O moinho, localizado na rua Serafim de Moura, no centro de Lages, região serrana de Santa Catarina, fazia concorrência firme com empresas de fora com sua marca de trigo Caturrita, que por certo vendia mais que, por exemplo, a farinha da Nordeste Alimentos, do Rio Grande do Sul, que caprichosamente foi fundada no mesmo ano de 1946, também por imigrantes italianos, capitaneado por Valdomiro Bocchese e recebeu esse nome por ter sido fundada na região nordeste gaúcha.
A Moinho Cruzeiro atravessou décadas e acompanhou o desenvolvimento da Princesa da Serra, assim como muitos lageanos o guardam na memória como ponto de referência da sua infância.
Após 75 anos de história, um dos prédios mais antigos e icônicos da região iniciou o processo de demolição cujo início aconteceu em abril de 2021. Depois de fechado por algum tempo, os proprietários não viram ocupação para a estrutura e optaram pela demolição. O trabalho de demolição foi autorizado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Obras e está sendo executado pela empresa Escala Engenharia. Todo o processo está sendo acompanhado pela Defesa Civil de Lages para não causar riscos a terceiros.
O prédio de cinco andares foi demolido por etapas. O barracão e a cobertura foram retirados e então as equipes passaram a focar a parte dos prédios. A última estrutura derrubada foram os silos, que eram usados no armazenamento dos produtos.
Um registro importantíssimo da história e da economia de Lages, que poderia ter ganhado novos usos mantendo a estrutura da edificação em art déco. Poderia abrigar um centro cultural aos moldes do SESC Pompéia de São Paulo, uma escola de ofícios, um centro comercial, um espaço de coworking e salas executivas, etc… tantas possibilidades, com as devidas adequações. Mas a agonia do lageano por ”modernizar” a cidade a qualquer custo e apagar tudo o que remete ao passado, infelizmente, fala mais alto, e assim a cada edificação histórica demolida a cidade e região perde mais um pedaço de sua memória e identidade. E em quase 100% dos casos para dar lugar a estacionamentos ou edificações genéricas pré-moldadas. Essa é a grande doença cultural de Lages, e pelo visto infelizmente não tem cura.
Moinho não é prédio histórico, mas faz parte da história de Lages. A demolição do prédio do velho moinho e de outras construções antigas em Lages tem aflorado o debate sobre preservação de patrimônio. É apresentada a lei complementar 22/95 assinada pelo então prefeito Coruja, que estabelece parâmetros sobre preservação arquitetônica na cidade. Profissionais, especialmente arquitetos, observam certa indiferença do poder público (prefeitura) em relação à questão. Faltaria um debate mais aprofundado e normatizações sobre o tema. Enquanto isso, velhas casas, como canta Chico Saratt, seguem ameaçadas pelo progresso.
Um registro importantíssimo da história e da economia de Lages, que poderia ter ganhado novos usos mantendo a estrutura da edificação em art déco. Poderia abrigar um centro cultural aos moldes do SESC Pompéia de São Paulo, uma escola de ofícios, um centro comercial, um espaço de coworking e salas executivas, etc… tantas possibilidades, com as devidas adequações. Mas a agonia do lageano por ”modernizar” a cidade a qualquer custo e apagar tudo o que remete ao passado, infelizmente, fala mais alto, e assim a cada edificação histórica demolida a cidade e região perde mais um pedaço de sua memória e identidade. E em quase 100% dos casos para dar lugar a estacionamentos ou edificações genéricas pré-moldadas. Essa é a grande doença cultural de Lages, e pelo visto infelizmente não tem cura.
Moinho não é prédio histórico, mas faz parte da história de Lages. A demolição do prédio do velho moinho e de outras construções antigas em Lages tem aflorado o debate sobre preservação de patrimônio. É apresentada a lei complementar 22/95 assinada pelo então prefeito Coruja, que estabelece parâmetros sobre preservação arquitetônica na cidade. Profissionais, especialmente arquitetos, observam certa indiferença do poder público (prefeitura) em relação à questão. Faltaria um debate mais aprofundado e normatizações sobre o tema. Enquanto isso, velhas casas, como canta Chico Saratt, seguem ameaçadas pelo progresso.
E a cidade de Lages, esquecida pelos governadores, inclusive os (governadores) lageanos, desde os tempos dos Ramos no Palácio Cruz e Souza em Florianópolis, como salienta o professor Guilherme Krautler, em seu livro Dos Alpes Austríacos ao Xingu e à Serra Catarinense, até mais recentemente Raimundo Colombo, além de não conseguir engrenar um desenvolvimento minimamente satisfatório, cada vez mais deixa de ser lembrada pela sua história.
(Fonte: Edson Varela - 23.05.2021 / blog Olivete Salmória - 01.04.2021 - partes)
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