O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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18 de ago. de 2021
Genoa
A notoriedade da Genoa começou a ser conquistada em junho de 2004. Naquele mês, os resultados positivos da Hybricell, vacina para tratamento dos cânceres de rim e de pele, mereceram o aval da publicação Cancer Imunology, uma das revistas científicas mais respeitadas sobre o tema.
Em 2005, a Genoa foi tema de um artigo no jornal britânico Financial Times e recebeu um convite do governo da Coreia do Sul para se instalar no país.
No Brasil, sabe-se que a maioria dos pesquisadores está na academia e não mais de 10% se aventuram fora de seus muros. A principal razão é que não faz parte da tradição das companhias brasileiras contratar cientistas para investir em inovação. O time de profissionais da Genoa é um exemplo raríssimo - virtual exceção - no cenário empresarial do país. São 13 dos 16 pesquisadores (considerando dados do início de 2006) que fazem parte do quadro de funcionários da Genoa, que se tornou uma das mais promissoras empresas de biotecnologia do país, com sede em São Paulo.
Considerando a equipe de janeiro de 2006, dos 16 Ph.Ds. da Genoa, seis tinham pós-doutorado; quatro eram professores universitários; três passaram pelas universidades de Stanford e Harvard, nos Estados Unidos, e de Cambridge, na Inglaterra; três foram pesquisadores no Brasil do Instituto Ludwig - um dos maiores centros internacionais de estudo do câncer; dois participaram do sequenciamento do genoma humano e da bactéria Xyllela fastidiosa - o maior sucesso científico do país nos anos anteriores a 2006; um é reconhecido pelo Comitê Americano de Patologia.
(Fonte: revista Exame - 01.02.2006)
15 de ago. de 2021
Navistar
Os caminhões International, carro-chefe da Navistar, não eram, considerando 1998 como base, exatamente desconhecidos dos motoristas brasileiros. Eles rodaram nas estradas do país até 1968, quando o mercado nacional fechou as portas para o produto importado.
Trinta anos depois, em 1998, estavam voltando. "Agora é para ficar", disse Tony, como prefere ser chamado o executivo português Anthony da Cunha, responsável por trazer de volta a Navistar para o Brasil. De julho a dezembro de 1998, ele fora obrigado a dividir seu tempo entre o Brasil e os Estados Unidos: a cada mês, passava três semanas em Porto Alegre, onde comandava a subsidiária brasileira da Navistar. A outra semana era gasta entre Miami, onde vivia sua família, e Chicago, cidade que sedia o QG mundial da Navistar.
Ele raramente ficava plantado em seu escritório, localizado num dos mais luxuosos edifícios da capital gaúcha. Na maior parte do tempo costumava circular, motivando sua equipe. Afinal, não era fácil a tarefa que Tony e seu pessoal tinha pela frente: arrumar espaço, num mercado congestionado, para a International, a marca de caminhões da Navistar, a então segunda mais vendida no mundo, atrás apenas da Mercedes-Benz. Estava diante do que descrevia como o maior desafio de sua carreira. A Navistar queria controlar 10% do mercado brasileiro de caminhões em cinco anos.
A primeira providência de Tony ao desembarcar em Porto Alegre foi recrutar seus executivos em empresas ligadas ao setor como Marcopolo, Randon, Maxion e DHB ou na própria concorrência, como a Fiat, Scania e Volvo. Em seguida, foi mandar todo o corpo gerencial, de 18 executivos, para temporadas de treinamento na matriz, em Chicago. Esse pessoal se dividia entre o escritório central da Navistar, em Porto Alegre, e a fábrica, em Caxias do Sul, na serra gaúcha. A Navistar, por sinal, teve de investir muito pouco, cerca de 50 milhões de dólares, para iniciar sua produção brasileira: seus caminhões são produzidos numa antiga fábrica da Agrale. A empresa gaúcha fornece os serviços de montagem e espaço físico. A Navistar dá o treinamento ao pessoal.
A ideia da empresa era trabalhar com uma rede de revendedores enxuta. "Há marcas com mais de 100 concessionárias vendendo seus caminhões", disse Tony. "Com esse número, não dá para oferecer rentabilidade e profissionalização para a rede." Os caminhões International serão vendidos em, no máximo, 33 distribuidores (até dezembro de 1998, a Navistar credenciou 16 revendedores). Cada concessionária teria que dar cobertura para uma grande região. Isso seria conseguido por meio de informatização da rede, uso de unidades móveis de atendimento 24 horas e filiais em áreas importantes.
Werten
Às voltas com anos consecutivos de maus resultados, a Enxuta preparou o lançamento de uma lavadora de luxo, a Besser, na moita, pois não queria associar seu nome à Enxuta.
O ator americano George Clooney, que então havia ficado famoso no seriado Plantão Médico, foi o protagonista da campanha publicitária da então mais nova marca de lavadoras brasileiras de luxo.
(Fonte: revista Exame - 02.12.1998)
Simas
Em 1977, por necessidade, segundo Thiago Simas, a empresa começou a exportar. O caminho seguido, no início, foi o de parcerias com fabricantes dos Estados Unidos. A Simas passou então a produzir sob encomenda e, em contrapartida, era beneficiada com a transferência de tecnologia em produção e controle de qualidade por seus clientes americanos.
Era, em 1998, administrada pelos três irmãos Simas: Thiago Simas, diretor-superintendente, Washington Luiz Simas, diretor comercial, e Eduardo Simas, diretor financeiro.
Num setor onde apareciam nomes de peso da indústria internacional de alimentos, como a Lacta Suchard Kraft, a Nestlé e a Warner Lambert (Adams), a Simas Industrial era a campeã de vendas no exterior, segundo os números da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Balas e Derivados. Na exportação de balas e pirulitos de 1997, a Simas contribuiu com 21% do total, com suas marcas Sam's, Sam Blue, Cherry Pop mais as marcas licenciadas Pateta e Donald, da Disney.
Um ponto a favor da Simas foi a rapidez com que os três irmãos ocuparam os espaços deixados pelos concorrentes. Com recursos próprios, eles adquiriram a maquinaria de todas as fábricas de balas falidas do Nordeste. Além disso, compraram toda a linha de produção de balas da Garoto, quando foi desativada.
(Fonte: revista Exame - 02.12.1998)
14 de ago. de 2021
Sifco (Brasifco)
Em 1993, a Acesita arranjou fôlego financeiro para, em associação com a Eletrometal, bancar a compra de dois terços do controle acionário da Brasifco, a holding do grupo Sifco.
A família Smith de Vasconcellos tentara negócio com o grupo Iochpe. As discussões se arrastaram por mais de um ano, mas não houve acerto. Um dos motivos para o impasse foi a insistência dos antigos controladores em manter participação no grupo. O Iochpe queria ficar sozinho na parada.
(Fonte: revista Exame - 05.01.1994
Acesita
Poucas vezes o espaço de um ano terá marcado tanto a vida de uma empresa como no caso da Acesita e, em 1993, ela voltou ao lucro.
Ao fazer as pazes com a rentabilidade, a empresa arranjou fôlego financeiro para, em associação com a Eletrometal, bancar a compra de dois terços do controle acionário da Brasifco, a holding do grupo paulista Sifco. Com folga de caixa, a siderúrgica gerou ainda novos projetos, como uma fábrica de tubos de aço inoxidável em sociedade com a sueca Sandvik e uma prestadora de serviços, em parceria com uma distribuidora de aço, a Dimap.
Tudo isso passou a ser possível porque a Acesita se viu obrigada a tornar-se competitiva internacionalmente. Descentralizou a administração, e os gerentes têm não só o direito como a obrigação de decidir. Quem os empurra para a frente, à base de desafios, é o executivo Wilson Nélio Brumer, mineiro nascido em 1948, que dirigia a Vale do Rio Doce até assumir a presidência da Acesita em dezembro de 1992. Brumer negociou as dívidas, que caíram de 220 milhões de dólares para cerca de 160 milhões, e cortou 25% do pessoal (de 7.500 para 5.600 funcionários).
A Acesita contratou os serviços da McKinsey e o grau de atualização de seus equipamentos foi um dos itens cotejados. Parte das máquinas era da década de 1940. Outra, mais moderna, era dos anos 1970. Uma das primeiras recomendações dos consultores da McKinsey foi a busca pela Acesita de um parceiro com boa tecnologia. A escolha recaiu sobre a Kawasaki Steel, uma das maiores e mais modernas siderúrgicas do mundo.
Tintas Renner
A Tintas Renner foi fundada pela avó paterna do empresário Marcos Bier Herrmann, nascido em 1954, no Rio Grande do Sul.
Herrmann arrumou a casa, unificando marcas sob o nome Renner, com o símbolo do cavalo branco, e apostou na tecnologia de ponta associando-se à Du Pont e à Hoechst. Assim preparado, saiu à cata de negócios no Cone Sul.
Em 1993, quando já tinha fábrica no Uruguai, ganhou, ramificações na Argentina e no Chile. Além disso, abriu um centro de distribuição no Paraguai e licenciou a Espintbol, líder do mercado de tintas na Bolívia, para fabricar produtos da marca naquele país.
(Fonte: revista Exame - 05.01.1994)
12 de ago. de 2021
Grupo Martiniano de Calçados
Cougar
A marca americana de eletrodomésticos Cougar desembarcou no Brasil no início de 1992. A Cougar, considerando dados do início de 1994, pertence à família americana Reich.
A empresa, com sede em Nova York, chega com sua linha a países como Canadá, Itália e França. Na Europa, a Cougar também vende equipamentos de som para carros com outras marcas: Artech e Legacy. A produção fica diluída entre China, Malaísia, Formosa e Coreia do Sul.
Considerando o início de 1994 como parâmetro, as vendas de eletroeletrônicos de áudio leves tinham grande participação nas vendas de empresas de varejo como G. Aronson, Mesbla e Casa Centro.
(Fonte: revista Exame - 05.01.1994)