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20 de jun. de 2021

Vendex

          No final dos anos 1980, o grupo holandês Vendex notabilizou-se no Brasil ao adquirir em curto prazo um número expressivo de empresas, como a Sears e a Ultralar, em sociedade com o empresário Paulo Malzoni. Essa agressividade tornou-o conhecido no mercado pela alcunha de "Comprex".
          Em abril de 1992, quando as atividades brasileiras do grupo Vendex incluíam a rede de lanchonetes Bob's, as farmácias Drogasil e os shoppings West Plaza e Paulista, ambos em São Paulo, o Vendex passou a procurar um executivo para comandar todas as operações do grupo no país. Um headhunter foi achá-lo justamente em Amsterdã (sede do grupo), tirando férias. Trata-se do executivo holandês Anton Bruinsma, nascido em 1936, economista, que dirigia uma empresa de mineração em Belo Horizonte, Minas Gerias. 
          No início de novembro de 1993, o grupo Vendex deu mais um passo para sair do Brasil. Se desfez dos 40% que detinha na agência Salles/Inter-Americana, de São Paulo. Em outra frente, o Vendex continuou tentando vender a rede de lanchonetes Bob's e ainda tinha participações na Drogasil e nos shoppings West Plaza e Paulista.
          Em abril de 1994, a GP, empresa de investimentos formada por sócios do grupo Garantia teria decidido ficar com o espólio do Vendex, no Brasil, por um valor não revelado. A operação de compra, que se arrastava há dois meses, incluía a rede de lanchonetes Bob's, além de participações na cadeia de farmácias Drogasil e nos shoppings West Plaza e Paulista.
          Depois de tentar, em vão, vender a rede de lanchonetes Bob's aos americanos da Burger King e aos acionistas do Banco Garantia, a Vendex do Brasil resignou-se a ficar, pelo menos por mais um tempo, no negócio de fast food. O Bob's ficou, mas o presidente saiu. Paulo Galvão foi afastado do comando da rede em 2 de setembro de 1994. Em seu lugar, entrou Rogério Braz, diretor da rival KFC para a América Latina.
(Fonte: revista Exame - 29.04.1992 / 24/11/1993 / 13.04.1994 / 14.09.1994 - partes)

Lockheed Martin

          No início de setembro de 1994, a Lockheed e a Martin Marietta, duas potências em armas, anunciaram sua fusão, numa transação de 10 bilhões de dólares, a maior transação nesse setor até então. A empresa foi batizada com a denominação Lockheed Martin. Na ocasião, o faturamento conjunto chegava a 22,6 bilhões de dólares, número que fez dela a maior fabricante de equipamentos de defesa do mundo, posição até entõ ocupada pela McDonnell-Douglas.
          A explicação para a união de forças dessa envergadura pode ser explicada pelo fato de, desde o final da Guerra Fria, a indústria bélica americana ter se encontrado numa encruzilhada. As encomendas de armamentos tiveram queda livre naqueles tempos em que até o IRA, o exército de libertação da Irlanda do Norte, esteve propenso à paz.
          Além de equipamentos de defesa, a Lockheed Martin fabrica produtos eletrônicos e presta serviços de tecnologia e informação.
          A indústria bélica americana passou por um processo de seleção natural no qual os mais fracos dão lugar aos mais fortes. A própria Lockheed pouco antes da fusão com a Martin comprou os negócios de produção dos caças F-16 da General Dynamics, enquanto a Martin Marietta adquiria a divisão de sistemas espaciais.
          Logo após a fusão, a Lockheed Martin previa o seguinte quadro para a origem de duas vendas: Aeronáutica - 32,5%, Mísseis e produtos espaciais - 27.6%, Serviços de tecnologia e informação - 20,6% e produtos eletrônicos - 19,3%.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994 / 01.01.1997 - partes)

Papirus

          A Papirus era controlada por um dos ramos da família Ramenzoni, que, no passado, foi dona da fábrica mais famosa de chapéus do país. Foi fundada pelos Ramenzoni em 1952. Sua fábrica fica em Limeira, interior do estado de São Paulo.
          No início de setembro de 1994, foi firmado um acordo de intenções para a associação entre a Papirus e a Ripasa.
          Entre 2010 e 2011, a companhia chegou a negociar uma fusão com a Ibema, que tem fábrica em 
Turvo (PR), mas a negociação não prosperou.
          De acordo com o co-presidente da Papirus, AmandoVarella, a empresa tende a se destacar pela fabricação de papelão com uma participação cada vez maior de conteúdo reciclado. Hoje, o aproveitamento de sucata recuperada pela Papirus gira em torno de 35% a 40%. A empresa planeja 
chegar a 60%. Varella é também diretor comercial e de marketing da empresa.
          A Papirus é uma das líderes do mercado brasileiro de embalagens cartonadas e uma das mais tradicionais fabricantes brasileiras de papelcartão, discute um novo plano estratégico de longo prazo com visão de sustentabilidade e economia circular, que pode culminar em um futuro projeto de 
expansão com investimentos substanciais.
          A empresa, que opera a plena capacidade desde o final de 2019, está concluindo um pacote de investimentos de cerca de R$ 40 milhões para ampliar a capacidade de produção em Limeira, São Paulo, para 115 mil toneladas por ano em 2023, de 96 mil toneladas em 2019 Segundo a empresa, a capacidade já aumentou em 2022, para 105 mil toneladas por ano.
          O potencial de crescimento, tanto do mercado quanto da Papirus, vem da demanda cada vez mais forte por embalagens mais sustentáveis. No entanto, ainda é preciso desenvolver barreiras – que protejam as embalagens e seu conteúdo – que sejam mais sustentáveis ​​e possibilitem a substituição do plástico.
          Também será necessário ampliar a coleta de embalagens e retirá-las do meio ambiente. “Olhando para o futuro, há muitas oportunidades em embalagens sustentáveis, mas coletando-as do meio ambiente”, disse ele. Para isso, espera-se que a empresa amplie as parcerias com as chamadas cleantechs, a exemplo do projeto pioneiro de crédito de reciclagem já iniciado com a Polen.
          A Papirus tem receita projetada para 2022 de R$ 750 milhões.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994 / Valor 04.10.2022 - partes)

18 de jun. de 2021

Nemera

          A multinacional francesa Nemera é líder em dispositivos de liberação de medicamentos, incluindo conta-gotas, aplicadores de pomadas e dispositivos eletrônicos.
          A empresa faturou € 430 milhões em 2020, e tem cinco fábricas - duas na França e uma cada nos Estados Unidos, Alemanha e Polônia.
          Em junho de 2021, a Nemera entra no mercado latino-americano ao adquirir uma fábrica no Brasil, sua primeira unidade fabril na região. No dia 17 a Nemera anunciou a compra da Milfra, empresa familiar, cujo proprietário é o empresário Francisco Porfírio, com sede em Jaguariúna, no interior de São Paulo. O valor da transação - que a Nemera considera “estratégica” para expandir sua presença e oferta de produtos na América Latina - não foi divulgado. A Nemera já tinha uma operação local, que exporta alguns produtos para a região.
          A aquisição também molda os futuros serviços de fabricação de produtos sob demanda no país. “A Milfra é uma empresa de sucesso, reconhecida no mercado brasileiro e com portfólio complementar. A Nemera é uma empresa altamente tecnológica ”, disse Roberto Restivo, gerente geral da unidade brasileira da Nemera. Fundada em 1966, a empresa brasileira desenvolve e produz aplicadores vaginais, retais e 
dispensadores de medicamentos orais para o mercado farmacêutico.
(Fonte: jornal Valor - 18.06.2021)

15 de jun. de 2021

Delly's

          A distribuidora de alimentos para pequeno varejo e foodservice Delly's iniciou seus negócios em 2015 e pertence ao Pátria Investimentos.
          Em junho de 2021, a Delly's anuncia sua décima segunda aquisição desde sua fundação. Trata-se da compra da Flecha Foods, que atua no norte do Espírito Santo e sul da Bahia. A empresa não revela o valor das aquisições feitas nos últimos anos. Além do crescimento via aquisições, a empresa tem crescido também organicamente.
          Com a expansão da atuação para a região Centro-Oeste em 2020 e para a região Nordeste em 2021, o grupo quer ganhar força para abrir o capital no futuro.
          Alessandro Chiaramitara, presidente da empresa, disse que a distribuidora de alimentos vai se mudar ainda em 2021 para a região Nordeste do país.
          “A Delly’s atua em um setor extremamente fragmentado e sem grandes concorrentes”, explica Sérgio Molinari, da Food Consulting. Em 2020, o setor de foodservice somou R$ 140 bilhões, queda de 24% em relação a 2019. Os dados de Molinari têm como referência a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos.
          Delly’s é uma das apostas do Pátria. A empresa também controla a Lavoro, empresa de insumos agrícolas que avançou no Centro-Oeste brasileiro. As outras duas empresas de saúde do Pátria são a Athena (em agosto de 2021, aa Athena Saúde comprou o Hospital São Marcos, de Maringá (PR), por R$ 71,5 milhões) e a Elfa.
          Com 120.000 clientes, a Delly’s possui centros de distribuição em todo o país. Seu foco é o pequeno varejo com de um a quatro caixas. “Somos o que os americanos chamam de balcão único, com mais de 20.000 itens”, disse Chiaramitara.
          O faturamento da Delly's deve chegar a R$ 3,5 bilhões em 2021. A empresa tem potencial para ser consolidadora do setor e pretende abrir o capital em 2022.
(Fonte: jornal Valor - 13.06.2021)

10 de jun. de 2021

MAP Linhas Aéreas

           A MAP Transportes Aéreos foi fundada em 2011. A sigla MAP vem de Manaus Aerotáxi Participações.
          Com dados referentes a junho de 2021, a MAP é a quinta maior aérea brasileira, com uma frota de sete aeronaves ATR com 70 assentos que operam em rotas domésticas da região amazônica a partir de Aeroporto de Manaus e nas regiões Sul e Sudeste a partir de Congonhas em São Paulo, o maior aeroporto doméstico do país.
          Em 8 de junho de 2021, a Gol Linhas Aéreas anunciou a aquisição da MAP Transportes Aéreos, por R$ 28 milhões em dinheiro e ações. Segundo a empresa aérea, o pagamento será composto por 100 mil ações GOLL4 a R$ 28/ação e R$ 25 milhões em dinheiro a serem pagos em 24 parcelas mensais, após cumpridas todas as condições precedentes. Concluído o negócio, a companhia assumirá até R$ 100 milhões de compromissos financeiros da MAP. A conclusão da transação, afirma a empresa, ainda depende de determinadas condições, incluindo aprovações e confirmações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
          Em fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o CEO da companhia, Paulo Kakinoff, ressalta que "esta aquisição é um passo importante da nossa estratégia de expansão de malha e capacidade, à medida em que buscamos revitalizar a demanda por viagens aéreas de lazer e a negócios". Com a aquisição, a Gol reforça sua liderança em duas das suas principais bases, com crescimento em Congonhas (SP) de aproximadamente 10%, com a adição de 26 voos diários.
(Fonte: Estadão - 08.06.2021)

GOL terá que assumir até R$ 100 milhões de compromissos financeiros da MAP - Divulgação

6 de jun. de 2021

Pilgrim's Pride

          Antes de 2007, o maior dos abatedouros americanos, o Pilgrim’s Pride, se viu em dificuldades. No processamento dos frangos, eles faturavam mais de 2 bilhões de dólares por ano.
          Isso graças a vultosos empréstimos bancários, tornando a empresa extremamente alavancada. Outro expediente foi comprar concorrentes. Ao adquirir a Gold Kist, por exemplo, adicionaram 2.300 criadores aos milhares que já tinham em sua rede de fornecedores.
          Veio então a recessão de 2007, causada pela crise das hipotecas (subprime crisis). A Pilgrim’s simplesmente não aguentou a queda no volume de vendas de frangos para os varejistas.
          Não teve outra alternativa a não ser a de declarar falência. Restava-lhe agora fechar plantas industriais e vender ativos os mais diversos.
          Eis que surgem dois personagens completamente desconhecidos no negócio americano de carne. Tratavam-se dos irmãos brasileiros Wesley e Joesley Batista, donos da JBS. Eles eram simplesmente os maiores produtores de proteína animal do planeta. Só que seu negócio, até então, era pecuária de corte.
          Decididos a explorar um ramo novo, e num país que não era o deles, os Batista entraram para valer. De um dia para o outro, ao adquirir a Pilgrim’s, por nada menos do que 2,8 bilhões de dólares, passaram a deter 20% da produção de frangos nos Estados Unidos.
          Em 17 de junho de 2021, a Pilgrim's Pride anunciou a aquisição do negócio de alimentos preparados que a Kerry Consumer Foods — uma das maiores empresas de ingredientes do mundo — tem no Reino Unido, por US$ 952 milhões. A Pilgrim's está pagando um múltiplo (EV/Ebitda) de 8,5 vezes pela divisão da Kerry. O negócio, que faturou 725 milhões de libras esterlinas no ano passado, é um dos maiores do segmento de alimentos preparados à base de carnes do Reino Unidos. Em nota, a Pilgrim’s destacou a liderança da divisão de alimentos preparados da Kerry em marcas próprias e private label (no Reino Unido, as marcas próprias são relevantes no varejo). A divisão também lançou recentemente uma marca de produtos plant based. Na avaliação de uma fonte próxima à companhia, a compra da divisão da Keery dotará a Pilgrim’s de uma espécie de Seara no Reino Unido. No país, a companhia já era dona da Moy Park, de carne de frango, e da Tulip, de carne suína.
          Com a aquisição da operação da Kerry no Reino Unido, o número de funcionários da Pilgrim’s passará de 58 mil para 62,5 mil. A expectativa é que a transação seja concluída no quarto trimestre.
(Fonte: Mercadores da Noite - Ivan Sant'Anna - 05.05.2019 / Valor - 17.06.2021 - partes)

30 de mai. de 2021

Moinho Cruzeiro

          O Moinho Cruzeiro Ltda foi fundado em 24 de outubro de 1946. Sua atividade principal sempre foi a moagem de trigo e fabricação de derivados. Foi construído por Aristides Araldi na década de 1940, com o nome Moinho Ipiranga. Mais tarde foi vendido e passou a se chamar Cruzeiro.
          O moinho, localizado na rua Serafim de Moura, no centro de Lages, região serrana de Santa Catarina, fazia concorrência firme com empresas de fora com sua marca de trigo Caturrita, que por certo vendia mais que, por exemplo, a farinha da Nordeste Alimentos, do Rio Grande do Sul, que caprichosamente foi fundada no mesmo ano de 1946, também por imigrantes italianos, capitaneado por Valdomiro Bocchese e recebeu esse nome por ter sido fundada na região nordeste gaúcha.
          A Moinho Cruzeiro atravessou décadas e acompanhou o desenvolvimento da Princesa da Serra, assim como muitos lageanos o guardam na memória como ponto de referência da sua infância.
          Após 75 anos de história, um dos prédios mais antigos e icônicos da região iniciou o processo de demolição cujo início aconteceu em abril de 2021. Depois de fechado por algum tempo, os proprietários não viram ocupação para a estrutura e optaram pela demolição. O trabalho de demolição foi autorizado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Obras e está sendo executado pela empresa Escala Engenharia. Todo o processo está sendo acompanhado pela Defesa Civil de Lages para não causar riscos a terceiros.
          O prédio de cinco andares foi demolido por etapas. O barracão e a cobertura foram retirados e então as equipes passaram a focar  a parte dos prédios. A última estrutura derrubada foram os silos, que eram usados no armazenamento dos produtos.
          Um registro importantíssimo da história e da economia de Lages, que poderia ter ganhado novos usos mantendo a estrutura da edificação em art déco. Poderia abrigar um centro cultural aos moldes do SESC Pompéia de São Paulo, uma escola de ofícios, um centro comercial, um espaço de coworking e salas executivas, etc… tantas possibilidades, com as devidas adequações. Mas a agonia do lageano por ”modernizar” a cidade a qualquer custo e apagar tudo o que remete ao passado, infelizmente, fala mais alto, e assim a cada edificação histórica demolida a cidade e região perde mais um pedaço de sua memória e identidade. E em quase 100% dos casos para dar lugar a estacionamentos ou edificações genéricas pré-moldadas. Essa é a grande doença cultural de Lages, e pelo visto infelizmente não tem cura.
          Moinho não é prédio histórico, mas faz parte da história de Lages. A demolição do prédio do velho moinho e de outras construções antigas em Lages tem aflorado o debate sobre preservação de patrimônio. É apresentada a lei complementar 22/95 assinada pelo então prefeito Coruja, que estabelece parâmetros sobre preservação arquitetônica na cidade. Profissionais, especialmente arquitetos, observam certa indiferença do poder público (prefeitura) em relação à questão. Faltaria um debate mais aprofundado e normatizações sobre o tema. Enquanto isso, velhas casas, como canta Chico Saratt, seguem ameaçadas pelo progresso.
          E a cidade de Lages, esquecida pelos governadores, inclusive os (governadores) lageanos, desde os tempos dos Ramos no Palácio Cruz e Souza em Florianópolis, como salienta o professor Guilherme Krautler, em seu livro Dos Alpes Austríacos ao Xingu e à Serra Catarinense, até mais recentemente Raimundo Colombo, além de não conseguir engrenar um desenvolvimento minimamente satisfatório, cada vez mais deixa de ser lembrada pela sua história.
(Fonte: Edson Varela - 23.05.2021 / blog Olivete Salmória - 01.04.2021 - partes)

24 de mai. de 2021

TNG

          A rede de moda TNG foi fundada em 1984.
          Em 2019, a empresa tinha pouco menos de 170 lojas. Fechou 60 desde o início da pandemia, e também demitiu cerca de 600 pessoas no período. A varejista chegou a faturar anualmente R$ 400 milhões alguns anos antes, e em 2020 a receita somou aproximadamente R$ 150 milhões. A receita de lojas com mais de um ano de operação caiu cerca de 30% em 2020, e começou 2021 com queda entre 25% e 30%.
          Em 21 de maio de 2021 a TNG pede recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo. O pedido de recuperação judicial da rede do empresário Tito Bessa Jr foi encaminhado após tentativas de renegociação de dívidas de cerca de R$ 200 milhões com bancos e shoppings, que acabaram não avançando.
          A crise afetou diretamente os negócios da TNG, que além de fechar lojas, cortou despesas e demitiu empregados para reverter perdas, mas a forte queda na receita e a pressão maior das dívidas impediu melhora dos números.
          "Do total de 400 dias [desde o início do fechamento das lojas com a pandemia] trabalhamos 200 dias. Como você trabalha assim? Impossível. Sabemos que precisamos de um, dois anos de fôlego, esse é o tempo que preciso. Seis meses só não deu para nos recuperarmos. É uma reconstrução, um recomeço. A recuperação judicial não dá certo quando você pede na hora errada, não é o nosso caso. Estamos pedindo com condições de sairmos dessa situação, buscando um tempo maior para renegociarmos as dívidas e focarmos no negócio só", disse Bessa Jr.
          O setor de moda foi um dos mais afetados pela crise após 2020, por conta da interrupção na operação e lentidão no retorno do fluxo de clientes às lojas. As grandes cadeias têm relatado um reaquecimento mais acelerado em 2021 — especialmente redes de capital aberto e com centenas de lojas, como Renner e Marisa.
          A consultoria que já estava trabalhando desde meados de 2020 com a TNG, e continua no processo de reestruturação, é a Siegen, e a Moraes Jr é o escritório de advocacia da empresa.
(22/05/2021)