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29 de fev. de 2024

CLI - Corredor Logística e Infraestrutura

          A CLI - Corredor Logística e Infraestrutura, empresa de logística e infraestrutura, é controlada 
pela IG4 Capital e pela australiana Macquarie Asset Management,
         Em Itaqui, a CLI é sócia do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram).
         Em 15 de julho de 2022, a Rumo assinou o contrato de venda de dois terminais no Porto de Santos para a CLI. O acordo é de R$ 1,4 bilhão. Oitenta por cento das ações dos ativos serão vendidas, e a Rumo continuará como acionista minoritária, com 20%. Os dois terminais comercializados são o T16 e o T19, localizados na margem direita do porto e destinados à movimentação de grãos e açúcar. O contrato de arrendamento das duas áreas vai até 2035. As obrigações da concessão também incluem investimentos de R$ 600 milhões para ampliar em 20% a capacidade de movimentação dos ativos.
Apoiada em um aumento de capital de R$ 500 milhões integralmente subscrito pela Macquarie Infrastructure Partners V (MIP V), transação que marcou a entrada da empresa australiana como sócia, a CLI assumiu 80% dos terminais T16 e T19 por R$ 1,4 bilhão. A Rumo manteve os 20% restantes. Os terminais, que são vistos operacionalmente como uma instalação combinada, podem movimentar 16 milhões de toneladas por ano divididas igualmente entre grãos e açúcar.
          Com o aumento de capital, a Macquarie, um dos maiores investidores globais em infraestrutura, com uma carteira de quase US$ 800 bilhões, assumiu 50% da CLI. No Porto de Santos, 7,5 milhões de toneladas de açúcar e 4,2 milhões de toneladas de grãos (soja e milho) seriam movimentadas em 2022, e em Itaqui, o volume previsto era de 4 milhões de toneladas de grãos, ante 2,8 milhões de toneladas em 2021, quando as exportações foram prejudicadas pela quebra de safra.
          Helcio Tokeshi, diretor e sócio da IG4 explica que "resultados positivos que podem ser gerados pelo nosso modelo de negócio.” Nesse modelo, a empresa trabalha com todas as tradings interessadas, e o que determina o sucesso da parceria são os serviços oferecidos e a eficiência da operação.
Em Itaqui, a CLI tem como sócios no Tegram a Glencore, Terminal Corredor Norte (vinculada à trading NovaAgri) e ALZ Terminais Portuários (controlada pela Amaggi, Louis Dreyfus Company e Zen-Noh Grain).
(Fonte: revista Exame - Valor - 17.07.2022 / 15.11.2022 - partes)

28 de fev. de 2024

Sabará (grupo)

          O grupo Sabará fornece ingredientes orgânicos para a indústria de alimentos e soluções para tratamento de água.
          Em março de 2024, o Sabará começa a operar em Valinhos (SP) uma nova fábrica da Concepta Ingredients. Com ela, a participação da marca na receita do grupo deve passar dos atuais 15% para 35% a 40%.
          O investimento na unidade foi de R$ 25 milhões e deve ampliar o fornecimento de castanhas, frutas, sementes e óleos para a indústria de alimentos e farmacêutica veterinária. A matéria-prima vem dos biomas da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Amazônia.
          O investimento na nova fábrica mira a inclusão de agricultores familiares e extrativistas. “O Brasil já é muito forte em commodities, mas essa não é a nossa ideia como empresa”, diz o executivo André Sabará, diretor do grupo. Os planos para o futuro incluem explorar matérias-primas dos Pampas e do Pantanal, mas sem data para originação.  
          O Sabará, que hoje destina às exportações 10% das vendas, prevê chegar a 40% em dois anos. Produtos da Concepta chegam aos Emirados Árabes, Alemanha, Itália, Reino Unido, EUA e Canadá, além da América Latina. “Temos equipes de vendas focadas neles”, diz o executivo André Sabará, diretor do grupo.
          A empresa pretende elevar o faturamento de cerca de R$ 330 milhões ao ano em 2023 para R$ 500 milhões em 2025.
(Fonte: Estadão - 26.02.2024)

27 de fev. de 2024

Vice Media Group

          A Vice, veículo de comunicação que tem Shane Smith como um de seus fundadores, foi apresentada ao público como o futuro da mídia. A publicação cresceu de uma revista punk gratuita em Montreal, na década de 1990, para um conglomerado de mídia com 3 mil funcionários, escritórios em todo o mundo, um programa da HBO e um estúdio de produção cinematográfica.
          Seu cofundador, Shane Smith, era um excelente vendedor e convenceu investidores – e a imprensa – de que a Vice era o futuro dos meios de comunicação digitais e que a sua abordagem gonzo – estilo em que o autor da reportagem deixa de lado a objetividade e se mistura ao tema abordado – tornaria cada vez mais irrelevante a velha guarda do jornalismo. Smith previu que Vice iria superar CNN, ESPN e MTV.
          A Vice já foi avaliado em mais de US$ 5 bilhões (por volta de R$ 24,9 bilhões pela contação de 
fevereiro de 2024) pelo seu apelo com público jovem.
          Em 2023, o Vice Media Group pediu falência e foi vendido por US$ 350 milhões (R$ 1,7 bilhão) 
aos seus antigos credores, liderados pelo fundo de investimentos Fortress Investment Group.
          Em pouco tempo, a empresa passou de queridinha da era da mídia digital à bancarrota. A Vice 
deve encerrar as suas operações.
          Bruce Dixon, executivo-chefe do Vice Media Group, disse aos funcionários em 22 de fevereiro de 2024 que “várias centenas” de cargos seriam eliminados e que a empresa não publicaria mais notas em seu principal site, o vice.com, embora tenha deixado aberta a possibilidade de o grupo fornecer conteúdo por meio de outras organizações de notícias. “Para nós, já não é rentável distribuir o nosso conteúdo digital da forma como fazíamos anteriormente”, escreveu ele em um memorando. “No futuro, procuraremos fazer parcerias com empresas de mídia estabelecidas para distribuir nosso conteúdo digital, incluindo notícias, em suas plataformas globais, à medida que fazemos a transição completa 
para um novo modelo.”
          A queda da Vice representa uma das maiores falências da imprensa na memória recente. Jornalistas que trabalharam para a Vice passaram o dia 22 de fevereiro (2024) tentando salvar seu trabalho depois de ouvirem rumores de que o site poderia fechar em breve. Em 25 de fevereiro, ele ainda estava no ar. Os funcionários do grupo de comunicação foram informados ainda no fim de 
semana seguinte de que saberiam mais sobre os passos da empresa nos dias seguintes.
          Uma pessoa ligada ao Fortress, que pediu para não ser identificada, diz que o fundo “está fora do negócio de notícias.” O Vice Media Group também inclui outras marcas, como o Refinery29, um site dirigido a mulheres jovens, que continuaria a funcionar, embora “os executivos estejam em discussões avançadas para vender este negócio, e continuamos com esse processo”, com mais novidades esperadas para as semanas seguintes, escreveu Dixon no memorando.
(Fonte: Estadão 26.02.2024)

26 de fev. de 2024

Fiv5 Star Cleaning

           A Fiv5 Star Cleaning foi fundada pela mineira Mila Garro, em 2009, e tem sedes em Charlotte, 
na Carolina do Norte, e em Miami.
          Mila desistiu dos estudos e de uma possível estabilidade financeira no Brasil para viver como ajudante de faxineira nos Estados Unidos. Contra a vontade da família, a mineira e hoje empresária Mila Garro, nascida em 1988, embarcou sozinha aos 19 anos, sem visto definitivo e nenhuma vivência 
com o idioma.
          Apesar dos desafios iniciais, o sucesso da sua meticulosa limpeza brasileira no país estrangeiro foi tanto que, quatro anos depois (por volta de 2009), abriu a sua própria empresa no ramo: a Fiv5 Star 
Cleaning.
          Natural de Paracatu, em Minas Gerais, Mila Garro se mudou para Belo Horizonte após a separação dos pais, quando completou quatro anos de idade. A mãe foi embora para Brasília e a deixou sozinha com o pai, um policial civil que teve problemas de alcoolismo pouco tempo depois. Aos oito 
anos, passou a morar com a avó materna, também em Belo Horizonte.
          Acompanhando a avó nas vendas de lingeries em barracas, teve o primeiro contato com o empreendedorismo. Quando completou 15 anos, em 2003, Mila escolheu como presente de aniversário uma viagem à cidade de Boston, nos Estados Unidos, onde uma tia trabalhava como faxineira. Passou um mês ajudando na limpeza das casas que a tia atendia. No fim, recebeu cerca de US$ 400 pelo serviço (cerca de R$ 2 mil pelo câmbio de hoje). “Isso ficou na minha cabeça: fiquei rica fazendo 
faxina.”
          De volta a Minas Gerais, Garro concluiu o ensino médio aos 18 anos. Com 19, cedeu à pressão do pai: prestou vestibular, cursou administração durante um ano na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e se dedicou aos estudos para se tornar escrivã da Polícia Civil. Na última etapa do concurso da polícia, ela foi eliminada. “Fiquei muito frustrada, mas ao mesmo tempo me senti 
muito livre.”
          Em abril de 2007, a empresária decolou sozinha para o estado de Nova Hampshire e na sequência mudou-se para Charlotte, na Carolina do Norte, onde ela voltou a atuar como ajudante de uma 
faxineira.
          Em 2011, ele decidiu administrar o seu próprio negócio, a Fiv5 Star Cleaning. A limpeza regular custa de US$ 150 a US$ 180 (R$ 746 a R$ 895 em valores de fevereiro de 2024). Já a profunda, de US$ 300 a US$ 500 (R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil).
          Em 2014, Mila Garro faturou o seu primeiro milhão de dólares – quase R$ 5 milhões na cotação atual. As 45 faxineiras da Fiv5 Star Cleaning faturam entre US$ 600 e US$ 800 por semana (R$ 2,9 mil a 3,9 mil), segundo a proprietária. A companhia atende cerca de 60 a 65 clientes diariamente. São aproximadamente 800 clientes fixos atualmente. Em 2023, faturou US$ 2,7 milhões (R$ 13,4 milhões).
(Fonte: Estadão - 25.02.2024)

25 de fev. de 2024

Oceânica Engenharia

          A Oceânica Engenharia foi fundada em 1978 pelo empresário Alfredo Califfa, que no começo de sua carreira foi mergulhador profissional. A empresa se especializou em soluções submarinas para a indústria de energia offshore, justamente aproveitando a experiência do empresário no fundo do mar.
          No começo, a Oceânica atendia principalmente hidrelétricas e instalações portuárias, para depois evoluir para o setor de petróleo. Atualmente, tem mais de 200 mergulhadores profissionais.
          Bem no início de 2024, a Oceânica, até então um nome que não aparecia nas listas de potenciais aberturas de capital em 2024, apareceu como candidata a quebrar o jejum de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3.
          A empresa comunicou em 17 de janeiro (2024) oficialmente sua intenção de fazer um IPO e pode vir a mercado na primeira metade de 2024. O valor da transação ainda não está certo, mas a estimativa é de que movimente ao menos R$ 1 bilhão, nível que começa a ser atrativo para captar investidores estrangeiros.
          A Oceânica pretende usar uma inovação trazida pelas novas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o registro automático, que dá mais agilidade para as operações. Desde janeiro de 2023, é possível fazer ofertas sem o registro na CVM, desde que já tenham tido análise pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que já faz, em caráter reservado, uma análise dos documentos da Oceânica.
          A oferta terá uma parte primária, com emissão de novas ações e onde o dinheiro vai para o caixa da empresa, e outra parte secundária, com recursos para os acionistas – no caso, o empresário Alfredo Califfa, que detém 100% da empresa.
          A Oceânica teve receitas de R$ 684 milhões de janeiro a setembro de 2023. Para coordenar o IPO, a Oceânica contratou BTG Pactual, Itaú BBA, UBS BB, Bradesco BBI, Santander e o ABC Brasil.l
(Fonte: Estadão - 18.01.2024)

24 de fev. de 2024

Vports (ex-Codesa)

          Em leilão realizado no dia 30 de março de 2022, a agora antiga Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo) foi concedida por R$ 106 milhões à Quadra Capital, para um contrato de 35 anos. Foi o primeiro leilão de estatal do setor portuário do país, o que, segundo analistas, servirá como "teste" para outras privatizações na área.
          A Codesa, Autoridade Portuária do Espírito Santo então oficialmente privatizada, planejava ampliar a capacidade dos portos do estado e atrair novos tipos de cargas. A nova equipe de gestão assumiu as operações no dia 21 de setembro de 2022 e preparou quatro frentes de trabalho: a adequação dos contratos existentes; a busca de novos negócios para áreas ociosas; a contratação das obras; e transformações internas na empresa.
          “O grande desafio é construir um novo ambiente de negócios. Temos um porto com capacidade ociosa e muita gente querendo fazer negócios. O objetivo é trazer esses investidores para o porto”, disse Ilson Hulle, novo CEO da empresa.
          A Codesa é a primeira autoridade portuária privatizada do Brasil. Uma das primeiras tarefas da nova equipa de gestão, a realizar nos primeiros seis meses, foi a adaptação dos contratos com os terminais à realidade do setor privado a partir da realidade estatal. Pelas regras de privatização, a Codesa não pode reduzir o escopo de nenhuma operação, mas prorrogações podem ser negociadas.
          A expansão dos acessos ferroviários é vista como crucial. Pelo contrato, a Codesa terá que reformar os trilhos internos do porto. Será também importante fazer investimentos para a ligação à grande rede ferroviária. Os portos já possuíam ligação ativa com a ferrovia Vitória-Minas da Vale, mas é necessária uma expansão.
          Ao todo, a concessão prevê investimentos da ordem de R$ 335 milhões. As obras centrais, previstas para serem concluídas nos dois primeiros anos, incluem reformas nos armazéns, nas estruturas dos cais e na ferrovia interna do porto.
          Pelos termos da privatização, os 235 funcionários da antiga estatal teriam um ano de estabilidade.
          O novo presidente da Codesa é capixaba e iniciou sua carreira como estagiário há 17 anos em um terminal do porto de Vitória. Pouco antes de assumir o cargo, Hulle trabalhou como diretor de terminal na Log-in, empresa que atua no porto.
         Após quase um ano do leilão que levou à concessão da Codesa. a empresa muda de nome. A nova marca, Vports, representa o complexo portuário composto pelos terminais de Vitória, Vila Velha e Barra do Riacho, em Aracruz — primeiro e, até então, único porto sob gestão privada no país
          A nova marca foi lançada na Intermodal 2023, importante evento de logística das Américas, realizado entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março de 2023, em São Paulo.
          Foram meses de estudo e desenvolvimento para apresentar o novo nome ao mercado e, segundo Ilson Hulle, diretor-presidente, a novidade expressa um compromisso da nova gestão de elevar a competitividade.
          Com o aporte financeiro de R$ 130 milhões, divulgado em fevereiro de 2023, que deveria ser destinado a obras de infraestrutura e outras melhorias, a expectativa é dobrar a movimentação do complexo portuário para 15 milhões de toneladas anuais até 2028.
          Seriam oito grandes projetos principais com foco na revitalização da ferrovia, reforma de berços e recuperação de plataforma. “Os investimentos buscam tornar o VPorts um elo logístico ainda mais eficiente entre os ativos de infraestrutura no Brasil, atuando como um relevante indutor do desenvolvimento e gerando riquezas com responsabilidade socioambiental", frisa Ilson Hulle.
          Conforme informações do Vports, um dos mais importantes projetos, pautado na integração de todos os modais, prevê a recuperação das vias ferroviárias na área do Porto de Capuaba, em Vila Velha. A expectativa é aumentar o volume de carga do terminal em 5 milhões de toneladas de produtos, como granéis minerais e agrícolas, até 2025, contribuindo também na diversificação da carga operada.
          Com localização privilegiada na costa brasileira, o Vports possui 1,5 milhão de metros quadrados de áreas disponíveis para exploração, 450 mil toneladas de armazenagem estática e vai fazer investimentos para impulsionar a movimentação nos próximos cinco anos. Os valores previstos já estão contemplados pelo contrato de concessão.
(Fonte: Valor - 04.10.2022 / A Gazeta (ES) - 22.02.2023 - partes)

Complexo Portuário de Vitória, Companhia Docas do Espirito Santo, (Codesa)
Investimentos serão feitos para melhorar a infraestrutura do complexo portuário. (Fernando Madei

23 de fev. de 2024

MeetRox

          A startup MeetRox foi criada em 2019, em Curitiba, pelos empreendedores Chris Cornehl, Javier Yera e Thiago Silveira.
          Apesar de estar no mercado desde 2019 e alguns clientes em sua carteira, a MeetRox anunciou sua chegada oficial ao mercado em 22 de fevereiro de 2024.
          O racional da MeetRox é permitir que vendedores utilizem seu tempo de maneira assertiva, poupando longos minutos gastos com o preenchimento de planilhas, alimentando softwares dedicados ao relacionamento com o cliente (CRM, na sigla em inglês), entre outras tarefas burocráticas. Para isso, a startup criou uma ferramenta pautada em inteligência artificial que faz esse tipo de serviço por si só.
A tecnologia — chamada de CRM Autofill — se encarrega de gravar as reuniões dos times de vendas com cada cliente, preencher automaticamente os sistemas de CRM dessas empresas e, por fim, usar parte dos dados capturados ali para gerar relatórios e indicadores que possam ajudar esses vendedores a manter um bom relacionamento com os clientes finais. Ao final do processo, a promessa é de mais eficiência e uma economia de tempo que supera os 20%.
          A ideia de negócio é do empreendedor Chris Cornehl, hoje CEO da empresa, um executivo que durante os anos de faculdade decidiu fazer trabalhos autônomos de transcrições de teses de mestrado e doutorado. Um interesse que deu origem à sua primeira empresa, a Audiotext, em 2012.
          Já a conexão com as vendas veio em uma segunda tentativa empreendedora. “Estava com isso em mente: reunir o problema do universo de vendas e o ciclo de vendas, mas com algo que eu realmente tinha conhecimento, que era transcrição de áudio, só que dessa vez eu comecei com o propósito de criar uma tecnologia que fosse automática, porque para construir em escala, a gente precisaria construir uma solução que fosse muito boa, muito barata e boa para o português, para o Brasil”, conta.
          Assim surgiu a MeetRox, em 2019, fruto dos esforços empreendedores de Cornehl e dos sócios Javier Yera e Thiago Silveira. “Mudamos várias vezes a maneira como íamos resolver o problema de performance dos times de vendas”, diz o CEO. Segundo Cornehl, o uso de IA e machine learning se mostrou um desafio maior do que o esperado, o que justifica as mudanças do modelo de negócio da startup desde a sua fundação.
          Para chegar até o modelo atual, Corhnel e os demais fundadores e técnicos se debruçaram sobre os principais problemas que rodeiam o universo de vendas nas pequenas empresas. Ao longo de dois anos, o time fez pesquisas com mais 5 mil funcionários da área de Inside Sales de mais de 30 empresas a fim de compreender as principais dores dos vendedores que atuam de maneira remota — na qual a relação com o cliente pode ser ainda mais complicada.
          A conclusão apontou para quatro problemas: o tempo despendido em atividades rotineiras e burocráticas, a ausência de uma visão unificada por parte da gestão, CRM preenchido com poucas ou insuficientes informações e falta de insights para melhorar a produtividade.
          Não à toa, a proposta final da MeetRox é desafogar os times de vendas, livrando-os dessas atividades operacionais, deixando os vendedores livres para uma atuação “taylor made”, baseada na construção de um relacionamento customizado e próximo, a depender da necessidade de cada cliente. Na ponta, a inteligência artificial proprietária também ajuda a manter um relacionamento de longo prazo, já que capta nuances em cada reunião remota.
          De acordo com o CEO, a eficiência na conversão do CRM Autofill de áudio para texto em português é de 95%. Já em relação aos indicadores que podem surgir após cada encontro online, métricas relacionadas ao sucesso (ou não) de uma venda após a atuação do time de inside sales e a troca de falas por minutos, ou seja, quanto tempo o cliente também interagiu.
          A ideia com os relatórios pós-reuniões é oferecer uma visão holística sobre a estratégia de vendas e o seu impacto em toda a organização. “Somos uma empresa de inteligência de conversas. Oferecemos dados também para times de produto, marketing etc. Queremos tirar as empresas do escuro”, diz.
Entre as primeiras empresas a utilizar o CRM Autofill estão algumas startups de destaque como Creditas, Hiper, Sólides, AsaaS, Caju e Cortex. Algumas delas, inclusive, são importantes representantes no ecossistema de startups da região Sul, com destaque para as curitibanas Olist e LogComex e a catarinense RD Station.
          Para Cornehl, o lançamento (oficial da empresa) se justifica após um ano positivo de testes com os clientes e a comprovação do “product market fit” da startup. “Acho que a ideia do lançamento foi muito resultado desse último ano que a gente teve, em termos de amadurecimento do produto, da tecnologia, e realmente a construção de cases com clientes importantes. Então, acho que foi esse entendimento para dizer que o produto está pronto”, diz.
          Considerando dados de fevereiro de 2024, ao todo, são 30 clientes e 700 usuários da solução de preenchimento automático de CRM. No geral, segundo o fundador, são empresas de tecnologia com times já dedicados de vendas remotas, ou inside sales e que utilizam SalesForce, Hubspot e Pipedrive — os três players atualmente atendidos pelo Autofill.
(Fonte: GazzConecta (Maria Clara Dias) - 22.02.2024)

22 de fev. de 2024

La Tour d'Argent

          O restaurante La Tourd'Argent tem vista privilegiada para o Rio Sena e para a catedral de Notre-Dame, em Paris, é um ícone da cidade.
          Fundada em 1582, a casa inspirou o filme Ratatouille.
          A adega é estimada em mais de R$ 150 milhões, e a carta de vinhos é apresentada aos clientes em um carrinho de chá, tamanho o seu peso. 
          Pouco antes de meados de fevereiro de 2024 foi divulgado um roubo de grandes proporções de vinho do La Tourd'Argent. O roubo foi de 83 garrafas de vinho que sumiram entre as mais de 300 mil unidades na adega do La Tour d’Argent.
          O Tour d’Argent não divulgou a lista dos vinhos roubados em algum momento depois de janeiro de 2020. Sabe-se apenas que, entre elas, havia safras antigas do Domaine de La Romanée-Conti e que o prejuízo é estimado em quase R$ 8 milhões. Não é pouca coisa. O roubo foi descoberto durante um inventário da adega, que não era feito desde 2020. Segundo as informações oficiais, a polícia francesa não tem pistas sobre os larápios ou sobre o paradeiro dos vinhos.
          O que se sabe é que os grandes vinhos estão entrando na mira de quadrilhas especializadas. A explicação está na valorização desses vinhos icônicos. A escassez dessas garrafas e clientes dispostos a pagar um bom dinheiro por elas, mesmo desconhecendo sua origem, estimulam essas quadrilhas. No noticiário internacional, vem aumentando o número de histórias como essas. Em novembro de 2023, por exemplo, a polícia francesa evitou o roubo de dois caminhões que transportavam garrafas do champanhe Moët & Chandon no valor de 600 mil euros. Em cena cinematográfica, a polícia conseguiu identificar os caminhões na estrada e um dos motoristas pulou do veículo ainda em movimento e fugiu em um carro que o aguardava. A carga foi recuperada, mas os ladrões seguem em liberdade. E essa é apenas uma das várias histórias. 
(Fonte: Estadão - 17.02.2024)

21 de fev. de 2024

Wyndham Hotels & Resorts

          A norte-americana Wyndham Hotels & Resorts atua sob os sistemas de franquia, gestão e gestão e franquia ao mesmo tempo. As 24 bandeiras da empresa estão presentes em 9,1 mil empreendimentos 
hoteleiros ao redor do mundo. Tem presença em 75 países.
          No Brasil, a companhia atua com oito bandeiras, entre elas Tryp, Wyndham e Wyndham Garden, Ramada e Days Inn.
          A Wyndham tem 27 contratos assinados de empreendimentos para entrar em operação, num total de 5.204 quartos, que vão se somar aos 37 estabelecimentos com bandeiras da empresa no país. São 11 acordos de franquias e 16 de franquia e gerenciamento das instalações. Não há edifícios próprios. Do total, 12 dos novos projetos são do tipo multipropriedade. Neste modelo, o interessado compra uma participação e passa a ser um dos proprietários de um apartamento em determinado empreendimento hoteleiro, tendo direito a utilizá-lo durante um período por ano, medido em semanas; ou cedendo direitos para um “pool” de locação, caso não pretenda usar o imóvel, em troca de uma remuneração.
          A Wyndham vê as multipropriedades como um dos caminhos para seu crescimento no Brasil, pois não há outras grandes companhias internacionais atuando neste mercado por aqui. Os lançamentos envolvem estabelecimentos que vão mudar de bandeira e também a construção de novos edifícios, em até cinco anos.
          A vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da rede na América Latina, Maria Carolina Pinheiro, diz haver oportunidade, especialmente no interior do país, para investidores e incorporadores regionais, que passam a ter acesso ao know-how e à escala de uma grande operadora internacional
          Com os 12 lançamentos previstos, a Wyndham vai ampliar para 14 o número de empreendimentos multipropriedade no país. Atualmente (fevereiro de 2024), a companhia tem uma 
multipropriedade em Olímpia, no interior de São Paulo, e outra em Gramado (RS).
(Fonte: jornal Valor - 25.04.2018 / OESP - 13.02.2024 -partes)

20 de fev. de 2024

Açotubo

          A Açotubo foi fundada pela família Bassi e é dono de uma das maiores distribuidoras de aço e tubos do Brasil. Fundada em 1974, a Açotubo continua uma empresa familiar. Os três fundadores – irmãos Luiz, Ribamar e Wilson Bassi – já integraram o conselho de administração, que hoje conta com outros dois membros independentes, e a segunda geração, que inclui Bruno Bassi, está envolvida na gestão cotidiana do negócios.
          O grupo oferece desde barras e tubos de aço carbono até aços inoxidáveis utilizados em diversas indústrias. É uma grande distribuidora de aço de usinas locais, sendo 85% de suas vendas provenientes dessas usinas e 15% de importações.
          A empresa está presente no Peru e na Colômbia desde 2020. Ultrapassou a fronteira nacional ao se tornar parceira da Systemas de Perforación y Geotecnia (SPG) do Peru através da Incotep, empresa do grupo que fornece sistemas metálicos (tirantes) utilizados na ancoragem e infraestrutura.
          Em fevereiro de 2024, a Açotubo compra participação da SPG do Peru na empresa por R$ 12 milhões e assume toda a operação, que é menor que a brasileira.
          O grupo avança com seus planos de internacionalização e avalia novas oportunidades, incluindo aquisições, para expansão na América Latina. Outros grandes distribuidores locais também entraram no mercado externo, mas a principal dificuldade tem sido competir em preços em outros países. “A ideia é ir para outros países”, disse o presidente da Açotubo, Bruno Bassi. Ainda não foi decidido qual modelo de negócios será utilizado para a expansão internacional.
          A Açotubo também possui uma joint venture em tubos industriais com a francesa Vallourec, que detém participação majoritária de 75% na empresa. A joint venture produz tubos de aço para a indústria.
          Segundo Bassi, a SPG Incotep ensinou ao grupo como atuar em outro país e como ter um parceiro de negócios.
          O grupo Açotubo teve faturamento de R$ 2 bilhões em 2023. Em termos de volume, a produção foi de 114.000 toneladas. Os investimentos em 2023 totalizaram R$ 30 milhões, entre caminhões, equipamentos e guindastes.
(Fonte: jornal Valor - 20.02.2024)

19 de fev. de 2024

King's Hawaiian

          Robert Taira, pai de Mark, era o sexto de nove filhos. Seus pais eram imigrantes japoneses de Okinawa, que chegaram à principal ilha do Havaí em 1906 para trabalhar nos campos de cana-de-açúcar. Observando a felicidade das pessoas ao morderem produtos assados, Robert decidiu se tornar padeiro. Se matriculou em uma escola de panificação. Seu pai resgatou uma apólice de seguro de vida no valor de US$ 350 (equivalente a US$ 4,5 mil hoje) para ajudar a lançar a padaria do filho, inaugurada em Hilo em 1950.
          Os pãezinhos macios e redondos que ele produzia, uma fusão da culinária havaiana local com pães doces feitos por imigrantes portugueses, logo encontraram um público fiel. A qualidade dos pães garantia que não ficassem velhos rapidamente, o que levou os comerciantes a estocá-los.
          O envio dos produtos para o continente tornou-se um negócio constante, com a King’s Hawaiian enviando dezenas de milhares de pães por ano. “Ele tinha visão, mas também colocava as coisas em prática. Nunca teve medo”, lembra Mark Taira, nascido em 1957, que começou cedo a ajudar na empresa, sobre seu pai. “Essa é a história de muitas famílias imigrantes – elas não têm nada a perder".
          Para reduzir os custos de transporte, Robert e sua esposa, Tsuneko, hipotecaram a casa da família para construir uma padaria nos arredores de Los Angeles. Em 1977, a fábrica foi inaugurada a um custo de US$ 3,7 milhões (cerca de US$ 18,7 milhões hoje, início de 2024).
          Para conquistar novos clientes, ele bateu de porta em porta e deixou amostras de seus produtos. Após dois anos de entrega e amostras, o investimento valeu a pena. Em 1979, o supermercado Safeway se tornou o primeiro grande cliente dos EUA da King’s.
          A marca realmente começou a se destacar quando Robert e Mark fizeram uma mudança crucial em seu produto principal – abandonaram os pães inteiros em favor de pãezinhos. Eles dedicaram meses cortando e modelando a massa à mão antes de chegar aos pãezinhos doces que se destacam facilmente. Seu pacote de 12 pãezinhos foi lançado em 1983.
          Quando Mark assumiu como CEO naquele ano (1983), decidiu correr outro risco: sair do Havaí. Ele iniciou a construção de uma fábrica em Torrance, na Califórnia, seis vezes maior que a original. Robert faleceu em 2003 aos 79 anos, pouco antes da inauguração, e não chegou a ver o sucesso dessa estratégia. Em 2005, as vendas haviam atingido US$ 50 milhões.
          Faminto por mais sucesso, em 2011, Mark Taira levou o negócio para o leste, até a Geórgia. Com um empréstimo de US$ 65 milhões, construiu uma fábrica de última geração em Atlanta. Finalmente, a King’s Hawaiian poderia entregar com lucro os pãezinhos – assados e imediatamente congelados para vendê-los “frescos” – para outras regiões, como Nova York. Em 2016, a receita ultrapassou os US$ 320 milhões, cinco vezes mais do que uma década antes.
          De 2004 a 2023, a receita da King’s Hawaiian aumentou 15 vezes. Os pães representam 85% do faturamento anual, com margens brutas de lucro de mais de 40%, uma conquista impressionante na indústria alimentícia. Embora alguns concorrentes tenham margens mais altas, Taira prioriza valores como ética e integridade sobre lucros excessivos.
          Atualmente, a King’s Hawaiian é uma referência para varejistas, concorrentes e investidores, sendo constantemente mencionada em reuniões como uma marca icônica. Os clientes compram seus pães o ano todo, um indicativo do sucesso consistente da empresa ao longo do tempo.
          Mark Taira, aos 67 anos, elevou a padaria de seu pai a uma fortuna de US$ 2 bilhões, traçando assim uma história clássica de sucesso americano. Quando assumiu o cargo de CEO da King’s Hawaiian aos 27 anos, a empresa tinha uma receita anual de US$ 3 milhões (equivalente a US$ 9,5 milhões hoje). Sob sua liderança, os pãezinhos geram agora cerca de US$ 900 milhões em receita.
          Sob a holding Irresistible Food Group, criada em 2021, a família Taira lançou um conceito de restaurante inspirado no Havaí e introduziu novos produtos, mantendo-se como uma empresa familiar. Estima-se que o patrimônio da família seja de US$ 2 bilhões, incluindo a mãe de Mark, Tsuneko, e os quatro irmãos dele.
          A Geórgia abriga o projeto do restaurante dos Taira: o Hello Hilo. A primeira localização foi inaugurada em Gainesville, uma pequena cidade a cerca de 80 quilômetros ao norte de Atlanta, em julho de 2023. Outra seria aberta ainda em 2024.
          Mais restaurantes poderiam abrir mais cedo se os Tairas franqueassem o conceito, mas controlar a qualidade é mais importante por enquanto, diz a filha de Taira, Courtney, que dirige a divisão de restaurantes.
          Com o negócio agora em sua terceira geração, os Taira afirmam que continuarão a rejeitar investidores externos e ofertas de aquisição, mantendo a King’s Hawaiian sob propriedade familiar. “Ninguém vai fazer um produto melhor para o consumidor do que uma empresa familiar, especialmente a nossa família”, afirma Taira.
          Ao invés de ser adquirida, a Irresistible Foods Group tem sido compradora. Nos últimos três anos, a Irresistible gastou cerca de US$ 100 milhões para adquirir fornecedoras locais. Até agora, a empresa identificou 200 marcas desejáveis e está em negociações com cerca de 20.
          Taira diz acreditar que a Irresistible logo ultrapassará US$ 1 bilhão em vendas. Um terço dos lares americanos agora consome alguma versão dos alimentos da empresa – mas sempre há espaço para crescer. Não apenas nos Estados Unidos. Seu pão também é vendido no Japão, Canadá e em 14 países da América Central, América do Sul e Caribe, enquanto os Taira miram na Alemanha, Reino Unido e outros países.
(Fonte: Forbes Brasil - 17.02.2024)

17 de fev. de 2024

Pandora

          A marca dinamarquesa Pandora é conhecida por seus braceletes com pingentes de prata esterlina (com pelo menos 92,5% de prata pura) a preços acessíveis.
          Em um comunicado à imprensa em 2020, a Pandora anunciou sua mudança para metais reciclados. A empresa citou estatísticas do World Gold Council e de outras entidades mostrando que o processo de reciclagem de ouro reduz as emissões em cerca de 99% em comparação com a mineração, enquanto a reciclagem de prata reduz as emissões de carbono em cerca de 66% em comparação com a 
mineração.
          Uma equipe de 100 funcionários esteve envolvida na mudança para metais reciclados na Pandora, que passou de diamantes extraídos para diamantes cultivados em laboratório em 2021. A mudança no fornecimento de metais exigiu a adaptação de processos e equipamentos às medidas estabelecidas pelo Responsible Jewellery Council, grupo reconhecido por estabelecer padrões globais. Entre os fornecedores de metais reciclados da Pandora está a MKS Pamp, uma refinaria e comerciante suíça. “Conhecemos cada uma das fontes de nossa cadeia de suprimentos e podemos dizer em gramas o que vai para quem”, disse Xavier Miserez, chefe de vendas da refinaria: “O risco zero não existe, mas 
tentamos mitigar o máximo possível”.
          No fim de janeiro de 2024, a Pandora anunciou ter atingido a meta de adquirir apenas prata e ouro 100% reciclados para suas coleções. A medida foi apontada como um passo importante para reduzir sua pegada ambiental. “Queríamos dar o exemplo”, disse o CEO da Pandora, Alexander Lacik. Ao trabalhar com metais que já foram extraídos, a Pandora não precisa cavar mais fundo em busca de novos materiais, permitindo que a empresa reduza suas emissões de gases de efeito estufa. A mineração requer mais energia e recursos do que a reciclagem e é uma das principais fontes de poluição por 
mercúrio.
          Outras marcas, como Prada e Monica Vinader, também começaram a usar metais reciclados. Mas alguns observadores do setor alertam que esses materiais podem parecer mais virtuosos do que realmente são. Assim como “sustentabilidade”, a palavra “reciclado” pode ter significados diferentes para pessoas diferentes. Essa lacuna de interpretação pode ser problemática, disse Tiffany Stevens, CEO do Jewelers Vigilance Committee, o comitê de vigilância de joalheiros, uma organização de Nova York que se concentra na defesa da ética e das políticas do setor: “Reciclado é um modificador positivo na maioria dos contextos, mas esse não é necessariamente o caso quando se trata de ouro ou prata”, disse ela. O termo “reciclado”, acrescentou, dá às joias feitas com esses materiais uma “auréola verde”, ou uma aura de serem ecologicamente corretas. No entanto, o termo “não dá às pessoas nenhuma resposta clara sobre a origem dos metais”, disse Tiffany, razão pela qual sua organização e outras solicitaram à Federal Trade Commission (FTC) – órgão federal que previne fraudes e práticas comerciais enganosas – que proibisse o uso de “reciclado” para descrever produtos de joalheria 
vendidos nos Estados Unidos. Espera-se uma resposta da FTC para 2024.
          Embora o uso de metais reciclados possa reduzir a pegada ambiental da Pandora – que vende mais de 100 milhões de peças por ano –, a mineração de ouro e prata novos não diminuiu na última década, o que sugere que o interesse crescente das empresas por esses materiais fez pouco para
compensar a pegada climática da mineração.
          A Pandora, que vende mais de 100 milhões de peças por ano, é a maior empresa de joias do 
mundo em volume.
(Fonte: Estadão - 16.02.2024)

16 de fev. de 2024

São Paulo Railway

          A companhia São Paulo Railway (conhecida como Inglesa), especializada em transporte ferroviário, ergueu, no século XIX em Santo André, uma vila para os trabalhadores da empresa. A localização exata é em Paranapiacaba. A vila mantém até hoje traços que remetem à arquitetura inglesa. Conhecida por sua espessa neblina, a região também é famosa por provocar calafrios em moradores e visitantes. Segundo relatos, quem circula à noite pelas plataformas da antiga estação, inaugurada em 1874, costuma ouvir os gritos de funcionários que morreram durante sua construção.
          A estrada de ferro entre a capital e Santos, então conhecida popularmente como A Ingleza, era administrada pela São Paulo Railway, uma empresa de capital britânico. Construída na década de 1860, essa linha férrea era considerada uma das maiores obras de engenharia da época, pois superava os desafios impostos pela complexa geografia da Serra do Mar, com seus abismos e escarpas. O trecho da Serra contava com um sistema de tráfego singular, auxiliado por uma malha de correias chamada cremalheira, que transformava o trem em um verdadeiro funicular, facilitando a subida e descida por declives acentuados.
          A São Paulo Railway, com um investimento maciço, foi responsável por parte da construção da Estação da Luz, em São Paulo, oficialmente em 1º de março de 1901.
          No jornal O Estado de S.Paulo de 2 de abril de 1924 foi publicada a notícia como segue: Na Serra de Santos - À noite foi hontem divulgada na cidade a noticia de que num dos planos da serra de San- toe havia ocorrido grande desastre com um dos trens da "S. Paulo Railway". Essa informação coincidiu com a falta da correspondencia postal que daquella cicade nos chega á noite. Procurando detalhes sobre o acontecimento, na estação da Luz conseguimos saber apenas que effectivamente se dera o cidente, cujas proporções, entretanto, eram ignoradas. Ao que nos informou depois o nosso correspondente em Santos, tambem naquella cidade nada se sabia de positivo sobre o facto. Effectivamente - accrescentou o nosso informante- tinha havido na serra um accidente.
No Estadão de 21 de abril de 1924, saia a seguinte notícia:
Hoje pela manhan occorreu na estação da Luz lamentavel desastre, no qual perdeu a vida uma moça, cuja identidade não foi estabelecida, e do qual por verdadeiro milagre sahiu illesa uma criancinha de tenra idade. Foi poucos minutos depois das 7 horas, quando partia o trem P. 3, da S. Paulo Railway, com destino a Jundiahy. A victima, que levava acriança, a qual deve ter uns dois mezes de edade, cahiu entre dois vagões.
(Fonte: Veja SP - 16.11.2016 / Estadão - 02.04.2024 / Estadão - 21.04.2024 / Tribuna de Santos - 13.10.2024 - partes)

15 de fev. de 2024

AmPm

          Os 11 primeiros pontos da franquia am/pm no Brasil foram herdados pela distribuidora de combustíveis brasileira Ipiranga quando esta comprou, em 1993, a Atlantic do Brasil, então a 13ª maior companhia privada do país, num negócio de 265 milhões de dólares. Eles não foram comprados pela Ipiranga e continuaram pertencendo à americana Arco, antiga controladora da Atlantic. Na expansão para outros postos, a marca seria usada com pagamento de royalties.
          O nome da rede vem da maneira de dizer as horas em inglês: am = abreviação de ante meridiem = (latim), antes do meio-dia, usado após os números que expressam as horas / pm = abreviação de post meridiem = (latim), depois do meio-dia, usado após os números expressando as horas.   
          No início de fevereiro de 2024, a rede de lojas de conveniência AmPm assinou acordo para criar uma joint venture com a americana Krispy Kreme para vender donuts, as rosquinhas de massa açucarada frita e cobertura variada, nos postos Ipiranga. O contrato de associação entre as partes foi assinado nos Estados Unidos.
           A previsão é de que a operação tenha início entre o fim de 2024 e o início de 2025. A parceria vai começar por São Paulo para, em seguida, alcançar outros estados. O modelo será semelhante ao operado pela Krispy Kreme em outros países com redes de varejo como 7Eleven, Tesco e Walmart. No Brasil, portanto, seus donuts estarão disponíveis somente na rede de lojas próprias e nas lojas AmPm (que tem hoje 1,5 mil unidades em postos Ipiranga no país). Em comunicado sobre o acordo nos Estados Unidos, a Krispy Kreme diz que o Brasil representa um mercado de crescimento prioritário para a empresa e que essa expansão sucede à chegada da marca em Paris, em dezembro de 2023. Com sede em Charlotte, na Carolina do Norte (EUA), a empresa foi fundada em 1937 e hoje tem mais de 13 mil pontos de venda em mais de 35 países do mundo, mas principalmente nos Estados Unidos e no Canadá.
(Fonte: Estadão - 12.02.2024)

10 de fev. de 2024

Demoiselle Bistrô

          O Demoiselle Bistrô fica na Alameda dos Anapurus, 680 - Moema. O Bistrô tem apenas 22 lugares e um cardápio elaborado pelo chef Carlos de La Fuente. O restaurante investe nos clássicos e na influência espanhola (família de La Fuente) e sírio-libanesa (influência da sócia, Fabiana Sucar Dib).
          O Demoiselle foi batizado assim em homenagem ao "Pai da Aviação" Santos Dumont. Esse nome foi usado por ele em 1907 para identificar uma série de aeronaves que destacavam-se pela leveza e transparência (assim como demoiselles, insetos similares às libélulas).
          O Demoiselle Bistrô é o primeiro restaurante brasileiro a receber o Selo Casa Saudável. Trata-se de um selo do Healthy Building Certificate que leva em consideração elementos da saúde e bem-estar em projetos, edificações e construções. A certificação também pode ser conquistada por profissionais da construção civil. O certificado foi entregue oficialmente na tarde de 7 de fevereiro de 2024, ao 
Demoiselle Bistrô, em Moema.
          A arquiteta Ornella Lenci, responsável pelo projeto do restaurante, explica que o certificado foi uma consequência e não o objetivo final. “Nossa intenção sempre foi criar um espaço agradável e acolhedor. Cuidamos do nível de ruído, iluminação, ventilação, materiais usados, qualidade da água, tipo de plantas usadas, entre outros detalhes. A certificação é a confirmação de que estávamos no c
aminho certo”, disse Ornella.
          Para receber o Selo Casa Saudável (SCS) é preciso que o projeto, a edificação ou o ambiente sejam submetidos a testes e verificações. Os critérios avaliados são: desenho, iluminação, acústica, materiais, hidráulica, elétrica, qualidade do ar, paisagismo, sustentabilidade e manutenção. A diferença do Selo Casa Saudável para certificações de ambientes sustentáveis é, basicamente, o foco dos projetos. No caso do Selo Casa Saudável, todas as obrigações e mudanças visam o bem-estar do indivíduo.
(Fonte: Estadão - 10.02.2024)

9 de fev. de 2024

Sports Illustrated

          A revista americana Sports Illustrated é considerada a “bíblia” do jornalismo esportivo. 
Durante décadas, a Sports Illustrated foi uma leitura semanal obrigatória para os fãs de esportes e um motor financeiro para o império da Time Inc.. Ela chegou a ter mais de 3 milhões de assinantes, e seus textos, reportagens e fotografias eram considerados o auge do jornalismo esportivo.
          Em 2017, a Meredith comprou a Time Inc., que incluía a Sports Illustrated e outros ativos de mídia, por US$ 3 bilhões (R$ 14,8 bilhões).
          Dois anos depois, em 2019, o conglomerado de mídia vendeu a Sports Illustrated para o Authentic Brands Group, que é principalmente uma empresa de licenciamento que adquire os direitos de marcas de celebridades, por US$ 110 milhões (R$ 542 milhões). Ela foi comprada pelo valor do nome e da propriedade intelectual da Sports Illustrated, e não porque o Authentic Brands Group pretendia administrar uma revista.
          Poco tempo depois, o Arena Group – proprietário da Men’s Journal, Parade e TheStreet fechou um acordo de 10 anos com o Authentic Brands Group para publicar a Sports Illustrated. A empresa pagou pelo menos US$ 45 milhões (R$ 22 milhões) – enquanto o Authentic Brands Group manteve os direitos comerciais para coisas como um possível hotel com a marca em Michigan. O Authentic Brands Group disse que estava comprometido em garantir que “a marca, que inclui seu braço editorial, continue a prosperar como tem feito nos últimos quase 70 anos”. O Arena Group está em negociações com o Authentic Brands Group e planeja continuar a publicar a Sports Illustrated, disse Rachael Fink, porta-voz do grupo. “Esperamos ser a empresa que levará a publicação adiante, mas se não for, estamos confiantes de que alguém o fará”, disse ela em um comunicado.
          Cerca de 100 jornalistas trabalham para a Sports Illustrated, considerando números de meados de janeiro de 2024.
          A Sports Illustrated está em declínio há anos. Teve dificuldades para mudar para o mundo da mídia digital e foi prejudicada pela má administração. A internet aniquilou as revistas impressas e o corte de custos transformou a publicação semanal em mensal e reduziu sua equipe. Na sexta-feira, 19 de janeiro de 2024, a revista recebeu talvez seu golpe mais duro até então com a demissão de uma série de funcionários por e-mail. A medida foi tomada depois que o Arena Group, que publica a revista e o site, teve sua licença para operar a publicação revogada. Esse novo revés tornou o futuro incerto.
          Naquele dia (19 de janeiro de 2024) repórteres e editores foram convidados a participar de uma chamada do Zoom às 14h (horário local nos EUA). O encontro durou apenas sete minutos. Na ligação, Jay Frankl, recém-contratado diretor de transformação de negócios do Arena Group, disse: “Continuaremos a produzir a marca Sports Illustrated e o conteúdo online até que a situação seja totalmente resolvida”, de acordo com uma gravação da reunião ouvida pelo The New York Times. Nenhuma pergunta foi feita. Alguns funcionários receberam e-mails com avisos de demissão imediata, enquanto outros foram informados em outras reuniões do Zoom que manteriam seus empregos por pelo menos 90 dias.
          Até agora, o que parece certo é que mesmo que a Sports Illustrated sobreviva de alguma forma, ela será severamente reduzida.
(Fonte: OESP - 22.01.2024)

8 de fev. de 2024

Nash Motors

          A Nash Motors foi fundada em 29 de Julho de 1916, em Kenosha, Wisconsin, nos EUA. Seu fundador, Charles Williams. Nash comprou a Thomas B. Jeffrey Company, até então detentora das marcas Jeffrey e Rambler. Antes da fundação da empresa, Nash foi presidente da General Motors entre 1912 e 1915. Os primeiros automóveis com a marca nova somente saíram da produção para o mercado no ano de 1917.
1922 Nash Roadster Model 42
          Durante a década de 20, a Nash fez uma série de inovações em seus veículos que tornaram a empresa a quarta maior do ramo automobilístico dos Estados Unidos, ficando atrás apenas da chamada Big Three (General Motors, Chrysler e Ford Motor), conseguindo se manter durante a quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Em 1924, a Nash adquiriu a LaFayette Motors.
Nash Six Touring 1927
          O posicionamento da Nash Lafayette veio no início da década de 1930, quando Charles Nash deixou o cargo de presidente. Comprou a Kelvinator, uma fabricante de geladeiras e colocou o então presidente da empresa, George Mason, no cargo máximo da Nash. Surgia então em 1937, a Nash-Kelvinator Corporation.
Em janeiro de 1954, a Nash Kelvinator se fundiu com a Hudson Motor Car Company e surgiu oficialmente a American Motors Corporation (AMC).
          Em um período de expressiva criatividade da indústria automobilística norte-americana, no decorrer dos anos de 1950, quando as traseiras dos automóveis ostentavam formatos de rabo de peixe (Cadillac) ou asa de gaivota (Chevrolet Impala 1959), além da fartura de partes cromadas e ornamentos, a Nash Motors Company, foi pródiga na diversidade de sua produção.
          Os Nash Ambassador (Embaixador), Statesman (Estadista), Rambler (Passeador) e Metropolitan (Metropolitano) destacavam-se nas versões com capota rígida, conversíveis ou como camionetas de passeio (peruas). Esses modelos possuíam carroçarias de aspecto curioso, futurista, alegre e harmonioso.
          Um Nash Ambassador de quatro portas, com seu amplo espaço interno, era ideal para um confortável passeio da família e útil como automóvel de aluguel, popularmente conhecido, à época, como carro de praça.
          Os anos de ouro da Nash findaram em 1957, quando a empresa já tinha se transformado na American Motors Corporation (AMC). Outra curiosidade: o Nash Metropolitan não tinha tampa no porta-malas. O acesso para colocação da bagagem era feito pelo interior do automóvel.
(Fonte: Almanaque Zero Hora / Wikipédia - partes)

7 de fev. de 2024

New York Community Bank - NYCB

          O New York Community Bank  - NYCB foi fundado em 14 de abril de 1859, em Flushing, Queens, como Queens County Savings Bank.
          Em 1993, o banco tornou-se uma empresa pública através de uma oferta pública inicial, IPO.
          Em 15 de dezembro de 2000, o banco muda o nome para New York Community Bank - NYCB para melhor refletir sua área de mercado além do Queens.
          O NYCB efetuou várias aquisições na década de 2000, comprando o Haven Bancorp por US$ 196 milhões em 2000, o Richmond County Financial em uma transação de US$ 802 milhões em 2001, o gestor de ativos Peter B. Cannell & Co. Bancorp em uma transação de US$ 1,6 bilhão em 2003, o Long Island Financial em uma transação de US$ 70 milhões em 2005, o Atlantic Bank of New York do Banco Nacional da Grécia por US$ 400 milhões em 2006, onze agências em New York York City da Doral Financial Corporation em março de 2007, o Penn Federal Savings Bank por US$ 262 milhões em abril de 2007 (adicionando filiais em East Central e North East New Jersey), e o Synergy Bank of Cranford, New Jersey por US$ 168 milhões em ações em outubro de 2007. Em setembro de 2009, mudou a marca das agências Synergy para Garden State Community Bank.
          Em dezembro de 2009, a Federal Deposit Insurance Corporation - FDIC confiscou o AmTrust, um banco sediado em Cleveland, OH, com 66 agências e US$ 13 bilhões em ativos em Ohio, Flórida e Arizona. O NYCB adquirira a Amtrust, que serviu para expandir pela primeira vez a presença de filiais da NYCB fora da área metropolitana de Nova York. Em 2017, o banco vendeu o negócio de hipotecas adquirido com a compra da AmTrust com um lucro de US$ 90 milhões.
          Em março de 2010, o Desert Hills Bank de Phoenix, Arizona, com US$ 496 milhões em ativos, foi apreendido pelo FDIC e adquirido pela NYCB.
          Em junho de 2012, o NYCB adquiriu os ativos do Aurora Bank do Lehman Brothers.
          Em 29 de outubro de 2015, o banco anunciou um acordo de fusão com o Astoria Bank, mas a fusão proposta foi encerrada em dezembro de 2016, após não conseguir obter a aprovação regulatória.
          Em 4 de novembro de 2016, a Brooklyn Sports & Entertainment anunciou que o banco havia adquirido os direitos de nomeação do Nassau Coliseum; foi renomeado como "NYCB Live: Home of the Nassau Veterans Memorial Coliseum", devido a acordos que exigem que "Nassau Veterans Memorial Coliseum" permaneça no nome da arena. A NYCB rescindiu seu contrato de naming rights no final de agosto de 2020 devido à incerteza em torno da propriedade após o fechamento em junho de 2020 e o subsequente novo arrendatário.
          Em dezembro de 2020, o presidente, CEO e membro do conselho Joseph Ficalora anunciou sua aposentadoria. Thomas Cangemi, Diretor Financeiro da empresa desde 2005, tornou-se presidente e CEO.
          Em dezembro de 2022, o NYCB adquiriu o Flagstar Bank.
          Em 19 de março de 2023, a NYCB adquiriu US$ 38,4 bilhões em ativos do liquidado Signature Bank em um negócio de US$ 2,7 bilhões, com 40 agências Signature sendo convertidas em locais Flagstar.
          Em 6 de fevereiro de 2024, o provedor de classificação de crédito de títulos Moody's Investors Service rebaixou a classificação de crédito da NYCB para o status de "Junk" (lixo), atribuído à sua exposição em empréstimos imobiliários comerciais. O NYCB relatou um prejuízo trimestral de US$ 252 milhões uma semana antes.
(Fonte: Wikipédia)

6 de fev. de 2024

Bauminas

          A Bauminas é um grupo brasileiro familiar sediado em Minas Gerais que atua nos mercados químicos para tratamento de água e esgoto, mineração e logística, e fornece insumos para as maiores empresas de saneamento do país. Foi fundada em 1961 como Indústria Química Cataguases.
          Em 2018, um dos sócios do grupo, Márcio Barbosa Silva Bissoli, morreu em um acidente de helicóptero no sul de Minas Gerais. Um acordo de acionistas garantiu que um de seus irmãos, Túlio, continuaria à frente do grupo.
          Hoje, o grupo é composto por cinco empresas: Bauminas Águas (líder no fornecimento de coagulantes para tratamento de água), Bauminas Agro (nutrientes e compostos químicos para agricultura e indústria), Bauminas Mineração (mineração de minérios utilizados em sais para tratamento de água), Bauminas Log (logística de produtos químicos) e Bauminas Hidroazul (tratamento de água para piscinas).
          Em fins de janeiro de 2024, a Bauminas busca parceiro para ampliar atuação e
contrata banco de investimento para explorar “oportunidades estratégicas”. A empresa vê um potencial significativo de expansão com a nova estrutura de saneamento, que já começou a atrair recursos significativos do setor privado.
          As alternativas em avaliação podem variar desde a contratação de novos sócios até possíveis fusões e aquisições (M&A). Segundo fonte próxima à Bauminas, o grupo não está à venda, mas estaria aberto a um investidor ou sócio minoritário estratégico para acelerar seus planos de crescimento. “Estaremos analisando diferentes possibilidades”, disse a fonte.
          Em comunicado após a notícia de que o grupo estava em negociações preliminares para vender suas operações à Brookfield, Bauminas negou a existência de tais negociações. No entanto, o Valor apurou que tem havido uma aproximação informal entre o banco de investimento, que o aconselhará na procura de oportunidades estratégicas, e a sociedade gestora de ativos, bem como com outros potenciais parceiros.
          Segundo levantamento da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços de Água e Esgoto (ABCON), foram contratados R$ 64,6 bilhões em investimentos nos leilões realizados de 2020, quando a lei foi aprovada, até 2023. Para alcançar o saneamento universal no país, a associação estima que serão necessários R$ 893 bilhões em investimentos.
          O grupo fatura anualmente cerca de R$ 2 bilhões, 70% dos quais provenientes de tratamento de água. Com mais de 1.000 colaboradores, o grupo conta com 21 unidades produtivas, sendo 17 fábricas e 4 minas.
(Fonte: jornal Valor - 02.02.2024)

4 de fev. de 2024

Varam Motors

          Fundada pelo imigrante armênio Varam Keutenedjian, a Varam Motores, S.A. foi a segunda empresa do setor automobilístico a se instalar em São Bernardo do Campo (SP).
          Nomeada representante oficial da Nash no início de 1946, operou entre 1948 e 1956 como montadora, quando a vedação à importação de veículos – mesmo sob a forma CKD - obrigou-a a interromper as atividades.
          Em paralelo com sua principal operação – a montagem de automóveis e caminhões norte-americanos Nash -, na primeira metade da década de 50 a Varam também produziu carros Fiat e jipes Nissan Patrol, estes por pouco tempo, a partir do início de 1955, com cerca de 40% de conteúdo nacional.           Embora possuísse instalações com capacidade para 15.000 veículos/ano, a empresa jamais se aproximou de tal volume de fabricação.
          Em 1958 suas instalações foram alugadas para a Simca e mais tarde foi por ela adquiridas.
(Fonte: Lexicar Brasil)

3 de fev. de 2024

Cepam

          A tradicional padaria Cepam foi fundada em 1954 por Germano Amaro e Antônio Diogo, que criaram o negócio a partir da aquisição de uma pequena panificadora da Vila Zelina, na região da Vila Prudente, zona leste de São Paulo. Oficialmente, a marca passou a existir em 1968, cinco anos antes da criação da Village, marca que também pertence à panificadora e é conhecida por produtos como panetones e pães.
          Considerando números de janeiro de 2024, a empresa produz diariamente 16 mil pães franceses, 11,2 mil produtos diversos e tem 550 funcionários. Aos finais de semana, a circulação de clientes chega a 8 mil pessoas.
          A Cepam vende seus produtos também para empresas, como o Hospital Israelita Albert Einstein 
e a rede de fast-food Bob’s.
          A unidade da Cepam na Vila Prudente, em São Paulo, é considerada a maior padaria da América Latina, com 2,5 mil metros quadrados.
          No início de fevereiro de 2024, com dívidas de R$ 73,4 milhões, a Cepam entrou com um pedido de recuperação na Justiça..
          Segundo o pedido de recuperação judicial, as dívidas do negócio foram acumuladas entre 2020 e 2022, como efeito da pandemia. “É de observar que praticamente todo o endividamento bancário das requerentes foi contraído no começo da pandemia, de modo que a interrupção total da produção foi a 
causa motriz para a necessidade elevada de tomada de empréstimos”, informa o documento.
          A empresa alegou ainda ter sido obrigada a contratar 50 entregadores da noite para o dia para
viabilizar o atendimento de pedidos via aplicativos de delivery.
(Fonte: CNN - 30.10.2023 / Estadão - 03.02.2024 - partes)

2 de fev. de 2024

Jeffrey's Toys

          A Jeffrey’s Toys, loja de brinquedos localizada no centro de São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos, foi fundada em 1938.
          A loja é bastante conhecida por dois motivos: primeiro, por ser um dos estabelecimentos mais antigos da cidade e afirma ser a loja mais antiga do gênero. Segundo, por ser a loja que inspirou as aventuras de Woody e Buzz Lightyear em “Toy Story” da Pixar.
          A loja foi administrada pela família do proprietário Matthew Luhn, por quatro gerações, e ele a administrava conjuntamente com seu pai, Mark, e sua madrasta Rosie Coronado-Luhn, depois de passar toda a sua infância lá. Seus tataravós começaram a loja em 1938 como uma loja de variedades, mas mudaram exclusivamente para brinquedos em 1953 e, no seu auge, o negócio cresceu para vários locais em toda a Bay Area, incluindo San Leandro, Oakland e Hayward.
          Foi em seu posto avançado em São Francisco que Luhn aprendeu a operar a caixa registradora e a contar o troco ainda jovem e era pago em brinquedos. O ambiente colorido e criativo o estimulou a ir para a escola de animação quando ficou mais velho, e ele foi contratado para trabalhar em “Os Simpsons” aos 19 anos, antes de passar 20 anos como animador, escritor e diretor de histórias na Pixar, trabalhando em “Os Simpsons”. Monsters, Inc.”, “Ratatouille” e “Cars”, entre outros sucessos do estúdio de Emeryville.
          Logo chegou a hora de Luhn assumir ele mesmo o controle da loja, mas uma série de obstáculos crescentes levaram ao seu lento desaparecimento. Em 2015, a loja teve que se mudar de sua antiga localização em 685 Market St. para Berkeley após a ameaça de um aumento no aluguel, antes de se mudar para sua localização atual na Kearny Street, dois anos depois. A norma crescente das compras online foi outro duro golpe, mas a Jeffrey’s Toys também sofreu uma queda acentuada nos negócios como resultado da pandemia e do menor número de trabalhadores de escritório no centro da cidade. A criminalidade na área agravou o problema, disse ele, relatando incidentes de tentativa de furto em lojas e um caso em que alguém tentou esfaquear uma de suas funcionárias, fazendo com que ela pedisse demissão depois de trabalhar lá por cinco anos.
          “Queremos continuar no mercado, mas precisamos de um relacionamento mais saudável com a cidade”, disse ele no mês passado, acrescentando que a loja paga US$ 20 mil por mês apenas em aluguel. “Estamos investindo nosso dinheiro, trabalhando duro e colocando nosso amor nisso. Mas, na relação que temos com a cidade, isso não está sendo devolvido.”​       
          No início de 2024, porém, a loja prepara-se para fechar suas portas. Matthew Luhn, proprietário do estabelecimento, confirmou o encerramento das atividades da loja, que foi administrada por sua família por quatro gerações. A Jeffrey’s Toys fica em 45 Kearny St. Sterling disse ao SFGATE que o último dia de funcionamento da loja está previsto para 10 de fevereiro de 2024, depois de mais de 85 anos de atividade. A Jeffrey’s Toys viu o tráfego de pedestres diminuir em sua loja na 45 Kearny St.
          “A família está triste por ter chegado a este ponto”, escreveu Sterling em um comunicado por e-mail. “A liderança da cidade de São Francisco e da Downtown Association têm um trabalho difícil para eles sobre como revitalizar o que antes era uma experiência vibrante e divertida no centro da cidade.
          Quando questionado sobre qual pode ter sido a gota d’água para a loja, Ken Sterling, da Sterling Venture Law, advogado que representa a família Luhn, citou “os perigos e a violência do ambiente do centro da cidade, a inflação, a diminuição nos gastos do consumidor e o fim do varejo”. através do mundo." Ele disse ao SFGATE que a empresa simplesmente esgotou todas as suas opções para tentar se manter à tona.
(Fonte: SFGATE - 28.01.2024 / Época Negócios - 02.02.2024 - partes)

1 de fev. de 2024

Real Transportes Aéreos


REAL Transportes Aéreos

          Em 1943 o empresário Vicente Mammana Neto criou a Companhia Santista de Aviação e adquiriu duas pequenas aeronaves Relliant. Mammana Neto vislumbrou a possibilidade de ampliar a frota da empresa com uma aeronave americana Aeronca em 1944, porém o negócio acabou barrado pelo governo brasileiro e a “Santista” acabou encerrando as atividades.
          Após o final da Segunda Guerra Mundial o governo dos Estados Unidos se viu com uma frota de milhares de aeronaves de transporte que se tornaram desnecessárias com o final do conflito. Assim, foi decidido pelo governo dos Estados Unidos que as aeronaves seriam vendidas para empresas aéreas e ou para a sucata.
          Mammana Neto viu nesse evento uma oportunidade e associou-se ao piloto Lineu Gomes em novembro de 1945 fundando a empresa Redes Estaduais Aéreas Limitadas (REAL). Com um capital inicial de 400 mil cruzeiros, adquiriram do governo dos Estados Unidos uma aeronave Douglas DC-3. A iniciativa atraiu o empresário Armando de Aguiar Campos e dois outros DC-3 foram adquiridos.
          Iniciou operando a rota Rio de Janeiro Brasília, mas logo começou a adquirir diversas companhias aéreas menores para expandir para a América do Sul. A empresa tinha sua sede em São Paulo.
          Com as aeronaves DC-3 a REAL inaugurou sua primeira rota ligando o Rio de Janeiro (Aeroporto Santos Dumont) a São Paulo (Aeroporto de Congonhas) em 7 de fevereiro de 1946. Diferente das companhias aéreas existentes no país, a REAL decidiu operar com passagens mais acessíveis e isso fez com que seus voos partissem lotados. Até o final de 1946 a empresa atendia Curitiba. Para atender a grande demanda de passageiros, a REAL adquiriu dois Bristol 170. Devido a problemas técnicos e reclamações dos passageiros, as aeronaves acabaram revendidas em 1948.
          Visando ampliar sua frota, a REAL transformou-se de empresa limitada para uma sociedade por ações em 13 de dezembro de 1946 e foi denominada REAL Transportes Aéreos S.A. A criação dessa sociedade, presidida agora pelo empresário Sebastião Paes de Almeida, permitiu a ampliação do capital da empresa e angariou recursos para a aquisição de dez DC-3.
          Da segunda metade da década de 1940 até 1955, a empresa experimentou sua primeira grande expansão, pela aquisição de empresas menores. Em 1948 adquiriu a Linhas Aéreas Wright e em 1950 a LAN - Linhas Aéreas NATAL. Com essas compras, a frota da REAL chegou a 20 Douglas DC-3/C-47.
          Com a compra da LATB - Linha Aérea Transcontinental Brasileira, em agosto de 1951, a REAL expandiu consideravelmente sua malha na região nordeste do país.
Convair CV-440 Metropolitan, operado pela Real Aerovias entre 1956 e 1961.
          Entre 1954 e 1956 foram adquiridas também a Aerovias Brasil e a Transporte Aéreo Nacional. Finalmente, em 1957 adquiriu do empresário catarinense Omar Fontana, 50% do capital da Sadia, que em contrapartida passou a ocupar um cargo na Real.
          Com todas estas incorporações, a frota chegou a 117 aeronaves, que colocaram a empresa em 7° lugar no ranking da IATA, a mais alta posição já ocupada por uma empresa aérea brasileira até então.
          As primeiras rotas internacionais foram abertas em 1951, com voos para o Paraguai. Mas foi a compra dos 87% da companhia que se chamava Aerovias, que fazia voos charter para Miami, que levou a REAL a alçar voos para os Estados Unidos.
          Em 1960 a Real mudou sua denominação para Real Aerovias Brasília e expandiu suas rotas, chegando a Tókio. A homenagem à nova capital federal também combinava com o fato de que era a Real que levava o presidente Juscelino Kubitschek para acompanhar as obras e foi a primeira empresa a colocar linha regular para Brasília. 
          No início da década de 1960, a Real estaria com sérios problemas financeiros e solicitou uma reunião com o então recém empossado presidente da república Jânio Quadros. Logo depois, Jânio quadros teria chamado Rubem Berta, presidente da Varig, intimando-o a comprar a empresa com problema financeiro. Em agosto de 1961, a Real foi comprada pela Varig.
          Erik de Carvalho, o sucessor de Ruben Berta na presidência da aérea gaúcha Varig, chegou a admitir à revista estrangeira Air Travel, que sua companhia, mergulhada no déficit desde 1960 ― teve sua situação agravada pela aquisição do Consórcio REAL-Aerovias-Nacional no ano seguinte (1961).
          A Real chegou a ter uma frota de 117 aviões, dentre eles 86 Douglas DC-3/C-47 e 12 Convair, seis CV-340 e seis CV-440. Tais números a colocaram em 7° lugar no ranking da IATA em relação ao tamanho da frota, a mais alta posição já ocupada por uma empresa aérea brasileira, até então;
          Sua frota de 86 unidades de Douglas DC-3, em 1959, se constituía na maior frota dessa aeronave no mundo.
          Os Electras e Convairs 990A operados pela Varig, foram encomendados pela Real Aerovias. Curiosamente, os primeiros Electras possuíam uma falha de projeto que poderiam fazer com que as asas se partissem durante o voo, o que fez com que ele tivesse uma péssima reputação no país de origem, embora o problema já tivesse sido solucionado. Devido a essa reputação, a Varig tentou cancelar a encomenda da Real, sem sucesso. Porém, os aviões se transformaram num sucesso no Brasil, operando a ponte-aérea Rio-São Paulo durante nada menos que 30 anos.
(Fonte: Wikipédia / IstoDinheiro - 19.01.2019 -partes)