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17 de fev. de 2023

Engelszell e Achel (cervejarias trapistas)

          A cerveja trapista é uma cerveja fabricada por monges trapistas ou sob a sua supervisão direta. O termo trapista refere-se aos monges afiliados à Ordem Cisterciense da Estrita Observância e a história da cerveja trapista se confunde com a própria história da Ordem.
          O ano era 1664. O monge Armand-Jean le Bouthillier de Rancè, que vivia no convento de Notre-Dame de la Trappe, na França, considerava demasiado liberal o comportamento dos seus colegas cistercienses.
          Por essa razão, Armand decidiu restabelecer as observâncias religiosas tradicionais mais rigorosas, como a abstinência, o claustro, o silêncio e as vigílias, o que acabou criando uma subdivisão da Ordem Cisterciense, conhecida hoje como a Ordem Cisterciense da Estrita Observância.
          Do nome da Abadia de Notre-Dame de la Trappe derivou, então, o termo trapista, que serve tanto para identificar os monges membros da nova Ordem como os produtos produzidos por eles, a exemplo das cervejas trapistas.
          A abadia de Stift Engelszell, na Áustria, foi fundada em 1925. Em 2012, uma operação cervejeira foi adicionada com o apoio de Peter Krammer e sua cervejaria familiar Hofstetten , localizada em Sankt Martin, a cerca de 30 quilômetros da abadia. Porém, nos últimos anos, a cervejaria passou a ter seu próprio mestre cervejeiro e a trabalhar de forma totalmente independente.
          Após os últimos quatro monges da abadia austríaca de Engelszell anunciarem a sua saída do local, o futuro da última cervejaria trapista remanescente na Áustria que ocupa o monastério se tornou incerto.
          O abade geral da Engelszell, Dom Bernardus Peeters, anunciou o fechamento do último mosteiro masculino de língua alemã. A ordem trapista cisterciense procura agora uma solução “adequada, de preferência católica” para a igreja e demais edifícios, bem como para a produção de cerveja e licores.
Com fechamento da abadia de Engelszell, último mosteiro trapista austríaco, a cervejaria trapista dela irá encerrar atividades.
          O fechamento da Abadia não significa necessariamente o fim da cervejaria, que pode ser visto na Bélgica. Dois anos atrás, Achel Brouwerij , a menor das cervejarias trapistas belgas na Abadia de São Bento, no município belga de Hamont-Achel em Limburg, perdeu seu título de Autêntico Produto Trapista quando o último monge deixou a abadia.
          Como a atividade cervejeira em Achel continuou sob a supervisão do abade de Westmalle , a cerveja Achel ainda podia continuar com a marca trapista . No entanto, o rótulo protegido Produto Trapista Autêntico foi removido do rótulo e substituído pelo brasão do mosteiro, porque pelos estritos regulamentos estipulam que a produção deve ser supervisionada por monges trapistas, o que não era mais possível quando os monges deixaram a abadia.
          Engelszell e Achel não são as duas únicas cervejarias trapistas que enfrentam problemas.
          Em maio de 2022, a primeira e única cervejaria trapista dos Estados Unidos anunciava o seu fechamento. Os monges da Abadia de São José “chegaram à triste conclusão de que a fabricação de cerveja em sua cervejaria Spencer não era uma indústria viável e decidiram que era hora de fechar.
          Com o fechamento da abadia de Engelszell, restam apenas nove cervejarias com o título oficial de trapista, sendo cinco delas na Bélgica (Chimay, Orval, Rochefort, Westmalle e Westvleteren) e as quatro restantes na Holanda (La Trappe e Zundert), Reino Unido (Tynt Meadow) e Itália (Tre Fontane).
          Três outras cervejas – e talvez no futuro também a Engelszell – podem se autodenominar trapistas, mas sem o título de ‘autênticas’.
          Se não for encontrado nenhum mosteiro trapista que assuma o patrocínio de Engelszell no futuro, a cervejaria pode ser vendida a um investidor privado e continuar a produzir “cerveja de mosteiro”, apenas sem o acréscimo de “trapista”.
(Fonte: Catalisi - 18.05.2023 / ESCM - partes)

Zivi (Zivi-Hercules) X Eberle

          O grupo gaúcho Zivi foi fundado em Porto Alegre pelas famílias Ceitlin e Barkhaus, por volta de 1971.
          Por mais de 20 anos, decisões, lucros e problemas do grupo foram divididos entre as duas famílias. Juntas eles tinham 90% do capital - cada uma com 45%.
          Durante anos, o grupo Zivi, maior fabricante de talheres do país, que controla empresas como Hércules e Eberle, acomodou-se em sua posição de líder no mercado de tesouras, motores elétricos material cirúrgico e insumos industriais.
          O primeiro baque nessa liderança aconteceu em 1986, com a morte súbita do então diretor-superintendente, Nei Damasceno Ferreira. Sem o comando do executivo, homem forte do grupo, a estrutura ameaçou desmoronar. Nem a força da marca impediu que o Zivi perdesse mercado para a concorrência. "Estávamos passando pelo Plano Cruzado, e a empresa quase perdeu o rumo", disse Pedro Ceitlein "Os negócios começaram a ser tratados com uma certa negligência."
          Nesse período, o Zivi se tornou um grupo diversificado, com faturamento de 240 milhões de dólares em 1991 e um quadro de 10.000 funcionários.
          Foi bom enquanto durou. O casamento, que parecia perfeito, começou a ruir. No início de julho de 1992, os Bakhaus decidiram vender sua participação nos negócios aos antigos sócios. O desmantelamento da sociedade ocorreu exatamente um ano após um tumultuado processo de sucessão que levou Pedro Ron Ceitlin, então com 34 anos, à presidência do Zivi. Ele chegou ao cargo depois do afastamento, por motivo de saúde, do antigo presidente, Lew Ceitlin.
          A escolha de Pedro para o cargo provocou conflitos em sua própria família. O favorito para a sucessão ao grupo era seu irmão Michel, então com 29 anos. Lanterninha nas apostas, Pedro contou com o apoio da mãe e ganhou a parada. Logo que assumiu, deu o troco. Tirou Michel da diretoria de operações e o colocou no conselho consultivo da companhia, um cargo sem a força do anterior.
          Ao assumir a presidência, Pedro decidiu que era hora de recuperar o tempo perdido pela estagnação. Para iniciar a modernização, entretanto, ela assumiu o papel de franco-atirador na empresa. Era preciso disparar medidas de ajuste na direção de toas as áreas ao mesmo tempo. O primeiro passo foi promover uma reavaliação na linha de produtos. Os talheres com a marca Eberle, por exemplo, foram retirados do mercado. Toda a produção de utensílios domésticos passou a ser concentrada na fábrica da Hércules. Para suportar o aumento de produção e tentar alcançar a tradicional concorrente, a Tramontina, a Hércules investiu na automação de sua fábrica. Redução de desperdícios e aumento de qualidade estariam sendo conquistados com a instalação de células de produção.
          Além de reavaliar seus produtos, o grupo Zivi passou a adotar novas políticas comerciais. Os resultados obtidos por Pedro, embora satisfatórios, não foram suficientes para convencer os Bakhaus. Nem mesmo o aumento de receitas de exportação, atenuou as divergências entre o estilo de Pedro e o desejado por seus sócios. Com a concentração do poder nas mãos dos Ceitlin, passou a existir a expectativa de que com o controle de uma só família o grupo pudesse ganhar maior agilidade e competitividade, o que é fundamental em tempos de concorrência mais aberta.
          A saída dos Bakhaus contribuiria para uma pacificação, pois Michel receberia de volta suas antigas funções. A paz no grupo Zivi não era apenas uma veleidade familiar. Ela era necessária para aparar as arestas que a atuação de Pedro para modernizar a empresa causou.
          Em julho de 1993, Michael, com a ajuda de acionistas minoritários, derrubou o irmão durante uma assembleia.
          Em abril de 1994, tendo aos irmãos Michael Ceitlin e Pedro Ron Ceitlin, como principais acionistas, a Zivi-Hercules, convivia com uma dívida junto à Receita Federal de 7 milhões de dólares.
A dívida foi contraída no período em que Pedro dirigiu a Zivi.
          Atualmente, a Hercules pertence à Mundial.
(Fonte: revista Exame - 22.07.1992 / 13.04.1994 - partes)

Castrol

          Em 1889, C.C.Wakefield jamais poderia imaginar que o home um dia pisaria na Lua. E muito menos que a nave que o levaria nessa incrível jornada estaria utilizando produtos da empresa que faria parte do grupo que estava fundando: a Castrol. Pois o homem, quase um século depois, foi à Lua.
          Desde o primeiro óleo multiviscoso para automóveis, lançado em 1909, a Castrol se esmera para ser sinônimo de conquistas tecnológicas.
          A Castrol é a principal empresa do grupo britânico Burmah-Castrol, que opera, principalmente, nas 
áreas de lubrificantes, química fina e distribuição de combustíveis.
          O intercâmbio tecnológico no mundo inteiro, resultado da diversificação de uso dos produtos, possibilita a atuação da Castrol no mercado automotivo, para os consumidores em geral e para empresas de transportes, reflorestamento, construção e mineração; no mercado industrial para os setores de 
transformação de metais e indústrias em geral; e no mercado marítimo e de aviação.
          Considerando dados de julho de 1992, a Castrol é responsável por uma operação que envolve mais de 9.000 funcionários nas áreas de produção, marketing, distribuição, pesquisa e desenvolvimento de 
lubrificantes, atuando em 40 países e com representações em mais de 100.
(Fonte: revista Exame - 22.07.1992 (anúncio publicitário, com texto adaptado)

16 de fev. de 2023

Movida (JSL/Simpar)

           A empresa de aluguel de carros Movida foi adquirida em 2013 pela JSL. Por ocasião do negócio, a Movida era dona de 25 lojas nos principais aeroportos do país.
          Em meados de dezembro de 2021, a Movida anunciou uma pequena aquisição, a Marbor Frotas Corporativas, pelo valor de R$130 milhões, adicionando 1,8 mil veículos à sua frota de GTF. A aquisição permite a captura de sinergias pela Movida com acesso a uma nova base de clientes.
          Em setembro de 2022, a Movida adquiriu a locadora portuguesa Drive on Holidays (DOH) por 66 milhões de euros, cerca de US$ 65 milhões, por meio de sua subsidiária Movida Finance. Considerando a dívida líquida de 11 milhões de euros da empresa em agosto (2022), a operação resultou em um valor patrimonial de 55 milhões de euros (US$ 54,1 milhões).
          Todos os ativos da empresa compuseram a transação, inclusive a frota, avaliada em, aproximadamente, 60 milhões de euros, e dois imóveis operacionais, avaliados em 3,5 milhões de euros.
          “Em linha com o planejamento estratégico de realizar movimentos internacionais que não comprometam o desenvolvimento da Movida no Brasil e que sejam complementares e sinérgicos, a transação marca o início da internacionalização da Movida e a entrada na Europa”, diz a companhia em comunicado.
          Sediada em Lisboa e com atuação no setor de locação de carros desde 2011, a empresa adquirida tem quatro lojas adjacentes aos principais aeroportos de Portugal (Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada, este na região dos Açores) e frota de aproximadamente 3,3 mil veículos em agosto de 2022 (99% próprios e 1% sob contratos). A frota média é de aproximadamente 2,7 mil veículos e idade média de 1,6 ano.
          De acordo com o informado, um dos acionistas fundadores e executivo da DOH, Ricardo Esteves, assim como os 130 funcionários da empresa, continuarão executando o desenvolvimento da Drive on Holidays com uma gestão totalmente independente da operação da Movida no Brasil.
(Fonte: eleven financial - 18.12.2021 / Valor - 22.09.2022 - Partes)

14 de fev. de 2023

Pan (produtos alimentícios)

          A PAN – Produtos Alimentícios Nacionais S.A. – foi fundada pelos engenheiros Aldo Aliberti e Oswaldo Falchero. Tem sua sede na Rua Maranhão, 835, na cidade de São Caetano do Sul, no ABC Paulista.
          O que marcou a Chocolate PAN, foi a forma de seu lançamento no mercado: Aliberti e Falchero colocaram um anúncio em um jornal de grande circulação da época, que no dia 12 de dezembro de 1935, um foguete seria lançado para a Lua. Todos ficaram ansiosos por saber de onde sairia. Na data prevista uma multidão se reuniu no Campo de Marte, em São Paulo, à espera do foguete e nada aconteceu. No dia seguinte foi noticiado que o foguete representava os produtos da PAN que estavam chegando ao mercado.
          Naquela época, as balas eram fabricadas em tachos e o “ponto” era conseguido por confeiteiros; o formato era dado através de prensas e embrulhadas a mão, uma a uma.
          Os principais concorrentes na época eram a Falchi, Gardano, Sonksen, Dizioli, Rocco, Garoto e Laf.
          Os primeiros produtos fabricados pela PAN foram o Cigarrinho de chocolate, a Bala Paulistinha (inspirada na Revolução Constitucionalista de 1932), barras de chocolate em formato de quadrado, peixe e charuto e fabricadas com uma massa de chocolate pouco refinada e embrulhados em papel alumínio, o que era comum na época.
          Lançados em 1941, os cigarrinhos de chocolate ao leite foram um sucesso na população. Na época, o hábito de fumar era considerado "chique" pela sociedade. Portanto, a ideia era que o cigarrinho de chocolate simulasse a forma de consumir o tabaco.
          A embalagem era feita no formato de um maço de cigarro. Em 1959, ganhou os rostos de dois meninos: um negro e um branco, que seguravam o chocolate como se estivessem fumando.
          Outro fato marcante da Chocolate PAN foi um concurso promovido, através de um álbum com figuras astronáuticas (baseadas em Júlio Verne), em 1941, e as pessoas encontravam as figurinhas nas Balas Paulistinhas para colarem em seus álbuns. As pessoas que levassem alguma página do álbum preenchida ou até o álbum inteiro, recebiam diversos prêmios. O sucesso foi tão grande que a promoção durou dois anos e, por isso a Pan precisou aumentar bastante a sua produção de balas.
          Que criança não entrou em uma bomboniere e se deparou com uma caixa cheia de chocolates em formato de moeda e embrulhados em papel dourado, similar a ouro? Pois é, as moedas de chocolate também são uma invenção da Pan, que se popularizou entre as crianças e os adolescentes. Criado na década de 1940, o produto foi um dos mais vendidos pela empresa.
          O granulado de chocolate também foi inventado nos primeiros anos da empresa. É um produto que dá "água na boca" em muitas pessoas e é um dos mais longevos produtos da empresa. As tradicionais passas cobertas com chocolate, permanecem por décadas na linha de produção da Pan.
          Na década de 1990, quando o Ministério da Saúde começou a combater o tabagismo, a Pan mudou o nome dos Cigarrinhos para rolinhos de chocolate. Tempos depois, o produto deixou de ser vendido pela empresa.
          Criado no início dos anos 2000, o Chocolápis foi outro produto voltado para o público infantil. Em uma época de popularização dos lápis de cor, o produto vinha em uma embalagem que simulava uma caixinha de lápis e continha chocolates de diversas cores. O produto é vendido até hoje pela empresa.
          Um dos primeiros produtos lançados pela empresa, ainda na década de 30, as Balas Paulistinha não eram feitas de chocolate. Mas fizeram muito sucesso. O produto foi inspirado na Revolução Constitucionalista de 1932, deflagrada em São Paulo contra o governo federal, de Getúlio Vargas....
          As balas azedinhas eram feitas em três cores, vermelha, amarela e verde, e ficaram à venda por cerca de 70 anos.
          A Pan também foi responsável por colocar no mercado o primeiro chocolate diet ao leite, em uma época que começava a se discutir a questão nutricional e o alto consumo de açúcar entre as pessoas. O produto foi bem aceito no mercado e ganhou versões com recheios de avelã e castanhas de caju.
          A Pan ficou conhecida por produtos voltados ao público infantil, mas também tem um chocolate impróprio para menores de 18 anos. É o choconhaque, chocolate recheado de conhaque que é carro-chefe da empresa nas vendas.
          Por volta de 1970, a PAN imprimiu bom ritmo de desenvolvimento com a automação e ampliou sua linha de produtos, o que serviu para se fortalecer no mercado.
           A Chocolate Pan foi pioneira ao criar para o mercado nacional o primeiro chocolate diet ao leite.
          Desde o início até 2005, a empresa teve como Diretor Presidente, o fundador engenheiro Oswaldo Falchero. Essa continuidade permitiu que a CHOCOLATE PAN mantivesse o reconhecimento e tradição de empresa estável, sólida e séria, continuando a produzir com qualidade os seus produtos.
          Em outubro de 2016, 81 anos após sua fundação, a Pan mudou de mãos. O negócio familiar de chocolates, balas e doces segue planos arrojados para recolocar a fabricante na casa do consumidor brasileiro e posicioná-la entre as maiores indústrias do ramo no País.
Os seus produtos atuais mais vendidos são: Pão-de-Mel (lançado em 1.945), Granulado para doces e bolos, Moedas de chocolate ao leite, bombons e bala de goma
          Em 13 de fevereiro de 2023 a Pan Produtos Alimentícios pediu sua autofalência à Justiça. A empresa fez parte da memória afetiva das pessoas, mas não conseguiu arcar com as dívidas e admitiu não conseguir pagar sua dívida de R$ 260 milhões.
          Até a decretação de falência, o quadro de funcionários era de 52 pessoas. A empresa afirmou que o faturamento sofreu queda com a reestruturação de 2017 e que, durante a pandemia de Covid-19, houve uma redução ainda maior.
          A aquisição da fábrica foi feita em outubro de 2023 pela empresa CSH Administração de Bens Intangíveis Ltda, braço de investimentos do Grupo Cacau Show, que pagou pelo espaço de 10.432 m² um valor 33% superior ao preço inicial estipulado pela Justiça para a realização do leilão.
A Cacau Show arrematou todos os itens leiloados, comprando a área do imóvel onde ficava a fábrica, bem como os equipamentos e as máquinas do local. A fábrica com os equipamentos foi arrematada por R$ 71 milhões.
          A marca da Chocolates Pan foi leiloada em 4 de março de 2024. Em meio a 25 propostas, o lance vencedor foi de R$ 3,1 milhões. Quem arrematou foi a empresa Real Solar, de Goianinha, no Rio Grande do Norte, que poderá usar os 37 nomes da empresa. O resultado segue para homologação da Justiça de São Paulo.
(Fonte: UOL - 13.02.2023 / site da empresa / G1 - 04.03.2024 - partes)

12 de fev. de 2023

Dinho's (antigo Dinho's Place)

          O Sr. Fuad Namen Zegaib (1932-2022), não descobriu o fogo, mas ao criar o restaurante Dinho's soube, melhor do que ninguém, utilizar seu calor na dose exata para criar grelhados com status de clássicos.
          A trajetória do empresário e restauranteur Fuad Zegaib, o Sr. Dinho, é única e repleta de momentos especiais e inesquecíveis. Com um importante legado para a gastronomia 
paulistana.
          Nas 6 décadas de história, cada descoberta e aprendizado no preparo das melhores carnes contribuiu para tornar o Dinho's uma referência da gastronomia de grelha.
          Visionário e empreendedor, ele conquistou o respeito e admiração de seus clientes e amigos graças ao esforço e dedicação para tornar seus sonhos em realidade.
          Em uma entrevista alguns anos antes de seu falecimento, com o repórter Arnaldo Lorençato de Veja São Paulo, Fuad Zegaib reclamava para si a criação do corte de carne favorito entre muitos brasileiros: a picanha. 
          Embora admitisse que era praticamente impossível provar essa paternidade, afirmou: “A picanha não era feita na grelha em são Paulo. Fui o primeiro a preparar dessa forma”. Até então, segundo ele, não havia comercialização nem industrialização dessa carne para churrasco, que fazia parte da alcatra, localizada na parte superior da peça e cheia de gordura.
          Nascido e criado dentro da cozinha, o chef Paulo Zegaib desde pequeno foi inspirado a seguir na carreira gastronômica. Já aos 15 anos começou a trabalhar com o pai, Fuad, e esse incentivo foi decisivo nos estudos e profissão.
          O chef Paulo Zegaib morou na Itália depois de se formar na França e estagiar na rede Accor. Há décadas de volta ao Brasil, hoje comanda a cozinha do Dinho's.
          O restaurante Dinho's é premiado por três vezes consecutivas pelo guia Michelin. Serve pratos clássicos de forma sofisticada e contemporânea. Está no coração da alta gastronomia paulistana.
(Fonte: site Dinho's / Veja São Paulo - partes)

Fenty Beauty

          A cantora Rihanna lançou sua própria linha, Fenty Beauty, em 2017. A marca foi acolhida com entusiasmo pelos fãs e foi elogiada por sua inclusão em oferecer 40 tons diferentes de base.
          Em 2019, foi anunciado que Rihanna estava em parceria com a LVMH Moët Hennessy—Louis Vuitton para criar a linha de moda Fenty.
          Rihanna, apelido de Robyn Rihanna Fenty, nascida em 20 de fevereiro de 1988, na paróquia de St. Michael, Barbados, é cantora de pop e rhythm-and-blues (R&B) de Barbados e se tornou uma estrela mundial no início do século XXI. É conhecida por seu estilo distinto e voz versátil e por sua aparência elegante.
          Ela também era conhecida por suas linhas de beleza e moda. Fenty cresceu em Barbados com um pai barbadiano e uma mãe guianense. Quando criança, ela ouvia música caribenha, como reggae, bem como hip-hop e R&B americanos. Ela gostava especialmente de cantar e ganhou um show de talentos do ensino médio com uma interpretação de Mariah Carey.
(Fonte: Enciclopédia Britannica)

8 de fev. de 2023

Nissan

          O círculo do logo da Nissan representa o Sol, enquanto a barra ao meio é usada para expressar características de força e sucesso. A palavra Nissan corresponde a uma abreviatura. O nome da marca tem origem de duas palavras, Nippon Sangyo”, que significa “Indústrias Japonesas”.
          Em meados de 1999, a Nissan, segunda maior montadora de automóveis do Japão, era uma empresa semimorta. Tinha dívidas de 13 bilhões de dólares e participações de mercado decrescentes.
          Foi quando o brasileiro Carlos Ghosn, nascido em 1954, um ex-vice-presidente da Renault, recebeu a missão - considerada impossível por muitos especialistas - de reerguer a empresa. O clima era de desconfiança. A Nissan manteve uma tradição de anunciar programas que nunca chegaram a dar resultados. A Ghosn, também, foi entregue a responsabilidade de enfrentar as rígidas estruturas da cultura corporativa japonesa.
          Num país conhecido pela tradição de emprego vitalício, Ghosn anunciou a demissão de 21.000 funcionários e o fechamento de 5 das 14 fábricas da empresa. É uma fórmula ocidental, dolorosa, traumática. Mas aparentemente inevitável diante da competição global. Os próprios japoneses sabem disso. A profundidade das mudanças anunciadas por Ghosn surpreendeu a indústria. Mais surpreendente ainda foi a adesão dos japoneses aos planos de um executivo gaijin, a palavra usada para definir os estrangeiros.
          Ghosn chegou ao posto de principal executivo de operações da Nissan em junho de 1999, indicado pela francesa Renault, dona de 37% do capital da montadora japonesa. Ele então passou a buscar um senso de urgência que a Nissan perdera ao longo do tempo. O senso de urgência pelo resultado. A montadora teve prejuízo nos sete anos anteriores. De acordo com seus planos, a empresa voltaria a ganhar dinheiro a partir do ano 2000. Sua carreira dependia disso. Nos primeiros dias de novembro (1999), Ghosn deu uma prova pública de confiança em seu projeto para a Nissan. Em caso de fracasso, ele e toda a cúpula da empresa pediriam demissão de seus cargos. "As pessoas têm o direito de duvidar do sucesso da reestruturação", disse Ghosn. "Eu não."
(Fonte: revista Exame - 17.11.1999)

ATG (Americas Trading Group)

          O Americas Trading Group (ATG), uma plataforma de negociação de ativos financeiros, foi fundado por Arthur Machado, que sempre buscou transformar a empresa na nova bolsa de valores do país, chegando a fechar uma parceria com a New York Stock Exchange (NYSE) anos atrás. O plano há
anos é se tornar concorrente da bolsa brasileira B3.
          No entanto, o empresário foi preso por volta de 2019 por suspeita de envolvimento em fraudes contra fundos de pensão. O Postalis, fundo de pensão dos Correios, foi um dos primeiros investidores na ATS e um dos responsáveis pelo déficit do fundo. Nesse ponto, a ATG teria começado a procurar um comprador.
          Em 7 de fevereiro de 2023, vem a lume que a gigante de Abu Dhabi, Mubadala Capital, concordou em comprar o Americas Trading Group (ATG), com planos de lançar nova bolsa de valores no Brasil.
          O movimento ocorre logo após fundo de Abu Dhabi fechar rodada de investimentos na Cerc, fintech que registra ativos financeiros. No final de 2021, a Cerc já havia pedido autorização ao Banco Central para abrir uma central depositária de ativos, passo necessário para ter uma bolsa de valores.
          O projeto do fundo é reviver os antigos planos da ATG de criar uma nova bolsa de valores no Brasil, dizem as fontes, reacendendo uma questão que paira sobre a bolsa de valores brasileira há anos.
          “O cenário global é desafiador, mas vemos potencial de crescimento e um mercado de capitais maduro. Um de nossos objetivos é promover, por meio de nossos investimentos, maior acesso a mercados e ferramentas para execução otimizada de ordens para grandes corretoras, investidores institucionais e gestores de recursos”, disse Oscar Fahlgren, chefe do escritório da Mubadala Capital no Brasil, em comunicado.
          O acesso ao depositário central já gerou uma batalha entre a ATG e a B3 no passado. A ATS, empresa do ATG, entrou em arbitragem contra a B3 há alguns anos, alegando que a bolsa havia estipulado preços altos para o contrato de prestação de serviços para utilizar sua compensação. Argumentou na época que os preços inviabilizavam o projeto de uma nova bolsa no país. Além do Mubadala, alguns fundos brasileiros também teriam analisado o ativo.
          Após a fusão entre BM&FBovespa e Cetip, em 2017, o regulador antitruste CADE estabeleceu que a B3 deveria disponibilizar sua infraestrutura de mercado para terceiros e que, caso não houvesse acordo entre as partes, a arbitragem seria o foro para eventuais discussões.
          Em 2019, as partes chegaram a um acordo sobre o preço e um pedido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a criação de uma bolsa ainda estava aberto, mas foi indeferido na época por não atender a todos os requisitos. Um novo pedido ainda não foi apresentado.
          Em janeiro de 2023, durante almoço com jornalistas, o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, disse que a concorrência era um tema recorrente nas discussões da empresa. “Já estamos preparados há algum tempo para todo tipo de concorrência”, disse o executivo, lembrando que já lida com concorrentes no mercado de balcão. A concorrência também deve aparecer no mercado listado, depois que a CVM permitiu a negociação em bloco nos mercados de balcão organizados.
          Para o Sr. Finkelsztain, ter outros players competindo no mesmo mercado é um fator positivo para “desencadear criações”. “Mas será difícil competir com a B3 porque ela é eficiente no que faz”, disse. “Costumávamos temer que a tecnologia tornasse possível algo que não tínhamos visto, mas o tempo mostrou que na maioria das vezes os concorrentes tentam copiar o que fazemos.”
          A B3 tem apostado em dados para diversificar suas fontes de receita. Em 2021, comprou a empresa de big data Neoway, a maior aquisição desde a fusão da BM&FBovespa com a Cetip. Em 
2022, adquiriu a Neurotech, confirmando sua estratégia de avançar em tecnologia e análise de dados.
          A ATG está conversando (junho de 2024) com grandes investidores institucionais no exterior e no Brasil para garantir liquidez à sua Bolsa de Valores mobiliários, concorrente da B3 e que deve operar a partir do segundo semestre de 2025. Como contrapartida, esses agentes – a maioria grandes bancos e empresas de tecnologia especializadas em transações de alta frequência – terão acesso a uma participação acionária. “Vários acordos de confidencialidade foram firmados”, disse o presidente da ATG, Claudio Pracownick. “O passo seguinte será o Mubadala definir quanto será a participação colocada à disposição destes investidores”, acrescenta
          A Mubadala Capital, que tem como principal investidor o fundo soberano de Abu Dhabi, adquiriu em 2023 pouco mais de 70% da ATG, dando início à constituição de uma segunda Bolsa no Brasil. O restante está em um fundo de investimento em participações (FIP) sob gestão da Angra Partners e executivos da ATG.
(Fonte: jornal Valor - 07.02.2023 / Estadão  - 07.06.2024)