Considerando dados de 2021, o banco tem um total de recursos de 211,5 bilhões de dólares e 6567 funcionários. O “banco das startups” do Vale do Silício, 16º maior banco dos EUA em ativos carrega US$ 175 bilhões em depósitos em março de 2023.
No final do dia 8 de março de 2023, um gatilho disparou uma crise, quando o banco surpreendeu Wall Street dizendo que teve que vender um portfólio de títulos (a um prejuízo de US$ 1,8 bilhão) e ainda planejava levantar US$ 2,25 bilhões com a venda de novas ações, capital necessário para reforçar o seu balanço.
A notícia deu início a uma corrida por resgates, do Vale até a Faria Lima. No dia seguinte (9 de março), enquanto Gregory Becker (CEO do SVB desde 2011) dizia aos clientes para se manter “calmos,” gestores ligavam para seus clientes e mandavam sacar tudo – imediatamente.
A crise do SVB dragou o setor financeiro no pregão de 9 de março, com os quatro maiores bancos dos EUA perdendo mais de US$ 50 bi em valor de mercado. Mais uma vez, a reversão de um período de grande liquidez financeira deixará mortos e feridos. Os tempos de juros extremamente baixos inflaram diversos negócios nos EUA, e o venture capital surfou (muito) essa onda. Até o início de 2022, antes de o Federal Reserve dar início ao aperto monetário, houve um boom nos recursos para startups – e muitas dessas empresas de tecnologia são clientes do SVB. O aperto monetário derrubou o ritmo de concessões de empréstimos, piorando a qualidade dos ativos, e a inadimplência subiu. Os poupadores passaram a buscar alternativas mais rentáveis na renda fixa depois de anos de juros próximos a zero. Consequência: os clientes foram em busca de melhor rentabilidade em outras instituições ou mesmo nos títulos do Tesouro – e se os bancos menores aumentam os juros pagos, terão lucros ainda menores, agravando os desequilíbrios.
Em 10 de março de 2023, o SVB não resistiu à sangria em seus depósitos e sofreu intervenção do governo americano, tornando-se a primeira grande instituição financeira americana a quebrar desde a crise de 2008. O SVB vinha tentando levantar capital desde o início da semana, ao mesmo tempo em que conversava com possíveis interessados em adquirir as suas operações. Não houve tempo. Suas ações mergulharam 80% antes das negociações serem suspensas. A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), a agência americana criada em 1933 no auge da Grande Depressão para proteger correntistas e poupadores, assumiu o controle.
Analistas erram bastante. O Silicon Valley Bank era um dos mais recomendados. No início do ano, o banco recebia 12 recomendações de “compra” e apenas uma de “venda”, segundo a Bloomberg. Em 10 de março de 2023, o SVB não resistiu à sangria em seus depósitos e sofreu intervenção do governo americano, tornando-se a primeira grande instituição financeira americana a quebrar desde a crise de 2008. O SVB vinha tentando levantar capital desde o início da semana, ao mesmo tempo em que conversava com possíveis interessados em adquirir as suas operações. Não houve tempo. Suas ações mergulharam 80% antes das negociações serem suspensas. A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), a agência americana criada em 1933 no auge da Grande Depressão para proteger correntistas e poupadores, assumiu o controle.
Agências de rating também erram. Segundo a Moody’s e o S&P, até o começo de março, o SVB era grau de investimento!
Vale notar que não houve fraude, como no caso das Americanas. A situação financeira da empresa e o ambiente macroeconômico estavam aí para todos verem.
As regras de capital e liquidez dos bancos, revisitadas após 2008, também não foram fortes suficientes. Novas regras e testes de estresse devem ser criados após essa quebradeira recente, mas nada garante que vão funcionar no futuro.
É claro, após o fato, que diversas teses aparecem. Como a atitude do banco de agir mais como a maioria de seus clientes (startups de tecnologia) do que um banco tradicional mais sério.
Mas a razão principal da quebra foi a completa falta de gestão de risco. A Chief Risk Officer Laura Izurieta saiu em outubro e foi substituída em dezembro por Kim Olson, que ficava em Nova Yorque, a 4700 quilômetros de distância. Não dá para fazer gestão de risco de um banco sem estar com o dedo na jugular da tesouraria. Esse foi um erro fatal.
A empresa de auditoria KPMG apresentou relatórios que atestavam a saúde financeira do Silicon Valley Bank - SVB duas semanas antes de o banco quebrar. O SVB) faliu apenas 14 dias depois que a KPMG deu ao banco um atestado de saúde financeira.
(Fonte: BrazilJournal - 10.03.2023 / Valor - 14.03.2023 - Empiricus (Kiki Knudsen) - 16.03.2023 - partes)
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