Total de visualizações de página

23 de jun. de 2024

Leo Madeiras

          A empresa brasileira  Leo Madeiras, fornecedora de painéis de madeira e produtos de carpintaria, foi fundada em 1943.
          A empresa pertence à família Seibel, uma das mais ricas do Brasil, e é dirigida desde 2013 por Andrea Seibel, que assumiu a liderança deixada pelo tio, Hélio, após uma tentativa de profissionalização da gestão, que não deu certo. “Ele é nosso grande empresário”, disse ela. “Foi ele quem, ao longo de 40 anos, levou a Leo do ramo de fornecimento de madeira para o mercado de carpintaria.”
          Além da Leo Madeiras, family office, e dos investimentos em private equity, a família Seibel divide com a Itaúsa o controle da Dexco, fabricante de painéis de madeira e materiais de construção antes conhecida como Duratex, listada em bolsa. A família detém 20,4% das ações, enquanto a Itaúsa detém 40,8%.
          Com cerca de 20% de participação no mercado de distribuição de madeira no país, chegando a 25% na cidade de São Paulo, a Leo compra material da Dexco e de outros produtores, segundo Seibel. Arauco, Guararapes e Eucatex estão entre seus maiores fornecedores. “É uma negociação intensa, pois se trata de uma semi-commodity”, disse ela.
          A família também foi sócia do grupo francês Adeo, dono da Leroy Merlin, e participou do surgimento da rede home-center no Brasil, em 1997. A família Seibel manteve participação no negócio durante 20 anos, mas vendeu a sua parte. Outra incursão no varejo de materiais para consumidores finais não é considerada, diz Seibel. Leo é uma empresa B2B (business-to-business).
          A experiência com Dexco e Leroy ajudou a executiva a compreender e comparar o funcionamento de empresas públicas e privadas. Para ela, o fato de a Leo ser uma empresa privada é uma vantagem, pois garante maior autonomia. Ainda assim, a empresa investe em governança. Tem um conselho de administração maioritariamente independente e é auditada.
          Além de fornecer madeira para a fabricação de móveis sob medida, a empresa conta com uma fintech para atender carpinteiros e uma escola de formação de carpintaria. Também investe em um modelo de produto diferente.
          A Sra. Seibel explica que a Leo Sob Medida foi criada como resultado de seu descontentamento com a incapacidade dos carpinteiros de economizar dinheiro. Ela diz que há um enorme desperdício de madeira em seu sistema tradicional de trabalho. Assim, a empresa passou a oferecer o serviço de fabricação de móveis, seguindo projetos elaborados por carpinteiros, que montavam o produto na casa do cliente. Os carpinteiros pagam a Leo para fabricar os móveis, sem precisar ter oficina ou equipamento nem contratar mão de obra adicional.
          Por enquanto, a Leo Sob Medida representa apenas uma pequena parte do negócio, mas Seibel acredita que ela será responsável por um terço da receita da empresa no futuro. “Mas não temos pressa”, ela enfatiza. A empresa possui um showroom na capital paulista e outro em Alphaville. Novas localidades serão inauguradas na zona leste de São Paulo e em Santos, no litoral do estado. Uma segunda fase de expansão deverá incluir o Rio de Janeiro.
          Por volta de 2004, a empresa não tinha certeza sobre a continuidade da profissão de carpintaria. “Se morrer, nós também morreríamos, por isso começamos a desenvolver serviços industriais”, disse o executivo.
          Porém, o medo não existe mais. Para Seibel, os móveis sob medida continuam sendo um desejo, e são ainda mais relevantes para os pequenos imóveis, grande parte dos lançamentos imobiliários atuais, pois permitem melhor aproveitamento do espaço.
          A marca conta atualmente com 130 lojas em todos os estados brasileiros. Destes, 30 são próprios e os demais são franquias. A empresa espera abrir mais 16 lojas, sendo 10 próprias.
          Em 2023, o faturamento das lojas próprias foi de R$ 1,5 bilhão e, para toda a rede, considerando também as franquias, de R$ 3,2 bilhões.
(Fonte: jornal Valor - 12.06.2024)

21 de jun. de 2024

Agrodan

          A empresa pernambucana Agrodan é produtora de mangas e tem pomares de Belém do São Francisco, no Vale do São Francisco.
          A Agrodan se tornou um dos maiores exportadores de manga do Brasil e envia 97% da sua produção para a Europa, 
          Segundo Paulo Dantas, CEO da Agrodan, a conquista de uma posição no mercado europeu no início da década de 1990 foi um golpe de sorte. As vendas iniciais ocorreram depois que a Agrodan se conectou com um exportador francês que já exportava inhame para o continente. Com o que na época considerou uma dívida “impagável”, resultante do financiamento para início do plantio, Dantas viu a exportação como uma tábua de salvação, quitando a dívida em dois anos. “Nunca imaginei que exportaria”, disse ele.
          Porém, em 2022, as mudanças globais alertaram a empresa para a necessidade de depender menos das exportações. O aumento dos custos dos insumos, o frete marítimo, as dificuldades na obtenção de contêineres refrigerados e as taxas de câmbio instáveis ​​resultaram em lucro zero para a Agrodan, disse Dantas. “Foi uma combinação perigosa. Hoje acho que devemos produzir para o mercado interno e só exportar se for viável”, acrescentou.
          A empresa passou então a investir 20% da sua receita para conquistar um mercado com 10 vezes o consumo europeu e um vasto potencial de expansão: o Brasil.
          Entre os principais desafios está convencer o consumidor brasileiro a pagar um pouco mais pela fruta. As variedades palmer e tommy, também produzidas pela Agrodan, hoje dominam o mercado nacional. A estratégia da empresa, no entanto, tem sido concentrar-se nas variedades kent e keitt, desenvolvidas por investigadores americanos no final da década de 1930 e início da década de 1940. Conhecidas pelo baixo teor de fibras, essas variedades permitiram ao empresário do Vale do São Francisco comercializá-las como mangas próprias para comer com colher.
          Em São Paulo – primeiro alvo da nova estratégia da empresa – a fruta tem sido apresentada aos consumidores por meio de eventos de degustação em redes varejistas que comercializam produtos Agrodan.
          “Cada pessoa no Brasil consome cerca de 6 quilos de manga por ano. Isso é aproximadamente uma manga por mês. "É necessário incentivar o consumo de manga no Brasil e podemos crescer significativamente aqui”, disse Dantas.
          Considerando números de meados de 2024, a Agrodan produz 30 mil toneladas de manga anuais.
Produz a manga Keitt, própria para comer de colher, e a manga Tommy Atkins
(Fontre: jornal Valor - 20.06.2024)

20 de jun. de 2024

MedLevensohn

          O grupo MedLevensohn foi criado em 2002 como uma distribuidora de produtos para exames de glicosen e se tornou uma tradicional distribuidora de insumos médicos.
          Avançou para áreas como hipertensão, mas foi na pandemia que deu um salto. “Na época, vendíamos 10 milhões de testes por mês”, diz José Marcos Szuster, CEO da MedLevensohn. “Foi quando ficamos fortalecidos para crescer e buscar novas oportunidades.
          O grupo tem unidades de negócios em segmentos como hospitalar, farmacêutico e testes rápidos.
          Em meados de junho de 2024, a MedLevensohn comprou o controle da fabricante de produtos hospitalares Seroplast, por R$ 15 milhões. Também está investindo cerca de R$ 120 milhões em uma fábrica e um centro de distribuição em Serra (ES), cuja previsão de operação plena é 2026. Esse é um dos maiores desafios da empresa: erguer a unidade industrial, numa área de 60 mil m², em Serra, partir de 30 de junho de 2024.
          Com faturamento de R$ 320 milhões em 2023, a expectativa é atingir R$ 410 milhões. Hoje é um grupo com sete empresas, com um quadro de 560 funcionários, considerando números de meados de 2024.
(Fonte: Estadão - 18.06.2024)

19 de jun. de 2024

Berluti

          Berluti é a empresa de sapatos mais antiga do mundo. Foi fundada em Paris em 1895 por Alessandro Berluti.
          Seus calçados, feitos à mão sob medida, são vendidos principalmente para homens. A loja original do estabelecimento fica situada na Rue Marbeuf, em Paris.

18 de jun. de 2024

A5X

          A bolsa de derivativos denominada A5X foi fundada por executivos e ex-executivos do mercado financeiro. O negócio conta com um investimento inicial de R$ 200 milhões. A nova bolsa vai concorrer em um dos segmentos de negócios mais relevantes da B3, que tem a hegemonia do mercado.
          Na linha de frente do projeto, estão Carlos Ferreira Filho e Karel Luketic (ex-executivos e ex-sócios da XP), Nilson Monteiro (CEO e fundador da corretora Ideal, atualmente controlada pelo Itaú) e Julian Chediak (sócio do escritório Chediak Advogados). Esse é o quarteto de fundadores na nova bolsa.
(Fonte: jornal Valor - 18.06.2024)

17 de jun. de 2024

JCB

          A companhia inglesa JCB é a terceira no ranking mundial de fabricantes de máquinas da linha amarela (utilizadas em setores como construção civil e em serviços como de terraplenagem). A
companhia está no Brasil desde 2001.
          De controle familiar e fundada em 1946, a JCB fabrica 300 modelos de máquinas em suas 24 unidades industriais espalhadas em quatro países – 15 na Inglaterra, sete na Índia, onde tem 70% de participação de marcado, uma nos EUA e uma no Brasil. No Brasil, a JCB concorre com as americanas Caterpillar e John Deere, a chinesa XCMG, a japonesa Komatsu e a italiana Case New Holland.
          Com atuação na América Latina, em junho de 2024 vem a lume que a subsidiária brasileira vai investir R$ 500 milhões em cinco anos na região para dobrar de tamanho. “É um dos maiores investimentos que estamos fazendo em nossas operações na região; acabamos de investir R$ 120 milhões de um programa de 2021”, diz Adriano Merigli, presidente da JCB na América Latina, no cargo desde fevereiro de 2023. Ele trouxe para a empresa a experiência de 29 anos de carreira na sueca Volvo, passando pelos negócios de caminhões, máquinas e financeiro.
          O objetivo é elevar a produção de 5 mil para 10 mil máquinas no período, informa o executivo. Em 2023, o mercado brasileiro para linha amarela foi de 31 mil unidades, e a previsão é crescer 5% agora em 2024. A vendas da JCB no Brasil representam 70% do total da região, e essa participação deverá ser mantida. “O México está bem, vemos perspectivas de melhoria na Argentina e em outros países, como Chile e Colômbia”, diz Merigli. O plano prevê que a maior parte do dinheiro, R$ 360 milhões, será usada na expansão de suas operações. Desse valor, R$ 150 milhões serão aplicados na modernizada da fábrica localizada em Sorocaba (SP).
          A fábrica de Sorocaba, onde são fabricados componentes e peças e são montadas as máquinas, foi erguida em 2012.
          O carro-chefe da empresa no Brasil é a retroescavadeira, máquina desenvolvida pela JCB em 1953. A empresa lançou também o manipulador telescópico. Merigli explica que o cliente da JCB, por exemplo, de Mato Grosso, recebe o equipamento pronto para operar. A empresa atua com 30 tipos de máquinas, dos quais seis modelos ainda são importados devido à falta de escala local para fabricação. São importados de unidades da Inglaterra, Índia e EUA.
          Segundo o executivo, a fabricante é líder de vendas de retroescavadeiras, cuja família de produtos responde por um terço do mercado nacional. “O foco do nosso investimento é na linha de máquinas pesadas (pás carregadeiras e escavadeiras), segmentos onde temos participação de 5% cada um.” Os grandes mercados de atuação da empresa são a construção pesada (40%), o agronegócio (25%) e empresas de locação de equipamentos (20%), além de vendas para os segmentos florestal e industrial e para o governo (em licitações de prefeituras, Estados e ministérios).
          O investimento será bancado com capital da própria JCB. A companhia está testando máquinas de pequeno porte elétricas no Brasil. Na Europa, já existem mais de mil máquinas em operação, em linha com o conceito de descarbonização mundial, partindo para a eletrificação de equipamentos menores. Para os equipamentos de maior porte, a JCB decidiu optar pelo motor a combustão interna a hidrogênio. Já há 78 modelos de máquinas em validação na Inglaterra com esse tipo de combustível.
          Com fábrica em Sorocaba, a JCB tem 70 filiais no país, considerando números de meados de 2024.
(Fonte: Estadão - 17.06.2024)

16 de jun. de 2024

Gatos de Rua Café

          Igor Ribeiro Vasconcelos começou seu negócio vendendo empadas e café com a família em uma pequena barraca nas ruas de Goiânia. A guinada aconteceu quando ele decidiu usar o dinheiro de um empréstimo para montar um quiosque. Filho de uma entusiasta na cozinha, Vasconcelos se formou em 
gastronomia.
          Compartilhando da mesma paixão, a sua irmã Luana Ribeiro Costa fez um curso de barista em São Paulo. Quando voltou para Goiânia, em outubro de 2018, propôs o empreendimento. A família topou e, sem dinheiro para uma operação em loja, começou do jeito que podia. Eles investiram R$ 1 mil para comprar os materiais necessários para montar a barraca e complementaram com o que já tinham em casa. “Manter a cafeteria, equipamentos, era muito caro para nós. Esse período serviu para avaliar o negócio, planejar o atendimento”, diz Vasconcelos.
          Eles tiveram de encerrar a atuação presencial na pandemia de coronavírus, em março de 2020. 
Continuaram vendendo os produtos por delivery.
          Em outubro de 2021, Vasconcelos conseguiu condições especiais para um empréstimo de R$ 12 mil com um programa do governo estadual que visava incentivar a permanência e a criação de negócios após a pandemia. Com mais cerca de R$ 5 mil de capital próprio acumulado durante as vendas na rua, alugou um quiosque. “Nesse novo lugar, começamos a implementar a identidade visual, que já estava pronta. Levamos o nosso público da barraquinha para o novo Gatos de Rua Café, que passou a lidar 
com cafés especiais”, conta.
          Em julho de 2024, uma segunda unidade e a fábrica da marca devem ser inauguradas. Os sócios são Vasconcelos e a irmã; a mãe ajuda com algumas necessidades da cozinha e cedeu a receita exclusiva da sua empada para a empresa. ‘PIT DOG’. O Gatos de Rua Café se denomina um fast food de café em “pit dog”. “Pit dog” é como são chamados popularmente os quiosques de rua em Goiânia. 
“Usamos o nome para valorizar o nosso Estado”, explica Vasconcelos.
          Os sócios caracterizam o modelo como um fast food pela agilidade nos atendimentos. O goiano garante que as bebidas são servidas em menos de dois minutos. Com os alimentos, três mesas são servidas em cerca de cinco minutos. O negócio tem um manual próprio de atendimento, e os funcionários são treinados para servir com rapidez. “Tem uma quantidade certa de pessoas, gestos corporais, a maneira como pega as coisas, a distribuição dos materiais para a facilidade de acesso”, diz. As regras, diz, foram construídas com base na observação de redes de fast food, como McDonald’s, Subway e Starbucks: “Além disso, estar na rua com um quiosque torna o acesso ainda mais rápido, 
porque os clientes não precisam entrar no local”.
          Com receitas exclusivas feitas pela irmã, o negócio leva métodos de mixologia da Coreia do Sul, da Itália e dos EUA para a rua. O cardápio de bebidas oferece mais de 60 opções de sabores, cerca de 30 quentes e 30 geladas, feitas à base de café e/ou leite. “Para cada versão quente, tem a gelada”, diz Vasconcelos.
          Hoje, o Gatos de Rua Café funciona como um fast food de cafés especiais, que oferece 60 combinações de sabores diferentes e prevê faturar R$ 507 mil até o fim de 2024. O negócio faturou R$ 240 mil até o fim de 2023.
(Fonte: Estadão - 16.06.2024)

11 de jun. de 2024

Lee

          Lee é uma marca da calça que foi sonho de consumo dos jovens dos anos 1960 e 1970 e, na época, era sinônimo de jeans. A marca foi criada em 1889. A Lee é responsável pela primeira calça de zíper do mundo, pela primeira jardineira. 
          Antes de começar a produzir aqui a calça Lee em 2019, o grupo já era do setor de confecções – há 25 anos fabrica, por meio de empresas terceirizadas, calça jeans com a sua marca Young Style e vende para lojas multimarcas. De família de comerciantes do setor de vestuário, Abras conta que cresceu dentro de uma loja de roupas. Seu pai era atacadista de jeans no polo de moda Barro Preto, em Belo Horizonte (MG). “Vi toda a evolução do jeans brasileiro, desde o primeiro jeans com lycra feito no Brasil até ter a vontade de começar a produzir.” Pela experiência acumulada no setor e grande malha de distribuidores pelo país – atualmente são 2.500 revendas multimarcas –, o empresário conta que foi procurado em 2018 pela Kontoor, que lhe ofereceu o licenciamento da Lee. “Nós não tivemos de pagar nada por isso (o licenciamento)”, diz a diretora-executiva do Grupo Garra, Bruna Gunella. Pelo contrato de cinco anos, que acaba de ser renovado por mais cinco, a Kontoor recebe um porcentual sobre as vendas, cujo valor não é revelado. “O foco deles (Kontoor) é o royalty, deixando para a gente investir no negócio”, diz Bruna. De 2019 a 2023, foram aplicados R$ 10 milhões, e a previsão para os próximos três anos é investir mais R$ 10 milhões.
          De toda forma, os royalties recebidos pela dona da Lee têm crescido. Em 2019, foram comercializadas no País 130 mil peças da marca. Entre 2019 e 2023, houve um salto de 237% no número de unidades vendidas, que somou no ano passado 435 mil peças. Para 2024, a projeção é chegar a 550 mil, com a distribuição em mais 500 pontos de venda, diz Abras, que vê potencial de mercado para triplicar o volume anual.
          Em junho de 2024, a empresa deixa claro que quer explorar o potencial adormecido na memória dos brasileiros. A partir do próximo de 2025, a Lee chega ao varejo com lojas próprias. Hoje, os itens de vestuário da marca são vendidos em lojas multimarcas ou por meio do comércio online.
          O projeto, que prevê a abertura de seis lojas em três anos, faz parte de um contrato fechado entre o Grupo Garra Jeans, de Minas Gerais, e a americana Kontoor Brands, que detém os direitos da marca no mundo. A primeira unidade será aberta na capital paulista em 2024. “Mas o nosso objetivo é fazer o dobro ou o triplo disso”, disse ao Estadão Renato Abras, presidente do Grupo Garra, que desde 2019 tem o licenciamento exclusivo da Lee no Brasil.
          Produzindo e vendendo peças com as marcas Young Style e Lee, o Garra faturou R$ 120 milhões em 2022. As duas marcas não concorrem entre si. O perfil de quem compra Lee é das classes A e B+, enquanto a Young Style está voltada para as classes B-, C e D. “São níveis diferentes e as marcas se complementam em termos de posicionamento.” A decisão do Grupo Garra de assumir o licenciamento da Lee se deu pela relevância histórica da marca. “Quando essa oportunidade caiu na nossa mão, vimos a importância de uma marca de 135 anos!". 
          Para aceitar a proposta, não foi preciso estudo aprofundado sobre recall da marca. Levantamento feito com lojistas e revendedores logo mostrou que a Lee ainda estava presente na memória do brasileiro e era um desejo de consumo, especialmente agora que o vintage é valorizado, diz a empresa..           Sócio da TroianoBrading, Jaime Troiano, um dos maiores especialista em marcas do país, acredita que a Lee possa estar esvaziada de significado atualmente. Na sua avaliação, a percepção de valor da marca caiu muito ao longo do tempo e perdeu a mitologia que a envolvia, de ser uma expressão da contracultura dos anos 1960. “Será que é uma brasa que se soprar pega fogo outra vez?”, questiona, ponderando que há um apego nostálgico da marca. Mas, na sua avaliação, para consumidores com menos de 35 anos, a Lee não diz nada, além de ser um jeans acessível. Para reduzir os riscos do projeto, que a seu ver são altos, ele sugere um planejamento cuidadoso de mercado, para saber exatamente onde se está pisando – quem são as marcas concorrentes de jeans e o que dessa alma antiga da Lee poderá ser preenchida? Assim, diz, os investimentos devem ir além da abertura de lojas. “Para recuperar esse momento glorioso que a marca teve é necessário um investimento pesado em comunicação.”
(Fonte: Estadão - início de junho 2024)

10 de jun. de 2024

Confeitaria Vera Cruz

          A Confeitaria Vera Cruz foi fundado no bairro no Tatuapé, na zona leste da cidade de São Paulo, em 22 de setembro de 1924.
          A família de Antônio Gonçalves, português da Ilha da Madeira, comprou a Vera Cruz dos fundadores, nos anos 1940. Ele faleceu aos 93 anos, em abril de 2024. Mas seus irmãos e descendentes, além de executivos que não são da família, como Antônio Bruno, gerente da empresa, tomam conta do negócio, que além da padaria inclui uma área de restaurante com mesas para 60 pessoas. No segundo andar do prédio fica a produção e no terceiro, o estoque.
          O ambiente na Vera Cruz é todo moderno, e só faz referência ao século passado num grande painel, no interior da área de vendas, ao lado do balcão. Segundo Bruno, uma vez, há 18 anos (em 2006), veio um menino do bairro à padaria. “Ele se apresentou assim: ‘Dizem que eu sou pichador, mas na verdade sou artista’”, afirma o gerente. O menino se ofereceu para pintar o painel, com cenas da São Paulo dos anos 1920, e o gerente topou. Hoje, o painel, pintado pelo então iniciante Eduardo Kobra, é o ponto alto da decoração..
          A panificadora,, tem um enorme balcão onde podem se sentar 60 pessoas uma ao lado da outra. Ali, são servidas até 1,6 mil fatias de pizza por dia, principalmente às sextas-feiras. Um dos segredos da resiliência das padarias está na paixão que as famílias padeiras têm pelo negócio, de acordo com Antônio Bruno. A Vera Cruz é tocada pela família– embora já não seja a família fundadora.
(Fonte: Estadão - 10.06.2024)