O principal feito de Salinas foi - numa época em que ainda não estava na moda - descobrir o imenso potencial consumidor da baixa renda. Ele desenvolveu uma matadora combinação entre a venda de bens de consumo e a concessão de crédito pessoal. Nos fundos de 800 das quase 1.000 lojas do grupo Elektra (dados de setembro de 2007) há um caixa do banco Azteca, onde o cliente pode não apenas parcelar suas compras mas também abrir uma conta corrente e adquirir um cartão de crédito.
As lojas da Elektra são instaladas em regiões de baixíssima renda e chamam a atenção pela simplicidade extrema: são pequenas, escuras e desorganizadas. Os produtos ficam amontoados nas prateleiras, dentro das caixas.
Para ganhar dinheiro nesse ambiente, Salinas desenvolveu mecanismo de concessão de crédito que fazem o modelo da Casas Bahia parecer conservador. Como não há no México um sistema de proteção ao crédito e boa parte de seus clientes não tem como comprovar renda, a Elektra adotou como estratégia visitar cada um dos candidatos a crédito par conferir sua situação financeira. Um funcionário da rede vai até a casa do cliente e verifica quesitos como o número de cômodos, se há ou não luz elétrica e que bens a família possui. Além disso, os funcionários entrevistam vizinhos e tentam, assim, descobrir se o cidadão que quer comprar uma geladeira tem um histórico de calotes. Um processo semelhante acontece na hora da cobrança. O mau pagador recebe visitas de cobradores em casa. Se não pagar, o simpático funcionário da Elektra toma os produtos de volta. A empresa criou um inusitado mercado de "seminovos" - a Elektra tem lojas específicas onde vende os produtos que foram tomados de volta.
De pouco depois de meados de 2005 a 2007, uma equipe de 20 executivos ligados ao grupo Salinas visita regularmente o Brasil a fim de conhecer as peculiaridades do mercado local. Foram esses estudos que determinaram a escolha das regiões Norte e Nordeste para a inauguração das primeiras lojas.
As lojas da Elektra são instaladas em regiões de baixíssima renda e chamam a atenção pela simplicidade extrema: são pequenas, escuras e desorganizadas. Os produtos ficam amontoados nas prateleiras, dentro das caixas.
Para ganhar dinheiro nesse ambiente, Salinas desenvolveu mecanismo de concessão de crédito que fazem o modelo da Casas Bahia parecer conservador. Como não há no México um sistema de proteção ao crédito e boa parte de seus clientes não tem como comprovar renda, a Elektra adotou como estratégia visitar cada um dos candidatos a crédito par conferir sua situação financeira. Um funcionário da rede vai até a casa do cliente e verifica quesitos como o número de cômodos, se há ou não luz elétrica e que bens a família possui. Além disso, os funcionários entrevistam vizinhos e tentam, assim, descobrir se o cidadão que quer comprar uma geladeira tem um histórico de calotes. Um processo semelhante acontece na hora da cobrança. O mau pagador recebe visitas de cobradores em casa. Se não pagar, o simpático funcionário da Elektra toma os produtos de volta. A empresa criou um inusitado mercado de "seminovos" - a Elektra tem lojas específicas onde vende os produtos que foram tomados de volta.
De pouco depois de meados de 2005 a 2007, uma equipe de 20 executivos ligados ao grupo Salinas visita regularmente o Brasil a fim de conhecer as peculiaridades do mercado local. Foram esses estudos que determinaram a escolha das regiões Norte e Nordeste para a inauguração das primeiras lojas.
As negociações para a entrada de Salinas no mercado brasileiro duraram cerca de cinco anos. No período, ele conversou com os controladores de diversas redes de varejo e esteve perto de fechar a compra da gaúcha Colombo, líder no sul do país. Em outra frente, os resultados também não eram animadores. Salinas pleiteava no governo a autorização para a abertura de seu banco no país, o Azteca, mas encontrou animosidade. Por dois anos, seus pedidos não foram atendidos, até que ele decidiu contratar o ex-deputado federal Delfim Netto para dar aquela providencial força em Brasília. Delfim marcou, então, uma audiência com o presidente Lula. Salinas voou do México e participou do encontro, que aconteceu no Palácio do Planalto no dia 30 de junho de 2007. Pelo resultado, pode-se deduzir que a conversa foi ótima: pouco mais de um mês depois, Lula assinou um decreto autorizando a entrada do banco Azteca no Brasil.
A rede Ekektra chegou ao Brasil, via Pernambuco, em 2008. A estreia foi destaque nacional, quando o então presidente Luís Inácio Lula da Silva elogiou o sistema de parcelamento da rede, durante discurso na abertura do Fórum Brasil-México, no Recife.
Em 2010, a Elektra foi levada à Justiça depois de diversas denúncias de clientes inadimplentes que foram abordados por "homens de preto" como ficaram conhecidos os motoqueiros que iam cobrar e ameaçar os clientes em suas casas. A rede também se envolveu com investigações sobre maus tratos de funcionários.
Pouco antes de meados de maio de 2015, a notícia do encerramento das atividades no país foi dada ao mercado, em comunicado à Bolsa de Valores do México, em que não há explicações oficiais sobre a saída.
Aqui, a rede tinha 35 lojas, número muito distante das 1.000 unidades anunciadas como meta, em 2008, para serem abertas até 2018.
O banco Azteca, integrante do grupo Salinas e que funcionava dentro das lojas Elektra, manteve as operações por um certo tempo. A instituição financeira também passou por acusações em Pernambuco, por se apresentar como correspondente bancário em vez de banco.
No México, a rede contava na época com 3924 unidades, além de outras 2934 nos Estados Unidos e mais 643 em outros países das Américas do Sul e Central.
(Fonte: revista Exame - 12.09.2007 / JC-UOL - 13.05.2015 - partes)
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