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15 de ago. de 2022

INC

          O grupo italiano INC, que tem sede em Turim e é controlado pela família Dogliani, atua como construtora, mas também administra duas importantes concessões rodoviárias na Itália.
          A INC tenta ingressar no mercado de infraestrutura do Brasil desde 2019. Naquele ano, a empresa chegou a estudar a PPP da ponte Salvador-Itaparica, mas acabou não participando do leilão, que foi vencido por um consórcio formado pelos grupos chineses CRCC e CCCC.
          Em 12 de agosto de 2022, o INC venceu o leilão da parceria público-privada (PPP) do Rodoanel de Belo Horizonte. Com isso, estreia como concessionária de rodovias no Brasil. No leilão, a empresa ofereceu um desconto de 12,14% sobre o valor que o estado vai pagar. Com isso, derrotou as ofertas de seu único concorrente, o grupo China Railway Construction Corporation (CRCC), que oferecia um desconto de 10,2%.
          Com o desconto, o governo mineiro terá que desembolsar R$ 2,4 bilhões. Esse desconto incide sobre a contraprestação (R$ 91,1 milhões) a ser paga nos três primeiros anos e a contribuição inicial para a obra (R$ 2,1 bilhões). Além disso, será feito um pagamento adicional de R$ 211 milhões, que será direcionado para uma conta de contingência do projeto. Parte do dinheiro vem do acordo de indenização firmado entre o governo do estado e a mineradora Vale vinculado aos danos causados ​​pela tragédia de Brumadinho.
          Com a vitória, o INC terá que seguir em frente com o projeto do anel viário do zero. Inicialmente, o projeto terá 70 quilômetros de extensão e exigirá investimentos de R$ 4,1 bilhões considerando as obras e as desapropriações necessárias.
          A construção está prevista para começar em 2024, de acordo com Fernando Marcato, secretário estadual de infraestrutura. O contrato com o INC deve ser assinado em um mês e meio, e a etapa de licenciamento ambiental e plano executivo deve demorar pelo menos um ano e meio.
          No total, o anel viário deve ter 100 quilômetros de extensão. Os 30 quilômetros restantes necessários para a conclusão do projeto ainda poderão ser adicionados ao contrato mediante reequilíbrio econômico. Para isso, provavelmente será necessária uma contribuição adicional do estado, que pode vir do novo acordo de compensação que o governo de Minas Gerais está negociando com a Vale, relacionado à tragédia de Mariana, disse Marcato. É provável que seja necessária uma contribuição adicional de R$ 2,1 bilhões.
(Fonte: jornal Valor - 15.08.2022)

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