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28 de jul. de 2022

Canpack

          A fabricante de latas de alumínio polonesa Canpack, com sede em Cracóvia, chegou ao Brasil em dezembro de 2016, com a aquisição da Metalic - única produtora de latas (aço) da CSN - por US$ 110 milhões. A empresa americana Giorgi Global Holdings Inc. tem controle total sobre a Canpack.
          Desde que chegou ao Brasil, o grupo polonês injetou cerca de US$ 600 milhões no negócio de latas de alumínio no país. A empresa foi a última das quatro fabricantes do setor a entrar no país - as outras três são Ball, Crown e Ardagh.
          A unidade de Manaus estará pronta com 50% da capacidade (2,3 milhões de tampas) até o final de 2023 e a outra metade ao longo de 2024. “Dependemos da disponibilidade de equipamentos, cujas entregas estão demorando até 24 meses”, disse Paulo Dias, CEO da empresa para o Brasil. Com a instalação, a Canpack poderá atender plenamente o Brasil e sua fábrica de latas na Colômbia. A empresa também produz bonés no Ceará (4,2 bilhões de unidades por ano).
          O Brasil, terceiro maior mercado mundial de latas de alumínio para bebidas e líder em reciclagem, atraiu a construção de novas fábricas para atender à crescente demanda. Nesse caminho, a Canpack deve inaugurar em Poços de Caldas, Minas Gerais, a quarta unidade industrial do país,
          O investimento de US$ 140 milhões coloca a empresa no coração da região Sudeste, principal mercado brasileiro para as quatro multinacionais que atuam no país.
          Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, foi escolhido por ser logisticamente estratégico e marcar a entrada da empresa na região Sudeste, diz o diretor operacional André Balbi, brasileiro com longa carreira no setor de latas. "Nossa unidade de Poços de Caldas, quando definida, já tem 85% da capacidade contratada", destaca Balbi. "Vamos crescer junto com os clientes."
          A construção da unidade mineira começa no quarto trimestre (2022) em um terreno de 160 mil metros quadrados. Com capacidade para fabricar 1,3 bilhão de latas por ano, deve entrar em operação até o final do primeiro trimestre de 2024. Empregará 140 pessoas.
          Ao todo, a empresa terá capacidade instalada de 5,5 bilhões de latas e 6,5 bilhões de tampas por ano até o final de março de 2024. Esses volumes, explica Dias, podem ser ajustados de acordo com os formatos das latas encomendadas pelos clientes. São fabricantes de cervejas, refrigerantes, sucos, espumantes, vinhos, chás, água de coco, água tônica, água, entre outras bebidas.
          Com as fábricas em Manaus e Poços de Caldas, a empresa terá 23 unidades de latas, sendo 17 delas produzindo apenas o corpo da lata e cinco integradas com tampas – Estados Unidos, Brasil (Maracanaú, Ceará), Dubai e Polônia (duas). Manaus é a sexta em termos de tampas, fazendo apenas o corpo da lata.
          Em 24 de junho de 2022, vem a lume que a Canpack vai investir R$ 250 milhões na construção de uma fábrica de tampas para latas em Manaus. A empresa já produz latas em duas unidades — uma no Ceará e outra em Goiás.
          Considerando dados de meados de 2022, a Canpack possui uma participação de mercado no Brasil em torno de 10%. A empresa está presente na região Nordeste (Maracanaú) e no Centro-Oeste (Itumbiara, Goiás).
          Empregando 8.500 pessoas e presente em 17 países, com 28 fábricas operando em alumínio (bebidas), aço (alimentos) e embalagens de vidro, a Canpack reporta receitas de US$ 3 bilhões por ano. O negócio de latas de alumínio é o maior, respondendo por mais de dois terços do total de vendas.
(Fonte: jornal Valor - 24.06.2022 / 28.07.2022 - partes)

27 de jul. de 2022

J.D. Edwards

           A empresa de software J.D. Edwards foi fundada em 1977 por Edward McVaney, um pescador, colecionador de carros antigos e multimilionário (que se tornou como sócio da empresa). Além de Edward McVaney, na fundação participaram Jack Thompson e Dan Gregory. Eles pegaram os três primeiros nomes para formar o da empresa: J.D. Edwards. A mulher de Edward sugeriu Jack Daniels, mas os sócios acharam que o nome era bom demais para uma empresa de software. Eles sabiam que se dariam bem por serem uma combinação de homens de negócios e de tecnologia.
          A J.D. Edwards faz software de gestão empresarial e concorre com SAP, Baan, Oracle, Peoplesoft e Datasul (hoje Totvs).
          Em novembro de 1998, McVaney largou o posto de executivo-chefe (CEO) da empresa para 
ocupar a cadeira de presidente do conselho de administração.
          Segundo McVaney, é "claro que todo mundo acha o seu próprio negócio difícil, mas software é um negócio miserável. Você sempre está conduzindo as pessoas a mudanças revolucionárias colocando novos softwares. É muito duro. As pessoas ficam iradas por uma razão ou outra. Há alguns anos disse para mim mesmo: essa profissão é tão dura e estamos conduzindo as pessoas por transições tão difíceis, que temos de tentar descobrir um modo de ficar calmos e relaxados e não esquentar com isso. Porque, se não estivermos calmos, relaxados, descontraídos, vamos nos desgastar, nos queimar, ficar emocionalmente estressados e largaremos tudo para fazer outra coisa. Então, na J.D. Edwards, tentamos criar uma cultura corporativa. Se houver uma lição de gestão aqui, será essa: é o poder da cultura corporativa. Na J.D. Edwards temos uma cultura muito profunda - e talvez seja um modo muito rude de dizer isso -, que é o seguinte: 'Proibida a entrada de babacas'. Porque babacas criam um estresse negativo e tornam o trabalho difícil".
          Considerando dados de meados de 1999, a J.D. Edwards tinha softwares instalados em 103 países e em 18 línguas diferentes ao redor do mundo.
(Fonte: revista Exame - 28.07.1999)

StarMedia

          A StarMedia foi fundada pelo uruguaio Fernando Espuelas, nascido em 1967 e formado em história pela Universidade de Connecticut. A empresa produziu um site em português e espanhol.
          Em setembro de 1996, quando a StarMedia foi fundada, a preocupação era com a sobrevivência. Jack Chen, também nascido em em 1967, sócio de Espuelas na empresa é um ex-analista financeiro com diploma de ciência da computação e um MBA pela Universidade Harvard. Ele e Espuelas são amigos desde os dez anos. Sempre queriam montar um negócio juntos. Quando a ideia veio, Espuelas e Chen juntaram 100.000 dólares do próprio bolso para comprar mesas, cadeiras e computadores. Amontoaram tudo numa casa de propriedade dos pais de Chen em Riverside, no estado americano de Connecticut. O imóvel estava caindo aos pedaços. Espuelas e Chen se espremiam com mais uma dezena de funcionários em três cômodos no piso inferior da casa. Adriana Kampfner, nascida em 1973, vice-presidente de vendas globais da StarMedia, também dividia o espaço. Adriana, uma mexicana criada no estado americano de Michigan, largou um posto de analista no Chase Securities para pedir emprego a Espuelas. No andar de cima morava um pessoal que trabalhava em um restaurante chinês ao lado.
          As coisa iam mal até que apareceu um anjo no caminho de Espuelas e Chen. Anjo é como é conhecido nos Estados Unidos o primeiro investidor a colocar dinheiro em uma empresa. O consultor de empresas de tecnologia da informação Gerardo Rosenkranz foi o anjo da StarMedia. Ele comprou um pacote de ações que passou a valer 31 milhões de dólares depois da abertura de capital. Espuelas e Chen correram também às casas de parentes e conhecidos tentando vender ações da StarMedia para levantar mais algum dinheiro. Não escapou nem o dentista de um funcionário, que comprou na época 40.000 ações a 50 centavos de dólar cada, que mais tarde passou a valer 2 milhões de dólares.
          O escritório mambembe da StarMedia quase assustou investidores mais graúdos. "O que vim fazer aqui? Isso é ridículo", disse Frederick Wilson, da Flatiron, ao conhecer as precárias instalações da StarMedia. Mas seu sócio, Jerry Colona, disse que Espuelas fora bem recomendado e que deveriam ouvir o que ele tinha a dizer.
          Para chegar ao eldorado de Wall Street, a StarMedia percorreu um caminho árduo. O conselho de administração se reuniu em janeiro de 1999 e decidiu que era hora de fazer a oferta pública inicial de ações da empresa (em inglês, inicial public offering ou IPO). Além do banco Goldman Sachs, como subscritor principal, a StarMedia escolheu mais três bancos como avalistas: o BancBoston Robertson Stephens, o J.P. Morgan e o Salomon Smith Barney. Steven Heller, diretor financeiro da StarMedia, um financista que fez carreira em empresas do Vale do Silício, foi um dos responsáveis na StarMedia pela oferta pública.
          A empresa abriu seu capital na Nasdaq em 26 de maio de 1999. Lançou cada ação a 15 dólares. No final do dia, o preço chegou a 26 dólares, uma alta de 74%. A ação bateu nos 70 dólares no início de julho (1999), fazendo o valor de mercado da StarMedia atingir 3,7 bilhões de dólares. Um cifra assombrosa para quem faturou 5,3 milhões de dólares em 1998 e teve um prejuízo de 45,9 milhões.
Quer dizer: assombrosa no tradicional mundo das coisa concretas. No mundo virtual das empresas da Internet, aquela cifra era até banal.
          A abertura de capital da StarMedia coincidiu com o estouro de uma guerra na Internet no Brasil. No final de junho de 1999, o grupo gaúcho RBS vendeu o controle do ZAZ para o grupo espanhol Telefónica. O Universo Online (UOL), pertencente aos grupos Abril e Folha, comprou o mecanismo da família Miner. O UOL tentava vender 10% de suas ações para levantar capital. A American Online, então maior provedor de acesso do mundo, e o Yahoo!, o site mais visitado da Internet, lançaram suas versões para o mercado brasileiro. Em abril (1999), a Microsoft lançou o site Microsoft Network em português. O SBT tinha o provedor de acesso SBT Online (SOL) e a Globo anunciava a criação de um
site nos moldes dos concorrentes.
          Com o dinheiro que coletou, a StarMedia podia comprar outras empresas, recrutar os melhores profissionais do mercado e crescer, crescer, crescer. Ter sucesso em Wall Street era como conquistar o eldorado digital.
          No mesmo ano de 1999, a StarMedia comprou a brasileira Cadê? por 5,3 milhões de dólares, numa das primeiras transações de porte da rede brasileira envolvendo empresa estrangeira. Pelo acordo com a StarMedia Fábio de Oliveira e seu sócio Gustavo Viberti ficariam um ano gerenciando o Cadê?
até ter o passe liberado em abril de 2000.
          As avaliações eram reais? Nem os analistas que acompanhavam o desempenho das empresas ligadas à Internet sabiam. Eles leram em suas cartilhas que, para avaliar uma empresa, é preciso olhar a relação entre o preço na bolsa de valores e o lucro por ação. Como aplicar essa fórmula às empresas de Internet que têm lucros (e faturamento) baixos ou só prejuízos? Em 1997, a analista Lise Buyer, que trabalhava no T.Rowe Price, um superconservador grupo de fundos de investimento, deparou com esse problema quando resolveu se especializar em empresas de Internet. Ela ficou chocada ao saber que a métrica que comparava preço com lucro não funcionava na dimensão da Web. À luz dessa métrica, o valor das empresas on-line parecia simplesmente irracional. Lise, numa entrevista à revista Fortune, disse que só conseguiu entender o problema depois de ler o livro Security Analysis, um clássico escrito em 1934 pelos renomados investidores Benjamin Graham e David Dodd.
          Está no livro: "Empresas inexperientes em novos setores de atividade não oferecem nenhuma base sólida para a determinação de seu valor intrínseco. O melhor que um analista pode fazer é classificar tais empresas como altamente especulativas e abandonar a tentativa de avaliá-las. O comprador de papeis como esse não está fazendo um investimento, mas apostando numa nova tecnologia, num novo mercado, num novo serviço. A aposta bem-sucedida em tais situações pode produzir altas recompensas, mas faz parte de um processo de apostas, e não de avaliação". Mais dia menos dia, o mercado teria, com certeza, de dar conta da discrepância entre o valor dessas empresas e seus resultados.
          Por enquanto (julho de 1999), não importa muito se a empresa, como a StarMedia, teve prejuízo quase dez vezes superior à receita de 1998. "A única vez que um investidor mencionou nosso prejuízo foi para dizer que ele achou pequeno e questionar por que não estávamos investindo ainda mais dinheiro se o negócio era tão bom quanto estávamos falando", disse Espuelas, que comparou a Internet de então aos primeiros anos de utilização das ferrovias: "Naquela época, as ações valiam muito e as receitas eram relativamente baixas. Tudo o que os empresários faziam era colocar trilhos e comprar locomotivas. Ainda estamos colocando os trilhos, ainda estamos construindo a infraestrutura dessa indústria. O maior risco que corremos não é perder dinheiro. O maior risco é perdermos a oportunidade de liderar o mercado".
(Fonte: revista Exame - 28.07.1999 / Brasil em Exame - dezembro 1999 - Exame - 17.05.2000 - partes)

26 de jul. de 2022

UFC

          Criada em 1994, o UFC - iniciais de Ultimate Fighting Championship, ou "Campeonato de Luta Definitivo", numa tradução livre - se destacou dos demais torneios de luta por levar profissionalismo a um setor marcado pelo voluntarismo.
          Foram introduzidas regras como categorias de peso e tempo para as lutas. Com isso, o UFC se notabilizou por elevar seus campeões ao status de ídolos mundiais do esporte, como são os melhores atletas de boxe, tênis, golfe etc.
          Em 2011, o Brasil recebeu o primeiro evento do UFC após 13 anos. Com o ex-campeão Anderson Silva como principal estrela, os ingressos, que chegavam a 1600 reais, esgotaram em 2 horas. A Rede Globo fechou contrato para transmissões em TV aberta. Em 2013, Silva foi considerado o quinto atleta mais admirado do Brasil, segundo a consultoria Nielsen Sports. O país chegou a sediar 20% dos eventos do UFC em 2014, tornando-se o segundo maior mercado do UFC. Em 2016 veio o ápice: um evento no estádio da arena da Baixada, em Curitiba, reuniu 45000 pessoas. O interesse foi caindo com as derrotas dos preferidos do público.
          Foi o entretenimento que fez o grupo WME-IMG, especializado na área, desembolsar 4 bilhões de dólares pelo controle do UFC em 2017.
          Em setembro de 2017, o americano Lawrence Epstein, diretor de operações do UFC, veio a São Paulo com David Shaw, vice-presidente de conteúdo, promover uma edição do torneio.
(Fonte: revista Exame - 31.10.2018)

Principal Financial Group

          O conglomerado norte-americano Principal Financial Group é uma administrador de recursos de grande porte.
          A Principal começou no Brasil em 1999 por meio de sua parceria com o BB na Brasilprev antes de comprar uma participação na Claritas em 2012. O restante de sua participação na gestora de recursos foi adquirido em 2016.
          No Brasil, a Principal é proprietária da Claritas, gestora de recursos com R$ 9 bilhões sob gestão, e da Brasilprev, joint venture com o Banco do Brasil com R$ 328,7 bilhões – considerando sua participação de 25%. Tem uma participação semelhante na Ciclic, uma plataforma digital de corretagem de seguros.
          Em fins de julho de 2022 a Principal nomeou um CEO no Brasil pela primeira vez desde sua estreia no país. Robert van Dijk será responsável pelo desenvolvimento e execução da estratégia e expansão em o país e tornar mais conhecida a ligação entre o negócio local e a marca internacional.
          O Sr. Van Dijk é um nome bem conhecido no mercado brasileiro de capitais e investimentos. Foi presidente da Anbima, associação que representa o setor, liderou o negócio de gestão de recursos do Banco Votorantim e passou mais de uma década na gestora de recursos do Bradesco. Ele trabalhava recentemente na Hieron Family Office, uma empresa de gestão de patrimônio que ele cofundou em 2019. Em seus 40 anos de carreira, Van Dijk trabalhou anteriormente como consultor da Bovespa e da BM&F, as antigas bolsas de valores agora reunidas como B3.
          O executivo se reportará a Roberto Walker, CEO da Principal Latin America, e Pat Halter, CEO da Principal Global Investors, braço de gestão de ativos da Principal.
          Alguns produtos do portfólio internacional da Principal já são oferecidos no mercado brasileiro por meio de plataformas de terceiros. A Ciclic pode ser um canal para aprofundar a distribuição, mas isso não está nos planos imediatos do grupo.
          De acordo com Barbara McKenzie, diretora executiva sênior da Principal Global Investors, a ideia de ter uma liderança local está alinhada com o que a Principal tem em outros mercados que considera fundamentais para sua expansão. As marcas individuais vão coexistir, mas dando maior visibilidade à marca global.
          Considerando dados de julho de 2022, a Principal tem US$ 714 bilhões sob gestão.
(Fonte: jornal Valor - 25.07.2022)

Paracel / Heinzel

          A Paracel S.A. é uma empresa controlada por grupos familiares paraguaios e europeus – Zapag e Girindus, respectivamente.
          A Zapag é uma empresa familiar e líder em distribuição de combustíveis, produção de etanol, logística fluvial e imobiliária, com atuação no Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina. Empresa familiar da Suécia, a Girindus, cofundadora da Paracel, tem investimentos florestais e desenvolvimento de projetos na indústria de celulose.
          Em maio de 2021, vem a público que o projeto da Paracel para a construção de uma fábrica no Paraguai estava em fase de estruturação de project finance, com investimento de US$ 3,5 bilhões.
          Maior investimento privado da história do país, estava previsto para entrar em operação em 2023 e tinha capacidade para produzir, inicialmente, 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose branqueada de eucalipto.
          Em fins de julho de 2022, vem a lume que o grupo austríaco Heinzel está se tornando acionista do projeto de construção da primeira fábrica de celulose do Paraguai, a Paracel. O grupo sediado em Viena passará a deter 25% do capital da empresa ao final da construção. Heinzel será um acionista estratégico. A contribuição de Heinzel completa o investimento necessário.
          A Heinzel é um player relevante no setor de celulose e papel – produz papel kraft, papel para embalagem e papel gráfico. O grupo, que tem unidades de produção na Áustria, Alemanha e Estônia, está focado em mercados emergentes. “Temos o prazer de participar de um projeto inovador em silvicultura sustentável e produção de celulose no Paraguai”, disse o CEO do Grupo Heinzel, Sebastian Heinzel. “Vamos contribuir com nosso conhecimento industrial e experiência nos mercados mundiais de celulose para tornar o projeto bem-sucedido.” Per Olofsson, representante, o grupo Girindus, disse: “Agora estamos preparados para avançar com a Paracel em seu próximo passo”.
          De acordo com o anúncio de 25 de julho de 2022, a fábrica terá capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano. A unidade industrial ficará localizada em Concepción, na região norte do Paraguai. Os ativos florestais estão estimados em mais de 180.000 hectares de terras próprias.
          Segundo a Paracel, desde o final de 2018 até agora, mais de 16.000 hectares foram plantados. Foi obtida a permissão para construir a usina e está em andamento o pedido de avaliação de impacto ambiental e social do empreendimento para obter permissão para a construção.
          Em junho de 2023, a Paracel convida o executivo brasileiro Flávio Deganutti, então diretor de papeis da Klabin, para assumir um cargo de diretoria na empresa.
(Fonte: jornal Valor - 25.07.2022)

Smiles

          O Cartão Smiles foi criado pela Varig como forma de retribuição aos clientes por prestigiar a empresa com sua preferência. A finalidade básica era fornecer ao passageiro a opção de viajar de graça pelo Brasil e pelo mundo.
          Lançado em junho de 1994, o acúmulo de milhas valeu para aqueles que guardaram seus comprovantes desde 1º de janeiro de 1994 para passageiros da Varig e desde 1º de maio de 1994 para clientes da Rio-Sul.
          E em novembro de 2009 a Varig operou seu último voo comercial. Melancólico para uma empresa que já foi considerada uma das maiores companhias aéreas do mundo e por quase 80 anos teve participação vital para o desenvolvimento aéreo brasileiro e uma das grandes responsáveis pelo aumento de rotas internacionais partindo do Brasil. Entre as décadas de 1950 e 1970 era comparada com gigantes de Europa e Estados Unidos, e em 2001 foi a primeira a receber o Boeing 777-200ER, que vinha com um então inédito sistema de entretenimento individual.
          No seu auge, a Varig chegou a ter 127 aviões, 20 mil funcionários e destinos para 36 países. No entanto, aquela que durante décadas foi a maior companhia aérea da América Latina ficou só na lembrança. Quando parou de voar, a Varig deixou 12 mil pessoas desempregadas. Parte da empresa foi vendida para uma outra companhia, a Gol, que levou consigo a Smiles, e o que sobrou teve a falência decretada em 2010. A grande maioria dos funcionários nunca recebeu os direitos trabalhistas. Somente quem se aposentou até 2006, quando a Varig encerrou as operações, conseguiu ter acesso ao fundo de previdência privado.
          A Smiles foi separada da companhia-mãe, a Gol em 2013, com o lançamento de ações na bolsa de valores. A oferta rendeu 1,1 bilhão de reais utilizados na compra antecipada de passagens da Gol. De lá, até outubro de 2018, as receitas da Smiles mais que triplicaram, para 1,8 bilhão em 2017. E, 2,8 bilhões de reais foram pagos aos acionistas em dividendos acumulados durante cinco anos. Era tanto dinheiro que nos controladores da Gol, dona de 53% do negócio, começaram a se perguntar se não era o caso de voltar a ser donos de 100%.
          No dia 14 de outubro (2018), a Gol anunciou que a Smiles voltaria a ser uma subsidiária. A incorporação da Smiles na Gol resultaria na extinção da Smiles, com a sucessão pela Gol em todo o patrimônio da Smiles e na migração da base acionária da Smiles para a Gol. Os acionistas da Smiles receberiam uma combinação de ações PN da Gol e ações PN Resgatáveis Gol por uma relação de substituição e em termos a serem negociados entre a administração da Gol e o comitê independente da Smiles.
          A pretensão era fazer uma reorganização societária para que a Smiles voltasse a ser uma unidade de negócios da Gol. Durante tida a semana que se seguiu ao anúncio, a perplexidade tomou conta da sede da Smiles, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
          Seria o fim de uma empresa com desempenho de dar inveja. Em 2017, a Smiles teve lucro líquido de 760 milhões de reais, o que significa 6,4 milhões para cada um dos 118 funcionários - o melhor índice entre as companhias abertas do mundo, de acordo com números da empresa de informações financeiras Bloomberg. Essa equipe administrava uma base de dados de 14,6 milhões de clientes e se relacionava com 50 parceiros brasileiro e estrangeiros, entre as companhias aéreas, locadoras de veículos, e varejistas. Embora 90% dos pontos trocados pelos clientes ainda tinham como objetivo a aquisição de passagens, a Smiles vinha investindo para ampliar as opções em outras áreas, uma tendência no mercado de fidelidade que vinha ganhando novos competidores como a Livelo, lançada em 2016 por Bradesco e Banco do Brasil       
(Fonte: publicidade em Exame - 22.06.1994 / valor - 15.10.2018 / 16.10.2018 / Exame - 31.10.2018 - partes)

25 de jul. de 2022

Allos (Aliansce Sonae + BR Malls)

          A empresa do ramo de administração de shopping centers Aliansce Sonae nasceu a partir da fusão das empresas Aliansce Shopping Centers e Sonae Sierra Brasil em agosto de 2019.
          A fusão somou os 31 empreendimentos da Aliansce e os 9 da Sonae, totalizando 40 shoppings. São 11 shoppings administrados pela companhia e 29 próprios. A união de forças entre Aliansce e Sonae Sierra criou a segunda maior operadora de shoppings do Brasil - com um total de 40 shoppings e 7 mil lojas.
          Em 8 de junho de 2022, a Aliansce Sonae e a BR Malls confirmaram que seus acionistas aprovaram a fusão entre as companhias, em negócio que nasce avaliado em R$ 12 bilhões e conta com 69 shoppings. Em carta, os presidentes da Aliansce Sonae, Rafael Sales, e da BR Malls, Ruy Kameyama, dizem que a nova companhia abrirá um leque de possibilidades e oportunidades para todos os parceiros e colaboradores das duas empresas. As operações das administradoras de shoppings seguirão independentes enquanto o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não aprovar a fusão.
          Na assembleia da Aliansce Sonae, o apoio à proposta foi de 79,6% do total de ações e 2% de votos contrários, e o restante de abstenções. Na BR Malls, foram os 68,5% de apoio no capital total, 11,2% contra e o restante em abstenções. “Se você pensar bem, é algo inédito no Brasil, porque começamos com uma oferta não solicitada, que passou por ajustes, até obter o apoio do conselho de administração [da BRMalls] e avançar para aprovação dessa magnitude num negócio tão pulverizado [em termos de base acionária] como o nosso. Não é algo tão comum”, diz o CEO da BR Malls.
          Em 21 de julho de 2022 a Aliansce Sonae assinou contrato para assumir a administração do Shopping Eldorado. A companhia afirma que não está envolvida em negociações para adquirir participação no empreendimento. O shopping, localizado na zona oeste da capital paulista, possui mais de 75 mil metros quadrados de área bruta locável e 300 lojas. A companhia destaca que o empreendimento está localizado em região nobre, com alta densidade populacional e atendendo também ao público corporativo do entorno.
          O Parque Shopping Maceió, que até agosto de 2022 era administrado pela Aliansce Sonae, passa a ser administrado pela Multiplan pelos próximos cinco anos.
          Em novembro de 2022, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão entre as duas empresas, Aliansce Sonae e BR Malls, levando à criação de uma operação com 11 mil lojistas, 2,5 milhões de metros quadrados e 62 empreendimentos próprios e administrados pelo grupo.
          A combinação de negócios entre Aliansce Sonae e BR Malls foi oficializada no dia 6 de janeiro de 2023.
          Em 14 de agosto de 2023, a empresa combinada entre Aliansce Sonae e BRMalls formalizou que passa a se chamar “Allos”. A confirmação do novo nome foi feita no relatório de resultados do segundo trimestre da companhia. O ticker na B3 é ALSO3 (em 25 de outubro de 2023 mudou para ALOS3)
          A rede de shoppings se autodefine como “a mais inovadora plataforma de serviços, entretenimento, lifestyle e compras da América Latina”.
          “A nossa nova marca vem para reforçar o conceito de preservar e construir novas alianças, conectando as pessoas com o que importa e ampliando o vínculo com clientes, lojistas, parceiros e colaboradores, de forma sustentável e com equilíbrio entre a visão de longo prazo e a busca por resultados”, diz a companhia no comunicado.
          No período compreendido entre agosto de 2022 a julho de 2023, a companhia fez desinvestimentos totais e parciais em sete shoppings.
          Em 3 de outubro de 2023, a Allos, empresa combinada entre a Aliansce Sonae e a BR Malls, assinou um contrato de desinvestimento da totalidade de sua participação no Shopping Jardim Sul e de 43% de sua participação no Bauru Shopping. O valor total das duas operações é de R$ 444,4 milhões.
(Fonte: Wikipédia / Valor - 08.06.2022 / 22.07.2022 / 09.08.2022 / 15.08.2023 / 04.10.2023 - partes)

10 de jul. de 2022

Berneck

           A empresa madeireira Berneck & Cia. foi fundada em 1952 por Bernardo von Muller Berneck, com um serraria em Bituruna e uma fábrica de beneficiamento de madeira em União da Vitória, ambas no estado do Paraná. No final do ano de fundação, por uma coincidência desastrosa, as duas fábricas foram consumidas por incêndios sem nenhuma relação entre si.
          Em 1953, acreditando no ramo da madeira, Berneck investiu na produção de lâminas torneadas de pinho, utilizadas para a produção de compensados. Em 1956, iniciou a produção de compensados de pinho. Nesse mesmo ano, a empresa se deparou com mais um incêndio na unidade de Biturama, destruindo por completo a fábrica de compensados. Com a ajuda de colonos da região, a fábrica foi 
reconstruída num tempo recorde de 50 dias.
Em 1961, a família Berneck se mudou para Curitiba, onde iniciaram uma nova fábrica de compensados. Três anos depois, em 1964, a Berneck inaugurou a primeira laminadora de cedro, em Toledo, no interior do Paraná. Nos anos seguintes, iniciou laminadoras em Cascavel, Assis Chateaubriand, Palotina, Catanduvas, Medianeira e Guaíra, todas no Paraná, totalizando sete unidades de produção de lâminas onduladas (matéria prima para a produção de compensados), com a centralização da produção de 
compensados em Curitiba.
          Na região da Lapa, no Paraná, por volta de 1967, a Berneck começou o reflorestamento de pinus, numa época em que as empresas de uma maneira geral extraíam em grande ritmo as araucárias nativas. No ano seguinte, 1968, iniciou a exportação de compensado para clientes de Porto Rico. Em 1970, 
numa nova unidade fabril na Cidade Industrial de Curitiba, a empresa começou a produzir portas.
          Em 1972, a Berneck instalou mais uma unidade de produção de lâminas torneadas e também uma fábrica de lâminas fraqueadas de madeiras tropicas em Várzea Grande, no Mato Grosso. Com essas lâminas, deu início à fabricação de compensados decorativos. Com o sucesso de vendas do compensado decorativo, a Berneck investiu em mais uma fábrica de lâminas, em Vilhena, Rondônia, em 1976.
          Gilson Mueller Berneck, então com 26 anos assume o comando da empresa em 1976. Dois anos depois, em 1978, a empresa investiu em outra unidade industrial, em Brasnorte, Mato Grosso, para serrar madeira, oferecendo mais um produto em seu mix. Outra unidade de produção de lâminas fraqueadas foi inaugurada em 1980, em Belém, estado do Pará. A Berneck & Cia. passou a contar com 
11 unidades em cinco estados.
          Uma nova planta industrial, com uma nova linha de produto, os painéis de aglomerado foi inaugurada em 1985, em Araucária, nos arredores de Curitiba. Junto com a prensa de painel, que tinha capacidade de produção de 60.000 metros cúbicos, foi instalada uma serraria para pinus, formando a geração de cavacos para fabricação do aglomerado. A unidade de Araucária se transformou na matriz da empresa.
          No final da década de 1980, a Berneck buscou garantir a continuidade do manejo de madeira tropical, com o reflorestamento do mogno, madeira nobre de grande valor. Mas, mais de 1,5 milhão de árvores foi totalmente dizimada com o ataque de borboletas. Em 1990 a Berneck iniciou o plantio de 
teca (tectona grandis) com grande êxito.
          Ao se associar ao grupo Bozano Simonsen, em 1992, a empresa mudou a razão social para Berneck Aglomerados S.A. após expansão com grande áreas florestais. Em dezembro de 2003, a Berneck recomprou a participação do grupo Bozano Simonsen após 12 anos de uma parceria muito 
profícua.
          Com a expansão da produção de painéis de madeira reconstituída e a dificuldade cada vez maior de lidar com madeira tropical, em 2005 a Berneck encerrou a fabricação de compensados, produto que 
foi o início da empresa e responsável por grande parte de seu crescimento até o final dos anos 1980.
          Em outubro de 2008, a unidade do Paraná inaugurou uma fábrica de MDF voltada para a produção de painéis finos, conhecidos como HDF. Com essa linha de produtos, a Berneck completa seu mix para a indústria de móveis e altera sua razão social para Berneck S.A. Paínéis e Serrados.
          Em 2012, a Berneck marca seus 60 anos de fundação com a inauguração de um complexo 
industrial em Curitibanos, Santa Catarina.
          Com um projeto inovado, em 2022, a Berneck inaugura sua nova unidade fabril, com 105 mil 
metros quadrados de área construída, em Lages, Santa Catarina.
(Fonte: site da empresa)