A gravadora Kuarup foi fundada em 1977 no Rio pelo jornalista Mario de Aratanha e pela artista
gráfica Janine Houard.
A gravadora ganhou seu primeiro Grammy Latino, com Semente Caipira, de Pena Branca, em 2001.
Em 2009, a empresa estava fechando as portas. Ela havia sucumbido à crise da indústria fonográfica, que, naquela época, ainda aprendia a lidar com o avanço dos canais digitais.
Foi por uma reportagem publicada pelo Estadão que o jornalista e empresário Alcides Ferreira soube que a gravadora Kuarup, que tinha no catálogo discos de nomes como Arthur Moreira Lima, Turibio Santos, Paulo Moura, Pena Branca & Xavantinho, Xangai, Cartola e Cida Moreira,
estava fechando.
Ferreira decidiu comprar a Kuarup. O que ele sabia sobre tocar uma gravadora? Nada. Ele nem sequer conhecia os donos da Kuarup. Porém, gostava de música e, três anos antes, havia organizado
uma associação de apoiadores da Orquestra de Câmara Paulista.
A história da Kuarup, que envolve sonhos, persistência, criatividade, paixão pela música – além de coincidências quase divinas –, agora é contada no livro Tocando em Frente, de Ferreira, Aratanha e da jornalista Adriana Del Ré. O livro está dividido em duas partes. Na primeira, Aratanha narra a fase carioca da gravadora, de 1977 a 2009. A segunda, assinada por Del Ré, contempla a fase paulista da
Kuarup, depois que ela foi adquirida por Ferreira.
“Eu acredito muito no poder do bom exemplo. E a Kuarup é uma demonstração cabal de que um grupo de pessoas pode mudar o rumo das coisas. E não ficar prostrado, esperando um patrocínio, um
filantropo. Milagres, normalmente, não acontecem”, diz Ferreira.
Para ficar com a Kuarup, Ferreira assumiu as dívidas que a empresa possuía, além de fazer o investimento necessário para que tudo pudesse andar novamente. “Foi feito o melhor negócio para o catálogo da gravadora, e não o melhor negócio para Aratanha e Janine. Eles foram muito compreensivos com a questão”, admite.
Nas mãos do novo dono, a Kuarup não perdeu sua identidade. Ferreira continuou a investir na dobradinha música popular e erudita – e caipira, já que o gênero, na música brasileira e na história da Kuarup, merece ser destacado. Em um primeiro momento, fez um acordo com a Sony Music, com foco no relançamento de catálogo, que durou até 2013. Foi nessa época que voltaram ao mercado, em formato de CD, com distribuição nacional, álbuns importantes como Heitor Villa-Lobos – Os Choros de Câmara (1977); Ao Vivo em Tatuí, com Renato Teixeira & Pena Branca & Xavantinho (1992); Noites Cariocas – 15 Anos Depois – A Alegria do Improviso (2003); e Rolando Boldrin & Renato Teixeira (2005). A fase paulista rendeu álbuns de nomes como Chico Lobo, Alaíde Costa, Claudette Soares, Antonio Adolfo, Maria Alcina, Ayrton Montarroyos, Yamandu Costa, Sivuca, Joyce Moreno, Zé
Geraldo, além de gravações de Chico Buarque, Ney Matogrosso e Edu Lobo.
Ao longo dos anos, a gravadora ampliou suas áreas de interesse. Passou a ser também uma editora de livros, publicou as biografias de Geraldo Vandré, Taiguara e Hermeto Pascoal e a história de outra gravadora, a Forma; e produtora audiovisual – são dela os documentários A História Secreta do Pop Brasileiro, de André Barcinski, e Os 8 Magníficos, de Domingos de Oliveira.
Na fase paulista da Kuarup tem uma coincidência quase ‘divina’. A primeira sede da gravadora na cidade foi em um prédio no centro, perto da Bolsa de Valores. A segunda, no bairro de Moema. Em 2013, a gravadora se instalou em um sobrado no bairro de Pinheiros, que marcou também o início de uma fase mais próspera. Nesse mesmo ano, Rodolfo Zanke, braço direito de Ferreira na gravadora, convidou o músico Renato Teixeira para conhecer a nova sede da gravadora. Ao chegar ao sobrado, disse que havia morado na casa com os pais, para surpresa de todos. Mais do que isso: foi nessa casa, atualmente ampliada com a aquisição do sobrado ao lado, que Teixeira compôs Romaria – a música se tornaria sucesso em 1977, com Elis Regina. Com a reforma das casas, Ferreira construiu um pequeno
estúdio.
Em 2021, Teixeira e Fagner se uniram no álbum Naturezas. Resolveram gravar no estúdio da Kuarup. Ao ver o local escolhido por Ferreira para instalar o estúdio, Teixeira notou que era praticamente o mesmo no qual mantinha seu estúdio caseiro, ainda quando morava com os pais. E mais: Fagner revelou que foi nele que fez a audição de seu álbum de estreia, Manera Fru Fru, Manera, em 1973. O estúdio, claro, ganhou o nome de Renato Teixeira. “Se você acredita em coincidências, fique só com elas. Se acredita em alguma energia, se é uma pessoa religiosa, pode levar para esse lado. Fico com as coincidências”, diz Ferreira. “São Paulo é enorme. Pinheiros é grande. É impressionante! Eu não acredito em coincidência, mas também não sei explicar o que é. De qualquer forma, ela casa muito com a fase paulistana da Kuarup. Tinha que ser nesse local. Foi algo forte para o livro”, conta Del Ré.
Cinco discos marcantes da trajetória do selo:
==> Semente Caipira O primeiro álbum de Pena Branca e Xavantinho foi vencedor na categoria melhor disco de música sertaneja no Grammy Latino de 2001
==> Em 1984, o álbum uniu um timaço de músicos para tocar e contar histórias. Deu origem a uma série, além de um solo de Elomar, de 1995. Elomar Geraldi Azevedo Vital Farias Xangai
==> Cartola Ao Vivo Registro ao vivo do último show do compositor carioca, traz o mangueirense cantando clássicos como Alvorada e As Rosas Não Falam.
==> Heitor Villa-Lobos: A Floresta do Amazonas Villa-Lobos talvez seja uma espécie de ‘padrinho’ da Kuarup, que generosamente sempre olhou sua obra, aqui tocada pelo pianista João Carlos Assis Brasil.
==> Ao Vivo em Tatuí Renato Teixeira não poderia ficar de fora. Nesse álbum, ao lado dos músicos Pena Branca & Xavantinho, traz o fino da música caipira.
(Fonte: Estadão - 16.04.2025)
O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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18 de abr. de 2025
Kuarup
15 de abr. de 2025
Columbia Sportswear
Com sede em Portland, , nos Estados Unidos, a marca de vestuário e equipamentos para atividades ao ar livre Columbia Sportswear foi fundada em 1938 pelos avós do Sr. Tim Boyle, presidente e CEO da
Columbia, que fugiram da Alemanha nazista.
No início de abril de 2025, o governo Trump anunciou tarifas retaliatórias sobre uma série de importações para os Estados Unidos. Para Boyle, essas medidas aumentaram a incerteza e deixaram os varejistas mais cautelosos. "É difícil para alguém da área de vendas assinar um contrato sem saber o que o futuro reserva em termos de custos dos produtos ou quanto estoque eles podem estocar. Estamos
vendo um congelamento nos investimentos em todo o setor", disse ele.
No final de abril, a Sra. Michelle Aubrey, vice-presidente sênior da empresa, visitou São Paulo com uma delegação de 60 pessoas para aprofundar o conhecimento do mercado. O grupo explorou o pico mais alto da cidade, o Pico do Jaraguá, com 1.235 metros de altitude, bem como o icônico Parque
do Ibirapuera.
Em um país famoso por suas praias, a Columbia aposta no crescente entusiasmo brasileiro por montanhas e atividades ao ar livre — especialmente corrida de trilha — para impulsionar seus negócios. "A corrida de trilha é um dos nossos pontos fortes globais, então faz sentido começar por aí. Mas, eventualmente, adoraríamos expandir para outros segmentos", disse Aubrey.
A decisão de migrar para mercados como o Brasil também está ligada às políticas do atual presidente dos EUA, Donald Trump. "É difícil entender o que está acontecendo nos EUA agora, então preferimos investir onde temos retornos mais previsíveis — e o Brasil certamente é um desses lugares", disse Tim Boyle,.
Em meio à crescente incerteza política e econômica nos Estados Unidos, Columbia Sportswear está voltando sua atenção para os mercados internacionais, principalmente o Brasil. A empresa americana escolheu São Paulo como seu polo estratégico no país e planeja dobrar o número de lojas na cidade até 2026.
“São Paulo é o maior e mais importante mercado do Brasil. Atualmente, temos três lojas na cidade, mas queremos dobrar esse número”, disse Michelle Aubrey. A Columbia opera atualmente 10 lojas em todo o país, concentradas principalmente na região Sul do Brasil.
Para o atual CEO, a empresa já passou por muitos períodos desafiadores, e este é simplesmente o mais recente. “Ao longo dos anos, tivemos muitos concorrentes, tanto no varejo especializado quanto fora dele, e conseguimos nos manter ágeis e bem capitalizados para manter o ônibus capitalizados para manter o negócio no caminho certo”, disse o Sr. Boyle.
No Brasil, a Columbia tem como alvo dois segmentos principais de consumidores: profissionais experientes, que dominam as especificações técnicas de seus produtos, e consumidores casuais que praticam atividades ao ar livre como lazer. Como produtos especializados, os itens da Columbia têm um preço mais alto. Questionada se isso poderia prejudicar o crescimento em uma economia em crise, a Sra. Aubrey respondeu que não. "Seria tolice pensar que as pessoas não estão sendo mais criteriosas com suas compras. No entanto, acreditamos que, como nossos produtos apresentam tecnologias exclusivas, os clientes reconhecerão o valor", disse ela.
A Sra. Aubrey vê o posicionamento premium da Columbia como uma alavanca para o crescimento, mesmo em um ambiente econômico desafiador. "Seria ingênuo ignorar que os consumidores estão pensando duas vezes antes de comprar. No entanto, estamos confiantes de que nossas tecnologias proprietárias criam um valor percebido que justifica o investimento", acrescentou.
Para fortalecer seu engajamento com esse público, a Columbia está investindo em influenciadores locais e embaixadores da marca. “É uma forma de mostrar que eles podem usar peças mais acessíveis no dia a dia, mas quando se trata de trilhas ou esqui, eles precisam de equipamentos adequados — ou vão
congelar ou passar calor”, disse a Sra. Aubrey.
Em 2024, a Columbia reportou vendas globais de US$ 3,36 bilhões, queda de 3,4% em relação a 2023. O lucro operacional caiu 13%, para US$ 270 milhões. De acordo com a empresa de pesquisa Statista, os Estados Unidos permaneceram como o principal mercado da empresa no ano passado, respondendo por 61% da receita, seguidos pela América Latina e Ásia, Europa, Oriente Médio e África e Canadá.
(Fonte: Valor - 15.04.2025)
14 de abr. de 2025
Terravita
Os cremes Terravita chegam ao mercado pela primeira vez, em 1983, lançando as bases para o
crescimento da empresa.
Em 1988, o lançamento de produtos de confeitaria semiacabados no mercado dá início a uma ampla cooperação com profissionais do setor de confeitaria – artesãos e indústria alimentícia.
O lançamento das primeiras barras de chocolate acontece em 1990. O principal produto da Terravita chega às mãos dos clientes, tornando a marca um player significativo e competitivo no mercado.
No ano de 1991, a empresa inicia a produção em sua atual sede em Poznań, na Polônia.
O início das vendas internacionais dos produtos Terravita e do desenvolvimento de uma estratégia de exportação dá-se em 1993. A Terravita alcança mercados em outros países.
Em 1994 é lançada uma nova forma de produto. A Terravita lança ocasionalmente figuras de chocolate, como, por exemplo, o Papai Noel.
A empresa começa a desenvolver a estratégia de marketing em diversos canais de comunicação. O primeiro comercial da Terravita é exibido na televisão em 1997. Atores poloneses em início de carreira apareceram em seus comerciais.
Nos anos de 1998/1999, comercial de TV com o Sr. Yapa conquista importantes prêmios na votação de melhor comercial de TV – a produção recebe a estatueta Vena duas vezes.
Ampliando a gama de produtos e fortalecendo sua posição no mercado de chocolates, em 2007 a Terravita lança novas marcas – Alpinella e Cocoacara – e conquista contratos para produzir e fornecer barras de "marca própria" para redes de supermercados e lojas de desconto.
Avanço nas gramaturas dos produtos e diversificação da categoria com a produção de chocolates de 225g acontecem no período 2011/2012.
Em 2019 a Terravita amplia o portfólio de produtos semiacabados para profissionais de confeitaria com marca própria sob o nome Bellaria.
O desenvolvimento dinâmico da empresa e abordagem inovadora à produção, levam a Terravita, em 2021, à aquisição e lançamento de uma moderna linha de produção de chocolates.
No período 2021/2022 a empresa procede a reformulação da marca de duas linhas de chocolates: Classic 100g e barras grandes 225g.
A expansão da nova linha de barras grandes recheadas de 235g ocorre em 2022.
(Fonte: site da empresa)

9 de abr. de 2025
Mammoth Brands (antiga Harry's)
A empresa conseguiu financiar seu próprio crescimento, além de uma rodada de captação de US$ 155 milhões em 2021 para ajudar a financiar a aquisição da Lume.
A Mammoth terá que superar alguns obstáculos, incluindo as tarifas do presidente Trump, que podem afetar sua cadeia de suprimentos internacional. Katz-Mayfield disse que a empresa poderia superar qualquer choque: "Vendemos produtos básicos", disse ele. "A boa notícia é que as pessoas tendem a comprar essas coisas nos dias bons e ruins."
A companhia arrecadou cerca de US$ 835 milhões em receita e quase US$ 100 milhões em lucro antes dos impostos em 2024, com as vendas crescendo mais de 20% nos últimos cinco anos.
(Fonte: The New York Times (DealBook) - 09.04.2025)
31 de mar. de 2025
BRB (Banco de Brasília)
Em 1986, teve sua denominação alterada de Banco Regional de Brasília para Banco de Brasília, permanecendo a sigla BRB.
Em 1991, transformou-se em banco múltiplo com as seguintes carteiras: Comercial, Câmbio, Desenvolvimento e Imobiliária. Fazem parte do conglomerado financeiro, como empresas coligadas, a BRB — Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, a BRB — Crédito, Financiamento e Investimento e a Corretora Seguros BRB. Há uma participação acionária de 45% na empresa de cartões — Cartão BRB S.A. e de 3,5% como sócio-fundador da Companhia Brasileira de Securitização — CIBRASEC.
Em setembro de 2019, um acordo entre o Banco de Brasília com a Cielo na área de adquirência de cartões, garantiu uma iniciativa que complementa o portfólio de produtos ofertados pela instituição para empresários e empreendedores do Distrito Federal e região.
Fora do Distrito Federal, o banco possui agências nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Alagoas, Paraíba, Mato Grosso Mato Grosso do Sul. Ao todo, o BRB possui 203 pontos de atendimento.
Em 28 de março de 2025, o BRB firmou contrato para comprar o Banco Master, em um acordo envolvendo 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do banco liderado por Daniel Vorcaro. A aquisição foi aprovada pelo conselho de administração do BRB, conforme fato relevante ao mercado. A assessoria de imprensa do BRB confirmou que o negócio é estimado em R$ 2 bilhões, conforme divulgado pelo jornal Metrópoles em reportagem que cita o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
30 de mar. de 2025
Base Exchange
Em poucas palavras, é nesse ambiente onde se realiza o registro, aceitação, compensação, liquidação e gerenciamento do risco das ordens de compra ou venda dos produtos, incluindo o mercado de derivativos financeiros, dos mercados à vista de ouro, de renda variável e de renda fixa privado. Sem isso, as barreiras de entrada são ainda maiores.
Mesmo assim, era preciso resolver mais um detalhe: o dinheiro. Isso porque abrir uma bolsa envolve um custo forte, como relata o CEO da ATG, Cláudio Pracownik. Segundo conta ao Money Times, a ATG tinha capital humano e tecnológico, mas faltava quem bancasse o projeto. Até que a Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi com mais de US$ 300 bilhões em ativos no mundo, comprou mais de 50% da companhia e se tornou sócia majoritária.
A bolsa do Rio era, até metade do século passado, a mais importante do país e da América Latina. Apesar disso, perdeu protagonismo em meio às crises econômicas nas décadas de 80 e 90. O grand finale foi a atuação do empresário Naji Nahas, que manipulou o preço das ações e provocou uma bolha nos ativos. A quebra do esquema foi suficiente para levar junto a bolsa da cidade em 1989. Desde então, a BVRJ, como era chamada na época, nunca mais se recuperou.
Pracownik disse que a Base Exchange se encontra (dezembro de 2024) em fase de testes na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e no Banco Central.
No início, serão ofertados produtos como ações, BDRs, EFTs, fundos imobiliários e aluguel de ações. Está no plano negociação de renda fixa, porém não num primeiro momento.
Claudio Pracownik, advogado, foi escolhido para comandar a Base Exchange. Com o gigantesco fundo árabe Mubadala por trás, Pracownik prevê iniciar a operação no primeiro semestre de 2026 e acredita que, a exemplo do que ocorreu nos EUA com o surgimento da Nasdaq, a competição tem potencial para alavancar o mercado
27 de mar. de 2025
Miner (gestora)
Em 27 de março de 2025, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que, após fim de julgamento, aplicou um total de R$ 383 milhões em multas aos envolvidos com a gestora Miner.
O montante é um dos maiores já cobrado pelo regulador a condenados em processos administrativos sancionadores (PAS).
A Miner e seus administradores foram acusados e condenados por operação irregular e fraudulenta, além da proibição de atuação de seus profissionais no mercado de capitais.
De acordo com o comunicado do regulador, a Miner deverá pagar um total de R$ 191,5 milhões por por administração irregular de carteira de valores mobiliários e prática de operação fraudulenta. Os sócios da gestora Geraldo Alves Vieira e Rene Antônio da Silva arcarão, cada um, com R$ 95,7 milhões, pelas mesmas acusações, perfazendo um total de outros R$ 191,5 milhões.
Outros envolvidos na operação, Murilo Bittencourt Souza, Mayara Ribeiro dos Santos, Marcelo Alves Teles, Gabriel Freitas Vieira e Cláudio Ewerton Porto Lopes foram condenados por criação de condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários. Todos estão proibidos, por 60 meses, de atuar, direta ou indiretamente, em qualquer modalidade de operação no mercado de valores mobiliários brasileiro.
A CVM informou que os acusados punidos poderão apresentar recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
(Fonte: Valor - 27.03.2025)
26 de mar. de 2025
23andMe
25 de mar. de 2025
Masp - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
O projeto MASP em Expansão, anunciado em meados de agosto de 2021, vai ampliar em 66% a área de exposições do Museu, com a reforma do edifício Dumont-Adams, do outro lado da rua, comprado pelo museu nos anos 2000. O novo edifício terá 14 andares e será integrado ao prédio atual por meio de uma passagem subterrânea.
De acordo com o Museu, será o feito mais significativo na história do museu após a sua transferência da rua 7 de Abril, no Centro, para a Avenida Paulista, em 1968. Naquela época, a mudança ocorreu para o que o museu tivesse uma sede à altura de sua coleção. O prédio projetado por Lina Bo Bardi (1914-1992), reconhecida pelo conjunto de sua obra com o Leão de Ouro Especial na Bienal de Veneza de 2021, transformou-se em cartão-postal da cidade e em símbolo da arquitetura moderna mundial do século 20. Hoje, a sede projetada por Lina tornou-se pequena para o tamanho da coleção, e apenas pouco mais de 1% do acervo é exposto....
O novo conjunto arquitetônico ganhará os nomes de seus fundadores. O prédio original receberá o nome de sua arquiteta, Lina Bo Bardi (1914-1992), e o novo edifício terá o nome do primeiro diretor artístico do museu, Pietro Maria Bardi (1900-1999)....
O nome da instituição continua o mesmo, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, Fica assim completa a homenagem ao trio fundador do MASP.
Lina e Pietro eram italianos, casados, e vieram juntos para o Brasil a convite de Assis Chateaubriand, para montar o Masp. Pietro era crítico de arte e marchand e Lina já era uma arquiteta consagrada quando veio para o Brasil. Além do Masp, ela fez várias outras obras importantes, como o Sesc Pompeia....
O prédio Pietro deve ficar pronto em janeiro de 2024, e terá 14 andares. Eles serão ocupados por cinco galerias expositivas e duas galerias multiuso, representando um aumento de 66% de área expositiva do MASP. O novo edifício também terá restaurante, bilheteria, loja, reserva técnica, salas de aula e laboratório de restauro...
Outra transformação importante será a transferência da bilheteria para o prédio Pietro, liberando o vão livre e devolvendo a este espaço a sua utilização como praça pública, uso defendido por Lina Bo Bardi desde que idealizou a atual sede do MASP.
Uma ligação subterrânea, sob a rua Prof. Otavio Mendes, já aprovada pela Prefeitura, vai unir os dois prédios.
Essa expansão consolida o museu e a própria Avenida Paulista como um eixo cultural, quem sabe o mais importante eixo cultural do Brasil, do qual o MASP, sem dúvida, é a âncora”, diz Alfredo Setubal, presidente do Conselho do MASP.
O novo edifício vai sediar as exposições temporárias, e o prédio Lina terá mais espaço para expor o acervo do museu, que hoje tem mais de 11 mil obras entre pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, que abrangem a produção europeia, africana, asiática e das Américas....
“O acervo do MASP vem crescendo. Nosso plano é que o edifício Lina seja dedicado à exposição das obras que pertencem à coleção do museu, sobretudo nas áreas do subsolo. Já as novas galerias deverão ser ocupadas com exposições temporárias, todas com pé-direito alto e equipadas com sistema de climatização e iluminação de última geração”, diz Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP. “Atualmente, a programação do museu tem um cronograma apertado e esses espaços vão proporcionar um respiro maior no calendário e uma melhor organização na narrativa das exposições.”
A arquitetura do edifício Pietro vai dialogar com o Lina. O primeiro pavimento será totalmente transparente, em diálogo com o vão livre, e os andares superiores serão revestidos com chapas metálicas perfuradas, que permitem a entrada de luz e a vista da paisagem externa....
O projeto vai custar R$ 180 milhões e será totalmente financiado por doações de pessoas físicas, sem uso de lei de incentivo fiscal. “Viabilizar a construção desse prédio por meio de doações é o coroamento do novo modelo administrativo do MASP, uma instituição que tem seus pilares calcados na sociedade civil”, afirma Heitor Martins, diretor-presidente do museu.
Os doadores consideram a ação uma oportunidade para deixar um legado cultural, turístico, urbanístico e econômico inquestionável para o país. “Felizmente, as famílias doadoras entenderam o significado do que nós estávamos propondo de fazer uma doação, sem incentivos da Lei Rouanet, só com pessoas físicas. Com isso, mostramos que a sociedade civil organizada pode, sim, fazer projetos importantes, desde que tenham confiança na governança da instituição. Mais do que uma expansão, estamos construindo um museu para o futuro”, diz Alfredo Setubal. ..
A expansão do museu foi primeiramente idealizada por Júlio Neves, arquiteto que ocupou o cargo de presidente do MASP por 14 anos, de 1995 a 2009.
Na década de 1990, Neves foi responsável pela reforma que incluiu a instalação da reserva técnica do museu e a renovação do sistema de ar-condicionado. Ele participou da compra do edifício Dumont-Adams nos anos 2000 e desenvolveu o projeto inicial para o edifício. Ao longo dos anos, o projeto sofreu alterações para obter a aprovação dos órgãos de patrimônio histórico e atender aos novos usos pretendidos para o espaço.
“Esse projeto que se inicia agora está equiparado à tecnologia aplicada aos melhores museus do mundo e não conheço outra estrutura similar no Brasil. Acredito que o MASP em expansão será um caso ímpar de planejamento e modernidade em nosso país”, diz Júlio Neves....
O projeto arquitetônico é uma coautoria de Júlio Neves com o escritório METRO Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni. Em 2016, o escritório fez adaptações técnicas nos icônicos cavaletes de vidro desenvolvidos por Lina Bo Bardi, parte do projeto original da arquiteta, e que foram reinstalados no museu....
Em 28 de março de 2025 foram abertas ao público visitante pela primeira vez as portas do novo edifício Pietro Maria Bardi. O prédio, que a partir de agora servirá como anexo do Museu de Artes de São Paulo (Masp), passou os últimos seis anos em uma reforma que o transformou completamente: de esqueleto abandonado desde a década de 1990 em um monolito preto vibrante que renova a paisagem da região.
(Fonte: A Vida no Centro - 20.08.2021 / Estadão - 25.03.2025 - partes)