Em meados de 2021, o grupo Gerdau, presente essencialmente na siderurgia, chega ao mercado com materiais industriais à base de grafeno, através da controlada Gerdau Graphene, então recém
criada.
A empresa foi formada após anos de pesquisa para desenvolver aplicativos para grafeno na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Faz parte da estratégia do grupo lançar negócios adjacentes ao aço. A nova área ficou sob a égide da Gerdau Next, inicialmente uma vice-presidência responsável por novos negócios que se tornará uma divisão.
Um ano depois da fundação, em meados de 2022, a Graphene já produzia comercialmente aditivos à base de água que contêm grafeno para tintas domésticas. Foi o primeiro produto de um grupo destinado a diversas aplicações – plásticos, borrachas, cimentícios (concreto e argamassa), lubrificantes e tintas.
O CFO da Gerdau Graphene, Alexandre Corrêa, disse ao jornal Valor que a empresa está trazendo ao mercado um produto inédito no mundo – um aditivo químico com grafeno embutido – e, ao mesmo tempo, uma tinta própria, a C-Fix. “É a primeira tinta à base de água do mundo que utiliza grafeno em escala comercial”, diz o executivo. Informa também que o produto é fruto de uma parceria com a fabricante de tintas Grafftex e Polystell, empresa de São Bernardo do Campo (SP) que pesquisa e desenvolve aditivos químicos. Entre as aplicações, o C-Fix pode ser aplicado em pisos de concreto, cimento, asfalto e metal, em áreas de tráfego leve, quadras esportivas, escadas, áreas de lazer, pisos comerciais, entre outros.
Descoberto em 2004, o grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, originário do mineral grafite. Segundo a Gerdau Graphene, “tornou-se o maior condutor elétrico, um dos melhores condutores térmicos e um dos materiais mais resistentes”. O grafeno também está sendo usado em pesquisas para fazer parte de baterias para carros elétricos.
A Graphene informa que o C-Fix e suas tintas para pisos foram utilizados pela primeira vez na pintura de parte da siderúrgica da Gerdau em Pindamonhangaba (SP) e a meta é utilizá-lo em todas as siderúrgicas ao longo do ano. “É uma tinta mais resistente à abrasão e que forma uma barreira contra a umidade”.
O C-Fix já está sendo vendido para clientes estratégicos da Gerdau na área de construção e setores industriais. A Graphene já trabalha com uma segunda linha de aditivos voltados para tintas anticorrosivas, redutoras de zinco, para aplicações industriais. O plano é colocá-lo no mercado em 2023. A linha automotiva, por sua complexa formulação, virá mais tarde.
O foco da empresa é em aditivos químicos, minerais e master batch (este último para uso em resinas plásticas PE e PP na fabricação de embalagens) com grafeno. Para este ano, planeja lançar novos aditivos e seus primeiros master batches. Também iniciou a preparação de aditivos minerais (utilizados na indústria de cimento), instalando uma unidade fabril em Ouro Branco (MG), ao lado da siderúrgica da Gerdau.
A empresa tem sede em São Paulo, uma filial em Tampa, nos Estados Unidos, um posto no Manchester Innovation Center, o compartilhamento de um centro de aplicação no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e laboratórios próprios em Mogi das Cruzes, na grande São Paulo.
Em meados de 2022, a Graphene tinha aproximadamente 30 funcionários. No início de 2023, pretendia mudar para o prédio do IPT, que está em reforma e fica ao lado dos laboratórios que desenvolvem as aplicações.
O grafeno é importado de vários fabricantes do Canadá, Inglaterra, Austrália e dos Estados Unidos.
A Gerdau Next já reúne, além da Graphene, as empresas G2Base (obras fundamentais), Juntos Somos + (parceria para e-commerce de materiais de construção), Brasil ao Cubo (construtech), G2L
(logística digital) e Parque Solar Aquarela (energia renovável, com Shell).
Em novembro de 2022, a Gerdau fechou uma parceria com o Fundo Newave para investir até R$ 1,5 bilhão em energia solar e eólica. A siderúrgica explicou que sua controlada Gerdau Next e o Fundo assinaram com a Newave Energia instrumentos vinculantes para subscrição de participação societária no capital social da Newave.
Em 15 de março de 2023, a Gerdau informou que ocorreu o fechamento da operação entre a Gerdau Next e o Fundo Newave Energia I Advisory Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia NW Capital. A transação visa a subscrição de participação societária no capital social da Newave Energia pela Gerdau Next e pelo NW Capital, nas proporções de 33,33% e 66,67%, respectivamente. A Gerdau informou ainda a aquisição de 30% da energia gerada pelos projetos de geração de energia detidos direta ou indiretamente pela Newave e suas controladas, em regime de autoprodução. Nesta primeira fase da operação, a Gerdau Next subscreveu R$ 500 milhões, que deverão ser integralizados no prazo de até 18 meses, conforme chamadas de capital e desde que
atendidas as condições relativas aos aportes de capital acordadas com a Newave.
Em 10 de outubro de 2023, vem a lume a informação que a Newave Capital comprou uma parte do cluster solar Arinos da Voltalia) seis meses depois de formar uma joint venture para adquirir um terço das ações da Newave Energia). O objetivo é desenvolver, construir e operar um novo parque de geração de energia solar na região de Arinos, norte de Minas Gerais. O valor do negócio não foi divulgado. Com 420 megawatts-pico (MWp) de capacidade instalada distribuídos em 820 hectares, a usina exigirá investimentos de R$ 1,4 bilhão e o início das operações está previsto para o final de 2024.
(Fonte: jornal Valor - 19.06.2022 / Finance News - 16.03.2023 ;/ Valor - 10.10.2023 - partes)
O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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21 de jun. de 2022
Gerdau Graphene / Gerdau Next
10 de jun. de 2022
Telegram
No Brasil, o Telegram já enfrentou suspensões diversas vezes por decisões judiciais, após se recusar a cumprir ordens legais. Durov, que fundou o Telegram em 2013 na Rússia, seu país natal, com o objetivo de permitir a comunicação livre em um ambiente de censura, viu sua criação se transformar em uma ferramenta essencial, especialmente para aqueles que vivem sob regimes com forte controle da informação.
Avaliado em mais de US$ 30 bilhões (meados de 2024), o Telegram tem sido alvo de controvérsias e ações legais, principalmente por sua política de não moderação de conteúdo.
9 de jun. de 2022
Caledonian Brewery
Em maio de 2022, a Heineken anuncia que está prestes a fechar a histórica Caledonian Brewery em Edimburgo.
Como um dos principais argumentos, a Heineken disse que a produção da cervejaria “diminuiu constantemente nos últimos 10 anos”, à medida que a cervejaria evoluiu seu portfólio.
A gama de marcas da Caledonian, que inclui Deuchars e Edinburgh Castle, continuará a ser vendida, mas as cervejas serão fabricadas sob licença pela Greene King assim que o período de consulta terminar, na Greene King’s Belhaven Brewery em Dunbar. A Cervejaria Caledonian continuará operando até então.
O diretor da cadeia de suprimentos da Heineken UK, Matt Callan, disse que “O fato triste é que sua infraestrutura vitoriana significa ineficiências e custos significativos, principalmente porque está operando abaixo da capacidade”, disse Callan. “Para modernizar a cervejaria e cumprir nossos próprios compromissos de sustentabilidade, exigiria um investimento contínuo considerável, o que tornaria a operação da cervejaria economicamente inviável.”
A notícia torna a Caledonian a mais recente de uma série de cervejarias a enfrentar o fechamento desde a pandemia em meio ao aumento da inflação. As baixas recentes incluem o London Fields, cuja proprietária, a Carlsberg fechou suas portas e o colocou à venda, bem como um punhado de independentes menores, como Fallen, Beatnikz Republic e Kelham Island. Enquanto isso, a gigante cervejeira australiana Lion está vendendo suas marcas Fourpure e Magic Rock e deixando o mercado do Reino Unido para se concentrar na América.
7 de jun. de 2022
Cellera / Ferring
A Cellera Farma foi criada no início de 2017 por Omilton Visconde Junior (filho do fundador do laboratório Biosintética), em parceria com o fundo Victoria Capital Partners. A Cellera foi fruto da
compra do Instituto Terapêutico Delta e da empresa MIP Brasil Farma.
Omilton Visconde Junior é conhecido na indústria farmacêutica por sua capacidade de ganhar dinheiro montando ou comprando empresas que, após a expansão, são vendidas a múltiplos altos. Esse raciocínio norteia sua nova aposta. "Cellera será uma grande plataforma de negócios em sua área", diz o Visconde Junior.
Visconde Júnior ficou conhecido por seus empreendimentos sequenciais no setor de saúde no país. Entre outras movimentações, vendeu a Biosintetica para o Aché em 2005 e, anos depois, vendeu a Segmenta, de soros hospitalares, para a Eurofarma. Complementa sua carteira de investimentos uma participação de 30% na rede ambulatorial Doutor Agora.
Em abril de 2017, a Victoria Capital Partners e Visconde Junior concluíram a compra da planta de genéricos e similares do grupo canadense Valeant em Indaiatuba, São Paulo, por valor não divulgado. A aquisição da planta já foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e envolveu também a linha de produtos Caladryl, adquirida pela Valeant da Johnson & Johnson em 2012.
Em 2012 Visconde Junior juntara-se ao fundador da Netshoes, Marcio Kumruiam, na Netfarma, a maior farmácia online do país, na qual detém uma fatia de 70% — Kumruiam vendeu sua participação em 2014. Além de manter essa participação, Visconde Junior constituiu a Mip Brasil Farma, que atua no mercado de medicamentos de venda livre (OTC), e agora será incorporada à Cellera Farma. A nova farmacêutica brasileira será comandada por Nelson Libbos, executivo com 45 anos de experiência no setor e com passagens pela presidência de laboratórios como Hoescht, Aventis Farma, Farmasa e Teva Farmacêutica. Sócio de Visconde Junior em outros negócios e ocasiões, o Libbos é sócio da Netfarma e atua como consultor do setor.
A Victoria Capital Partners, por sua vez, tem em seu portfólio de investimentos, entre outros, o grupo argentino Los Grobo, a brasileira Elemidia, a rede chilena de academias Energy e é acionista controladora da Oncoclínicas, a maior rede privada de centros de oncologia da América Latina.
Em junho de 2022, a Cellera Farma assinou um acordo com o laboratório suíço Ferring para a produção e comercialização de um medicamento inovador para a cura da gastroenterologia, no primeiro passo de uma parceria que pode ser mais abrangente no futuro. Para a Cellera, este primeiro projeto representa transferência de tecnologia, ocupação da capacidade instalada da planta de Indaiatuba, e novo salto de receita, com direito a de primeira escolha para a comercialização do novo medicamento.
A Ferring, que está presente em 56 países, agora tem produção local de um de seus medicamentos e usará as amplas bases da Cellera para levá-lo a profissionais de saúde e farmácias de todo o país. A empresa biofarmacêutica, especializada em fertilidade, gastroenterologia e urologia, colocou um de seus 12 centros de inovação no Brasil e quer avançar em pesquisa e desenvolvimento localmente.
A nova droga – um gel que combina duas moléculas existentes para acelerar o processo de cicatrização de fissuras anais e controlar a dor – foi desenvolvida no país, no centro de Ferring. Em projetos futuros, a Cellera pode até ingressar na multinacional nesta fase.
O medicamento entrará na fase 3 de estudos clínicos em 2023 e poderá chegar ao mercado em meados de 2025. Até agora, os investimentos no produto atingiram entre R$ 15 milhões e R$ 17 milhões, e mais R$ 5 milhões devem ser gastos até o registro na Anvisa. Na fase de lançamento (“go-to-market”), os investimentos estão estimados em R$ 50 milhões. “O produto será importante para ambas as empresas”, disse Rafael Suarez, CEO da Ferring no Brasil e líder para a América Latina.
Segundo a multinacional, a escolha da Cellera como parceira levou em consideração a qualidade de seus ativos produtivos, que atendem às exigências de agências internacionais, e a disposição de investir em inovação. Além disso, a proposta é que os medicamentos desenvolvidos pela parceria possam ser internacionalizados sem a necessidade de repetir estudos clínicos no exterior, disse Renato Faro, chefe de P&D e assuntos regulatórios da Ferring.
A Ferring, formada em 1950, pertence a um único proprietário e está no Brasil desde 1985. Em todo o mundo, o grupo fatura US$ 2 bilhões e investe 20% de sua receita por ano em P&D, disse Suarez.
(Fonte: jornal Valor - 09.05.2017 / 06.06.2022 - partes)
5 de jun. de 2022
SIG
Para ampliar sua capacidade produtiva no país, a companhia assinou, no início de junho de 2022, a compra de 100% da Scholle IPN, empresa brasileira com sede em Vinhedo, interior de São Paulo, que produz sistemas e soluções para embalagens sustentáveis de bebidas e outros líquidos.
O valor da compra supera 1 bilhão de euros. “A aquisição da Scholle IPN consolida a SIG como líder mundial em embalagens inovadoras e sustentáveis”, afirmou o presidente e gerente geral das Américas da SIG Combibloc, Ricardo Rodriguez. “Ela é consistente com nossa estratégia de expansão geográfica e de categoria, acompanhada de ganhos de participação em mercados-chave.”
Considerando dados de maio de 2022, a capacidade produtiva no Brasil é de 4,5 bilhões de embalagens por ano. A empresa está presente em 70 países.
(Fonte: IstoÉDinheiro - 03.06.2022)
1 de jun. de 2022
Elma Chips
A história da Elma Chips começa em 1957, quando os imigrantes alemães Eugen Wagner e Viktor Unger chegaram em Curitiba com suas famílias. Para ajudar no orçamento doméstico as mulheres dos dois, Elfriede Wagner e Maria Unger, que eram irmãs, começaram a fazer um salgadinho à base de trigo,
água e sal grosso que lembra o tradicional bretzel alemão.
A receita foi enviada por uma tia que trabalhava numa fábrica de snacks na Alemanha. Esse formato palitinho era feito com a ajuda de um moedor de carne adaptado.
O nome Stiksy e a embalagem verde permanecem até hoje. As irmãs começaram vendendo o produto de porta em porta, e num único mercado, até que em 1962 abriram a padaria e confeitaria Elma,
também em Curitiba.
Mas por que Elma? São as primeiras sílabas do nome das duas: "el" de Elfriede e "ma" de Maria,
El-ma.
Em 1974 a Pepsico resolveu entrar nesse mercado de salgadinhos no Brasil e comprou duas empresas, a Elma Produtos Alimentícios e a American Potato Chips, de São Paulo, de um imigrante
português. A junção das duas formou a denominação Elma Chips.
(Fonte: MDCurioso no Instagram)
31 de mai. de 2022
Aberdeen (Standard Life Aberdeen)
A britânica Aberdeen Asset Management foi criada em 1983 por meio de uma aquisição pela administração de um fundo de investimento. A empresa passou a ser listada na Bolsa de Valores de Londres em 1991. Formava um grupo internacional de gestão de investimentos, gerenciando ativos para instituições e investidores privados de escritórios em todo o mundo. Sua sede ficava em Aberdeen, na Escócia.
Numa sequência de aquisições, em 2000, a Aberdeen comprou a Murray Johnstone, seguida pela Edinburgh Fund Managers em 2003, partes da Deutsche Asset Management em 2005 e 2007, Glasgow Investment Managers em 2007, Goodman Property Investors em 2008, alguns negócios de investimento do Credit Suisse Asset Gestão em 2009, e certos contratos e ativos da RBS Asset Management em 2010.
Em novembro de 2013, a Aberdeen Asset Management comprou do Lloyds Banking Group, a Scottish Widows Investment Partnership (SWIP) em um negócio de £ 660 milhões. O acordo fez da
Aberdeen Asset Management a segunda maior gestora de fundos listada na Europa depois da Schroders.
Estima-se que tenha perdido 3 bilhões de reais com as ações da Petrobras. Manteve os papéis durante anos, até vender tudo o que tinha no fim de 2014 e passar a processar a empresa nos Estados Unidos.
Considerando números do início de 2016, Aberdeen, globalmente, fazia a gestão de 500 bilhões de dólares. Nessa época era a gestora estrangeira que mais aplicava na Bovespa. Tinha 25 bilhões de
reais aplicados na bolsa brasileira.
Em março de 2017, a Aberdeen Asset Management chegou a um acordo para se fundir com a Standard Life, em uma fusão de todas as ações. A Standard Life mudou seu nome para Standard Life Aberdeen em 14 de agosto de 2017, dia em que a empresa deixou de ser listada na Bolsa de Valores de
Londres.
A Aberdeen era dona de 5% da BRF quando esta, à deriva, estava para escolher novo conselho de administração em abril de 2018.
(Fonte: revista Exame 21.03.2018 / Wikipédia - partes)
22 de mai. de 2022
Tinder / Match Group
21 de mai. de 2022
Álya (ex-Queiroz Galvão)
A construção do grupo foi feita com discrição. Os irmãos que controlam a companhia e seus herdeiros mal circulam em Brasília e raramente são reconhecidos fora da roda social de Recife. Não costumam dar grandes festas, não têm jatinhos nem helicópteros. Quando viajam, voam em aviões comerciais.
Esse estilo distante ajudou o grupo a enfrentar o turbilhão provocado pela Operação Lava-Jato. No final de 2014, um executivo e um ex-diretor da companhia foram presos e a construtora do grupo entrou para a lista da Petrobras em que estão empresas que não podem fazer negócio com a estatal.
Graça à atuação no exterior - a Queiroz Galvão presta serviços de construção e engenharia em mais de 20 países -, o grupo poderia ter condições de conseguir manter estável seu faturamento.
Com endividamento preocupante, a família tomou duas ações raríssimas na história da Queiroz Galvão. Primeiro, fez demissões em larga escala. Entre 2015 e 2016, o grupo teria demitido 3.200 - somando 7% do total de empregados. A companhia nunca havia encolhido tanto. Além disso, decidiu vender alguns de seus negócios para fazer caixa.
Nas últimas duas décadas (1996 a 2015), o grupo vendeu apenas duas participações em geradoras de energia. No final de 2015, a estratégia mudou. Sua maior venda foi 49% da fatia da Queiroz Galvão na holding de saneamento Águas do Brasil, por 70 milhões de dólares, para a companhia japonesa Itochu. A empresa colocou mais um conjunto de ativos à venda, que, somados, poderia chegar a 2 bilhões de reais.
Apesar de o grupo Queiroz Galvão viver basicamente do obras públicas, é dono de uma construtora, uma petroleira, uma empresa de saneamento (Águas do Brasil) e outros negócios que, somados, faturaram 15 bilhões de reais, considerando o ano de 2015.
A Queiroz Galvão, em conjunto com a também gigante da construção pesada, Camargo Corrêa é dona do EAS - Estaleiro Atlântico Sul, estaleiro localizado em Ipojuca, estado de Pernambuco.
Em abril de 2022, a construtora Queiroz Galvão passa a se chamar Álya. O novo nome faz referência a uma estrela e marca o que a companhia considera um novo ciclo de crescimento, após anos de crise. A mudança de nome da companhia segue um padrão que tem se repetido entre os grupos envolvidos na Operação Lava-Jato: nos últimos anos, a Odebrecht virou Novonor; a Camargo Corrêa se tornou Mover; a OAS mudou para Metha e a nova construtora do grupo se chama KPE. No caso da Álya, a alteração começou a ser estruturada no fim de 2021. A decisão partiu da avaliação de que a construtora chegou a um estágio de maturidade, com uma dívida reestruturada e uma carteira de projetos em expansão, segundo a fonte.
Além da Álya, o grupo Queiroz Galvão reúne outros negócios, como a Enauta (de óleo e gás), a Vital e a Orbis (ambas de saneamento), a QGDI (braço imobiliário, que está em recuperação judicial), entre outros. A construtora, que já respondeu por 59% do faturamento do conglomerado em 2014, hoje representa 18%.