O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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26 de ago. de 2022
Bamaq
24 de ago. de 2022
Interbrand
A consultoria Interbrand foi fundada por John Murphy em 1974 e tem sua sede em Nova York.
A empresa é especializada em avaliações de marca. A cada ano, a equipe de profissionais se debruça sobre balanços de centenas de empresas em todo o planeta, destrincha relatórios de analistas especializados e realiza pesquisas de opinião para montar a lista das 100 marcas globais mais valiosas. Trata-se da mais respeitada avaliação sobre marcas, publicada em parceria com a revista americana de negócios Business Week.
O executivo inglês Jez Frampton, então presidente mundial da Interbrand, costumava utilizar uma imagem emprestada do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe para definir seu negócio. No livro As Afinidades Eletivas, de 1809, Goethe explica que a Marinha inglesa, na época a mais poderosa do mundo, costumava colocar um fio vermelho na urdidura de todas as cordas usadas em seus navios com o objetivo de identificá-las como propriedade da Coroa Britânica. O fio era impossível de ser removido da corda sem que fosse necessário desmanchá-la completamente. Para Frampton, essa é uma metáfora perfeita para o valor da marca de uma grande corporação. "A marca é como o fio vermelho. Ela permeia todo o negócio, torna-se um poderoso instrumento econômico capaz de gerar valor para a companhia e é impossível de ser separada do todo", disse Frampton à revista Exame em visita ao Brasil em 2008.
O cálculo do valor das marcas surgiu em meados dos anos 1970 como uma ferramenta auxiliar nos processos de fusões e aquisições de empresas. A ideia era atribuir valor a um ativo até então considerado intangível.
Para chegar ao valor de uma marca, a Interbrand, por exemplo, calcula três variáveis. A primeira leva em conta o peso da marca na receita e na lucratividade da empresa com base em dados do balanço financeiro. A segunda avalia por meio de pesquisas a preferência dos consumidores pela marca em relação aos concorrentes. E, por fim, mede-se a competitividade da marca para gerar lucros futuros. Nesse quesito são avaliados fatores como a performance global e a presença dessas empresas em mercados promissores.
(Fonte: revista Exame - 05.11.2008)
19 de ago. de 2022
Kirin Holdings
A gigante cervejaria japonesa Kirin é a sexta maior cervejaria do mundo.
Em meados de 2019, a Kirin adquire a americana New Belgium Brewing. A New Belgium se destaca por ser a cervejaria adquirida de maior tamanho, muito maior do que a Dogfish Head por exemplo, o que provavelmente cria oportunidades para que a Kirin possa inserir uma parte de seu
portfólio nas unidades de produção.
A New Belgium é a quarta maior cervejaria artesanal dos EUA entre as independentes (lista da qual ela deixa de fazer parte) segundo a Brewers Association. Fatores muito importantes da história da New Belgium são o seu forte comprometimento com sustentabilidade ambiental, com destaque para investimento em energia solar e a valorização da bicicleta como meio de transporte, e o fato dela ser 100% propriedade de seus 700 funcionários que possuem cotas da cervejaria e receberão um valor financeiro na venda da empresa para a Kirin.
A Kirin, através de sua subsidiária australiana Lion Little World Beverages, tem investido de maneira consistente na aquisição de diversas cervejarias artesanais pelo mundo cuja estratégia inicialmente focou na Oceania e Europa, e agora começa a chegar nos EUA com a compra da New Belgium.
A atividade da Kirin no mercado norte-americano, porém, não é uma novidade por completo. A empresa detém uma participação minoritária de 24,5% na cervejaria nova-iorquina Brooklyn Brewery, adquirida em 2016.
Globalmente se destacam no portfólio artesanal da Kirin a britânica Fourpure Brewing Co e a australiana Little Creatures, sendo esta última um alvo de investimento da japonesa na direção
de ganhar taprooms em diferentes locais do mundo como Califórnia e Londres.
Em agosto de 2022, a Lion Little World Beverages comunica que vendeu suas marcas Fourpure e Magic Rock e deixa o mercado do Reino Unido para se concentrar na América. A venda foi para a Odissey Inns, mais conhecida pela sua atuação no ramo da hotelaria. A Lion havia comprado as duas marcas em 2018, com a intenção de atuar no mercado de artesanais no Reino Unido. Agora, porém, sacramentou sua saída com a venda das duas companhias, além de outros ativos.
(Fonte: Catalisi - 19.11.2019 / Guia da Cerveja - 16.08.2022 - partes)
18 de ago. de 2022
Equipav
A Equipav é acionista da Aegea, que é uma das maiores empresas de saneamento do segmento privado no país. A Aegea está presente em 57 cidades em 12 estados brasileiros, sendo eles Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Mato Grosso, São Paulo, Pará, Santa Catarina, Rondônia, Maranhão, Espírito Santo, Piauí, Amazonas e Rio Grande do Sul . Outro sócio de peso (da Aegea) é o fundo soberano de Cingapura GIC e do Internacional Finance Corporation (IFC).
A Equipav, e a gestora de ativos Perfin planejam desenvolver juntas uma plataforma de concessão de rodovias no Brasil. A parceria começou com duas concessões em Minas Gerais, mas há planos para estudar novos ativos.
Na primeira quinzena de agosto de 2022, o consórcio formado pelas duas empresas conquistou uma concessão rodoviária na região do Triângulo Mineiro. O Lote Triângulo Mineiro contempla 627 quilômetros de rodovias e prevê R$ 3,2 bilhões em obras.
Alguns dias depois, em 17 de agosto de 2022, o consórcio venceu o leilão para construir o lote Sul de Minas por meio de uma parceria público-privada (PPP). A ideia é que, a partir de então, a parceria se consolide, disse José Carlos Cassaniga, diretor da Equipav Rodovias.
No leilão do Lote Sul de Minas, o consórcio superou a oferta de seu único concorrente, a Monte Rodovias, após leilão a céu aberto. Terminou com uma proposta final de R$ 378 milhões, ou um desconto de 14% sobre o pagamento máximo definido no edital. O lote inclui 454,3 quilômetros de estradas. O investimento estimado é de R$ 2,3 bilhões, e as despesas operacionais são estimadas em mais R$ 2,3 bilhões ao longo do período de 30 anos do contrato.
Os leilões marcam a estreia da Equipav e da Perfin no setor rodoviário. A Equipav já atuou em rodovias. A Perfin já atuava no setor de infraestrutura, mas nas áreas de energia elétrica e saneamento básico. A gestora de recursos possui mais de R$ 23 bilhões sob gestão, dos quais cerca de R$ 6 bilhões são destinados a fundos de infraestrutura.
(Fonte: jornal Valor - 17.08.2022)
17 de ago. de 2022
Eletrosul
Seus ativos equivaliam a 5% do valor de mercado da Eletrobras, da qual fazia parte. A Gerasul e nove de suas usinas foi adquirida pela franco-belga Tractebel (hoje Engie Brasil), que desembolsou 2 bilhões de dólares e a transformou ao longo dos anos, graças a uma gestão profissional e livre de interferência política, na mais valiosa empresa do país no setor elétrico.
Quando privatizou a Gerasul, Fernando Henrique Cardoso tinha o plano de vender outras empresas da Eletrobras, mas esbarrou na mesma resistência política que perdurou por pelo menos duas décadas.
15 de ago. de 2022
INC
Em 12 de agosto de 2022, o INC venceu o leilão da parceria público-privada (PPP) do Rodoanel de Belo Horizonte. Com isso, estreia como concessionária de rodovias no Brasil. No leilão, a empresa ofereceu um desconto de 12,14% sobre o valor que o estado vai pagar. Com isso, derrotou as ofertas de seu único concorrente, o grupo China Railway Construction Corporation (CRCC), que oferecia um desconto de 10,2%.
Com a vitória, o INC terá que seguir em frente com o projeto do anel viário do zero. Inicialmente, o projeto terá 70 quilômetros de extensão e exigirá investimentos de R$ 4,1 bilhões considerando as obras e as desapropriações necessárias.
A construção está prevista para começar em 2024, de acordo com Fernando Marcato, secretário estadual de infraestrutura. O contrato com o INC deve ser assinado em um mês e meio, e a etapa de licenciamento ambiental e plano executivo deve demorar pelo menos um ano e meio.
No total, o anel viário deve ter 100 quilômetros de extensão. Os 30 quilômetros restantes necessários para a conclusão do projeto ainda poderão ser adicionados ao contrato mediante reequilíbrio econômico. Para isso, provavelmente será necessária uma contribuição adicional do estado, que pode vir do novo acordo de compensação que o governo de Minas Gerais está negociando com a Vale, relacionado à tragédia de Mariana, disse Marcato. É provável que seja necessária uma contribuição adicional de R$ 2,1 bilhões.
12 de ago. de 2022
Emccamp
A Emccamp trabalhou principalmente com o extinto programa habitacional Minha Casa, Minha Vida com o atual programa, Casa Verde-Amarela. Mas a construtora vem lançando imóveis com preços mais altos, que podem ser financiados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Os novos condomínios oferecem serviços mais sofisticados, como espaços de coworking, pistas de cooper, quadras de tênis de praia e cinemas ao ar livre.
Em maio de 2021, a Emccamp foi registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para emitir títulos da categoria B. “Abrimos o capital porque entendemos que faz parte do processo de uma empresa madura. Mas como o momento não era adequado por causa da pandemia, decidimos esperar a melhor janela de oportunidade para fazer o IPO”, disse Campos. Segundo o executivo, não há prazo para isso.
Em agosto de 2022 a empresa divulga que investirá R$ 4,5 bilhões em dois anos, dos quais R$ 1,5 bilhão em 2022, já em andamento.
“A empresa está muito animada com o Rio, onde já entregamos mais de 30 mil apartamentos. A meta é lançar R$ 1 bilhão em imóveis por ano na cidade”, disse o diretor comercial da Emccamp, André Campos. O Sr. Campos informou que a Emccamp também lançará em 2022 projetos na região metropolitana de São Paulo, Belo Horizonte e Contagem (Minas Gerais).
O banco de terrenos totalizou R$ 5,45 bilhões. O Sr. Campos disse que o banco de terrenos está atualmente em R$ 6 bilhões. “Temos um banco de terrenos para dois a três anos de empreendimentos”, disse.
A construtora tem atuação na região Sudeste, onde está presente em 16 cidades. É controlada por seu fundador, Régis Pinheiro de Campos, com 42% de participação. Outros sócios são Eduardo Campos (22,8%), Eduardo Filho (8,6%), André Campos (8,6%) e outros acionistas minoritários, todos da família do fundador.
Em 2021, o faturamento da Emccamp foi de R$ 724,8 milhões.
(Fonte: jornal Valor - 11.08.2022)
11 de ago. de 2022
Dejour Club
O empreendimento Dejour Club, uma plataforma flutuante, e primeiro clube flutuante de Santa Catarina, pertencia ao apresentador Álvaro Garnero. Além dele, o empreendimento tinha como sócios
os empresários Reinaldo Oliveira, Marlon Cristiano e Lucas Araújo.
Conhecido como o primeiro clube flutuante de Santa Catarina, o estabelecimento abriu em meados de 2022, mas seria inaugurado no mês de setembro. Atracado e Balneário Camboriú, litoral norte de Santa Catarina, a ideia, segundo os responsáveis, era viajar pelo litoral brasileiro ao longo do
ano.
Segundo a assessoria do empreendimento, a plataforma tinha cerca de 950 metros quadrados e foi construída para receber 700 pessoas. A administração informou que aguardava o fim do período de pesca passar para deslocar a estrutura para o local certo na Barra Sul, e colocar todas as poitas previstas. Havia uma previsão de que aproximadamente 100 pessoas trabalhariam no empreendimento.
Na tarde de quarta-feira, 10 de agosto de 2022, a plataforma estava atracada junto ao píer dos pescadores, na foz do Rio Camboriú. Com a força das rajadas de vento acima de 100 km/h na passagem de um ciclone pelo estado, as amarras se soltaram e, à deriva, a estrutura se desmontou e naufragou. Partes do clube foram parar em praias próximas.
Nas redes sociais, o Dejour Club publicou sobre uma vaquinha on-line para custear a limpeza, retirada dos destroços restantes e para recomeçar o projeto. O prejuízo estimado teria sido em torno de 8 milhões de reais. O apresentar Garnero republicou as imagens da plataforma destruída, que foram divulgadas na página oficial do clube. Reinaldo Oliveira, um dos sócios, viu "toda a tragédia", viu a estrutura ruir, "um sonho gerido durante cinco anos ser destruído".
(Fonte: G1 - NSC TV - 11.08.2022)
Constran / Ferronorte
Olacyr Francisco de Moraes mostrou durante décadas ser um grande empreendedor. Filho de um vendedor de máquinas de costura, ele fundou a Constran em 1957 e, a partir dela, começou a diversificar sua atuação.
Em 1973, Olacyr tornou-se um dos primeiros grandes empresários do agronegócio ao apostar na produção de soja na Região Centro-Oeste do Brasil. Simultaneamente, passou a investir em projetos paralelos, como a construção e a administração de usinas hidrelétricas e, principalmente, da Ferronorte, uma gigantesca ferrovia de 5.200 quilômetros que iria do norte de Mato Grosso ao porto de Santos e seria o principal canal de escoamento da produção de grãos da região.
Ao embarcar em sua aventura ferroviária, Olacyr de certa forma transformou-se numa espécie de Percival Farquhar moderno. Assim como o empresário americano que foi à bancarrota depois de construir a ferrovia Madeira-Mamoré (Porto Velho a Guajará-Mirim), no início do século XX, Olacyr afundou suas empresas com seu sonho megalômano de ligar por trilhos os limites da Amazônia ao maior porto do país. Para iniciar a obra, em 1989, investiu mais de 200 milhões de dólares em recursos
próprios. A intenção era bancar a conta com as recitas da Constran, que atuava basicamente na área de infraestrutura.
A partir daí, tudo deu errado. A Constran, cuja receita vinha principalmente de obras públicas, levou sucessivos calotes de governos estaduais e prefeituras quebrados pela crise econômica que o país atravessava. Para não interromper a obra da Ferronorte, Olacyr tomou outros 200 milhões de dólares emprestados em bancos. Confiante em seu trânsito pelos bastidores do poder, acreditou que poderia liquidar esses empréstimos assim que os governadores lhe pagassem ou que a ferrovia começasse a funcionar. Não aconteceu nem uma coisa nem outra. Até fins de 2008, Olacyr não recebeu um tostão pelas obras que realizou naquela época - a dívida dos governos com o empresário chegou a 1 bilhão de reais. A Ferronorte, por sua vez, empacou na fronteira de Mato Grosso do Sul e São Paulo porque o governo paulista atrasou sete anos a construção de uma ponte sobre o rio Paraná.
Endividado e pego no contrapé pelos juros altos da década de 1990 (cerca de 18% ao ano), Olacyr sucumbiu. No início da crise tentou reverter a situação, tentando rolar dívidas, negociar com prefeitos e governadores e recuperar as empresas. Todas as inciativas naufragaram. Ele também passou a ser investigado em processo sobre superfaturamento de obras públicas, como do túnel Ayrton Senna, em São Paulo, e da usina de Xingó, em Pernambuco.
Em 2004, chegou-se a cogitar que a vida de empresário de Olacyr havia acabado quando ele foi obrigado a vender a fazenda Itamaraty, ícone dos áureos tempos de seu império. "Depois disso, a frase que mais ouvíamos de Olacyr era que ele não havia trabalhado tanto para acabar como um fracassado",
disse um amigo. Coragem para continuar tentando ele tinha.
Por quase duas décadas, Olacyr foi considerado um dos homens mais poderosos do país. Seu império de 40 empresas estava entre os dez maiores conglomerados brasileiros e seus negócios agropecuários lhe conferiam o título de maior produtor de soja do mundo e era comumente chamado de rei da soja.. Quando estava no auge, na primeira metade dos anos 1990, o patrimônio de Olacyr chegava a 1,2 bilhão de dólares, o que lhe garantia um posto entre os 200 homens mais ricos do planeta, segundo uma lista da revista Forbes. Foi quando se deu o desastre. Vergado por dívidas de 1,4 bilhão de reais, fruto de investimentos mal feitos, o império de Olacyr se desfez em escombros. Para pagar as contas, o empresário passou o período de 1996 a 2008 vendendo fazendas, usinas, imóveis e todo tipo de bens, entre eles dois jatos Citation de uso pessoal. Em fins de 2008, com 95% da fatura paga e o saldo remanescente em processo de negociação com credores, Olacyr, então aos 77 anos, se preparava para
voltar aos negócios.
Em julho de 2008, a construtora Constran, então seu único negócio remanescente, fechou com a empresa de logística ALL (hoje Rumo) seu primeiro contrato significativo em mais de uma década, no valor de 700 milhões de reais. Ao mesmo tempo, Olacyr ensaiava os primeiros passos em novas áreas, como telefonia e mineração. Sua intenção era dar início a um novo gripo, batizado com as iniciais de
seu nome, OFM.
Das novas apostas de Olacyr, a mais ousada era a que envolvia uma empresa voltada para serviços de telecomunicações pela internet, batizada de LegalPhone. O negócio girava em torno de um dispositivo que permite chamar pela internet a custo reduzido. O software foi desenvolvido por uma companhia americana, a Global IP Solutions, e a diferença para outros sistemas desse tipo é um teclado encomendado a um fabricante chinês. Com fone e caixas acústicas acopladas, o teclado permitiria ao usuário fazer chamadas de voz pelo sistema VoIP sem ter de acessar sites de internet como ocorre com
o Skype.
Olacyr negociou o lançamento do serviço com grandes operadoras de telefonia e sua expectativa era alcançar 500.000 assinantes ainda no primeiro ano de operação - o que significava uma receita aproximada de 200 milhões de reais. Tudo isso, evidentemente, no cenário mais róseo.
Olacyr de Moraes faleceu em 2015.
(Fonte: revista Exame - 05.11.2008)