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4 de mai. de 2021

Casa José Silva

          A Casa José Silva foi uma das lojas mais tradicionais de roupas masculinas e fazia muito sucesso com seus ternos por conta do corte elegante e confortável. Muitos modelos eram produzidos em grande escala, mas a loja também oferecia o serviço de confecção sob medida.
          A Casa José Silva chegou a ter 46 filiais espalhadas pelo Brasil, mas acabou falindo e fechando suas portas em 1999 depois de conflitos entre os familiares.

Casa José Silva

US Top

          Fabricadas pela Alpagartas, as calças U.S. Top surgiram na década de 1970 para competir com as similares importadas, sobretudo com as norte-americanas Levi’s e Lee.

calças U.S. Top
Os mais novos não devem saber, mas a U.S. Top foi a grande responsável por colocar no mercado a primeira calça brasileira que desbotava. “Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada” era o slogan da US Top, que, além de calças jeans, fazia também camisas.

Jumbo Eletro

          Em 1976, o Grupo Pão de Açúcar adquiriu a Eletroradiobraz, que na época era uma das maiores empresas do ramo varejista de São Paulo. Após a compra, os supermercados da Eletroradiobraz passaram a ser conhecidos como Pão de Açúcar, os hipermercados como Jumbo Eletro – Jumbo era o nome dos hipermercados do Pão de Açúcar – e os magazines como Eletro. Em 1993, buscando melhorar seus processos, o grupo Grupo Pão de Açúcar decidiu desativar as lojas Jumbo e os hipermercados viraram Extra.

jumbo
Aquivo Shopping Center ABC

30 de abr. de 2021

Cedae

          A criação da empresa foi autorizada pelo Decreto-Lei nº 39 de 24 de março de 1975 e constituída em 1º de agosto daquele ano, logo após a fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, o que resultou na unificação das três empresas que atuavam, em seus estados de origem, na prestação de serviços de saneamento: a SANERJ Companhia de Saneamento do Estado do Rio de Janeiro, a CEDAG Companhia Estadual de Águas da Guanabara e a ESAG Empresa de Saneamento do Estado da Guanabara. Pelo Decreto 168, de 18 de junho de 1975, firmado pelo governador do novo estado, o almirante Floriano Peixoto Faria Lima e pelos secretários Hugo de Mattos Santos e Luiz Rogério Mitraud de Castro Leite, determinada a unificação dos patrimônios das empresas fusionadas mediante a incorporação pela CEDAG, da SANERJ e da ESAG. Esse mesmo secreto determinou a extinção dessas duas últimas empresas dos antigos estados. A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro - CEDAE foi fundada com o objetivo de prestar serviços de saneamento no estado do Rio de Janeiro. 
          É uma empresa de economia mista de capital fechado, com 99,9996% das ações detidas pelo Estado do Rio de Janeiro e 0,0004% por terceiros.
          Tão logo se deu a sua implantação, ficou patente o desafio que se apresentava diante da nova empresa, já que fora a cidade do Rio, que se encontrava em situação confortável com relação a sua estrutura de abastecimento e saneamento, o interior fluminense e a nova região metropolitana por sua vez tinham uma estrutura bastante deficitária nesse sentido.
          Optou-se então por aproveitar parte da estrutura existente, principalmente a montada no Rio Guandu, a Estação de Tratamento de Água, e que na época da fusão já atendia à cidade do Rio de Janeiro, para que esta fornecesse água para a Baixada Fluminense, em situação emergencial, mas que mostrou-se mais viável ao longo dos anos, pois veio a melhorar as condições de vida da população daquela região.
          Nos demais municípios, foram implantadas redes de coleta de esgoto sanitário e abastecimento de água a medida da demanda e disponibilidade de recursos.
          Em setembro de 1999 a CEDAE encerrou os serviços de abastecimento de água em Campos dos Goytacazes e novembro do mesmo ano, transferiu os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário na Cidade de Niterói.
          A Companhia opera estações de tratamento de água e de esgotos de vários portes.
          A Estação de Tratamento de Esgotos da Barra da Tijuca é responsável pela operação e manutenção da maior Estação de Tratamento de águas do mundo com capacidade de tratar até 43m³ por segundo e atende aos municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, São João do Meriti, Itaguaí, Queimados e Rio de Janeiro, capital.
          A segunda maior Estação de Tratamento de Água operada é a do Laranjal, localizada no município de São Gonçalo, constituída de três estações interligadas, que tem como manancial supridor de água bruta os rios Guapiaçu e Macacu e com vazão nominal de 7 m³ por segundo.
          Para o tratamento de esgotos opera estações como a da Alegria e da Barra da Tijuca.
          Atualmente, a empresa é responsável pelo abastecimento de água tratada em 65 dos 92 municípios fluminenses e 17 com coleta de esgoto sanitário, atendendo cerca de 9 milhões das 15 milhões residentes no estado.
          Em 1997, o governador do Rio de Janeiro Marcello Alencar incluiu a empresa no Programa Estadual de Desestatização, porém a proposta foi considerada ousada, propondo conceder mananciais de água do estado para duas firmas francesas de saneamento, além de reservas sobressalentes para uma firma dos Estados Unidos. Isso desencadeou uma crise política, culminando com a retirada da CEDAE do PED, e o indeferimento do processo de privatização pelo Supremo Tribunal Federal.
(Fonte: Wikipédia)

29 de abr. de 2021

Lancôme

          A história da marca francesa de cosméticos Lancôme ou Lancôme Paris começa com Armand Petitjean, que nasceu na França em Saint Loup sur Semouse, em 30 de maio de 1884. Durante a Primeira Guerra Mundial lutou no front, mas antes mesmo do final do conflito recebeu uma dispensa. Isso lhe permitiu partir para a América do Sul e abrir uma empresa de exportação em Santiago, Chile, com seus dois irmãos, empresa que durou até 1925.
          De volta à França, e aproveitando um talento nato para a perfumaria, ingressou na equipe do perfumista François Coty onde iniciou seu aprendizado. Com a morte de Coty em 1934, Armand Petitjean enfrentou um dilema: aceitar um convite para ser um embaixador da França no Brasil, ou abrir a sua própria empresa de perfumes. Como homem empreendedor que era, e apaixonado por perfumes, decidiu ficar na França e abrir a sua própria marca de perfumes e cosméticos de luxo.
          Naquela época duas marcas americanas controlavam o mercado da beleza mundial, e Armand, que queria divulgar a cultura da França achou que poderia reverter este cenário criando uma marca genuinamente francesa. Para executar este projeto levou consigo alguns profissionais que conheceu na empresa de Coty: os irmãos Ornano, aos quais confiou a parte financeira, Georges Delhomme, famoso designer de frascos, Pierre Velon, químico, e Edouard Breckenridge, advogado. Durante alguns meses a equipe trabalhou no projeto, tendo como sede a propriedade familiar de Armand na cidade de Ville-d’Avray.
          Armand Petitjean criou a glamourosa marca Lancôme, líder em luxo em 1935, inspirado pelo seu amor por fragrâncias e pela sua imensa vontade em divulgar a cultura francesa, sintetizando beleza e glamour com um toque francês. A inauguração da marca foi apresentada por 5 fragrâncias distintas (Tropiques, Tendres Nuits, Kypre, Bocage e Conquête) em uma feira de perfumaria em Bruxelas.
          Já em 1936, Petitjean resolveu ingressar também no mercado de cosméticos, desenvolvendo o creme Nutrix, que possuía um sérum natural com qualidades regenerativas e nutritivas para a pele.
          Em 1950, os produtos começaram a ser vendidos no mercado americano, e cinco anos depois os produtos da marca já estavam sendo vendidos em cerca de 98 países.
          Mas somente em 1990 a marca finalmente ingressou no Brasil, com perfumes, maquiagens e linha de tratamento. Desde então, tornou-se a marca mais querida na categoria de produtos de luxo.
          Lancôme é a marca da mulher hoje presente no mundo inteiro. Cada mulher tem beleza própria, e Lancôme quer dar a cada uma o prazer de desfrutá-la, oferecendo os melhores produtos e inovações científicas, mesclados com o mais refinado luxo com a sempre desejada modernidade.
          A Lancôme está dentro do portfólio da L'Oreal, tendo perfumes, produtos de cuidados com a pele e maquiagem como seus principais produtos.
(Fonte: Dicas de luxo - 27.05.2017 / Wikipédia)

26 de abr. de 2021

Soma (grupo de moda)

          A Grupo de Moda Soma S.A. fundamentou seu crescimento via M&As (fusões e aquisições). Em 2014 promoveu a fusão da Animale com a Farm e se tornou um forte participante do setor.
          Em maio de 2020 fez a fusão com a marca Maria Filó. Em julho do mesmo ano, promoveu sua abertura de capital na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
           Dentre as empresas com atuação no segmento premium, após a incorporação da Maria Filó, o Grupo Soma se tornará maior do que seus dois principais concorrentes (Restoque — Le Lis Blanc/Dudalina/Jhon Jhon, e InBrands — Richards/Ellus/VR Collezzioni) juntos.
          O Grupo Soma (GSOM3) é detentor de 8 marcas que atuam no segmento de vestuário premium (classes A e B) e estão dentre as mais conhecidas e bem avaliadas pelos clientes no Brasil. A empresa é majoritariamente focada no público feminino e suas duas principais marcas, Animale e Farm, respondem por ¾ do faturamento.
          No total são 282 lojas, quase todas próprias (245) e localizadas em shoppings centers (244). Além das lojas físicas, a empresa possui uma operação digital bem desenvolvida e relevante. É líder do e-commerce no setor de varejo de moda brasileiro e suas vendas on-line já representam 38 por cento das vendas no varejo.
          Adicionalmente, a empresa também atua no mercado de atacado (¼ da receita), comercializando seus produtos em cerca de 2,8 mil revendedores multimarcas.
          A companhia produz suas peças em três fábricas (duas no Rio de Janeiro e uma em São Paulo) e conta com nove centros de distribuição, mais do que a maioria das empresas do setor possui.
          Em 26 de abril de 2021, o grupo Soma fez um acordo para a aquisição da Cia. Hering, num negócio cujo valor total chega a R$ 5,2 bilhões, o que implica um prêmio de 43% para o valor atual de mercado da empresa. Cerca de 10 dias antes, a Hering recebeu uma proposta não solicitada da Arezzo, enquanto o Soma estava sondando a marca Shoulder. A Arezzo tinha oferecido cerca de R$ 3,3 bilhões. Para Flavio Conde, chefe de análise da Inversa Publicações, o negócio é "muito positivo" para a Hering, que fará parte de um grupo "maior, mais agressivo e com mais dinheiro" e também positivo para o Grupo Soma, "que trará uma marca centenária, super conhecida, mas subaproveitada e com potencial de crescimento".
          Em 3 de agosto de 2021, o Grupo Soma informou que encerrou as operações da marca A.Brand com o fechamento das duas últimas lojas em 30 de julho. De acordo com a empresa, a marca não vinha apresentando a performance esperada e desde abril de 2020 já haviam sido encerradas doze lojas da A.Brand. Fundada em 2009 no Rio de Janeiro, a A.Brand focava em moda feminina. O estoque remanescente será disponibilizado no site da Off Premium, o outlet do Grupo Soma.
          Os controladores do Grupo Soma têm 37,62% da companhia, num acordo de acionistas entre os fundadores das marcas, sendo a maior posição individual da família Jatahy. As gestoras Opportunity, Atmos e Verde têm pouco mais de 5% cada.
          O Grupo Soma e a Arezzo confirmaram em 5 de fevereiro de 2024, a fusão entre as duas companhias. A operação será realizada por meio da incorporação do Grupo Soma pela Arezzo&Co. Os acionistas da Arezzo&Co serão titulares de 54% de participação e os do Grupo Soma de 46%. A nova denominação da companhia resultante ainda será definida. Com a fusão, a companhia terá faturamento próximo de R$ 12 bilhões, com 34 marcas e mais de 2 mil lojas, próprias e franquias.
(Fonte: Nord Research - 24.07.2020 / ValorInveste - 27.04.2021 / 03.08.2021 / 04.11.2021 / 05.02.2024 - partes)

23 de abr. de 2021

Vittia (fertilizantes)

          A empresa de fertilizantes Vittia é responsável pela fabricação e comercialização de fertilizantes especiais e defensivos biológicos. A companhia utiliza organismos vivos – bactérias e algas – para melhorar a produtividade do agronegócio.
          O início foi difícil, foram 17 anos para José Plínio Romanini produzir seu primeiro fertilizante, em 1988. Mas foi só em 2014, após receber um aporte da BRZ Investimentos (fundo de private equity), que a empresa iniciou uma sequência de aquisições.
          Veio o crescimento, mas a companhia continuou familiar. Os filhos Wilson Fernando Romanini e Francisco Guilherme Romanini continuam à frente dos negócios, com os cargos de CEO e conselheiro.
          Basicamente, a Vittia funciona como uma Embrapa – pesquisadora do agro – com produtos específicos para o produtor agro.
          São mais de 300 fornecedores (36 por cento dos insumos são importados) para criar mais de mil produtos atualmente, com mais 880 novos registros sendo estudados.
          Seus produtos possuem tecnologia embarcada, Vittia é fertilizantes "biotech", e o vendedor de Vittia faz uma "venda consultiva" – avalia a fazenda e sugere o uso de produtos específicos para cada microclima.
          São 55 funcionários com total dedicação em pesquisa e desenvolvimento para criar produtos específicos para cada microclima.
          São 198 vendedores (40 por cento em São Paulo e Mato Grosso) responsáveis por atender 1.255 produtores, 54 cooperativas e 474 revendedores.
          Fertilizantes especiais (fertilizantes foliares, micros de solo, inoculantes, condicionadores de solo e organominerais) representam 84 por cento da receita líquida da companhia, e defensivos biológicos (micro-organismos) os demais 17 por cento.
          Das vendas, 46 por cento da receita são para culturas de soja e milho, 25 por cento industriais (nutrição animal), e os demais 29 por cento em café, citrus e algodão. A variedade de produtos é enorme, e a competição não fica para trás. As barreiras de entrada não parecem elevadas – são muitos anos para licenciar e produzir, mas já são mais de 100 competidores – e a corrida tecnológica por novos produtos deverá permanecer viva.
          A competição é feroz. Vendo o agro investindo aqui, o interesse das grandes biotechs mundiais pelo produtor nacional também crescerá.
          Novas pragas e novos problemas demandam um investimento constante em tecnologia. Para ganhar acesso à sua tecnologia, as grandes só precisam contratar os pesquisadores de Vittia. Fertilizantes comuns possuem competição feroz e margens baixas, mas a venda consultiva de Vittia agrega tecnologia em seus produtos e, nesse caso, as margens são bem mais altas.
          Em 2017, a Vittia adquiriu a empresa de defensivos Biovalens e, em 2020, a JB Biotecnologia. Com isso, passou a ter 7 por cento do mercado brasileiro.
          O mercado de fertilizantes especiais é bastante pulverizado. Os quatro maiores players representam apenas 20 por cento do market share brasileiro (ICL comprou a Compass, Nutrien, Stoller e Valagro). A Vittia está logo atrás, com 5 por cento. Já em defensivos biológicos, 75 por cento do mercado mundial estão nas mãos de cinco grandes companhias (Kopert, Ballagro, CHR Hansen, Novozymes e Sumitomo).
          Os familiares Wilson e Guilherme possuem participações na Vittia através das empresas WFR e FGR, e a companhia terá 50,28 por cento de free float (ações em circulação) após a IPO de abril de 2021. A empresa desistiu de fazer sua IPO.
(Fonte: NordResearch - 23.04.2021)

GetNinjas

          A GetNinjas foi fundada em 2011 por Eduardo L’Hotellier e é uma plataforma disponível para sistemas Android, iOS e web, presente em todos os estados do Brasil e que conecta digitalmente profissionais de variadas áreas, pessoas físicas ou jurídicas, a potenciais clientes. Os profissionais oferecem seus serviços, mediante a compra de pacote de moedas virtuais para uso exclusivo na plataforma na aquisição de ordens de serviços dos clientes cadastrados.
          Ao fim de 2020, a plataforma possuía cerca de 2,1 milhões de profissionais cadastrados, distribuídos em mais de 500 diferentes categorias, como pintor, psicólogo, professor de inglês, personal trainer, diarista, assistência técnica de eletrodomésticos, dentre outras.
          Antes de sua IPO em abril de 2021, os principais acionistas são a gestora Tiger Global, que tem uma fatia de 28,56%; Eduardo Orlando L’Hotellier; a gestora Monashees, que tem 18,27%; e Kaszek Ventures, que tem 12,78%.
          Em 2020, a receita operacional líquida da empresa somou R$ 41,806 milhões.
          Em 27 de junho de 2022, a GetNinjas comunicou que Eduardo Orlando L’Hotellier, fundador e diretor-presidente da companhia, aumentou participação acionária para 17,3%, com pouco menos de 8,7 milhões de ações ordinárias.
          Em outubro de 2023, dois anos após chegar à Bolsa e ver suas ações despencarem mais de 70% no mesmo período, a GetNinjas é alvo de uma oferta hostil de controle, . Na semana iniciada no dia 9, a companhia foi surpreendida por um comunicado do Reag Alpha Fundo de Investimento Multimercado de que havia alcançado uma participação de 25% em sua composição acionária. A fatia foi atingida em menos de um mês e disparou a chamada “poison pill”, o que levará a Reag a ficar com todas as ações em circulação da empresa e fechar seu capital. A gestora já informou, por meio de comunicado, que vai convocar assembleia de acionistas para destituir e eleger um novo conselho de administração.
          Além da Reag, tornaram-se grandes acionistas as gestoras ARC Capital e Wealth High Governance, ambas com 17%. O segundo maior acionista da GetNinjas, com 20%, é Eduardo L’Hottelier, seu fundador, atual presidente e vice-presidente do conselho de administração, que corre o risco de ver seu futuro alterado.
          Com um caixa gordo, de R$ 270 milhões, e ações valendo em conjunto menos da metade de seu patrimônio, a GetNinjas virou alvo dos fundos. Não se sabe quem está por trás do Reag Alpha Fundo de Investimento Multimercado. Pelas regras da CVM, os fundos não são obrigados a abrir os nomes dos cotistas.
(Fonte: Valor - 23.04.2021 / 27.06.2022 / Estadão - 17.10.2023 -partes)

20 de abr. de 2021

Coinbase

          A Coinbase foi fundada em 2012 com o objetivo de simplificar a compra de criptomoedas e tornou-se a maior exchange de criptoativos do mundo. 
          Nos últimos meses de 2020 e primeiros meses de 2021, a corretora surfou na onda da enorme valorização dos criptoativos. Tanto o número de usuários quanto o volume negociado estão atrelados, principalmente, ao desempenho das duas maiores criptomoedas em domínio de mercado, bitcoin e ethereum.
          A saída para a Coinbase foi fazer os investidores olharem para o futuro: um horizonte com menos intermediários financeiros e transações ocorrendo majoritariamente por blockchain. A "criptoeconomia" aposta em um mundo movido por softwares de pagamento, no qual o e-commerce irá dominar mercados, como os de viagens e imóveis.
          Em 14 de abril de 2021, a nova economia deu (mais) um passo em direção ao tradicional mercado financeiro. Sob os holofotes de veículos especializados em negócios, a Coinbase pôs os pés em territórios nunca explorados e fincou uma bandeira no centro nervoso da Nasdaq. “Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade”, pode ter pensado Brian Armstrong, CEO da empresa, ao soar o sino de abertura da bolsa de valores. A Coinbase é um marco – a primeira grande empresa da criptoeconomia a fazer IPO.
          Seu processo de abertura de capital não foi nada tradicional. A companhia vendeu suas ações em uma listagem direta. Nesse processo, economiza o dinheiro que pagaria aos bancos de investimento em uma oferta pública inicial tradicional, e evita o custoso, cansativo e demorado roadshow. Por outro lado, o dinheiro levantado na venda das ações não vai para o caixa da empresa. Isso porque os atuais investidores vendem suas ações existentes ao público – em vez de a empresa oferecer ao mercado novas ações. Mas não embolsar nenhum ganho no momento da IPO não é um problema. A Coinbase tem mais de US$ 1 bilhão em seu balanço.
          A abertura de capital foi um sucesso. A empresa iniciou o pregão avaliada em US$ 85 bilhões, mas seu valor de mercado chegou a superar US$ 100 bilhões no mesmo dia (apesar de o preço das ações ter voltado a cair um pouco, logo na sequência). Isso colocou a Coinbase entre as maiores empresas listadas dos Estados Unidos. Foi a sétima maior valorização na data da estreia - atrás apenas da Airbnb, Facebook, UPS, AT&T Wireless, Snowflake e Uber.
          No relatório de ganhos do primeiro trimestre da 2021,  a Coinbase obteve uma receita estimada em US$ 1,8 bilhão e declarou ter 6,1 milhões de usuários mensais.
(Fonte: Época negócios - 17.04.2021)