Correa começou a vender fitas gravadas para os amigos e consertar aparelhagens de som da vizinhança. Suas instalações, então, resumiam-se à pequena garagem de sua casa, transformada em ponto comercial. De lá par cá, a empresa deixou de ser artesanal.
Em dezembro de 1992, quando atingiu oito lojas em sua rede, que lhe garantiam um faturamento de 18 milhões de dólares por ano, Correa optou por vender a empresa.
Uma das razões que levaram Correa a desfazer-se das lojas estava uma dívida de quase 1 milhão de dólares que a empresa tinha com bancos e fornecedores. Correa morava em Miami e era dono da Victor's, rede de lojas de produtos eletrônicos em Miami.
O negócio foi de aproximadamente 4 milhões de dólares para as empresárias Silvia Maria Taleb e Helena Libos. Ao contrário de Correa, as novas donas da Audio nada entendem de agulhas e caixas acústicas. Até pouco meses antes do negócio, ela eram donas de uma empresa de prestação de serviços de segurança pessoal. Ao vislumbrar a possibilidade de partir para uma atividade mais rentável, Silvia Maria e Helena venderam a empresa para comprar uma pequena fábrica de espumas no interior paulista. Na última hora, o negócio não se realizou, mas o mesmo corretor que o intermediara propôs a compra da Audio. Do outro lado da mesa estava Primo Simionato, nascido em 1957, o homem responsável pela administração da empresa de segurança e que hoje está à frente da rede.
Entre as várias decisões que Simionato tomou de imediato foi a diversificação. A rede deixou de vender exclusivamente aparelhos de som e vídeo e introduziu um catálogo que inclui raquetes de tênis, óculos, bichos de pelúcia, alimentos dietéticos e até bicicletas, entre outros produtos. Fez também parcerias com grandes fornecedores. Gradiente e Sharp passaram a alugar espaços dentro das lojas, onde expunham a linha completa de seus produtos, como num showroom.
(Fonte: revista Exame - 23.12.1992)
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