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5 de out. de 2021

Alvoar (Betânia Lácteos / Embaré)

Betânia          
          A laticínios Betânia tem o empresário Bruno Girão como acionista majoritário da Betânia Lácteos, que tem sede no Ceará.
          A Betânia foi recomprada da Parmalat no ano 2000.
          Em 2017, a empresa de private equity americana Arlon, comprou uma fatia societária de 20% na Betânia.
          A Betânia capta 1,1 mil litros de leite por dia de centenas de pequenos produtores regionais, em 130 cidades nordestinas, de acordo com informações que constam em seu site. Pelo dado, é possível estimar que a captação anual da empresa está em cerca de 400 milhões de litros de leite.
          Com cinco fábricas no Nordeste e 12 centros de distribuição, a Betânia é líder na categoria longa-vida (UHT) e iogurte na região. Em outubro de 2021, a empresa iniciou as operações da sua primeira fábrica de leite em pó, localizada em Morada Nova, no Ceará.

Embaré
          A Embaré é dona da marca Camponesa e tem sede em Minas Gerais. É controlada pelas famílias Antunes e Schimdt. Tem sede em Lagoa da Prata e possui, ainda, fábricas em Santo Antônio do Monte e Patrocínio, também em Minas Gerais, 
          A empresa foi criada em 1969, a partir da união das empresas Laticínios Lagoa da Prata e Produtos Alimentícios Embaré. 
          A Embaré é a quinta maior marca em leite em pó, com 4% de participação de mercado, de acordo com a Euromonitor. À frente da empresa nesta categoria estão a Nestlé (43%), a francesa Lactalis (26,3%), a Laticínios Bela Vista, (11,2%) e a Italac (4,5%).
          Os produtos lácteos com o rótulo Camponesa representam 95% da receita da companhia mineira, e o restante corresponde a vendas de caramelos com marca Embaré.
          Com sede em Lagoa da Prata, a Embaré possui, ainda, fábricas em Santo Antônio do Monte e Patrocínio, também em Minas Gerais. 
          A Embaré tem capacidade de processamento de 2,8 milhões de litros de leite por dia. Para ampliar a produção de leite em pó, a companhia arrendou uma fábrica da Quatrelati, em Patrocínio.
          Em 2020, a companhia faturou R$ 1,65 bilhão

Alvoar (Betânia/Embaré)
          A Alvoar Lácteos é resultado da fusão entre a cearense Betânia Lácteos e a mineira Embaré Indústrias Alimentícias, Foi no início de outubro de 2021 que Betânia e a Embaré se uniram e criaram uma gigante do leite. A fusão das operações tinha o objetivo de ganhar fôlego para uma expansão nacional no segmento de produtos lácteos.
          A união resultaria em uma companhia com faturamento de mais de R$ 3 bilhões por ano, que vai disputar o segundo lugar no ranking das maiores empresas do país em captação de leite com a suíça Nestlé. A liderança entre as companhias com números conhecidos é da Laticínios Bela Vista, dona da Piracanjuba.
          A Alvoar Lácteos é propriedade da família Girão, fundadora da Betânia Lácteos; pela família Antunes, fundadora da Embaré; e pelo fundo de private equity Arlon Latam. A fusão foi concluída em outubro de 2021. Cada sócio detém cerca de um terço do capital da empresa. A empresa já nasceu como o quinto maior laticínio do país, atrás de Nestlé, Lactalis, Italac e Laticínios Bela Vista (dona da Piracanjuba), segundo estimativas do mercado. Bruno Machado Girão é o presidente da Alvoar Lácteos.
          O Grupo Alvoar já tem um conselho de administração com sete membros — dois da família Antunes, dois da família Girão, dois da Arlon e um membro independente, que é o diretor-presidente da Mantiqueira Brasil, Márcio Utsch. Os relatórios financeiros foram auditados por cinco anos.
          Juntas, Betânia e Embaré processaram pouco mais de 1 bilhão de litros de leite em 2020. A companhia resultante da fusão deverá acirrar a disputa com Nestlé, que está segundo lugar no ranking após encolher entre 2019 e 2020.
          Com fortes presenças regionais, Betânia e Embaré devem manter suas marcas.
          Para suportar o aumento das vendas, a Alvoar Lácteos abrirá quatro centros de distribuição no Nordeste, com investimento de R$ 100 milhões. O objetivo é ampliar a capilaridade da marca Betânia no Nordeste e manter a liderança da marca Camponesa no Sudeste.
          A companhia pretende investir este ano cerca de R$ 100 milhões na construção de quatro centros de distribuição e na ampliação da capacidade de produção.
          A Alvoar também pretende entrar em segmentos como o de queijos. A empresa investiu R$ 25 milhões na linha de queijos da marca Camponesa (produzidos na fábrica de Lagoa da Prata, em Minas Gerais)
          A empresa contratou a consultora Ana Couto Branding para avaliar a estratégia de lançamento de produtos e posicionamento da marca. A Alvoar é proprietária das marcas Betânia, Bat Gut, Betânia Kids, YoBem, Embaré e Camponesa. A empresa lançou uma linha de lácteos com mais proteína sob a marca YoBem no Nordeste.
          A Alvoar possui nove fábricas em Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia, e 13 centros de distribuição, com 4.000 funcionários. A capacidade de processamento é de 4,8 milhões de litros de leite por dia.
          Em 2022, a Alvoar Lácteos teve receita líquida de R$ 4,3 bilhões. 
(Fonte: Guialat / Jornal Valor - 05.10.2021 / 26.02.2023 - partes)

4 de out. de 2021

Alife-Nino

          A empresa de bares e restaurantes Alife-Nino possui uma rede de 21 bares, entre eles, o Tatu Bola, Boa Praça e Eu Tu Eles, nove restaurantes, como o Nino Cucina, e uma cozinha delivery.
          No início de outubro de 2021 a Alife-Ninno anuncia que o fundo de private equity (que compra participações em empresas) da XP Investments está fazendo um aporte de R$ 100 milhões na empresa.
          Com o investimento, a companhia pretende fazer expansão de suas marcas fora de São Paulo e iniciar um movimento de consolidação desse setor pós-pandemia.
(Fonte: Valor Investe - 04.10.2021)

1 de out. de 2021

BR Spices

          A BR Spices (spices significa especiarias, em português) foi fundada em 2015 pelo paulistano Gabriel Gustavo Daniel, na cidade de Jandira, a 240 quilômetros da capital paulista, onde possui sua fábrica própria.
          Daniel usou sua experiência em publicidade e gastronomia para explorar a demanda do mercado por produtos de maior valor agregado no segmento de temperos. A BR Spices tem um portfólio com mais de 70 produtos.
          Em 30 de setembro de 2021, uma semana após anunciar a compra da Hemmer, a Kraft Heinz - dona das marcas Heinz e Quero - anunciou que faria um investimento na BR Spices para se tornar a acionista majoritária da marca brasileira de especiarias de alto padrão.
          A transação deveria ser concluída no quarto trimestre de 2021. Após o fechamento do negócio, a BR Spices passaria a operar de forma independente e o fundador Gabriel Daniel ficaria à frente da empresa.
          “Uma das principais agendas de crescimento da Kraft Heinz está focada na plataforma de elevação de sabor e a categoria de temperos é a chave nesta estratégia”, diz a empresa.
(Fonte: jornal Valor - 01.10.2021)

27 de set. de 2021

Morganti (Concessionária Mercedes-Benz)

          A Morganti, concessionária de automóveis importados Mercedes, foi criada em 1970 e se tornou a mais conhecida concessionária de automóveis importados Mercedes em São Paulo.
          Em 1992, a concessionária foi comprada pela família alagoana Peixoto Ferreira.
          Em julho de 1995, porém, a Morganti, que teve faturamento de 25 milhões de dólares em 1994, foi 
descredenciada pela Mercedes-Benz sob a acusação de ruptura de cláusulas contratuais.
          Com o arrocho ao crédito e o aumento da alíquota de importação de automóveis, em março de 1995, a revenda passou a apresentar problemas de fluxo de caixa para retirar os automóveis encomendados. Houve também atrasos na entrega dos carros a clientes da concessionária.
          "Já tínhamos conseguido um empréstimo de 3 milhões de dólares quando fomos comunicados do 
descredenciamento", disse Dalmo Peixoto, um dos sócios da Morganti.
(Fonte: revista Exame - 16.08.1995)

Stella Barros

          A a agência de turismo paulista da Vovó Stella Barros foi a primeira a criar pacotes para crianças 
desacompanhadas para a Disney, em 1957.
          Em 1984, a Stella Barros contratou Tia Augusta e Tio Fortunato. O casal foi especialmente contratado para cuidar dos roteiros e pacotes para o parque da Disney. Na nova situação, puderam padronizar o atendimento. Criaram cursos de aprimoramento e treinamento de guias, que deveriam seguir um manual.
          Stella Barros, Augusta e Fortunato faziam a ponte entre o exterior desconhecido dos brasileiros e a fascinação de conhecer o maravilhoso mundo de Walt Disney. Não é à toa que usaram os epítetos, vovó, tia e tio.
          Em 1992, Tia Augusta e Tio Fortunato saíram da Stella Barros e se ligaram à operadora de turismo Turávia, de onde surgiu a Tia Augusta Turismo. A nova agência ampliou os pacotes, além de 
viagens à Disney.
          Em 1994, mesmo como uma das maiores operadoras Disney do Brasil, a Stella Barros tinha boa parte de seu faturamento de 50 milhões de dólares que não tinha nada a ver com Mickey Mouse. Tratava-se da promoção de viagens de incentivo, que respondiam por 25% da receitas da empresa. As viagens eram oferecidas como prêmios para funcionários ou clientes. A carteira de clientes da Stella Barros incluía empresas como Philips, Nestlé e Xerox do Brasil. A General Motors, por exemplo, levou mais de 700 representantes de concessionárias para São Francisco, durante a Copa do Mundo.
          Stella Barros morreu em 2004, um ano depois da falência de sua empresa.
(Fonte: revista Exame - 16.08.1995 / jornal O Estado de S.Paulo - 05.12.2012)

Avery Dennison

          A norte-americana Avery Dennison é um dos maiores fornecedores mundiais de etiquetas autoadesivas e etiquetas com identificação por radiofrequência (RFID). As etiquetas autoadesivas são utilizadas principalmente nas indústrias de alimentos, cosméticos, higiene pessoal e limpeza. A multinacional tem sede em Glendale, Califórnia.
          Em setembro de 2021, a empresa divulga que está investindo cerca de US $ 150 milhões para expandir a capacidade de produção no Brasil. A baixa ociosidade e a velocidade de crescimento desses mercados justificam o investimento, disse Ronaldo Mello, vice-presidente e gerente geral para a 
América Latina. Com o investimento, a Avery terá uma área total de quase 25 mil metros quadrados em Vinhedo, capaz de absorver futuras expansões.
          Os recursos estão sendo direcionados para a construção de uma fábrica de RFID na planta da empresa em Vinhedo, São Paulo, possibilitando a produção nacional de até 90% da demanda por chips da operação local, e para a instalação de um novo self -Laminador adesivo. O equipamento traz ao país tecnologia de ponta para a produção de etiquetas e adesivos recicláveis ​​e aumenta em 30% a capacidade de produção. A operação está prevista para começar no final de 2022.
          Na América Latina, a empresa também possui fábricas no México e na Argentina. A empresa também atua na América do Norte, Europa e Ásia. Em 2020, teve vendas globais de US$ 7 bilhões. Possui cerca de 1.000 funcionários na América Latina, 500 dos quais no Brasil. Em todo o mundo, 
existem cerca de 30.000 funcionários em mais de 50 países.
(Fonte: jornal Valor - 26.09.2021)


Arauco / Masisa

          A Arauco do Brasil tem como atividade principal a fabricação de painéis de madeira de MDF e de MDP. O grupo florestal chileno Arauco, divisão florestal da Empresas Copec possui seis empresas no Brasil com atividades química, industrial e florestais, além de participação societária em outras duas empresas.
          Por volta de 2019, a Arauco comprou a produtora de painéis de madeira Masisa do Brasil, cujo negócio foi aprovado sem restrições pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
          A transação, avaliada em 102,8 milhões de dólares, prevê a aquisição pelo grupo Arauco de fábricas da Masisa localizadas em Ponta Grossa, no Paraná, e Montenegro, no Rio Grande do sul. A Masisa do Brasil, do grupo Masisa, atua na produção de painéis de madeira, dentre eles MDF e MDP. Além do Brasil, o grupo chileno tem unidades fabris no México, Chile, Argentina e Venezuela e florestas no Chile, Argentina e Venezuela.
          A expansão da Arauco no Brasil, também uma das maiores produtores de celulose do mundo, ocorreu após o fracasso de suas negociações com a J&F Investimentos pela Eldorado Brasil. Com a aquisição da Masisa no Brasil, a Arauco poderá se consolidar como o segundo maior produtor mundial de painéis.
          Em 22 de junho de 2022, a Arauco assinou um acordo com o governo de Mato Grosso do Sul para a construção de uma megafábrica de celulose no estado. Com investimentos de R$ 3 bilhões, a nova unidade ficará localizada em Inocência, a 337 quilômetros de Campo Grande. A futura fábrica terá capacidade de 2,5 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano e deverá entrar em operação em 2028.
          Após a assinatura do acordo, em cerimônia com a presença do presidente da Arauco, Matias Domeyko Cassel, e do governador Reinaldo Azambuja Silva, a empresa buscará a licença ambiental, condição para que o investimento seja executado. “Há processos judiciais a cumprir.  Este é o início de uma jornada”, disse Carlos Altimiras, CEO da Arauco no Brasil. Além das licenças ambientais e da confirmação do investimento pela diretoria, a execução do projeto conta com a disponibilidade de madeira para produção de celulose. O projeto requer cerca de 380.000 hectares de área bruta para ser desenvolvido. A Arauco já possui 60 mil hectares, dos quais 40 mil são plantados com eucalipto, e tem várias frentes de negociação abertas para garantir madeira suficiente para iniciar as operações em 2028.           Com distância média de 150 quilômetros entre a usina e as florestas, a unidade será a mais competitiva do grupo chileno. Instalado na margem esquerda do rio Sucuriú, terá acesso rápido aos canais de distribuição de celulose, incluindo a rodovia MS 377, o rio Paraná (a 100 quilômetros) e a malha ferroviária (a 47 quilômetros).
          A estrutura logística foi fundamental na escolha do local, disse Mario José de Souza Neto, chefe de desenvolvimento e novos negócios da Arauco no Brasil. “Estamos avaliando as alternativas para ver quais são as mais viáveis”, disse.
          A implantação do projeto Sucuriú marcará a chegada do grupo chileno à indústria de celulose no Brasil – a Arauco já estava presente no país com operações florestais e quatro fábricas de painéis de madeira. Além disso, aumentará em cerca de 50% sua capacidade de produção da matéria-prima, de 5,2 milhões de toneladas por ano, incluindo a expansão em andamento no Chile, do projeto Mapa, para 7,7 milhões de toneladas por ano. O grupo possui fábricas de fibra no Chile, Argentina e Uruguai, onde é sócio da Stora Enso na joint venture Montes del Plata.
          Durante a construção, o projeto Sucuriú empregará mais de 12 mil trabalhadores, beneficiando cerca de 20 mil famílias da região, segundo o grupo chileno. Em operação, a unidade vai empregar 2.350 pessoas, sendo 550 na planta, entre empregos diretos e indiretos, e 1.800 na silvicultura.
          Em 20 de dezembro de 2023, a Klabin informa que acertou a compra dos ativos florestais da Arauco, concentrados sobretudo no Paraná, por US$ 1,16 bilhão, equivalente a R$ 5,8 bilhões ao câmbio do dia. A aquisição engloba 150 mil hectares totais, dos quais 85 mil hectares de plantio de pinus e eucalipto, e 31,5 milhões de toneladas de madeira em pé.
         Em setembro de 20204, a Arauco terminou a revisão do projeto da sua primeira fábrica de celulose no Brasil e aumentou em 40% a capacidade de produção da futura planta, de 2,5 milhões de toneladas para 3,5 milhões de toneladas por ano de fibra branqueada de eucalipto. Com essa escala, a fábrica em Inocência (MS), será a maior do mundo e demandará investimentos de pelo menos US$ 4,6 bilhões.
          O investimento, o maior da história da empresa, foi aprovado em 24 de setembro de 2024 pelo conselho de administração. Considerando números atuais, o grupo pode produzir 5,2 milhões de toneladas de celulose por ano em fábricas no Chile, Argentina e Uruguai, onde opera uma joint venture com a Stora Enso (Montes del Plata). A unidade brasileira será equivalente em volume a toda a celulose produzida pela empresa no Chile.
(Fonte: jornal Valor - 23.06.2022 / 21.12.2023 / 25.09.2024 - partes)

Total Linhas Aéreas

          A Total Linhas Aéreas escolheu o modelo ATR para operar no transporte de passageiros até 2007.
          Naquele ano, a Total vendeu sua filial de passageiros para a Trip Linhas Aéreas. Posteriormente, em 
2012, a Trip foi incorporada pela Azul.
          O foco então se voltou para a área de cargas, principalmente com os Correios, serviço prestado à estatal há mais de duas décadas. O transporte de passageiros é mantido por fretamento de aviões para 
algumas empresas, como a Petrobras.
          Nos últimos meses de 2021, a empresa retornará ao mercado comercial regular. O presidente da empresa, Alfredo Meister Neto, diz que a ideia é aproveitar a alta temporada, com expectativa de recuperação do setor aéreo, após quase dois anos de pandemia e o avanço da vacinação. Inicialmente, o 
foco serão voos regionais para destinos em São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
(Fonte: jornal Valor - 27.09.2021)

25 de set. de 2021

Banco BCN

          O Banco de Crédito Nacional - BCN foi fundado em 1939 pelo imigrante italiano Francisco Conde, que morreu em 1953. Francisco Conde fundou inicialmente, em 1929, a Casa Bancária Conde & Cia. e, em 1939, o Banco de Crédito Nacional. Quem assumiu o banco após a morte do fundador foi um de seus sete filhos, Pedro Conde.
          Em meados de 1994, o sucessor de Pedro Conde, nascido em 1922, já estava definido - era seu filho mais velho, Francisco, então um dos três vice-presidentes executivos do banco e responsável pela rede de agências. Mas Pedro Conde evitava falar na sua sucessão. Seus outros dois filhos, Pedro, o do meio, e Betina, a caçula, não trabalhavam no BCN. Betina (Albertina) nunca pôs os pés no banco, a não ser para visitas. Quanto a Pedro Filho, ele já trabalhara na empresa - e aí estava o problema. Depois de um desentendimento com o pai, saiu do banco e abriu uma franquia da rede de fast food americana KFC, de frangos fritos, em São Paulo. Desgostoso com esse episódio, Conde, o pai, gostaria de colocar uma pedra sobre o assunto.
          Na verdade, problemas familiares ente os Conde não eram novidade. Como eles detêm o controle do banco, envolvem-se de tempo em tempo em disputas que chegam às páginas dos jornais. Em 1989, quem saiu do banco levando uma bolada calculada em 200 milhões de dólares, como prêmio de consolação, foi o irmão de Pedro Conde, Armando. O motivo foi o mesmo de Pedro Filho: Armando divergia da orientação dada pelo irmão aos negócios. "Nós enxergávamos a atividade bancária de maneira muito diferente", disse Armando na época.
          Continuando a olhar o panorama de meados de 1994, dos outros cinco irmãos de Pedro Conde, apenas dois continuavam vivos, Theresa e Arlindo. Ambos estavam no banco, seja diretamente, seja por meio de seus descendentes, e aparentavam bom relacionamento com Pedro Conde. Arlindo era o então presidente do conselho de administração. Seu filho Daniel era, como seu primo Francisco, um dos três vice-presidentes executivos do BCN. No caso de Theres, quem a representava no banco era o filho Antônio Grisi, também afastado do dia-a-dia das operações.
          Pedro Conde ainda mantinha formalmente o cargo de presidente do BCN. Na prática já não era bem assim, porque conde se afastava cada vez mais do dia-a-dia da administração. Garantia também estar distante das bolsas de valore, nas quais costumava operar como se estivesse jogando pôquer num cassino. Pedro Conde morreu em 2003.   
          Em agosto de 1995, o vice-presidente executivo do BCN, Francisco Conde, deixou o cargo em razão de desentendimentos com seu pai, Pedro Conde. Primeiro dos três filhos de Conde, Francisco era considerado como virtual sucessor no comando do banco.
          Em julho de 1996, por 100 milhões de dólares, o BCN comprou o banco Itamarati de Olacyr de Moraes.
          Em 27 de outubro de 1997, o Bradesco formalizou seu interesse na compra do BCN e poucos dias depois o negócio foi finalizado.
          O BCN era lucrativo e estava redondo, mas Conde não tinha sucessor. Quando comprou o BCN, o Bradesco não queria apenas agências, clientes e funcionários. "Estávamos interessados no conhecimento que eles tinham no segmento de pequenas e médias empresas" disse Márcio Cypriano, presidente do Bradesco e que presidiu o BCN após a compra.
          O banco de Pedro Conde permaneceu operando em separado por um certo tempo e serviu de laboratório para testar ideias e sistemas. Se tivesse sido imediatamente integrado, suas competências se diluiriam na imensa organização do Bradesco. Os bons resultados garantiram a Cypriano a indicação para ocupar o lugar de Lázaro Brandão, o sucessor de Amador Aguiar, à frente do Bradesco.
(Fonte: revista exame - 22.06.1994 / 16.08.1995 / 18.12.1996 - partes)