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20 de ago. de 2023

Chareon Pokphand

           Dhanin Chearavanont, empresário pertencente à segunda geração chinesa da Tailândia, é um dos homens mais ricos do mundo (considerando meados de 1994). Seu negócios na área de alimentos, suas indústrias, seus investimento em telecomunicações e imóveis foram estimados pela revista Forbes em 
mais de 5 bilhões de dólares.
          Desde 1979, quando a economia chinesa se abriu a investimentos estrangeiros, Dhanin tem despejado investimentos na terra da qual o seu pai, que começou como pequeno comerciante, emigrou por volta de 1921.
          "Vi que eles estão saindo do comunismo e não poderão voltar atrás", diz Dhanin. Hoje (meados de 1994) seu império, o grupo Chareon Pokphand, produz 5 milhões de frangos por semana na China, é o segundo maior fabricante de motocicletas do país e está investindo 1 bilhão de dólares num projeto imobiliário em Pudog, na vibrante região econômica de Xangai.
          Apesar de toda essa riqueza, Dhanin era somente uma gota d'água no oceano (de chineses 
voltando à terra natal).
          Está na cultura a melhor explicação para o crescimento dos chineses fora de seu país. Nos mais diferentes ambientes, os chineses mostraram forte confiança em si mesmos e nos princípios de 
Confúcio de frugalidade, disciplina, coesão familiar e crença na educação.
          Nada disso, porém, torna os chineses expatriados populares. Minorias empreendedoras são um alvo fácil para demagogos em qualquer lugar e em qualquer época. Trata-se de coreanos nos bairros negros de Loa Angeles, de judeus na Europa ou de indianos na África. Regimes nacionalistas de esquerda e de direita atacaram os chineses étnicos. Em 1965, dezenas de milhares de chineses e seus descendentes foram assassinados na Indonésia em seguida a um golpe comunista abortado. Depois que a Guerra do Vietnã acabou, em 1975, e os comunistas tomaram conta do sul do país, centenas de milhares de chineses étnicos foram perseguidos e tiveram que fugir do país. Em contraste, na tolerante Tailândia budista, os chineses são relativamente bem assimilados.
          A partir, especialmente, de meados da década de 1990, foi a vez da China beneficiar-se dos talentos por ela rejeitados. Desde que Deng Xiaoping lançou sua política de portas abertas, os chineses étnicos passaram a voltar seus investimentos para a terra-mãe.
          O futuro era previsível. As oportunidades foram tão grandes que explicam a ascensão da China sem fronteiras a uma das maiores potências econômicas do mundo. Ao contrário de muitos países em desenvolvimento, que dependem em grande parte de capital e know-how estrangeiros, a China conta com um suprimento de origem doméstica.
(Fonte: revista Exame - 20.07.1994)

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