhido pelos índios de forma a manter a Amazônia de pé. "No meu entendimento, a grande vocação do ser humano no planeta é ser um manejador, mas ele perdeu essa ideia pelo caminho", afirma.
          Filho de mãe quilombola descendente de indígenas e de pai ribeirinho com ascendência judaica e marroquina, César nasceu em Macapá, capital do Amapá. Foi para lá que seus pais se mudaram depois de casar e onde tiveram seus 9 filhos. Os dois moravam na cidade mas, como tinham origem rural, de comunidades tradicionais, a família costumava viajar com frequência nas férias e nos finais de semanas para os quilombos da região. Quando um dos irmãos foi para Belém fazer faculdade, todos foram junto. Por isso, vêm da capital paraense as suas primeiras lembranças chocólatras, da época em que a avó e a mãe faziam suco de cacau e chocolate com o fruto que elas mesmas colhiam do pé.
          Já adulto, César seguiu carreira acadêmica nas áreas de Química e Engenharia Química. Fez dois mestrados, em Química de Produtos Naturais e em Tecnologia de Alimentos. Trabalhou com fitoterápicos (plantas medicinais com aplicações na cura das doenças) e conheceu os modos de coleta e uso de remédios naturais pelas comunidades tradicionais. Durante o segundo mestrado deu consultoria em Campinas (SP) na área de alimentos e depois voltou para Belém. Aí o chocolate e a Amazônia voltaram de vez para sua vida: a prefeitura de Medicilândia (PA), cidade com maior produção de cacau do Brasil, o chamou para desenvolver em parceria com a Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica (Coopatrans) o projeto da fábrica de chocolates Amazônia Cacau, inaugurada em 2010. Depois de entregar o projeto, César se voltou totalmente para o estudo do cacau nativo da Amazônia e para a produção de chocolate artesanal.
          Nessa busca, o chocolateiro fez inúmeras incursões pela floresta. Conta que, quando morava em Belém, ia para a beira do rio, pegava carona de barco e saía sem destino certo, para conhecer melhor o interior do estado. Dormia de favor, hospedado por famílias em comunidades tradicionais. “Eles tratavam bem uma pessoa que não conheciam. Botavam para dormir dentro da casa deles, ninguém em cidade nenhuma faz isso. Te acolhiam e te davam o que tinham de melhor. Aquilo me quebrou, mudou meu modo de ver a vida, o mundo, crenças, valores. Sentavam na mesa com a família toda, ou as vezes faziam uma oração, contavam um monte de historias, era roda de conversa o tempo todo, você aprende muitas histórias, conhecendo um pouco da cultura. Foi assim que eu conheci a Amazônia. Hoje, não consigo parar mais.”
          Além de diversos povos indígenas, em suas andanças, César conheceu, por exemplo, o trabalho de Iolanda, Maria, Elda, Simone e Vitória, que fazem o manejo do cacau em uma área inundada e de difícil acesso às margens do rio Arauaia, em Barcarena (PA). As quatro entram na mata em busca dos cacaueiros para fazer a colheita da fruta. A história delas é contada por meio da barra de chocolate "Mulheres da Floresta". Já a barra "Vale do Jarí" conta a história de uma região de floresta densa, mas constantemente ameaçada pela atividade humana. Ali vivem pequenas comunidades que empregam técnicas sustentáveis de extrativismo. Uma delas é a Recreio, responsável pelas amêndoas usadas no chocolate.
          Hoje a De Mendes atua em um território de 4,5 milhões de hectares e beneficia diretamente 12 mil pessoas. A empresa recebeu investimento de R$ 1,5 milhão da aceleradora de negócios de impacto CBKK, a fim de aumentar a rede de fornecedores (como povos indígenas e tradicionais da floresta) e sondar novos mercados. A expectativa é que a De Mendes em breve passe do atual patamar de cerca de 1,5 tonelada produzida mensalmente e chegue à marca de 5 toneladas.
(Fonte: Época - 25.02.2023 - Um Só Planeta (Sabrina Neumann) - 22.02.2023)

25 de fev. de 2023

J. Crew

          Segundo a Revista Forbes, o nome Crew (equipe, em português), surgiu para competir com a marca Polo da Ralph Lauren.
          Seu fundador, Arthur Cinader, adicionou o J, porque ele achava que dava um ar mais sofisticado ao nome da marca.
          O retalhista Arthur Cinader fundou a J. Crew em setembro de 1983. No início da era formal, Cinader deu ao seu negócio de vendas por correspondência o nome de um esporte da Ivy League e colocou a inicial “J” na frente para evocar a ilusão de proveniência.
          Nos 40 anos que se seguiram, a estética formal que Cinader queria lançar no mercado de massa foi rejeitada e adotada, definida e redefinida tantas vezes que hoje, uma camiseta do Nirvana aparentemente entrou na noção da Geração Z de “como os mauricinhos se vestem". Junto com isso, tudo o que constitui o “estilo americano” e os caprichos do consumidor americano ziguezaguearam e a empresa que Cinader fundou tem se esforçado – às vezes com grande sucesso – para acompanhar.
          Ao longo do caminho, a J. Crew amadureceu e se tornou o que inicialmente fingia ser: uma marca americana com história real. Er, herança. Partes dessa história, a marca preferiria esquecer: o longo mal-estar criativo do final da década de 2010, quando a sua qualidade diminuiu e a sua dívida aumentou; a saída, em 2017, da diretora criativa e presidente Jenna Lyons, que a maioria dos consumidores considerava a personificação humana da marca, e a crise de identidade que se seguiu; o encontro com a morte quando J. Crew se tornou o primeiro grande varejista americano a pedir falência na era Covid.
          Muitos presumiram que o pedido de falência, em 2020, significaria o fim da J. Crew. Acabou sendo uma Ave Maria. A empresa cedeu o controle aos seus credores, liderados pela firma de investimentos Anchorage Capital; essa empresa e outros investidores ajudaram a empresa a lidar com uma dívida incapacitante de 1,6 bilhão de dólares e forneceram uma linha de crédito de 400 milhões de dólares para financiar um esforço de restauração. Seis meses após o pedido de falência, seu cargo de executivo-chefe foi preenchido por Libby Wadle, veterana de longa data da J. Crew e da Madewell.
          Quase três anos após sua nomeação, a Sra. Wadle, 50 anos, sentou-se em um sofá de canto em seu escritório, relembrando “o período de varejo mais incerto e tumultuado” que ela já havia testemunhado. Desde o início da pandemia, “nenhum ano se comportou da mesma forma para um retalhista. Nenhum trimestre foi igual”, disse ela.
          No entanto, com a ajuda de dois recrutas brilhantes – a designer Olympia Gayot, que trabalhou na J. Crew de 2010 a 2017, e agora está de volta para liderar o design feminino e infantil; e Babenzien, que liderou a Supreme, a loja de skate que virou força da moda – Wadle estancou qualquer sangramento óbvio.
          É difícil avaliar os seus esforços de recuperação, dado que a J. Crew é uma empresa privada e não divulga muitos dados financeiros. 
          Muitos clientes, disse Wadle, estão pagando o preço integral novamente e comprando roupas completas em vez de peças únicas. Uma nova boutique feminina com a marca da Sra. Gayot será inaugurada na primavera (abril de 2024), na Spring Street, no SoHo – trazendo J. Crew de volta ao bairro pela primeira vez desde 2018.
          Durante a semana de moda de Nova York, em setembro, a empresa organizou uma festa de aniversário de 40 anos no amplo terraço do Pier 17 (a marca abriu sua primeira loja lá em 1989) apresentando uma atração principal. Foi difícil ver o tecido conjuntivo entre aquele grupo, os Strokes, e seu anfitrião - uma dissonância cognitiva que o vocalista Julian Casablancas pareceu concordar quando, perto do final de um show convincentemente suado, ele disse à multidão: “Tem sido real. Também tem sido um pouco falso.” Pausa. "Eu estou brincando."
          Deixando de lado o estranho momento de sarcasmo, o clima no QG é bastante animado. Ainda assim, ninguém está usando a palavra “retorno”. Wadle disse que em seus dias de glória, a J. Crew “possuía” até 90% do guarda-roupa de seus principais clientes. No seu auge, em 2015, a J. Crew operava 285 lojas; hoje são 119. A Sra. Wadle, compreensivelmente, gostaria de mover as traves do gol. “Não estou tentando fazer muita coisa que remeta ao que éramos antes”, disse ela.
          Pedir a qualquer varejista que coloque o gênio de volta na garrafa em uma época em que a própria marca do shopping é uma espécie de conceito de herança parece uma ilusão. Abercrombie & Fitch, Ann Taylor e Victoria’s Secret estão todas a atravessar vários estágios de crise e esforços de recuperação.
          Além disso, a J. Crew já teve um domínio sobre o estilo americano que excedeu em muito sua pegada e resultados financeiros. Na época em que seus ternos Ludlow elegantes e justos da era Michelle Obama eram aparentemente inevitáveis, J. Crew tornou-se parte da conversa mais ampla sobre estilo e cultura de uma forma que, digamos, Club Monaco ou Banana Republic nunca fizeram.
          Wadle reconhece que o tempo em que os consumidores usavam uma única marca da cabeça aos pés acabou. “Não é mais assim que compramos”, disse ela. Michelle Obama costumava usar J. Crew, inclusive quando se encontrou com Sarah Brown, esposa do primeiro-ministro britânico Gordon Brown, em Londres em 2009.
          A forma como compramos ou nos inspiramos para fazer compras hoje em dia se dá principalmente por meio de nossos telefones. É aqui que a Sra. Gayot, 42, tem o toque. Embora Babenzien, 51, tenha recebido o entusiasta da leitura da GQ em roupas masculinas, a Sra. Gayot era relativamente desconhecida quando assumiu o cargo.
          Desde 2021, quando seus chefes pediram que ela tornasse pública sua conta no Instagram, seu número de seguidores passou de menos de 1.000 para 148.000. Ela não está no TikTok, mas uma pesquisa por seu nome gera 2,2 milhões de visualizações. As selfies que Gayot tira casualmente no espelho de corpo inteiro de seu escritório, vestindo J. Crew com uma facilidade invejável - encimada por sua marca registrada de cachos de Botticelli - estão começando a preencher o vazio do culto à personalidade de Jenna Lyons sem obter exatamente pessoal, como a Sra. Lyons costuma fazer. Eles também fornecem astuciosamente um fluxo constante de novos looks e ideias de estilo.
          Para uma marca que não é fast fashion, que planeja suas coleções de nove meses a um ano e distribui novos produtos em sessões de fotos lançadas on-line a cada duas semanas ou mais, o feed de Gayot é uma mina de ouro.
          Gayot começou seu novo emprego logo nos primeiros dias da pandemia, grávida de seu segundo filho e vindo ao escritório diariamente, muito antes de uma vacina estar no horizonte. Ela começou a desenhar examinando seu próprio guarda-roupa. “Peguei todas as minhas coisas favoritas, coisas que uso desde sempre, porque é assim que me visto: em fotos antigas, uso a mesma coisa há anos, só que com estilos diferentes”, disse ela. Essas opções incluíam gabardinas, mocassins e suéteres de caxemira. Ela começou a reinventar suas proporções para a década de 2020, “quão baixa é a saia? Quão encolhido está o suéter?
          Quão quadradão é o terno risca de giz? O primeiro que Gayot desenhou, logo depois de começar seu novo emprego, não era muito diferente do modelo inspirado em roupas masculinas que ela usava regularmente em seu escritório. No jargão de J. Crew, era um visual “emprestado dos meninos”, que ela estilizou com um toque de moda: mangas arregaçadas, joias de ouro, botas altas de couro envernizado. Sua primeira tentativa de riscas, “não conseguimos vender”, disse ela rindo. “Mas este esgotou em uns três dias. Todo o terno e o colete.” O mesmo vale para um mocassim estilo Oxford. Sua primeira tentativa foi morta na água. "Agora - foi."
          Fique tranquilo, homem americano convencional: você não verá cardigãs de vovó com bolinhas de flores nas lojas masculinas da J. Crew. Não tão cedo, pelo menos. Wadle disse que, apesar de toda a sua credibilidade de garoto legal, Babenzien está bem sintonizado com a zona de conforto de seu novo cliente. “Brendon sempre dirá que se ele está usando algo agora, talvez caras normais o usem daqui a um ou dois anos”, disse Wadle. A internet enlouqueceu no início do mandato de Babenzien, quando ele apresentou uma calça chino de pernas largas e improvável. Mas desde então suas roupas parecem surpreendentemente seguras.
          As imagens de moda que a empresa divulga para a imprensa mais privilegiada transmitem um clima completamente diferente da forma como as roupas aparecem nas lojas. Lá, os looks seguem principalmente uma estética que Babenzien descreve como “pré-preparação” – inspirada em um modo de vestir americano simples e funcional de uma época antes de a palavra “preppy” ser carregada de aspirações de riqueza e classe.
          Mas depois de uma década de moda masculina barulhenta, voltada para o streetwear e para a cultura dos tênis, Babenzien disse que os ventos do cool estão virando na direção da J. Crew. Roupas clássicas e de corte limpo – “os fundamentos”, como Babenzien gosta de chamá-las – parecem modernas novamente. “Já vi isso acontecer três vezes em minha carreira”, disse ele. “É um pêndulo e oscila para frente e para trás para sempre.”
          O que Wadle, .Gayot e Sr. Babenzian compartilham é uma profunda fé no material de origem, uma crença em J. Crew como uma força significativa e multigeracional no estilo americano que ganhou suas listras bretãs e merece um lugar no mesmo conversa como Ralph Lauren. Babenzien observou que, em termos de design, o aparentemente oprimido J. Crew ao qual ele chegou em 2021 não estava tão quebrado quanto as manchetes sugeriam. E nas lojas masculinas e femininas da J. Crew, localizadas a uma distância de elevador dos seus escritórios, esta crença – de que a J. Crew precisava de uma restauração, não de uma revolução – manifestou-se na expressão física.
          Na loja feminina, as silhuetas estavam em sintonia com 2023: as jaquetas quadradão; alguns tops cuidadosamente cortados; cintura alta; mocassins grossos. Mesmo assim, aqui estava a caixa completa de caxemira Crayola, 12 tons ao todo. A jaqueta jeans sobre um suéter listrado (eram lantejoulas transparentes no suéter? Eram). A saia microplissada tão brilhante quanto o bilhete dourado de Charlie Bucket. Até o colar extravagante estava presente e foi considerado - não o colar de bolhas de antigamente, mas uma tiara de pérolas falsas do tamanho de Gobstopper amarradas com veludo.
          Pessoalmente, longe dos modelos diversificados e de aparência descolada que agora povoam as imagens da J. Crew, a mistura era semelhante à forma como a Sra. Wadle a descreveu lá em cima: comemorativa e aconchegante, nostálgica, mas atual - sem ser muito “avançada”, um erro que queimou J. Crew no passado. Também parecia extremamente... familiar.
          O poder de fogo que J. Crew tinha no final das contas foi aceso por um visual que era novo. Lyons, trabalhando com a estilista Gayle Spannaus, e recebendo luz verde de Mickey Drexler - então o presidente-executivo - pegou os blocos de construção (jeans, calças de algodão, preparação, caxemira, roupas masculinas, simplicidade), polvilhados com ingredientes surpresa (brilho , lantejoulas, néon, camuflagem e até um ou outro tufo de penas) e jogou tudo no liquidificador.
          A nova equipe parece querer realizar um feito semelhante, não quebrando o molde, mas controlando os excessos do passado e dando aos códigos existentes um ajuste amoroso. É claro que até o visual da Sra. Lyons, que em retrospectiva parecia ser uma sensação da noite para o dia, exigiu tentativa e erro e tempo para realmente acertar. Agora, a J. Crew sobreviveu à sua grande queda. Mas estará “de volta”?
          A própria Lyons pareceu reconhecer essa questão, ainda que involuntariamente, em uma postagem no Instagram no dia seguinte à festa de 40 anos da marca, em setembro passado: “Estou torcendo por você, J. Crew”.
          A J. Crew tem escritórios em Lower Manhattan.
(Fonte: Lovemoney-msn - 03.08.2017 / NYTimes - 22.11.2023 - partes)

Venmo

          Andrew Kortina, o fundador do aplicativo de pagamentos digitais Venmo explicou que quando estavam pensando nos nomes para a denominação da empresas, uma das raízes que estavam explorando para inspiração foi vendo/vendere, do Latim, que significa vender.
          Assim que disseram venmo, gostamos, porque era curto e daria um ótima frase: ‘pague meu jantar com venmo’.”
(Fonte: Lovemoney-msn - 03.08.2017)

Wawa

          A nome da cadeia de lojas de conveniência Wawa tem dois significados: nome de uma área na Pensilvânia em que a fazenda de laticínios da empresa está localizada; e palavra nativo-americana para o Ganso Canadense, que faz parte do logo da empresa.
(Fonte: Lovemoney-msn - 03.08.2017)

ASOS

          A varejista inglesa ASOS foi fundada em 1999 como AsSeenOnScreen ("como visto na tela", numa tradução livre) e seu site oficial era asseenonscreen.com.
          A abreviação ASOS se espalhou rapidamente e o endereço do site seguiu a mesma linha, mudando para asos.com.
(Fonte: Lovemoney-msn - 03.08.2017)

Keds (tênis)

          Keds é uma marca de sapato de lona com sola de borracha, introduzido em 1915 pela U.S. Rubber (mais tarde conhecida como Uniroyal, então Uniroyal Goodrich, e finalmente adquirido por Michelin), e agora propriedade da Stride Rite Corporation.
          Ao escolher um nome, a escolha inicial foi Peds, do significado de "pé" no latim. Os Keds foram, pela primeira vez, vendidos em massa no mercado como tênis de lona e borracha ou "sneakers",  em 1916. Tornaram-se conhecidos como "sneakers" porque as solas de borracha permitia um andar silencioso, pois "sneak" em inglês significa esgueirar. Nesta linha encontra-se também o All Star.
          No início da década de 1920, os tênis eram usados por jogadores olímpicos de futebol, campeões nacionais e internacionais de tênis e atletas universitários. Em 1926, o tênis Keds Triumph foi lançado. A Keds lançou "Kedettes", uma linha de sapatos de salto alto laváveis para mulheres, em 1938.
          Em 1949, os Pro-Keds foram lançados como uma linha de tênis para desempenho atlético destinada a competir com o padrão da indústria, Converse. Projetado especificamente para jogadores de basquete, o estilo original, o Royal, foi endossado por George Mikan. Em 1953, o Minneapolis Lakers foi equipado com Pro-Keds. Em 1969, os Pro-Keds introduziram o 69er, e a demanda por eles no Harlem e no Bronx foi tão grande que eles se tornaram conhecidos como "Uptowns". O início dos anos 1970 viu a introdução do Royal Plus, também conhecido como "Suede Super", que tinha cabedal de camurça, gola acolchoada e estava disponível em cano alto ou baixo.             
          Os Pro-Keds foram usados por estrelas da NBA, incluindo Willis Reed, Kareem Abdul-Jabbar, Nate "Tiny" Archibald, JoJo White, Bob Love, Lou Hudson, Bob Lanier e "Pistol" Pete Maravich, bem como músicos dos Ramones. A marca ganhou seguidores na comunidade hip-hop no final dos anos 1970.
          A Stride Rite Corporation comprou a Keds e Sperry Top-Sider da Uniroyal em 1979 por US$ 18 milhões.
          Na primavera de 1980, a Pro-Keds lançou uma coleção de tênis de basquete de desempenho cupsole com o modelo de letreiro sendo o Shotmaker. O Shotmaker seria usado por Ralph Sampson e Gerald Henderson. Em 1981, Sugar Ray Leonard tornou-se porta-voz da marca.       
          No início da década de 1990 a Vulcabras já tinha se mexido: trouxe para o Brasil a marca Keds, então uma das oito do catálogo da americana Stride Rite. E partiu para o licenciamento e distribuição de tênis. Começou pela Adidas e passou pela Puma. Em 1999, passou a exportar o tênis Reebok, de quem era associada desde 1992 numa operação de importação dos tênis da marca americana. Só nos primeiros três anos exportou 600.000 pares. Em dezembro de 2001, a fábrica de Horizonte, no Ceará, inaugurada em 1996, que já produzia o Reebok, começou a exportar tênis da marca Keds para Israel, Argentina, Uruguai, México, Grécia e Portugal.
A Collective Brands Inc., empresa controladora da Stride Rite Corporation e Keds, foi adquirida pela Wolverine World Wide por $ 1,32 bilhão em maio de 2012.
          A Keds lançou a campanha "Ladies First Since 1916" em julho de 2015, que se concentra no empoderamento feminino e em celebridades como Taylor Swift.[20] Em 2016, a Keds comemorou seu centenário e a continuação de sua campanha "Damas primeiro desde 1916"[21] com uma comemoração de aniversário realizada durante a New York Fashion Week.[22] A empresa também anunciou que sua fabricação de calçados estava se mudando para Michigan, nos Estados Unidos, pela primeira vez em 35 anos.
          Os sapatos foram usados por celebridades como Marilyn Monroe, Jackie Kennedy Onassis, Katharine Hepburn, Paul Newman, Humphrey Bogart, Kristen Stewart e Natalie Portman.[4][8]
          Após o lançamento do filme Dirty Dancing, de 1987, no qual a personagem de Jennifer Grey usava Keds, a receita da empresa cresceu 10 vezes.[24] Muitas líderes de torcida também usavam Keds como parte de seu uniforme durante meados dos anos 1980 até meados dos anos 1990.[25]
          Na URSS e em muitos países pós-soviéticos, os tênis com cano alto de lona ficaram conhecidos genericamente como "keds" (em russo: кеды).
          Em dezembro de 2022, Wolverine World Wide anunciou planos para vender ou licenciar sua marca Keds.
Fonte - jornal Folha de S.Paulo - 13.07.2017 / revista Exame - 10.07.2014 / jornal O Estado de S.Paulo - 17.08.2015 / Wikipedia)