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29 de jun. de 2021

Elo7 / Etsy

          A Elo7 foi fundada em 2008, em São Paulo. Nas rodadas de investimento da Série A e B, Monashees, Accel e Insight Partners tornaram-se acionistas da Elo7, alocando capital para investimento em tecnologia.
          Com cerca de 50% do volume bruto de mercadorias (GMV) concentrado nos feriados comerciais, a Elo7 experimentou altos e baixos na pandemia: os consumidores estavam mais presentes online e atentos à origem do que compram, mas não podiam contar com vendas para festas.
          A Elo7 tem mantido, até o momento, uma atuação mais discreta que as rivais, que fazem fortes investimentos em marketing. Ele também tem uma base de vendedores menor do que a média do mercado. Isso estava empurrando as projeções de volume negociado para baixo entre aqueles que não tinham acesso aos resultados da empresa.
          Em 28 de junho de 2021, uma transação no universo do varejo digital surpreendeu boa parte do mercado. A Etsy, pagou US$ 217 milhões pela Elo7. Dificilmente alguém da concorrência calcularia que o shopping virtual brasileiro - que vende de canecas sob medida a bonecas de crochê - já valia mais de R$ 1 bilhão.
          Cada vez que a Elo7 desenvolve soluções específicas para seu público, distancia do massivo mercado de e-commerce. Uma característica muito forte da Elo7 é que o produto é customizado. Isso gera uma série de dinâmicas ”. “A Etsy vem para fortalecer tudo o que foi construído até agora.

Etsy
          A Etsy foi fundada em 2005, apenas três anos antes da Elo7. com o objetivo de apoiar os pequenos negócios locais e estimular o modelo “Faça Você Mesmo”. Fundada no Brooklyn, em Nova York, a Etsy privilegiava os produtos artesanais.
          No início de junho de 2021, a empresa comprou a Depop, plataforma britânica com a mesma lógica de funcionamento.
          Em 28 de junho de 2021, uma transação no universo do varejo digital surpreendeu boa parte do mercado. A Etsy, pagou US$ 217 milhões pela Elo7. Dificilmente alguém da concorrência calcularia que o shopping virtual brasileiro - que vende de canecas sob medida a bonecas de crochê - já valia mais de R$ 1 bilhão.
          A Elo7 manterá sua sede em São Paulo, assim como toda sua equipe, após a finalização do negócio. A plataforma tem quase 2 milhões de consumidores e mais de 50.000 vendedores ativos, a maioria deles oferecendo produtos feitos sob medida.
          “O objetivo e o modelo de negócios são semelhantes aos nossos. Esta transação estabelecerá uma base para nós na América Latina, uma região de e-commerce subutilizada na qual não temos uma base significativa de clientes ”, disse o CEO da Etsy, Josh Silverman, em um comunicado.
(Fonte: Valor - 28.06.2021)

25 de jun. de 2021

Hermes / Comprafacil

          O grupo carioca Hermes, controlado por Gustavo Bach, ganhou notoriedade por sua operação de catálogos. Seu site de comércio eletrônico Comprafacil.com chegou a ser o terceiro maior do país, com vendas de 1,4 bilhão de reais.
          No final de 2011, assolado por uma dívida de cerca de meio bilhão de reais - considerada impagável - o Comprafacil foi colocado à venda.
          Chegou a receber ofertas bilionárias das empresas de comércio eletrônico B2We Nova Pontocom, mas não fechou negócio.
          A empresa se deteriorou e, no fim de outubro de 2013, o controlador tentou vendê-la quase de graça à Nova Pontocom. Mas não deu certo e o Hermes contratou a empresa de reestruturação Alvarez & Marsal para assessorá-lo na fase que teve início em fins de 2013.
          Considerando valores de 2013, o grupo Hermes tinha faturamento anual de 1,8 bilhão de reais.
(Fonte: revista Exame - 13.11.2013)

Nega Fulô

          Produzida na Fazenda Soledade, em Nova Friburgo (RJ), por Vicente Bastos Ribeiro, que hoje produz a linha Cachaça Soledade, a marca nasceu em 1975 e foi uma das cachaças pioneiras na busca do mercado internacional. Também marcou época com a garrafinha de terracota.
          Em 2006, a marca foi adquirida pela Diageo, em um dos primeiros movimentos das empresas globais de destilados no mercado brasileiro. No entanto, o conglomerado que tem em seu portfólio marcas gigantes como Johnnie Walker ou Smirnoff parece não ter encontrado uma forma de encaixar em sua operação a marca de cachaça artesanal fluminense, com sua pequena escala de produção. Tanto que a Diageo acabou investindo em uma outra marca de cachaça, bem maior e com muito mais capilaridade, a Ypióca, em 2012.
          Depois disso, a Nega Fulô foi caindo lentamente no ostracismo. No I Ranking Cúpula da Cachaça, em 2014, ela ainda apareceu com uma excelente 11ª colocação, mas não chegou entre as finalistas nas edições seguintes.
          Em junho de 2021, a icônica Cachaça Nega Fulô sai do mercado. A Diageo confirmou no dia 25, que a Cachaça Nega Fulô terá sua comercialização descontinuada. “A Diageo, maior empresa de bebidas destiladas do mundo, informa que descontinuou a venda da cachaça artesanal Nega Fulô, como parte da prática de revisão periódica de seu portfólio”, disse a empresa, confirmando as informações que circulavam desde cedo entre os devotos do destilado nacional.
          A notícia pegou de surpresa o mundo da cachaça, ainda que a Cachaça Nega Fulô fosse, de fato, uma espécie de relíquia de um outro momento do mercado.
          Uma das cachaças mais conhecidas do Brasil na primeira década do século, a marca foi aos poucos perdendo a relevância. Não tinha nenhuma presença digital – sequer um site próprio ou páginas nas redes sociais. Mas, ainda assim, seguia e segue sendo um nome muito presente na mente dos devotos.
          Em um comunicado que a Diageo dirigiu aos clientes, a empresa disse que as vendas “estão suspensas em caráter definitivo e com efeito imediato” e que “concentra seus esforços e estratégia de crescimento dentro da categoria de Cachaça na marca Ypióca, que possui produtos que atendem a diversos níveis de preço, perfis de sabor e canais de venda”.
          Apesar disso, a empresa tem desafios também com a Ypióca, que entre 2017 e 2019 teve um recuo acima de 10% em suas vendas totais. No ano passado, o scotch whisky e o gim garantiram ótimos números para a Diageo no Brasil, mas as vendas de cachaça, incluindo todas as marcas do setor, caíram como um todo.
          Dentro desse cenário difícil, não parece fazer sentido para o colombiano Gregorio Gutierrez, que comanda a Diageo Brasil desde 2017, manter viva uma marca que, apesar de tão ligada à história e ao desenvolvimento da cachaça como a Nega Fulô, apresenta números tão modestos.
          Nega Fulô e a Fulô são marcas icônicas, e permanecerão na memória de tantos e da história da cachaça. Foi provavelmente a primeira marca de cachaça a diferenciar sua garrafa, em terracota e em vidro. A charme das garrafas numeradas, com a chancela da assinatura do Vicente Bastos, além do posicionamento premium da marca, foram conquistas muito significativas. A Fazenda Soledade prossegue firme no mercado interno e externo, com seus produtos premium, seu dinamismo e competência. Está aí, como legítima sucessora da Nega Fulô.
(Fonte: Devotos da Cachaça - 18.06.2021)

Kapitalo Investimentos

          Fundada em 2009, a Kapitalo Investimentos está sediada na cidade de São Paulo, na Avenida Faria Lima, e tem mais de R$ 20 bilhões em ativos sob gestão, considerando dados de maio de 2021.
          A empresa tem atuação nas estratégias de Multimercados e Ações. Possui mais de 75 colaboradores, e, entre os principais executivos, estão Carlos Woelz (Gestor), João Carlos Távora Pinho (Operações) e Hegler Horta (Gestor).
(Fonte: Expert XP - 21.05.2021)

Guaraná Pelé

          Em maio de 2006, o rei do futebol, marca conhecida em todo o planeta, fechou negócio com a cervejaria Petrópolis, que produz as cervejas Itaipava, Crystal e Petra.
          O guaraná Pelé seria lançado no segundo semestre de 2006 e concorreria com o líder absoluto do mercado, o guaraná Antarctica, da Ambev.
          O lançamento marcaria a entrada da Petrópolis no segmento de refrigerantes. Para ceder sua imagem, Pelé recebeu 1 milhão de reais de adiantamento mas, como se sabe, o lançamento virou água.
(Fonte: revista Exame - 24.05.2006 - parte).

24 de jun. de 2021

Telefônica

           A espanhola Telefônica adquiriu a operadora de celulares Vivo em julho de 2010, por 17 bilhões de 
reais. Com isso, atingiu 75 milhões de clientes e um faturamento aproximado de 50 bilhões de reais.
          Em agosto de 2014, o grupo francês de mídia Vivendi, que comprara 100% da GVT  em 2009, quando manteve o presidente Amos Genish no comando, vende-a por 7,4 bilhões de euros (9,3 bilhões de dólares), para a Telefónica da Espanha e Telefônica Brasil (Vivo). Na assinatura dos termos definitivos do negócio em 18 de setembro de 2014, entre o grupo espanhol Telefónica e a francesa Vivendi, o israelense Genish acompanhou orgulhoso, à distância, o fechamento de um ciclo para a companhia que fundou, ao lado de seu conterrâneo Shaul Shani, a partir de um investimento inicial de R$ 100 mil numa licença de telefonia, em 1999.
          No mundo financeiro, comenta-se que não houve nenhuma empreitada de geração de valor semelhante à da GVT no Brasil: US$ 10 bilhões em 14 anos, do zero.
          Com a Telefônica (Vivo), os números passam a ser gigantescos: 95 mil pessoas trabalham direta e indiretamente para a empresa, das quais, 42 mil em call centers; e são quase 100 milhões de clientes. O 
próprio Genish, criador da GVT, definiu o fim da marca: 15 de abril de 2016. Só permanece a marca Vivo.
(Fonte: revista Exame - 23.02.2011 - parte)

22 de jun. de 2021

Ziebart

          A rede americana de serviços automotivos Ziebart está no Brasil desde os anos 1970. Foi criada nos Estados Unidos em 1954.
          Em 1994, com novos sócios, a Ziebart reformulou o padrão de suas lojas na tentativa de retomar o crescimento. Em setembro daquele ano, ela inaugurou sua primeira unidade em shopping center. Trata-se de uma butique para carros dentro do estacionamento do SP Market - shopping de lojas de fábrica que estava para ser inaugurado na Marginal Pinheiros, em São Paulo. Outras lojas em shoppings estavam previstas, mas as franquias também estariam disponíveis para pontos comerciais de rua.
          Na nova loja da Ziebart, os carros dos clientes poderiam ganhar uma proteção para pintura ou uma impermeabilização de estofamentos, entre outros. Se o veículo estiver com cheiro impregnado de cigarro, por exemplo, a empresa promete uma lavagem capaz de devolver o cheiro de um exemplar zero-quilômetro. Para-choques esbranquiçados recuperam seu tom preto original e pequenos riscos somem com uma técnica americana de polimento. A maioria dos produtos era importada dos Estados Unidos.
          Considerando dados de setembro de 1994, a rede tinha 700 lojas franqueadas em 42 países e outras 
22 unidades próprias.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994)

Drycar

          Em 1987, num dos fins de semana em que o químico Lúcio Edno Pereira, nascido em 1962, procurava deixar seu Karmann Ghia um brinco, o síndico do prédio onde ele morava aplicou-lhe uma multa por lavar o bólido na garagem. Pereira ficou proibido de molhar o chão da garagem. Inconformado, jurou vingança. Na época, Pereira trabalhava no setor de tintas para carros da Autolatina e conhecia bem a composição química de cada cor, fosse pintura metálica, fosse fosca.
          Debruçou-se então, sobre tubos de ensaio num laboratório artesanal montado no quintal da casa de seus pais e, ali, passou a trabalhar na fórmula mágica. Levou três anos para chegar ao produto, mas finalmente pôde lavar seu Karmann Ghia sem um único pingo d'água.
          Pereira, evidentemente, não conta quais nem quantos ingredientes mistura no produto que ele batizou de Drycar (do inglês, carro seco). Diz apenas que a formulação fragmenta os minúsculos grãos de pó, areia ou qualquer tipo de sujeira. Assim, ao ser aplicado, com um simples pano, o produto não risca a pintura do automóvel. Bastam apenas 200 mililitros, o equivalente a um copo, para lavar e fazer brilhar o carro inteiro. "Eu não acreditava que tinha inventado alguma coisa", diz ele. "Nem me preocupei em patentear o produto." Que o Drycar era bom ele logo descobriu, ao ganhar como um dos primeiros clientes o síndico que o multara.
          Animado, saiu da Autolatina e passou a limpar carros em domicílio, formando uma clientela de políticos e artistas. Assim trabalhou por outros três anos. Certo dia, seu invento saiu nu jornal e ele foi procurado até por multinacionais interessadas em comprar-lhe a fórmula. "Fiquei apavorado", diz ele. "Sumi por três dias porque não sabia o que fazer." Só então Pereira bateu na porta de amigos para abrir uma sociedade, e tratou de patentear o produto (em setembro de 1994, o processo corria em 79 países).
          Houve muita discussão entre Pereira e seus três sócios até que o negócio saísse do papel. Eles analisaram vários canais de atuação e optaram por montar uma rede de franquias de lava-jato a seco. É certo que escolheram um caminho trabalhoso: Pereira poderia simplesmente vender a fórmula para encher-se de dinheiro. Um de seus sócios é Airton Baptista, até então vendedor de carros numa concessionária em São Paulo. Os outros dois sócios têm uma construtora e entraram com o dinheiro. Pereira e Baptista trabalharam, então, com várias hipóteses para montar uma empresa que, não fizesse água. Optaram pela franquia depois de estudar e reconhecer a inviabilidade de outras maneiras de levar o negócio em diante, como venda em supermercados, posto de gasolina, lava-rápidos tradicionais, etc.
          Descartadas essas hipóteses, sobravam ainda outras três: montaram-se lojas, um serviço de atendimento em domicílio e outro para ser feito dentro de concessionárias. Seu invento, previ Pereira, levari ainda um ou dois anos para ser copiado por algum concorrente. Seria tempo suficiente, segundo ele, para se estabelecer no mercado e garantir uma clientela fiel.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994)

20 de jun. de 2021

Celite

          A Celite foi fundada em 1941 pelas famílias Azevedo, Toledo Lara e Giaffone, de São Paulo.
          Em 1994, como a maior fabricante de louças sanitárias do país, viveu uma situação singular: nos anos anteriores, acumulou sócios demais e negócios de menos. Tinha 512 sócios. São herdeiros dos fundadores e de ex-funcionários que receberam ações da empresa.
          Os negócios, entretanto, vinham crescendo na razão inversa à explosão demográfica entre os acionistas.
          Então, com um programa de modernização e internacionalização, a Celite queria reverter esse quadro. Havia muito trabalho pela frente, pois o estrago foi grande. Na década de 1980, a Celite tinha 70% do mercado interno de louças sanitárias. Em 1994, mantinha-se na liderança, mas sua fatia esvaziara-se para 37% do mercado.
          Por isso, uma nova estratégia de negócios foi sendo armada desde a posse de Antonio Carlos Archanjo, vice-presidente e principal executivo da Celite. Archanjo é o segundo profissional de fora do círculo familiar a assumir o comando dede que o presidente Antonio de Toledo Lara Neto, herdeiro de um dos fundadores, afastou-se do dia-a-dia dos negócios, em 1991.
          A Celite possui quatro fábricas, que passaram por um programa de modernização.
          Em maio de 1996, ostentando a posição de maior fabricante de louças sanitárias do país, a Celite entrou em concordata.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994 / 22.05.1996 - partes)

Cenibra

          A Cenibra - Celulose Nipo-Brasileira S.A. tem unidade no Brasil no município de Belo Oriente, no interior mineiro, a 240 quilômetros de Belo Horizonte.
          A construção de uma nova fábrica foi decidida em 1988, mas só começou a ser erguida no início de 1994. Segundo o presidente da empresa, Luiz Otávio Ziza Valadares, "o projeto ficou empacado por causa 
da dívida externa do Brasil".
          A segunda unidade é uma associação entre a Cia. Vale do Rio Doce e a JBP, Japan Brazil Paper and 
Pulp Resources Development Co. Ltd., consórcio formado pelos dezesseis maiores fabricantes de papel e celulose do Japão. São 792,7 milhões de dólares para elevar a produção de 350.000 para 700.000
toneladas anuais.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994)

Microlite

          Considerando-se um panorama em setembro de 1994, a Microlite pertence à família Flank, de São Paulo e aos grupos Varta, da Alemanha, e Inco, do Canadá.
          A empresa fabrica as pilhas Rayovac no mercado de pilhas alcalinas e produz também pilhas comuns. Até 1992, sua marca de pilhas alcalinas era Battery. Logo no começo da recuperação desse mercado, optou por usar a marca Rayovac também para as alcalinas. Além disso, produz baterias com as marcas Heliar e Satúrnia, lanternas e linhas de costura.
          A fábrica da Microlite está localizada em Guarulhos, na Grande São Paulo
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994)

St. Dupont

          A companhia francesa St. Dupont é uma das mais tradicionais - e caras - grifes europeias de artigos de luxo. Seus itens vão de canetas a acessórios masculinosde couro, usados por celebridades como o Papa João Paulo II e o primeiro-ministro francês Edouard Balladur.
          Para se ter uma ideia dos preços da marca: um isqueiro folheado a ouro fica em aproximadamente 7.000 dólares.
          Em setembro de 1994, a St. Dupont abriu sua subsidiária no Brasil. Cerca de 350 itens passaram a ser comercializado no país. Os artigos passaram a ser vendidos no Brasil em joalherias e lojas de artigos de luxo.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994)

Vendex

          No final dos anos 1980, o grupo holandês Vendex notabilizou-se no Brasil ao adquirir em curto prazo um número expressivo de empresas, como a Sears e a Ultralar, em sociedade com o empresário Paulo Malzoni. Essa agressividade tornou-o conhecido no mercado pela alcunha de "Comprex".
          Em abril de 1992, quando as atividades brasileiras do grupo Vendex incluíam a rede de lanchonetes Bob's, as farmácias Drogasil e os shoppings West Plaza e Paulista, ambos em São Paulo, o Vendex passou a procurar um executivo para comandar todas as operações do grupo no país. Um headhunter foi achá-lo justamente em Amsterdã (sede do grupo), tirando férias. Trata-se do executivo holandês Anton Bruinsma, nascido em 1936, economista, que dirigia uma empresa de mineração em Belo Horizonte, Minas Gerias. 
          No início de novembro de 1993, o grupo Vendex deu mais um passo para sair do Brasil. Se desfez dos 40% que detinha na agência Salles/Inter-Americana, de São Paulo. Em outra frente, o Vendex continuou tentando vender a rede de lanchonetes Bob's e ainda tinha participações na Drogasil e nos shoppings West Plaza e Paulista.
          Em abril de 1994, a GP, empresa de investimentos formada por sócios do grupo Garantia teria decidido ficar com o espólio do Vendex, no Brasil, por um valor não revelado. A operação de compra, que se arrastava há dois meses, incluía a rede de lanchonetes Bob's, além de participações na cadeia de farmácias Drogasil e nos shoppings West Plaza e Paulista.
          Depois de tentar, em vão, vender a rede de lanchonetes Bob's aos americanos da Burger King e aos acionistas do Banco Garantia, a Vendex do Brasil resignou-se a ficar, pelo menos por mais um tempo, no negócio de fast food. O Bob's ficou, mas o presidente saiu. Paulo Galvão foi afastado do comando da rede em 2 de setembro de 1994. Em seu lugar, entrou Rogério Braz, diretor da rival KFC para a América Latina.
(Fonte: revista Exame - 29.04.1992 / 24/11/1993 / 13.04.1994 / 14.09.1994 - partes)

Lockheed Martin

          No início de setembro de 1994, a Lockheed e a Martin Marietta, duas potências em armas, anunciaram sua fusão, numa transação de 10 bilhões de dólares, a maior transação nesse setor até então. A empresa foi batizada com a denominação Lockheed Martin. Na ocasião, o faturamento conjunto chegava a 22,6 bilhões de dólares, número que fez dela a maior fabricante de equipamentos de defesa do mundo, posição até entõ ocupada pela McDonnell-Douglas.
          A explicação para a união de forças dessa envergadura pode ser explicada pelo fato de, desde o final da Guerra Fria, a indústria bélica americana ter se encontrado numa encruzilhada. As encomendas de armamentos tiveram queda livre naqueles tempos em que até o IRA, o exército de libertação da Irlanda do Norte, esteve propenso à paz.
          Além de equipamentos de defesa, a Lockheed Martin fabrica produtos eletrônicos e presta serviços de tecnologia e informação.
          A indústria bélica americana passou por um processo de seleção natural no qual os mais fracos dão lugar aos mais fortes. A própria Lockheed pouco antes da fusão com a Martin comprou os negócios de produção dos caças F-16 da General Dynamics, enquanto a Martin Marietta adquiria a divisão de sistemas espaciais.
          Logo após a fusão, a Lockheed Martin previa o seguinte quadro para a origem de duas vendas: Aeronáutica - 32,5%, Mísseis e produtos espaciais - 27.6%, Serviços de tecnologia e informação - 20,6% e produtos eletrônicos - 19,3%.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994 / 01.01.1997 - partes)

Papirus

          A Papirus era controlada por um dos ramos da família Ramenzoni, que, no passado, foi dona da fábrica mais famosa de chapéus do país. Foi fundada pelos Ramenzoni em 1952. Sua fábrica fica em Limeira, interior do estado de São Paulo.
          No início de setembro de 1994, foi firmado um acordo de intenções para a associação entre a Papirus e a Ripasa.
          Entre 2010 e 2011, a companhia chegou a negociar uma fusão com a Ibema, que tem fábrica em 
Turvo (PR), mas a negociação não prosperou.
          De acordo com o co-presidente da Papirus, AmandoVarella, a empresa tende a se destacar pela fabricação de papelão com uma participação cada vez maior de conteúdo reciclado. Hoje, o aproveitamento de sucata recuperada pela Papirus gira em torno de 35% a 40%. A empresa planeja 
chegar a 60%. Varella é também diretor comercial e de marketing da empresa.
          A Papirus é uma das líderes do mercado brasileiro de embalagens cartonadas e uma das mais tradicionais fabricantes brasileiras de papelcartão, discute um novo plano estratégico de longo prazo com visão de sustentabilidade e economia circular, que pode culminar em um futuro projeto de 
expansão com investimentos substanciais.
          A empresa, que opera a plena capacidade desde o final de 2019, está concluindo um pacote de investimentos de cerca de R$ 40 milhões para ampliar a capacidade de produção em Limeira, São Paulo, para 115 mil toneladas por ano em 2023, de 96 mil toneladas em 2019 Segundo a empresa, a capacidade já aumentou em 2022, para 105 mil toneladas por ano.
          O potencial de crescimento, tanto do mercado quanto da Papirus, vem da demanda cada vez mais forte por embalagens mais sustentáveis. No entanto, ainda é preciso desenvolver barreiras – que protejam as embalagens e seu conteúdo – que sejam mais sustentáveis ​​e possibilitem a substituição do plástico.
          Também será necessário ampliar a coleta de embalagens e retirá-las do meio ambiente. “Olhando para o futuro, há muitas oportunidades em embalagens sustentáveis, mas coletando-as do meio ambiente”, disse ele. Para isso, espera-se que a empresa amplie as parcerias com as chamadas cleantechs, a exemplo do projeto pioneiro de crédito de reciclagem já iniciado com a Polen.
          A Papirus tem receita projetada para 2022 de R$ 750 milhões.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994 / Valor 04.10.2022 - partes)

18 de jun. de 2021

Nemera

          A multinacional francesa Nemera é líder em dispositivos de liberação de medicamentos, incluindo conta-gotas, aplicadores de pomadas e dispositivos eletrônicos.
          A empresa faturou € 430 milhões em 2020, e tem cinco fábricas - duas na França e uma cada nos Estados Unidos, Alemanha e Polônia.
          Em junho de 2021, a Nemera entra no mercado latino-americano ao adquirir uma fábrica no Brasil, sua primeira unidade fabril na região. No dia 17 a Nemera anunciou a compra da Milfra, empresa familiar, cujo proprietário é o empresário Francisco Porfírio, com sede em Jaguariúna, no interior de São Paulo. O valor da transação - que a Nemera considera “estratégica” para expandir sua presença e oferta de produtos na América Latina - não foi divulgado. A Nemera já tinha uma operação local, que exporta alguns produtos para a região.
          A aquisição também molda os futuros serviços de fabricação de produtos sob demanda no país. “A Milfra é uma empresa de sucesso, reconhecida no mercado brasileiro e com portfólio complementar. A Nemera é uma empresa altamente tecnológica ”, disse Roberto Restivo, gerente geral da unidade brasileira da Nemera. Fundada em 1966, a empresa brasileira desenvolve e produz aplicadores vaginais, retais e 
dispensadores de medicamentos orais para o mercado farmacêutico.
(Fonte: jornal Valor - 18.06.2021)

15 de jun. de 2021

Delly's

          A distribuidora de alimentos para pequeno varejo e foodservice Delly's iniciou seus negócios em 2015 e pertence ao Pátria Investimentos.
          Em junho de 2021, a Delly's anuncia sua décima segunda aquisição desde sua fundação. Trata-se da compra da Flecha Foods, que atua no norte do Espírito Santo e sul da Bahia. A empresa não revela o valor das aquisições feitas nos últimos anos. Além do crescimento via aquisições, a empresa tem crescido também organicamente.
          Com a expansão da atuação para a região Centro-Oeste em 2020 e para a região Nordeste em 2021, o grupo quer ganhar força para abrir o capital no futuro.
          Alessandro Chiaramitara, presidente da empresa, disse que a distribuidora de alimentos vai se mudar ainda em 2021 para a região Nordeste do país.
          “A Delly’s atua em um setor extremamente fragmentado e sem grandes concorrentes”, explica Sérgio Molinari, da Food Consulting. Em 2020, o setor de foodservice somou R$ 140 bilhões, queda de 24% em relação a 2019. Os dados de Molinari têm como referência a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos.
          Delly’s é uma das apostas do Pátria. A empresa também controla a Lavoro, empresa de insumos agrícolas que avançou no Centro-Oeste brasileiro. As outras duas empresas de saúde do Pátria são a Athena (em agosto de 2021, aa Athena Saúde comprou o Hospital São Marcos, de Maringá (PR), por R$ 71,5 milhões) e a Elfa.
          Com 120.000 clientes, a Delly’s possui centros de distribuição em todo o país. Seu foco é o pequeno varejo com de um a quatro caixas. “Somos o que os americanos chamam de balcão único, com mais de 20.000 itens”, disse Chiaramitara.
          O faturamento da Delly's deve chegar a R$ 3,5 bilhões em 2021. A empresa tem potencial para ser consolidadora do setor e pretende abrir o capital em 2022.
(Fonte: jornal Valor - 13.06.2021)

10 de jun. de 2021

MAP Linhas Aéreas

           A MAP Transportes Aéreos foi fundada em 2011. A sigla MAP vem de Manaus Aerotáxi Participações.
          Com dados referentes a junho de 2021, a MAP é a quinta maior aérea brasileira, com uma frota de sete aeronaves ATR com 70 assentos que operam em rotas domésticas da região amazônica a partir de Aeroporto de Manaus e nas regiões Sul e Sudeste a partir de Congonhas em São Paulo, o maior aeroporto doméstico do país.
          Em 8 de junho de 2021, a Gol Linhas Aéreas anunciou a aquisição da MAP Transportes Aéreos, por R$ 28 milhões em dinheiro e ações. Segundo a empresa aérea, o pagamento será composto por 100 mil ações GOLL4 a R$ 28/ação e R$ 25 milhões em dinheiro a serem pagos em 24 parcelas mensais, após cumpridas todas as condições precedentes. Concluído o negócio, a companhia assumirá até R$ 100 milhões de compromissos financeiros da MAP. A conclusão da transação, afirma a empresa, ainda depende de determinadas condições, incluindo aprovações e confirmações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
          Em fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o CEO da companhia, Paulo Kakinoff, ressalta que "esta aquisição é um passo importante da nossa estratégia de expansão de malha e capacidade, à medida em que buscamos revitalizar a demanda por viagens aéreas de lazer e a negócios". Com a aquisição, a Gol reforça sua liderança em duas das suas principais bases, com crescimento em Congonhas (SP) de aproximadamente 10%, com a adição de 26 voos diários.
(Fonte: Estadão - 08.06.2021)

GOL terá que assumir até R$ 100 milhões de compromissos financeiros da MAP - Divulgação

6 de jun. de 2021

Pilgrim's Pride

          Antes de 2007, o maior dos abatedouros americanos, o Pilgrim’s Pride, se viu em dificuldades. No processamento dos frangos, eles faturavam mais de 2 bilhões de dólares por ano.
          Isso graças a vultosos empréstimos bancários, tornando a empresa extremamente alavancada. Outro expediente foi comprar concorrentes. Ao adquirir a Gold Kist, por exemplo, adicionaram 2.300 criadores aos milhares que já tinham em sua rede de fornecedores.
          Veio então a recessão de 2007, causada pela crise das hipotecas (subprime crisis). A Pilgrim’s simplesmente não aguentou a queda no volume de vendas de frangos para os varejistas.
          Não teve outra alternativa a não ser a de declarar falência. Restava-lhe agora fechar plantas industriais e vender ativos os mais diversos.
          Eis que surgem dois personagens completamente desconhecidos no negócio americano de carne. Tratavam-se dos irmãos brasileiros Wesley e Joesley Batista, donos da JBS. Eles eram simplesmente os maiores produtores de proteína animal do planeta. Só que seu negócio, até então, era pecuária de corte.
          Decididos a explorar um ramo novo, e num país que não era o deles, os Batista entraram para valer. De um dia para o outro, ao adquirir a Pilgrim’s, por nada menos do que 2,8 bilhões de dólares, passaram a deter 20% da produção de frangos nos Estados Unidos.
          Em 17 de junho de 2021, a Pilgrim's Pride anunciou a aquisição do negócio de alimentos preparados que a Kerry Consumer Foods — uma das maiores empresas de ingredientes do mundo — tem no Reino Unido, por US$ 952 milhões. A Pilgrim's está pagando um múltiplo (EV/Ebitda) de 8,5 vezes pela divisão da Kerry. O negócio, que faturou 725 milhões de libras esterlinas no ano passado, é um dos maiores do segmento de alimentos preparados à base de carnes do Reino Unidos. Em nota, a Pilgrim’s destacou a liderança da divisão de alimentos preparados da Kerry em marcas próprias e private label (no Reino Unido, as marcas próprias são relevantes no varejo). A divisão também lançou recentemente uma marca de produtos plant based. Na avaliação de uma fonte próxima à companhia, a compra da divisão da Keery dotará a Pilgrim’s de uma espécie de Seara no Reino Unido. No país, a companhia já era dona da Moy Park, de carne de frango, e da Tulip, de carne suína.
          Com a aquisição da operação da Kerry no Reino Unido, o número de funcionários da Pilgrim’s passará de 58 mil para 62,5 mil. A expectativa é que a transação seja concluída no quarto trimestre.
(Fonte: Mercadores da Noite - Ivan Sant'Anna - 05.05.2019 / Valor - 17.06.2021 - partes)