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18 de abr. de 2023

Paris Review

          The Paris Review foi criada por Harold L. Humes, Peter Matthiessen e George Plimpton, os três expatriados americanos que a lançaram na primavera francesa de 1953, contendo um texto de Henry de Montherlant e poemas e contos de Philip Roth e Terry Southern, então dois ilustres desconhecidos – e 
uma entrevista do romancista britânico E.M. Forster, articulada por Plimpton.
          Durante duas décadas teve sua sede no n.º 8 da rua Garancière, na Rive Gauche, em Paris. Tão acanhada era a redação parisiense, que as reuniões de pauta eram feitas nos bares das vizinhanças.
          Em 1973, passou sua sede para Nova York, para onde se mudou.
          Em 2022, continuou sua trajetória, sob comando feminino: Emily Stokes, egressa da The New Yorker.
          Agora menor no tamanho, menos glamourosa, com folhear mais macio, a nova velha Paris Review continua trimestral. Na capa da edição de aniversário de 70 anos, uma ilustração do escocês Peter Doig, retratando seu filho a encarar dois ovos fritos, num café à beira de um canal londrino. Cadê Paris? Presente na influência impressionista (Cézanne, Manet) explicitada no desenho. Em vez de uma, 
três entrevistas, com autoras mulheres, uma das quais a Nobel polonesa Olga Tokarczuk.
          Apesar do empurrão inicial da CIA, através de Mathiessen, bem relacionado com o Congresso pela Liberdade da Cultura, polinizador de publicações intelectuais mundo afora, alentadas pela Guerra Fria, como Encounter, Preuves, Mundo Nuevo e a carioca Cadernos Brasileiros (1959-1970), a grana sempre foi curta na revista. A estiva era tocada por jovens estagiárias de nível universitário emigradas da América e à cata de emprego. Mas Jane Fonda não precisou mourejar lá muito tempo. A entrevistona, até hoje a peça de resistência da publicação, foi uma sacada esperta de Plimpton. Saía de graça e com nomes totalmente fora do orçamento disponível. Dínamo da revista e de tudo em que se metia, o atlético e festivo correspondente em Paris da Sports Illustrated, "ersatz" e amigo de Hemingway, a quem, aliás, entrevistou duas vezes, fez-se cupincha de quase toda a intelectualidade 
transatlântica.
          No início sem verba para adquirir um gravador, três candidatos a jornalistas, críticos ou escritores se esfalfavam para mais acuradamente registrar as palavras dos entrevistados. Eram (e ainda são) conversas calmas, altamente civilizadas, conduzidas com seriedade e autoridade. Estupendo repositório de revelações, indiscrições, platitudes, dicas técnicas e observações agudas e maledicentes, por elas ficou-se sabendo, entre outras preciosidades, que Evelyn Waugh não apreciava a obra de Faulkner, Simenon escrevia rápido por não conseguir conviver mais de 11 dias com os mesmos personagens, Borges adorava o filme West Side Story e Tokarczuc só engrena na escrita depois de jogar paciência e
tomar uma boa xícara de chá preto.
          Quase todas as entrevistas alcançaram status livresco. Com o título de Escritores em Ação, a Paz e Terra traduziu 14 delas, em 1965, e a Companhia das Letras mais que o dobro disso em três volumes, duas décadas depois. Clarice Lispector tinha a sua edição da Paz e Terra cheia de anotações.
‘Paris Review’ chega aos 7O anos ainda jovial e atraente. A jovem Jane Fonda trabalhou brevemente na redação da revista. Chega sem corromper os princípios básicos estabelecidos por Harold L. Humes, Peter Matthiessen e George Plimpton,
          Numa época em que revistas literárias, mesmo em países bem fornidos de letrados e literatos, tendem a desaparecer prematuramente, chegar ao número 243 é façanha das mais notáveis.
(Fonte: ? )

Voss (água mineral)

          A água natural VOSS é captada num aquífero longe de qualquer forma de poluição, em plena natureza selvagem do sul da Noruega, no deserto gelado, sob uma formação rochosa subterrânea. Originária de uma fonte artesiana, não é filtrada e contém apenas um total de 22 mg de sólidos dissolvidos.

Voss Still Bottle          Se quando degustamos vinhos, cafés, azeites, conseguimos sentir as nuances da região, do solo e do método de produção pelo sabor, quando o assunto é água, o critério é o oposto: a pureza, ou seja, a ausência completa de sabor é o que se busca. A composição geográfica da Noruega permite possuir a água mais pura do mundo. Uma curiosidade é que a primeira coisa que muitos dos noruegueses querem fazer quando voltam de uma viagem ao exterior é
tomar a água “nacional”.
          A excelência da água VOSS atribui a ela uma expressiva personalidade. Isso instigou dois amigos de infância e empresários a levarem para o resto do mundo o produto. Christopher Harlem e Voss Ole Christian Sandberg, cientes dos atributos e distinções da Água, buscaram apresentá-la ao mercado com sofisticação e elegância. Após esforços para conseguir a atenção das agências de design criativo na Noruega e em Nova York, com êxito provocaram o interesse de Neil Kraft, diretor criativo ex-Calvin Klein, que compôs a garrafa cilíndrica, semelhante a de um frasco de perfume. O sucesso foi espontâneo, a VOSS tornou-se uma marca imediatamente reconhecível.
          Visionário, Christopher Harlem, também teve “feeling” ao perceber o mercado para o produto tão diferenciado. Quando estudava em San Francisco, ele percebeu que muitos de seus colegas estavam carregando garrafas de água tanto para exibir estilo de vida quanto para obedecer à sede, assim ele dividiu o “insight” com Sandberg. Após extensa pesquisa decidiram oferecer água de alta qualidade – para público com contas e conceitos de alta qualidade.
          O produto foi se tornando um must-have em bares exclusivos, clubes, hotéis, restaurantes, spa’s e iates em todo o mundo. VOSS seduziu o público “cool” e menos conservador das classes AA e A que não se importam em pagar mais por uma dose límpida de estilo.
          Hoje ela é exportada para 35 países e autêntica em estilo, está no cardápio dos melhores restaurantes e baladas do mundo.
          A água VOSS é distribuída em todo Brasil pela Importadora Casa Flora, nas embalagens : Vidro - Still & Sparkling (375ml) , Still & Sparkling ( 800ml), e pet: 330ml, 500ml, 850ml
(Fonte: Conceito de Luxo (Luis Guilherme Zenga)

12 de abr. de 2023

Rappi

          No fim de abril de 2019 a companhia colombiana de delivery Rappi Brasil, com sede na zona Sul de São Paulo, recebeu um aporte de US$ 1,2 bilhão.
          Com visitas cada vez mais frequentes a São Paulo, Sebastian Mejía buscava, em meados de maio de 2019, um apartamento na capital paulista. A meta era encontrar um imóvel próximo do escritório da Rappi. A mudança de domicílio é consequência do papel crescente que o Brasil vem ocupando na estratégia da companhia de entrega de produtos.
          Em 10 de abril de 2023, a Rappi anunciou um acordo para a aquisição da empresa brasileira Box Delivery, que atua no “atacado” do setor de entregas de alimentos e produtos no país. O valor acordado para a compra de 100% da Box não foi divulgado, mas a Rappi, uma companhia sem grande histórico de aquisições, confirmou que trata-se do maior negócio de sua história. A Box foi fundada em 2016, em Santos (SP), e atua no serviço de logística de entregas para empresas, tendo como clientes Ultrafarma, Burger King, entre outras companhias. Em 2022, a Box Delivery teve um faturamento de R$ 200 milhões.
          Em abril de 2023 a Rappi adquire a Box Delivery, fundada pelo executivo paulista Felipe Criniti. Em 20 de julho de 2023, Criniti passa a ocupar o posto de CEO da Rappi no Brasil, que era de Tijana Jankovic, que, desde o início de maio, assumiu como vice-presidente global de negócios do Rappi.
(Fonte: Valor - 15.05.2019 / Infomoney - 10.04.2023 / Época Negócios - 20.07.2023 - partes)

5 de abr. de 2023

Messen / Faros

          A Messem Investimentos e a Faros Private, eram originalmente escritórios de assessorias de 
investimentos (os antigos agentes autônomos) ligados à XP.
          Em 4 de abril de 2023, as casas anunciaram a fusão dos negócios. Com a combinação das operações, a nova empresa será a maior corretora independente do país, com R$ 65 bilhões sob custódia e mais de 50 mil clientes.
          O objetivo da nova e combinada Messem/Faros é alcançar R$ 100 bilhões sob gestão até o fim de 2024, de acordo com o comunicado divulgado pelas empresas ao mercado. A XP permanecerá como sócia dos negócios.
          O processo de constituição da corretora está em análise final pelo Banco Central. A previsão é de que a nova empresa seja autorizada a operar no mercado no segundo semestre de 2023. Assim, as duas casas terão, somadas, 58% de participação acionária na nova corretora, enquanto a XP ficará com uma fatia de 42%.
          Por isso, as marcas seguirão inicialmente separadas, "mas passarão a atuar de maneira conjunta quando a empresa operar como uma corretora única", diz o informe à imprensa.
          As empresas destacam que a complementariedade dos negócios motivou a fusão, uma negociação que levou 12 meses. Enquanto a Messen é especializada em alta renda e varejo, a Faros se destaca no segmento de private e wealth management (gestão de patrimônio privado e riquezas). Outra área que ganhará tração com a combinação dos negócios é a de family offices (a gestão de fortunas familiares).
          A Messem/Faros passará a ter unidades em 25 cidades no território nacional, abrangendo 10 estados mais o Distrito Federal, e presença internacional. Com a fusão, a equipe passa a ter 450 assessores de investimentos e 700 pessoas trabalhando na operação no total (somando assessoria de investimentos e suporte).
(Fonte: jornal Valor - 04.04.2023)

30 de mar. de 2023

2W

          A empresa de energia 2W foi fundada pelo empresário Ricardo Delneri, que também criou a Renova, uma das pioneiras em energia renovável no país.
          Em dezembro de 2021, a empresa levantou R$ 400 milhões e foi avaliada na época em R$ 2,7 bilhões.
          Nas primeiras semanas de 2023, a 2W cogitou tirar do papel os planos do IPO na B3 e visitou diversos investidores em um non-deal roadshow, mas as condições de mercado não eram favoráveis ao IPO. A empresa contratou a consultoria Laplace e os bancos BTG Pactual, Santander, UBS BB e Itaú BBA para o IPO.
          Depois de passar o início do ano conversando com potenciais investidores para aguçar o apetite pelo IPO, a empresa passou a conversar com gestoras de recursos e não descartaria a entrada de um investidor estratégico. A busca por um fundo ou mesmo um investidor estratégico, aproveita o momento de maior interesse das empresas do setor energia renovável, com a atratividade da agenda ESG.
          A 2W é bem conceituada no mercado financeiro, com grandes projetos, mas é capital intensiva e os custos aumentaram. O CEO da empresa, Claudio Ribeiro, disse ao jornal Valor que a companhia não tem pressa em abrir o capital e espera publicar um balanço financeiro sólido.
          As dívidas de seus projetos – Anemus e Kairós – seriam de longo prazo, com os vencimentos mais curtos da holding, mas nada que pressione a empresa.
          Dos projetos eólicos, o primeiro começou a operar em janeiro de 2023 e o segundo, em fase de construção, tem previsão para ser concluído em 2023.
(Fonte: jornal Valor - 29.03.2023)

24 de mar. de 2023

Cremer (Dental Cremer)

          A Dental Cremer Dental Produtos Odontológicos S.A. fundada no ano de 2000, em Blumenau estado de Santa Catarina.
          Distribuidora de produtos e serviços voltados aos profissionais da odontologia no Brasil, a empresa atua em diversos segmentos da área e atende cirurgiões-dentistas, clínicas odontológicas, técnicos de prótese, laboratórios e estudantes de odontologia.
          A empresa é referência no mercado odontológico com mais de 50 mil itens em seu portfólio. Para isso, disponibiliza desde insumos e equipamentos de uso clínico, papelaria, materiais de escritório, entre outros produtos.
          A Dental Cremer possui a parte administrativa e de distribuição em regiões diferentes. As unidades administrativa localizam-se em Blumenau e Curitiba. O centro de distribuição fica em Itapeva, Minas Gerais.
          É da gestora Tarpon o caso de maior sucesso de ativismo no Brasil, em sua intervenção na gestão da fabricante de produtos médico-hospitalares Cremer, em 2009.
          Em 2016, a Tarpon fez o spinoff do negócio odontológico da Cremer, a Cremer Dental, vendida à Henry Schein, líder mundial no setor, por um valor não revelado. No Brasil, a empresa tem a denominação de Henry Schein Brazil Dental.
          Em 7 de novembro de 2019, após 10 anos dividindo o prédio com a Cremer, no bairro Itoupava Seca, a Dental Cremer, maior distribuidora de produtos odontológicos da América Latina, mudou-se para a Rua das Missões, no bairro Ponta Aguda. A nova sede da Dental Cremer conta com uma área de mais de 3 mil metros quadrados e tecnologia de ponta para abrigar seus mais de 500 colaboradores. O espaço inclui várias salas de reunião, auditório, sala de treinamento e espaço para descanso.

(Fonte: Wikipédia / O Município - Blumenau - 11.11.2019 - partes)

Oswaldo Cruz Química

          O Grupo Oswaldo Cruz Química, é um dos maiores grupos do setor químico da América Latina. Composto por 21 empresas que atuam em diversos segmentos da indústria química, o grupo atende diferentes perfis de clientes e mercados, oferecendo expertise e tecnologia no fornecimento de insumos e produtos para todo o mundo.
          A Oswaldo Cruz Química é uma das principais participantes no mercado latino-americano de especialidades químicas. 
          Em 23 de março de 2023, a Oswaldo Cruz Química informou que adquiriu a Elekeiroz, empresa líder no setor de oxo-álcoois, plastificantes, anidridos ftálicos e maleicos e ácido sulfúrico no Brasil. A aquisição foi feita junto a uma das afiliadas do grupo H.I.G. Capital. A H.I.G. comprara a Elekeiroz da Itaúsa, em abril de 2018.
(Fonte: BusinesWire-YahooFinanças - 23.03.2023 - parte)

20 de mar. de 2023

Charvet Camisaria

          No número 28 da Place Vendôme, em Paris, funciona a Charvet, a primeira camisaria da história. A abertura da loja, em 1838, foi uma resposta à moda da época: os dândis aristocratas precisavam de uma peça de baixo ajustada ao corpo para exibir sob os coletes. Herdeira direta da lingerie do século XVIII – na falta de banho frequente, a camisa de baixo, disforme e folgada, era trocada em nome da higiene -, ela ganhou o colarinho, colocado em evidência pelo colete fechado, e os cortes curvos na altura das axilas e do pescoço.
          A história da Charvet impressiona tanto quanto a discrição dos donos, que, em tempos de rede social e de altas somas investidas em marketing, não se preocupam sequer com o site, constantemente em pane. A maioria dos CEOs se apressaria em contar que o fundador, Joseph-Christophe, era filho de Jean-Pierre Charvet, responsável pelo guarda-roupa de Napoleão I, e que a prima Louise fazia as camisas de baixo do imperador. Joseph-Christophe inventou o negócio de vender os tecidos, medir o cliente e fabricar as peças num mesmo endereço. É dele a autoria da gola dobrada, em uso até hoje.
          Anne-Marie Colban, responsável pelo negócio ao lado do irmão Jean-Claude, mal toca no assunto. Depois de muita insistência, ela confirma uma das lendas em torno da loja: sim, Boy Capel, amante de Coco Chanel, era cliente inclusive do perfume Charvet, do início do século XX. O frasco é idêntico à embalagem do Chanel n°5, criado décadas depois. A proprietária também se desvia do assunto quando questionada sobre quem entra no elevador que leva ao 2º andar, o santuário das camisas sob medida (o térreo é dedicado a gravatas, roupões, lenços de seda).
          “Ninguém quer que seu médico fique contando quem passou pelo consultório”, justifica. Mas é notório que vários chefes de Estado (de Jacques Chirac a Barack Obama), monarcas (príncipe Charles, hoje rei Charles III, da Inglaterra, ao sultão Abdul Hamid, da Turquia), artistas e escritores (de Henry Matisse a Oscar Wilde) passaram por ali. Sem esquecer a modelo Kate Moss, a atriz Uma Thurman e a diretora Sofia Coppola, freguesas assumidas.
          O ponto é o único com o serviço de modelos sob medida, responsável por 60% do faturamento; os corners nos Estados Unidos, no Japão e na Inglaterra vendem o prêt-à-porter. “Nossa produção tem limites”, diz ela sobre os ateliês em Saint-Gaultier, no centro da França. Se no prêt-à-porter as camisas são vendidas a partir de 305 euros, os modelos únicos custam entre 535 e 1 040 euros, devido ao tecido. São mais de 6 000 tipos, incluindo uma seleção de centenas de azuis e mais de 500 brancos (por ora, o mais em voga é o avioletado, desbancando a era dos azulados, enquanto os amarelados são os favoritos no Oriente Médio). Jean-Claude se ocupa dos segredos da tecelagem, que vão desde a análise do fio de algodão até o controle do tingimento natural feito no fio, que garante a gama enorme de nuances.
          O ritual do 2º andar não mudou desde a criação da maison, que passou de geração para geração até 1965, data em que os Charvet, sem herdeiros, venderam o negócio para Denis Colban, o principal fornecedor de tecido e pai de Anne-Marie e Jean-Claude. No primeiro encontro, o cliente vai, durante mais de uma hora, medir as proporções de seu corpo. Até o lugar exato de cada botão, feito de conchas australianas, é calculado.
          Dez dias depois, vêm a prova do protótipo de algodão branco e a escolha do tecido final. Até poder vesti-la, terão se passado cerca de cinco semanas. Cada comprador tem seus dados anotados em fichas de papel, guardadas em gavetinhas. “São mais confiáveis do que os computadores”, explica Anne-Marie. O dossiê serve para as próximas encomendas, que podem ser feitas a distância, graças ao envio de amostras de tecido. “Fiquei sabendo que algumas marcas fazem a pessoa entrar em uma espécie de cabine de raios-X para tirar as medidas do corpo! Elas esqueceram a dimensão humana da nossa profissão”, critica Anne-Marie.
(Fonte: Veja-sp-26.06.2015)

Strada

          A empresa de logística Strada nasceu em meados de março de 2023, da fusão da Carguero – empresa de logística que a Amaggi e a Dreyfus criaram em 2019, com investimento de R$ 50 milhões, e da qual ADM e Cargill se tornaram sócias dois anos depois – e o Tip Bank, empresa de pagamentos para transporte rodoviário frete que existe desde 2007. O processo de formação da Strada durou três anos. Metade desse tempo foi necessário para que o Banco Central e o Cade, regulador antitruste do Brasil, concluíssem a análise da operação.
          Amaggi, ADM, Cargill, Louis Dreyfus Company e Datablog são sócios, portanto, da Strada, empresa de logística que nasceu com 170 mil motoristas cadastrados e a expectativa de transportar 40 milhões de toneladas de cargas.
          Na prática, a partir de março de 2023, essas tradings, que são as maiores exportadoras do agronegócio nacional, passam a ofertar todas as suas cargas na plataforma. Transportadores e motoristas terão acesso às cargas e a um sistema de informações de rastreamento que está sendo desenvolvido.
          “Tem havido uma falta de conectividade nesse mercado. Onde está o caminhão e quando ele chegará são questões que permitirão que terceiros planejem a carga do navio ou trem, por exemplo. Vamos criar valor para os clientes com dados”, diz o CEO da Strada, Rodrigo Koelle, que até o final de 2022 comandava as operações de transporte e logística da Cargill na América Latina.
          O negócio será mais do que apenas uma plataforma para o transporte de cargas. “Estamos formando uma rede comum de inteligência na área de transporte. Vamos conectar os diferentes participantes dessa cadeia, recebendo informações, processando e prestando serviços”, explica Koelle.
          A Strada também está desenvolvendo outra ferramenta que permitirá leilões reversos de frete para mostrar o melhor preço para os embarcadores e transportadoras. Outro diferencial vem do lado fintech da empresa, que agrega diversos recursos à conta digital do caminhoneiro. Conta ainda com uma rede de mais de mil postos de gasolina, vale-pedágio, digitalização de documentos de viagem e soluções financeiras para transportadoras e motoristas, como consignação de recebíveis.
          Segundo Koelle, as plataformas disponíveis hoje possuem cargas duplicadas e ofertas falsas de empresas que estão apenas testando o preço naquele momento. “Vamos dar segurança a todos os envolvidos, com empresas e motoristas que passaram por triagem e sistemas de segurança.”
          Hoje, 75% do volume ofertado na Strada vem de tradings, com cerca de 3 mil caminhões por dia. Mas a intenção é mudar essa participação para 30%. A empresa só não vai operar na última milha. A 
receita virá dos serviços prestados, que podem ser individuais ou em pacotes.
          A Strada tem potencial para mudar o transporte de produtos agrícolas no país ao reunir alguns dos maiores grupos do agronegócio mundial. Se o empreendimento der certo, os sócios pretendem levar o negócio para outras partes do mundo.
          A sede da empresa fica no centro empresarial e tecnológico Cubo Itaú, em São Paulo, onde 
trabalhará parte de seus 300 funcionários. As demais serão distribuídas em todo o país.
(Fonte: jornal Valor - 20.03.2023)