A Auren Energia é uma empresa de geração de energia criada a partir de ativos da Votorantim e CPP Investimentos. A nova empresa, comandada pelo CEO Fabio Zanfelice, foi criada para investir em ativos do setor elétrico.
Entre as operações está a Companhia de Energia do Estado de São Paulo (CESP), que se tornou subsidiária da Auren e responde por participação relevante no portfólio de geração da empresa.
O portfólio tem 3,3 GW de capacidade, com alguns projetos em andamento. Em 2021, a receita operacional líquida proforma da empresa foi de R$ 6,5 bilhões – incluindo Votorantim Energia, VTRM (ativos eólicos) e CESP. A Auren tem dois projetos solares para desenvolver no Brasil.
Na geração eólica, a Auren opera parques no Piauí que possuem capacidade de geração instalada de 600 MW, considerando dados de março de 2022. A capacidade de geração da CESP, com destaque para a usina de Porto Primavera, é de 1.624 MW, de um total de 2,3 GW de fontes hídricas em operação e 160 MW (pequenas usinas) em desenvolvimento. A empresa também está montando um complexo híbrido (eólico e solar) de 68 MW no Piauí, juntamente com seus ativos.
A empresa possui 2,6 GW médios de potência comercializada e cerca de 500 clientes.
Em 28 de março de 2022, a Auren estreou no Novo Mercado, segmento de governança mais rígida da bolsa brasileira B3, avaliada em R$ 16 bilhões. Na reestruturação e incorporação de ativos para a formação da Auren, os acionistas controladores são a Votorantim S.A., com 37,7%, e a CPP Investments, com 32,1%. O restante (30,2%) é detido por acionistas minoritários da CESP que migraram para a nova empresa, agora robusta e com diversificado portfólio de ativos.
(Fonte: jornal Valor - 29.03.2022)
Auren (ex-Cesp / VTRM) (2ª versão):
A estatal paulista Cesp - Companhia Energética de São Paulo, foi fundada em 1966, ano em que Ademar Pereira de Barros foi governador até 6 de junho e então substituído por Laudo Natel.
A Cesp possui três usinas hidrelétricas: Engenheiro Sérgio Motta - Porto Primavera (1.540 MW), Paraibuna (87,02 MW) e Jaguari (27,6 MW), totalizando 1.654,62 MW de capacidade instalada.
As usinas Ilha Solteira (3,444 MW) e Jupiá (1.551,2 MW), cujas concessões venceram em 7 de julho de 2015, permaneceram sob a operação e manutenção da Cesp, no regime de cotas, até a assunção total do novo concessionário, ocorrida em 1 de julho de 2016.
Considerando dados de outubro de 2021, a Cesp possui usinas hidrelétricas no interior do estado de São Paulo com capacidade de geração de 2,3 GW. E possui também quatro parques eólicos do Piauí - dois em operação e outros dois que começam a gerar em fevereiro - somam 1 GW de potência.
A Cesp foi adquirida pelo grupo Votorantim, em 2018.
Em 18 de outubro de 2021, o grupo Votorantim e a CPP Investiments - braço de investimentos do fundo de pensão canadense CCPIB - anunciaram a criação de uma nova empresa de energia no país. A concessionária de energia elétrica tem valor de mercado de R$ 17 bilhões e será listada no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo B3.
“A nova empresa nasce robusta, capitalizada e com o propósito de continuar investindo em ativos de geração de energia renovável - hidráulica, eólica e solar”, afirmam João Schmidt, CEO da Votorantim, e Rodolfo Spielmann, diretor geral da CCP Investments para a América Latina, em uma declaração conjunta.
Os dois sócios vão reunir as operações que têm sob uma holding controlada meio a meio por eles, além de outros ativos da nova empresa - ainda sem nome. Na operação, a CCP investirá R$ 1,5 bilhão no negócio, enquanto a Votorantim Energia incorpora a Votener (sua comercializadora de energia, a segunda do país) e outros ativos.
Na joint venture, denominada VTRM, estão a Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp) e quatro parques eólicos localizados no estado do Piauí.
A segunda etapa dessa transação é a reorganização societária da Cesp, com a incorporação da totalidade de suas ações pela VTRM. Pela proposta, os acionistas controladores e minoritários da geradora receberão ações da nova empresa, já listada no Novo Mercado. Após a operação, a Cesp passará a ser subsidiária integral.
Atualmente, a VTRM detém 40% do capital total da Cesp, parcela resultante dos 95,3% das ações ON e 13,7% das ações PNB que detém. Caso o negócio seja aprovado da forma apresentada, a VE terá 38% do capital da nova empresa, a CPP terá 32,1% e os acionistas minoritários da Cesp (pulverizados no mercado) ficarão com 29,9%, informou o CEO da VE, Fábio Zanfelice.
A nova empresa nasce com uma matriz energética diversificada, capacidade instalada de 3,3 GW e receita líquida anual estimada em R$ 5,8 bilhões no valor base 2020.
Um grande ativo da Cesp é a comercializadora de energia Votener, com mais de 2,6 GW médios comercializados em 2020, segundo informações da VE. Possui uma carteira de mais de 400 clientes. “Ele atuará como um centro de inteligência de mercado, tornando-se uma peça-chave no portfólio de geração atual e futura da nova empresa”, destaca o Sr. Zanfelice.
A nova companhia elétrica também herda um pipeline de projetos em desenvolvimento com capacidade instalada futura de 1,9 GW - deste número, 1,7 GW de geração solar na região Nordeste, 160 MW de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e 68 MW de geração híbrida (eólica e solar) nos parques do Piauí, que já conta com autorização especial da Aneel.
Segundo Spielman, a CPP já investiu cerca de R$ 3 bilhões na parceria com o grupo Votorantim, incluindo essa operação. No momento, o Brasil é o único país da América Latina onde faz investimentos em energias renováveis. A CPP também está presente em operações de infraestrutura (no caso de saneamento), private equity, imobiliário e crédito privado.
Em 24 de março de 2022, a Cesp informou ao mercado que suas ações serão negociadas na B3 até sexta-feira, 25 de março e, a partir de segunda-feira (28), passarão a adotar o nome Auren Energia (AURE3). As ações da Cesp foram incorporadas pela VTRM Energia Participações (Votorantim), empresa da qual passou a ser subsidiária após a reorganização societária.
Em 15 de maio de 2024, a Auren anunciou que comprou a AES Brasil, por meio de um acordo de combinação de negócios. O valor da operação não foi divulgado. Com a transação, a empresa cresce 2,4 vezes e salta da 13º posição entre as geradoras para a terceira maior empresa do setor de energia elétrica, atrás da Eletrobras e da Engie, com potência instalada de 8,8 gigawatts (GW) de geração de energia renovável e valor de mercado de R$ 30,8 bilhões. A empresa também se consolida como a maior comercializadora de energia do país.
Em 4 de junho de 2024, a Auren anunciou que comprou a Esfera Energia, companhia que atua na área de gestão de energia no mercado nacional, para reforçar seu braço de comercialização de energia no segmento varejista e junto a clientes de médio e grande portes. O valor da transação não foi divulgado.
Em 10 de setembro de 2024, os acionistas da AES Brasil e da Auren aprovaram, em suas respectivas assembleias gerais extraordinárias (AGE), a incorporação da AES Brasil pela ARN Holding Energia, para que depois a Auren incorpore a ARN, em um movimento para combinar os negócios das empresas. Em meados de outubro de 2024, os conselhos de administração da AES Brasil e da Auren estabeleceram o dia 31 de outubro como a data de fechamento da operação de incorporação da
AES Brasil pela ARN Holding Energia, para que depois a Auren incorpore a ARN.
(Fonte: Relatório de Administração - 2016 / jornal Valor - 18.10.2021 / 24.03.2022 / 16.05.2024 / 05.06.2024 / 11.09.2024 / 15.10.2024 - partes)