Total de visualizações de página

5 de ago. de 2024

Fulwood

          A empresa de galpões logísticos brasileira Fulwood foi fundada pelo empresário Gilson Schilis, que ocupa o cargo de presidente.
          Nos últimos anos, o crescimento da Fulwood se deu em parceria com a gestora de recursos Vinci Partners. Pouco antes de meados de 2021, as empresas se uniram em um plano de investimentos conjuntos de R$ 1 bilhão para desenvolver galpões em São Paulo e Minas Gerais. Desde então, as entregas da parceria somaram 395 mil metros quadrados.
          Então já como uma das maiores empresas de galpões logísticos do Brasil, a empresa começou o ano de 2024 em rota de crescimento, otimista com as perspectivas do setor. A companhia inaugurou, no início de 2024, seu 18.º empreendimento. Trata-se de um galpão de 44 mil metros quadrados, equivalente a seis campos de futebol, na cidade de Betim, em Minas Gerais. Havia conversas em andamento com empresas de varejo, farmacêutica, alimentos e bebidas, autopeças, entre outras. Em seguida, a ideia é erguer mais 68 mil m² no polo de Betim até 2025, com investimento total de R$ 170 milhões
          Estão previstas ainda as entregas de um galpão de 55 mil metros quadrados em Guarulhos (SP) em outubro de 2024, e outro de 42 mil metros quadrados, em Extrema (MG), em março de 2025. O portfólio deve crescer de 850 mil para cerca de 1 milhão de metros quadrados de área bruta locável (ABL) até março de 2026. A GLP, maior do segmento no País, soma 4 milhões de metros quadrados de ABL, considerando números de março de 2024..
          Schilis diz acreditar que o mercado ainda tem muitas oportunidades, mesmo depois do ciclo de crescimento dos últimos anos. Um ponto importante é a melhora da economia. “A demanda por galpões segue forte, e prevemos que continuará crescendo por, pelo menos, mais dois anos. O aquecimento aumenta à medida que a taxa de juros cai”, afirma
          Outro ponto é que o comércio eletrônico ainda está se expandindo, puxado por setores que estão dando os primeiros passos nas vendas online, como farmácias, alimentos, autopeças e materiais de construção. Por fim, há necessidade de condomínios logísticos fora de São Paulo, onde há concentração desses ativos.
          Atualmente (março de 2024), 94% dos imóveis da Fulwood estão ocupados, e ela tem terrenos já negociados onde poderiam ser construídos mais 600 mil metros quadrados de galpões. As áreas estão em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Para acelerar o crescimento, a ideia é fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão, assim que houver 
apetite de investidores.
          A Fulwood tentou IPO em 2021, mas recuou diante da piora do mercado na época. Desde então, segue trabalhando como uma companhia aberta, contando com conselho de administração com membros independentes e comitês de auditoria e compliance.
(Fonte: Estadão - 13.03.2024)

4 de ago. de 2024

Padaria Ceci

          Entrar na Ceci, tradicional padaria do Planalto Paulista, é como viajar no tempo. Afinal, a casa funciona em um esquema tradicional, que quase não se encontra mais em São Paulo: você entra e encontra um grande balcão, recheado com pães, doces e tudo que há de bom. É entrar, pegar o seu pãozinho e ir embora para casa. Nesse formato, a Ceci conquistou público e jurados do Padocaria, prêmio que reconhece as melhores padarias de São Paulo.
          Em 2021, a Ceci foi a melhor em café, serviço de frios e time de chapeiros. A casa ganhou a medalha de ouro na categoria de Melhor Padaria por dois anos consecutivos, em 2022 e 2023. Agora, também foi premiada nos quesitos doce e pão na chapa – além do prêmio máximo. “O Padocaria é um prêmio sério que gera bastante movimentação”, afirma Gustavo Guimarães Fernandes, sócio e diretor da Ceci. “Ganhar o Padocaria representa se tornar uma marca mais conhecida, um aumento no número de clientes e faturamento e representa receber pessoas de toda as partes do Brasil que têm curiosidade de conhecer a melhor padaria de São Paulo.” 
          Quando se analisa o bicampeonato da Ceci, percebem-se algumas constâncias. Para começo de conversa, a casa ficou sempre na mão de portugueses – fundada em 1964, ela já está na quarta geração com Fernandes, sócio e diretor. “Sempre foram portugueses que tiveram sociedade”, diz ele, que tem a mesma nacionalidade. Com tanto tempo em atividade, e sempre com a família Fernandes na direção, a Ceci acabou conquistando os moradores do bairro. É algo essencial para alcançar um título no Padocaria, já que parte da votação é feita pelo público em geral, que frequenta as padarias.
          O diretor também acredita que há algo fundamental hoje em dia: ser natural. “As padarias de fermentação natural mostraram isso”, conta ele. “Hoje, as melhores padarias já têm ótimos pães de fermentação natural. Aqui na Ceci, eu tirei o leite e a banha que estavam na receita do pão francês. Hoje, o pãozinho é feito apenas de farinha, sal, fermento e água. A qualidade, a saudabilidade e o natural caminham juntos e essa é uma preocupação na Ceci e nas boas padarias de São Paulo hoje. O produto tem de ser caseiro e fresco.” A segunda vitória do Padocaria também marca um novo momento para a Ceci, com toda a responsabilidade que nasce do bicampeonato. “A expectativa e a cobrança aumentam e você precisa melhorar a entrega. O time tem de estar motivado para isso”, explica Fernandes. “É um mercado muito amplo. Temos 6 mil padarias na cidade de São Paulo, segundo o Sampapão, associação do setor. As que se destacam estão preocupadas com qualidade e se aperfeiçoando o tempo inteiro.”
          Além da comida, a Ceci está passando por mudanças físicas. Primeiramente, por uma reforma para ter mesas e cadeiras para as pessoas sentarem. “Essa reforma engloba um novo conceito para a empresa”, explica Fernandes. A ideia toda é um conceito replicável. “Já estamos iniciando o projeto de arquitetura da segunda loja, que será nos Jardins. O grande desafio é o treinamento dos colaboradores para mantermos o padrão de produto e qualidade no atendimento, pessoas que amam a panificação e a confeitaria. Mas tenho fé que conseguiremos realizar a mesma entrega”, diz.
(Fonte: Estadão - 15.12.2023)

3 de ago. de 2024

Affinity Partners

          A Affinity Partners ganhou os holofotes por ter sido fundada, em 2021, pelo genro do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o investidor Jared Kushner.
          Peixe pequeno perto de pesos pesados de Wall Street e com recursos captados em sua maioria na Arábia Saudita, a discreta gestora americana, tem US$ 3 bilhões em ativos, considerando números de 
meados de 2024.
          A gestora é uma das mais novas investidoras no Brasil. e chega, em abril de 2024, ao conselho de administração da Zamp, a holding brasileira que controla as franquias de fast-food Burger King e Popeyes no mercado local. O seu desembarque coincide com a negociação da primeira aquisição da Zamp: as operações da rede Starbucks no Brasil. O investimento da Affinity na Zamp, de US$ 200 milhões, é o primeiro da gestora na América Latina.
          A gestora ganhou ampla repercussão na imprensa americana, em meio às eleições presidenciais nos EUA, com Trump de novo na disputa. Kushner é casado com a filha do ex-presidente, Ivanka Trump, e foi conselheiro sênior da Casa Branca na gestão do sogro. Nascido em 1981, ele diz que não pretende voltar a ocupar cargo público.
          Apesar de ser americana, 99% dos recursos captados vêm do exterior, conforme comunicado enviado à Securities and Exchange Commission (a comissão de valores mobiliários dos EUA) em março de 2024. Boa parte vem de contatos que Kushner fez quando estava na Casa Branca, em especial com investidores do Oriente Médio.
          Além de fundador, Kushner é o presidente da Affinity, que tem 40 funcionários. Entre as áreas de interesse, o genro de Trump está especialmente focado em inteligência artificial e na infraestrutura necessária para permitir que essa tecnologia avance, além de energia e mudanças nas cadeias de suprimento globais por causa de questões geopolíticas, como o “nearshoring”.
          Os EUA são o principal foco da Affinity, mas a América Latina está no radar. O Oriente Médio também é uma das prioridades da gestora, que já investiu em Israel. Na Zamp, o fundo soberano árabe Mubadala é o maior investidor, com quase 60%, porcentual alcançado nos meses finais de 2023, após compras no mercado, em um ruidoso esforço para chegar ao controle da holding, retirar a empresa do Novo Mercado da B3 e ser mais agressivo em fusões e aquisições, movimento que causou a objeção de alguns investidores minoritários.
(Fonte: Estadão - 02.05.2024)

2 de ago. de 2024

Puig (grupo)

          O grupo Puig, da Espanha, é dono de marcas de perfume como Paco Rabanne e Carolina Herrera e  
no Brasil é sócio da Granado.
          Em 2016, a Puig comprou 35% do grupo brasileiro Granado. Na época, a transação foi estimada em R$ 500 milhões, o que avaliou a Granado em R$ 1,43 bilhão e ajudou a empresa a quitar títulos que pagavam cerca de 20% de juros ao ano.
          A Puig estreou na bolsa espanhola em 2 de maio de 2024, vendendo suas ações no topo da faixa sugerida e movimentando 3 bilhões de euros. O IPO superou o até então maior do ano, o da empresa suíça Galderma, de produtos dermatológicos. A oferta chegou a US$ 2,6 bilhões em março, com preço saindo também no topo da faixa.
(Fonte: Estadão - 08.05.2024)

1 de ago. de 2024

Sindona

          Bruno Sindona, nascido em 1988, vem de uma família de empreendedores brasileiros de uma região periférica da zona sul de Osasco. Seu pai vendia coco na rua, e sua mãe fazia doces para vender. Bruno também já vendeu queijo na rua com seu pai e ainda tiveram um salão de beleza. Ele e sua irmã eram responsáveis por lavar, secar e dobrar as toalhas do salão. Tudo isso o inseriu no mundo dinâmico e flexível do empreendedorismo. 
          Em 2002, a mãe de Bruno vendeu a herança de um terreno em Osasco. A vocação desse terreno era fazer moradia popular assim como fazem  hoje, segundo Bruno. Mas a empresa faliu e não os pagou. Para a família, segundo Bruno "é como se tivéssemos ganhado na loteria e perdido o bilhete". 
          Em 2008, a família conseguiu recuperar o terreno e decidiu construir ela mesma (pai, mãe e irmã) 32 apartamentos no local com financiamento da Caixa Econômica no comecinho do programa Minha Casa, Minha Vida. Na época, Sindona não era uma empresa, foi criada para resolver apenas o problema da herança. Com o tempo, a empresa foi se profissionalizando. Compraram móveis para o escritório, contrataram funcionários e começaram a estruturar a empresa. Acabou comprando outra construtora no meio da caminho.
          À frente da incorporadora que leva seu sobrenome está Bruno Sindona. A empresa nasceu com a missão de trazer mais conforto e beleza aos imóveis que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida. Os imóveis, com valores que variam entre R$ 170 mil e R$ 550 mil, oferecem piscinas de borda infinita, tobogãs, saunas, hortas comunitárias, churrasqueiras e suítes. A média de renda dos clientes gira em torno de R$ 5,9 mil. Em alguns empreendimentos, a renda pode cair para R$ 2,2 mil. Os números correspondem a valores de meados de 2024.
          A Sindona tem quase 200 funcionários e entregou mais de 1,2 mil moradias, com mais de 2,6 mil construções em desenvolvimento (junho de 2024). Fica na altura do número 1.246 da Avenida Faria Lima, em São Paulo. Ocupa o espaço de um antigo banco.
(Fonte: Estadão -22.06.2024)

31 de jul. de 2024

Mundo Marcas

          A empresa fabricante de produtos de limpeza Mundo Marcas foi fundada em 2011, em Santa Bárbara d'Oeste, interior de São Paulo, por Marcelo Lopes, nascido em 1970.
          A empresa tem em seu portfólio as marcas Ares, PraPiso Casa e Washing, de amaciantes, 
detergentes para louças, sabão em pó e sabão líquido.
          Essas marcas fizeram a Mundo Marcas se destacar no mercado de limpeza doméstica, 
especialmente entre os públicos das classes C e D.
          “No nosso segmento, chamamos os produtos de primeiro preço e focamos nossa estratégia nisso, oferecendo produtos de qualidade a preços justos”, diz o fundador. Uma pesquisa rápida na internet indica uma embalagem de sabão em pó Ares de 1 kg por R$ 5,62, enquanto o OMO sai por R$ 9,89 em 
valores de meados de 2024.
          A Mundo Marcas diz que tem uma relação de fidelização com atacadistas e distribuidores, o que fortalece sua presença no mercado. Lopes trabalha com supermercados menores, mas também está em redes grandes, como Assaí e Atacadão. Ele prefere vender em São Paulo, aproveitando a estabilidade do mercado, especialmente durante crises econômicas. “Qualquer lançamento demanda estratégia, e colocávamos demonstradoras nas lojas para garantir a aceitação dos novos produtos”, diz Lopes, que antes era professor de marketing. Seguindo essa estratégia, a empresa lançou com sucesso produtos 
como amaciante concentrado e sabão líquido.
          Recentemente, a entrada na sociedade de José Carlos do Nascimento e seu filho José Carlos do Nascimento Júnior, fundadores da Palmito Cristalina, marcou um novo capítulo para a empresa. Com 
essa parceria, a Mundo Marcas planeja ganhar mercado e iniciar um programa de exportação.
          Ao longo dos anos, a empresa tem registrado crescimento expressivo. Em 2022, alcançou faturamento de R$ 62 milhões, número que saltou para R$ 75 milhões em 2023. Com uma participação de 6% do mercado de sabão lavaroupas em São Paulo, a Mundo Marcas projeta expandir suas operações para Goiás, Minas Gerais e, internacionalmente, para o Paraguai.
(Fonte: Estadão - 31.07.2024)

30 de jul. de 2024

Hard Rock Cafe

          A primeira loja do Hard Rock Cafe foi inaugurada em Londres, no ano de 1971, pelos jovens americanos Isaac Tigrett e Peter Morton que decidiram reunir rock’n roll e gastronomia típica dos Estados Unidos, especialmente os hambúrgueres.
          Em 2007, a marca foi comprada pela Tribo Seminole da Flórida.
          Em 2024, nem grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro ou as capitais brasileiras: o Hard Rock Cafe escolheu a cidade de Itapema, no Litoral Norte Catarinense, para a sua nova unidade. O sétimo restaurante da franquia confirmado no Brasil ficará no Píer Oporto.
As empresas investidoras que viabilizaram a construção do Píer, MayBelly Incorporadora, R7 Participações, Pantanal Negócios Imobiliários uniram-se ao empresário do entretenimento paulista Marcelo Tobias e garantiram a ida do Hard Rock Cafe para Itapema. Segundo o grupo, a unidade terá 1.200 m² e ficará em um dos pontos mais deslumbrantes do Píer, com vista 360º para o mar, proporcionando uma experiência única para os clientes apaixonados pela marca. Afinal, em todo o mundo, será o único Hard Rock Cafe dentro da água.
          A previsão é de que o restaurante seja inaugurado junto ao Píer, que está sendo construído em ritmo avançado. A obra começou em dezembro de 2023 após empresas assumirem a responsabilidade financeira e executiva, custeando a realização do projeto. Em 22 de maio, foi finalizada a cravação das estacas pranchas, uma das etapas mais complexas da obra do Píer Oporto. A partir de então, a construção passou para a fase de fundações.
          No Brasil, apenas sete lugares foram escolhidos para receber o restaurante. Em território catarinense, além do anúncio em Itapema, a marca está também na capital Florianópolis. Com a chegada de uma nova unidade, Santa Catarina se iguala ao Rio Grande do Sul, os únicos estados brasileiros com mais de uma loja do Hard Rock Cafe.
          Atualmente (meados de 2024), a Hard Rock International, um dos restaurantes mais conhecidos do planeta, está em 75 países, incluindo mais de 180 cafés, 27 hotéis e 11 cassinos, consolidando-se como uma das empresas mais reconhecidas globalmente.
(Fonte: nd+ - 29.07.2024)

29 de jul. de 2024

CashMe

          A startup CashMe foi criada em 2018 para ser o veículo de financiamentos imobiliários da Cyrela. Com o passar dos anos, a fintech diversificou o seu portfólio, agregando novas modalidades de operações financeiras – como consórcio, crédito consignado e crédito com garantia de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – que estão muito além do setor imobiliário, onde se concentra o conhecimento do grupo.
          O número de funcionários passou de 100 para 400 em 2021. Mas o retorno não veio. O prejuízo líquido chegou a R$ 49 milhões. “Havia pressão para crescer, vista a expansão explosiva do valuation de outras startups na época”, diz o presidente da CashMe, Juliano Bello.
          Na ânsia de crescimento, a CashMe virou uma empresa que consumia capital de modo elevado para ofertar produtos com os quais batia de frente com bancos de grande porte, sem a mesma competitividade ou retorno.
          Diante da situação, o fundador, o empresário Elie Horn, mandou reformar a casa. “O Seu Elie se aproximou e deu conselhos importantes”, reconhece Bello.
          O primeiro mantra de Horn para a direção da CashMe é que toda empresa precisa dar lucro. A frase pode soar óbvia, mas teve a função de brecar um plano de negócio baseado em crescimento das operações em um terreno incerto, com previsão de break even só nos anos seguintes.
          O segundo é que não se deve montar uma empresa pensando em vendê-la. Curioso que Horn é um dos empresários que mais levaram empresas à Bolsa. Seis: Cyrela e Syn, fundadas por ele; as incorporadoras Cury, Lavvi e Plano & Plano, que têm a Cyrela com investidora; e a Brasil Agro, um investimento pessoal.
          A partir do fim de 2022 e começo de 2023, a CashMe passou a simplificar o negócio. O crédito consignado, por exemplo, foi cortado do portfólio. A operação se concentrou no financiamento para compra de moradias e no crédito para condomínios. A reestruturação cortou cerca de 100 dos 400 funcionários.
          As mudanças surtiram efeito. A CashMe teve lucro líquido de R$ 70 milhões em 2023. A empresa conseguiu focar nos produtos certos, diferenciando-a dos bancos, gerando valor para o cliente e com rentabilidade.
          Horn costuma dizer que a fintech é como sua “neta”. A “filha” é a Cyrela. “A CashMe é uma empresa nova e está no caminho certo para crescer”, comenta Horn. “É um negócio totalmente diferente da Cyrela. É pra ser uma ‘cash cow’ (geradora de caixa).”
(Fonte: Estadão - 28.07.2024)

27 de jul. de 2024

Pobre Juan

          Até 2004, Luiz Marsaioli e Cristiano Melles eram apenas amigos carnívoros que se reuniam semanalmente para comer uma bela picanha. Vinte anos depois, os fundadores do Pobre Juan seguem compartilhando o churrasco, mas o contexto agora é outro. “Antes era uma vez por semana, agora não tem dia: terça, quarta, sexta, domingo a gente se encontra em um Pobre Juan. Na segunda, até tentamos tomar uma sopa, mas acabamos visitando outros restaurantes para acompanhar tendências e o mercado gastronômico”, conta Marsaioli.
          “No começo, a ideia era ter um lugar bonito. E o lugar foi um achado, um terreno repleto de árvores na Vila Olímpia. Mas também queríamos música boa, vinho e, acima de tudo, carnes de qualidade numa atmosfera diferente das churrascarias tradicionais”, relembra Cristiano Melles. Com os desejos realizados, a dupla passou a receber convites para abrir casas pelo Brasil: “Temos um cuidado gigante com a marca, só vamos quando podemos replicar exatamente a mesma experiência, porque assim as pessoas continuam indo”.
          Nesse sentido, a primeira réplica veio em 2008, no bairro de Higienópolis. A experiência implicava – e continua implicando – 17 cortes. A carne é argentina, uruguaia ou brasileira, por vezes até australiana. “O que garante a qualidade é que trabalhamos apenas com raças britânicas e temos um protocolo rígido para homologação de fornecedores. O protocolo é um segredo, mas tem a ver com a alimentação e a idade do abate”, explica Marsaioli.
          Entre chorizos, tomahawks e vacíos, o corte estrela é o bife Pobre Juan (R$ 172, com 250 gramas, ou R$ 304, com 500 gramas, em valores referentes a julho de 2024). Chamado de “ceja” pelos hermanos, é a ponta macia e marmorizada do bife ancho, que harmoniza perfeitamente com a maior invenção da casa, a farofa de pistache (R$ 75).
          Talvez pela inspiração nas parrillas de Buenos Aires, duas décadas depois, os cortes argentinos, como ojo del bife, seguem como carros-chefes nas 16 casas. Os amigos, no entanto, entendem carne de uma maneira mais ampla: como arte, como festa. “Estamos celebrando nossos 20 anos com uma série de eventos. Começamos com jantares de chefs convidados. Trouxemos o Yoji Tokuyoshi, do Japão, Alberto Landgraf, do Rio, e Andé Saburó, do Recife, para mostrar técnica e rigor nesse ofício que é trabalhar a carne: no caso deles, mais de peixes”, comenta Marsaioli.
          Até o fim do ano haverá mais comemorações. A primeira será o Tango de Los 20, em 17 de agosto, realizado simultaneamente em todas as unidades. Jantares especiais também estão previstos para Manaus, Brasília e Porto Alegre.
          O encerramento, por sua vez, será com outro amigo, o italiano Dario Cecchini. A data não está definida, mas o açougueiro mais famoso do mundo fechará o ciclo no Pobre Juan do Shopping Cidade Jardim. Pobre Juan R. Comendador Miguel Calfat, 525, Vila Olímpia.
Com 16 endereços (em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Manaus, Recife e Porto Alegre) e o plano de abrir novos espaços, a carne não sai do cardápio dos dois amigos.
          Um dos endereços do Pobre Juan na cidade de São Paulo fica na Rua Comendador Miguel Calfat, 525, Vila Olímpia. 
(Fonte - Estadão - 26.07.2024)