O empresário conduziu reestruturações de grandes empresas, como a Cecrisa, em 1991, Vila Romana e a rede VR, em 1994, a Artex, em 1996, a Americanas, em 1998, a Avipal, em 2003, o Pão de Açúcar, em 2007, a Vulcabras, em 2011, a BRF. A BRF talvez tenha sido uma das últimas empresas em que Claudio Galeazzi atual pessoal e integralmente. Depois vieram trabalhos na Mabe em 2013, no Magazine Luiza, em 2016 e na Marisa, em 2023, entre outras.
No início da década de 1990, Cláudio Galeazzi e o executivo Antônio Maciel Neto ajudaram a Cecrisa a superar a pior fase de suas até então três décadas de existência. "Com a recessão, a capacidade instalada ficou acima do mercado", disse Galeazzi. Ao chegar, em abril de 1991, dois meses após a concordata, Galeazzi teve de enfrentar a animosidade dos fornecedores. Inicialmente eles interromperam o fornecimento de matérias primas. Depois passaram a aceitar encomendas condicionadas ao pagamento à vista. Ele deixou o posto de presidente em maio de 1993. Em agosto, Maciel Neto assumiu o comando. A concordata se prolongou de 1991 a 1996.
Em 1994, depois de sérias dificuldades enfrentadas pela Vila Romana e a rede VR no início dos anos 1990, André Brett não tinha mais, formalmente, sociedade nesses negócios. Desde janeiro de 1994, o controlador passou a atender pelo nome de Grupo Sellinvest, praticamente desconhecido entre os brasileiros, formado por investidores estrangeiros, em sua maioria holandeses. André e o irmão Ladislau permaneceram no conselho. No momento da venda, as dívidas atingiam 30 milhões de dólares. Em maio de 2013, a fabricante de linha branca Mabe, pediu recuperação judicial alegando dificuldades para pagar fornecedores e funcionários. Na época, as dívidas da companhia somavam R$ 490 milhões. O plano aprovado pela Justiça no começo de 2014, no entanto, contemplava um valor menor, entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões. O plano de negócios elaborado pela consultoria Galeazzi & Associados previa um período de 10 anos. Mas no fim de 2015, o administrador judicial informou à Justiça que o plano não estava sendo cumprido, o que levou à decretação da falência.
A fatia mais rentável do grupo passou às mãos da Sellinvest: uma fábrica de ternos e calças, na Paraíba, e as lojas de fábrica. Nem mesmo a marca Vila Romana pertence mais aos Brett. O comando passou para as mãos de um executivo, Cláudio Galeazzi, contratado pela Sellinvest. Minoritários, reduzidos a uma participação de 7% do capital da empresa, André e Ladislau já não davam ordens.
Em meados de 1996, Claudio Galeazzi, já conhecido médico de empresas doentes no país, substitui Ivens Freitag, que deixou a Artex depois que o vermelho beirou 40 milhões de reais nos primeiros seis meses do ano.
Em 1998, a Lojas Americanas estava (novamente) no vermelho, ano em que desfez a união com o Walmart e vendeu sua participação na rede americana. Em março de 1998 a empresa buscou o executivo consultor Claudio Galeazzi, com um contrato de dois anos para cumprir a missão de tirar a operação do vermelho. Mais tarde o prazo foi estendido. A estratégia de Galeazzi foi diminuir para fortalecer. Durante sua gestão, 23 lojas da rede foram vendidas passando para 91 unidades.
Na Avipal, por volta de 2004, então aos 74 anos, o executivo chinês Shan Ban Chun estava passando por aquele momento típico dos homens de negócio que chegam à terceira idade à frente de uma grande empresa - planejar a continuidade dos negócios. Em meados de 2003 ele contratou a consultoria Galeazzi & Associados com o "objetivo de profissionalizar a gestão e garantir uma sucessão tranquila", segundo Galeazzi.
Em 2003, depois de diversas conversas ao longo dos anos, Arthur Sendas decidiu vender ao Pão de Açúcar metade da rede Sendas do Rio de Janeiro, então a quinta maior rede varejista do país. Desde julho de 2007, o consultor Cláudio Galeazzi se dedicou integralmente à reestruturação das operações da bandeira Sendas.
No final de 2007, Abilio contratou o consultor Claudio Galeazzi para assumir a presidência do grupo, no lugar de Cássio Casseb, o breve, que não permaneceu mais que dois anos no grupo. Desde sua entrada, Galeazzi tinha entre suas missões preparar seu sucessor, que seria escolhido entre os executivos do grupo. Em meados de 2009, quando Abilio Diniz reiterou a permanência de Galeazzi por mais um ano, o Pão de Açúcar tinha como vice-presidentes Enéas Pestana, José Roberto Tambasco, Hugo Bethlem e Ramatis Rodrigues, que acabara de assumir o cargo no lugar de Caio Mattar, que passou à presidência da empresa imobiliária criada pela varejista.
Em 2011, a Vulcabras inicia uma das reestruturações mais drásticas que o país já viu. Num período de três anos foram demitidos 22.000 funcionários, quase metade do total. Era uma questão de vida ou morte. Prejuízos vultosos e dívida assustadora. No processo, 25 das 29 fábricas da Vulcabras foram fechadas. Para o trabalho, Pedro Grendene, dono da Vulcabras, contratou o consultor Claudio Galeazzi, especialista em corte de custo, conhecido no mercado como "mãos de tesoura", que, na prática, assumiu o dia a dia da empresa.
Em fins de 2012, um grupo de acionistas liderado pela gestora Tarpon (Pedro de Andrade Faria, da Tarpon, já era CEO internacional desde 2011) juntou-se a Abilio Diniz, ex-proprietário do Grupo Pão de Açúcar, e também sócio da BRF, para dar as cartas na empresa. Abilio chega em abril de 2013 e traz para remodelar a empresa o especialista Cláudio Galeazzi, chamado por muitos de "mãos de tesoura", por sua volúpia para cortar custos. A ideia de tornar o que era bom em ótimo de Diniz e da Tarpon começou e emitir sinais nebulosos. Galeazzi, que temia o avanço da concorrência no mercado brasileiro e achava que Faria não podia prescindir do período de experiência na operação local da BRF (os conselheiros, Abilio Diniz à frente, estavam encantados com o trabalho de Faria na área internacional).
Diante da confirmação de que Faria era o escolhido, os então 11 sócios da Tarpon marcaram um jantar em comemoração ao que se referiam como a "subida do Everest". Galeazzi não gostou. Deixou o cargo em dezembro de 2014, e numa carta a conselheiros, executivos e acionistas teria profetizado dias difíceis: "Lamento profundamente o que ocorreu, mas prefiro interromper um sonho na raiz a ter de viver um pesadelo na minha gestão".
Na BRF, a gestão de Diniz e da Tarpon começou e emitir sinais nebulosos. Galeazzi, que temia o avanço da concorrência no mercado brasileiro e achava que Pedro Faria não podia prescindir do período de experiência na operação local da BRF (os conselheiros, Abilio Diniz à frente, estavam encantados com o trabalho de Faria na área internacional), deixou o cargo em dezembro de 2014, e numa carta a conselheiros e executivos teria profetizado dias difíceis.
Por volta de 2016, a crise que assola o país fazia o desempenho do comércio de móveis e eletrodomésticos, uma das bases do Magazine Luiza, viver momentos muito ruins. Seus pares Casas Bahia e Ponto Frio, que juntas formam a Via Varejo, estavam em condições semelhantes. Para atacar os problemas de curto e médio prazos, Frederico Trajano contratou duas consultorias - a Galeazzi e a McKinsey - para ajudá-lo a tornar a empresa mais enxuta e eficiente. A primeira procurou oportunidades de redução de custo. A segunda tinha como tarefa encontrar formas para alavancar as receitas.
Nas primeiras semanas de fevereiro de 2023, a Marisa anunciou diversas mudanças. Pressionada por dívidas que vencem em um futuro próximo, passará por uma grande reestruturação. Com mais uma troca de comando, a quarta em menos de um ano, o acionista controlador – a família Goldfarb – nomeou João Pinheiro Nogueira Batista como CEO para tentar mais uma vez reformular a empresa.
Em seu primeiro encontro presencial com a Galeazzi Associados, João Nogueira quis saber quais lojas estavam perdendo dinheiro e quantas devem fechar. Em 30 de setembro de 2022, a Marisa tinha 344 lojas.
Em seu primeiro encontro presencial com a Galeazzi Associados, João Nogueira quis saber quais lojas estavam perdendo dinheiro e quantas devem fechar. Em 30 de setembro de 2022, a Marisa tinha 344 lojas.
Galeazzi se afastou da liderança e gestão de sua consultoria em 2021, quando foi diagnosticado com câncer.
Luiz Galeazzi, CEO da Galeazzi & Associados, filho de Claudio, explica que "apesar de afastado da liderança e gestão da Galeazzi & Associados, ele sempre se fez presente, sendo um pilar do nosso compromisso com a ética, com a transparência e com o profissionalismo, valores plantados por ele em nossa cultura”.
Consultores da área de varejo, classificam o gestor como “um dos maiores, senão o maior, profissional de reorganização e recuperação de empresas de varejo”.
Cláudio era conhecido por fazer demissões durante reestruturações, e chegou a ser chamado por muitos como "Mãos de tesoura".
Consultores da área de varejo, classificam o gestor como “um dos maiores, senão o maior, profissional de reorganização e recuperação de empresas de varejo”.
Cláudio era conhecido por fazer demissões durante reestruturações, e chegou a ser chamado por muitos como "Mãos de tesoura".
O reestruturador de empresas Claudio Galeazzi foi um dos maiores gestores do seu tempo, sendo reconhecido pela sua capacidade de recuperar e garantir a longevidade de algumas das maiores empresas deste País, tanto no papel de executivo, como no de consultor e conselheiro.
Claudio Galeazzi morreu na noite do dia 2 de março de 2022.
(Fonte: Dinheiro Rural / MSN - 03.03.2023)
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