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20 de mai. de 2021

Méliuz

          A companhia de serviços financeiros Méliuz foi fundada ainda em 2011, em Belo Horizonte, por Israel Fernandes Salmen, nascido em 1988 e Ofli Campos Guimarães, nascido em 1985. Os dois mineiros, desconfiados que são, estavam inconformados com as enormes dificuldades de utilizar suas milhas – nascia a startup do cupom de desconto e do cashback.
          O cashback já existia e se difundia rapidamente nos EUA, mas ainda era desconhecido por aqui. Olhando como ele se difundiu rapidamente nos EUA, entendemos o crescimento vertiginoso de CASH.            A companhia disponibiliza gratuitamente em sua plataforma cupons de desconto de lojas online e devolve ao consumidor, em dinheiro, parte do valor gasto nas compras.
          A atração das pessoas pelo dinheiro de volta é impressionante. É instantânea. É enorme. Nos EUA, hoje, até o vendedor de pipoca (ok, lá é hot dog) da esquina dá cashback (não é brincadeira!).
          A Méliuz saiu na frente. Fez parcerias com algumas das maiores companhias de e-commerce do Brasil, além de centenas de varejistas de vários setores. Roupas, eletrodomésticos… até sites de viagens e alimentação. O mercado em potencial é imenso. Ainda mais quando olhamos a minúscula representatividade do e-commerce no Brasil (3 por cento).
          A Méliuz opera sem fábricas, sem estoques, sem galpões, sem ativos. Méliuz é só uma plataforma e alguns milhares de usuários.
          A companhia crescia com suas parcerias no e-commerce até 2019 quando, em conjunto com o Banco Pan, lançou o cartão de crédito com cashback. O trabalho da Méliuz é conectar vendedores e compradores se utilizando de ofertas de cashback e de cupons de desconto.
          A empresa queria elevar suas barreiras de entrada oferecendo novos produtos financeiros a seus clientes. A capitalização via IPO fazia sentido. A Méliuz (CASH3 na B3) vendeu metade de suas ações ao mercado e levantou cerca de 662 milhões de reais no IPO. Metade para o caixa da empresa, metade para dar saída ao fundo de venture capital Monashees. A Méliuz, estreou na B3 no último dia 5 de novembro de 2020.
          Logo depois da IPO, a Méliuz informou que recebeu do Opportunity e da XP comunicados acerca de participação relevante em seu capital. Segundo a Méliuz, os fundos geridos pelo Opportunity passaram a deter 10 milhões de ações de emissão da companhia, representativas de 8,21% do seu capital social. Já a XP Gestão de Recursos informou que passou a deter 7,05 milhões de ações, que representam 5,79% do capital da Méliuz.
          O interessante é que os fundadores da empresa não venderam, se mantiveram firmes com suas participações. Capitalizada, CASH foi às compras.
A Méliuz atravessou o oceano Atlântico e adquiriu 51 por cento da plataforma de cupons de descontos e promoções polonesa "Picodi.com". A Picodi está presente em mais de 40 países e possui mais de 12 mil parceiros (Méliuz possui 800). Com a aquisição, a Méliuz reduz bastante sua dependência dos poucos parceiros que possui atualmente (grandes plataformas de e-commerce do Brasil). Além disso, Méliuz implantará o cashback nas operações da Picodi.
          A empresa percebeu que seus milhões de usuários recebiam o cashback e enviavam para suas contas bancárias. A oportunidade ficou clara – fazia sentido oferecer produtos bancários e, em maio de 2021, a Méliuz adquiriu o banco digital Acesso Bank. Comprou por 324,5 milhões de reais, e o pagamento será por troca de ações – os acionistas da Acesso Bank ficarão com cerca de 8 por cento das ações da Méliuz. A Méliuz assinou um acordo de associação com a Acessopar, fintech especializada em soluções de pagamento que opera utilizando as marcas Acesso, Acesso Bank, Bankly e Banco Acesso. A transação prevê a incorporação pela Méliuz de 100% da empresa.
          Agregando mais produtos à sua oferta, Méliuz adiciona valor ao seu negócio e cria barreiras de entrada a novos competidores. Atraindo o cliente com o cashback, Méliuz, hoje, tem grandes oportunidades oferecendo muitos outros serviços. Estão todos de olho no sucesso do cashback. Estão todos de olho no sucesso da Méliuz. Varejo, bancos, parceiros, amigos, inimigos… todos querem utilizar o cashback para fidelizar seus clientes.
          A Lojas Americanas, com o AME Digital, e a Magazine Luiza, com o SuperApp, entraram no cashback. O BTG entrou no cashback em parceria com a Mosaico (MOSI3).
Mas o maior concorrente da Méliuz no país hoje é o Banco Inter. Com mais de 10 milhões de clientes, o banco, além de ter um pequeno e-commerce, dá cashback até para quem faz investimentos na sua plataforma.
          O Méliuz, segundo a empresa, atingiu 20,8 milhões de contas aberta no terceiro trimestre de 
2021. Israel Fernandes Salmen é o CEO da companhia.
          A Méliuz informa que celebrou, em 1º de junho de 2023, o acordo de investimento definitivo para a venda ao Banco Votorantim S.A. (“banco BV”) da totalidade das ações de titularidade da companhia de emissão da Acesso Soluções de Pagamento S.A. (“Bankly”) e de até 100% das ações de emissão da Acessopar Investimentos e Participações S.A (“Acessopar”). A venda das ações de emissão do Bankly e de até 100% das ações de emissão da Acessopar, subsidiária integral da companhia (nos termos do artigo 252 e seguintes da Lei das S.A.) que detém 52,19% do capital social do Bankly será realizada com base em um enterprise value de R$ 210 milhões, sendo que o valor será pago em parcela única, em dinheiro, sujeito a determinados ajustes e correção pela variação positiva acumulada do CDI entre 30 de março de 2023, e a data do efetivo pagamento do preço pelo banco BV à companhia.
(Fonte: Valor investe - 11.11.2020 / Nord Research - partes)

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