A Leitura, de Minas, Travessa, do Rio, e Livraria da Vila, de São Paulo, vão na contramão das previsões e vêm em acelerada expansão nos últimos anos, período em que as até então líderes do mercado minguaram.
Além disso, o espaço físico das livrarias tem se demonstrado importante também para as editoras fazerem lançamentos de autores menos conhecidos. “É a grande vitrine do mercado. Sem a livraria física, esses livros acabariam perdidos em meio a tantas outras ofertas nos sites. O leitor não teria sensibilidade a eles”, diz Samuel Seibel, presidente da Livraria da Vila.
A Livraria da Vila tinha dez lojas até 2019, ano em que o mercado editorial brasileiro cresceu 6,1%, segundo a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, feita pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Os bons resultados naquele período fizeram a empresa apostar, no meio da pandemia, em um grande investimento em expansão.
A empresa paulista não costumava expandir alavancada por crédito privado. Naquela época, no entanto, aproveitou o caixa de 2019 e um empréstimo a juros baixos para abrir oito novas lojas em quatro anos.
Como seus pares (como a Leitura, de Minas e Travessa, do Rio), a Livraria da Vila não comercializa apenas livros. Parte da arrecadação das lojas vem por meio de itens de papelaria e jogos de tabuleiro, por exemplo. Apesar dos outros setores representarem pouco da arrecadação, eles têm sido uma forma de atrair consumidores para a venda de livros. “Existem pessoas que compram só o jogo, mas a maior parte não deixa de levar o livro, principalmente quando está lá com a criança”, explica Seibel.
Outro foco das empresas é o público infantojuvenil. Há uma percepção entre os livreiros de que títulos destinados a adolescentes e crianças chamam a atenção e, ao contrário do que se pode imaginar da nova geração, há um grande interesse dos mais novos pela leitura.
Eventos com autores dessas obras e a atuação de influenciadores de literatura em redes sociais movimentam as lojas. “Os títulos para esse público começaram, nos últimos três a quatro anos, a crescer muito”, diz Seibel. Para o presidente da Livraria da Vila, a manutenção do mercado livreiro também tem a função cultural de promover a renovação das gerações de leitores promovendo cursos, debates, eventos e rodas de conversa.
A Livraria da Vila abrirá uma loja na Avenida Paulista. A 13.ª unidade da rede na cidade de São Paulo será aberta no Shopping Cidade São Paulo. O shopping fica no número 1.230 da avenida, no bloco entre a Alameda Campinas e a Rua Pamplona. A inauguração está programada para o início do segundo semestre de 2024. A loja terá 170 metros quadrados e promete um projeto arquitetônico moderno, que já é marca da rede. Serão mais de 18 mil itens, entre livros, artigos de papelaria, jogos e outros produtos. A unidade contará, também, com espaço destinado ao público infantil. O lançamento faz parte de um projeto de expansão da livraria, em curso nos últimos anos, com o objetivo de ocupar espaços deixados por redes como Livraria Cultura e Saraiva nos shoppings da capital. A aposta é em espaços menores e em curadoria interna específica, conforme o público frequentador. Na região, a Livraria da Vila já tem lojas no Shopping Jardim Pamplona (R. Pamplona, 1704) e no Shopping Pátio Paulista (R. Treze de Maio, 1947).
(Fonte: Estadão - 08.05.2024 - parte)
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