O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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20 de dez. de 2022
Pearson
19 de dez. de 2022
Casa di San Giorgio / Wisselbank
Moedas como moeda corrente de um país ou região foram rastreadas até o século VII a.C. O papel-moeda foi impresso na China já no século XI. Mas nenhuma instituição econômica moldou o mundo como o banco. (A palavra vem do italiano banco, ou balcão, de onde os cambistas faziam negócios nas feiras medievais).
Antes do surgimento dos primeiros bancos públicos - a Casa di San Giorgio, fundada em Gênova em 1407, era a mais proeminente - os comerciantes faziam negócios usando letras de câmbio
que funcionavam como IOUs.
Os bancos, administrados por famílias ricas, muitas vezes iam à falência quando reis distantes renegavam os empréstimos. A Casa di San Giorgio durou apenas 37 anos, mas suas inovações levaram até o cartão de crédito.
O banco servia de modelo para os bancos públicos que "compensavam" ou transferiam saldos entre contas. E estabeleceu uma confiança sem precedentes: o governo tinha um incentivo para pagar suas dívidas para ter uma fonte contínua de recursos.
Esses desenvolvimentos deram origem ao moderno banco de compensação - o Wisselbak de
Amsterdã foi o primeiro, em 1609 - que tornou possível usar letras de câmbio como dinheiro.
Pagar uma dívida com alguém em outra cidade costumava levar semanas. Agora, 90 por cento de todas as transações financeiras são feitas eletronicamente - em segundos. Hoje podemos mover milhões através dos continentes com o toque de um teclado.
(Fonte: Life Books Time Inc. 1998)
English version:
Coins as currency have been traced back to the 7th century b.C. Paper money was printed in China as early as the 11th century. But no economic institution has shaped the world like the bank. (The word steams from the Italian banco, or bench, from which money changers did business at medieval fairs.) Before the first public banks appeared - Casa di San Giorgio, founded in Genoa in 1407, was the most prominet - merchants conducted business using bills of exchange that functioned as IOUs; banks, operated by wealthy families, often went bankrupt when distant kings reneged on loans. Casa di San Giorgio lasted only 37 years, but its innovations led all the way to the credit card.
The bank served as the model for public banks that "cleared," or transferred, balances between accounts. And it established an unprecedented trust: The government had an incentive to repay its debts so it would have a continuing source of funds.
These developments gave rise to the modern clearing bank - Amsterdam's Wisselbak was the first, in 1609 - which made it possible to use bills of exchange like money. Paying a debt owed to someone in another city used to take weeks. Now 90 percent of all financiql transactions are made electronically - in seconds.Today we can move millions across continents with the touch of a keyboard.
18 de dez. de 2022
Singer (máquina de costura)
A máquina de costura vestiu os exércitos da Guerra Civil dos Estados Unidos em tempo recorde.
Mas em 1830, quando o alfaiate francês Barthélemy Thimonnier patenteou a primeiro máquina, poucos de seus colegas previram quaisquer benefícios. Em vez disso, eles temiam que se tornassem obsoletos: esse novo dispositivo fazia 200 pontos por minuto, enquanto um homem fazia apenas 30.
Em 1841, eles saquearam a loja de Thimonnier em Paris. O crédito pela automação da indústria de vestuário iria, em vez disso, para o filho de um imigrante alemão na América, Isaac Merritt Singer,
que em 1851 aprimorou um projeto anterior de Elias Howe.
Então, em 1856, Singer tornou as máquinas de costura acessíveis, oferecendo o primeiro plano de layaway. Com cinco dólares de entrada, era possível levar para casa uma máquina de US$ 125 e pagar o restante em parcelas mensais com juros.
A "costureira de ferro" também deu origem a roupas prontas. Uma mulher poderia andar pela Fifth Avenue em Manhattan e - horrores! - esbarrar em alguém vestindo uma roupa idêntica. Mas mesmo que o prêt-à-porter libertasse aqueles com poder aquisitivo, ele escravizava mulheres e crianças imigrantes em fábricas clandestinas. Apesar da formação, em 1900, do Sindicato Internacional dos Trabalhadores de Vestuário Feminino, roupas hoje estão disponíveis graças não apenas a Singer, mas também a pessoas em todo o mundo que operam suas máquinas por pouco dinheiro.
Em 1911, as máquinas Singer já estavam por toda parte, incluindo salas de aula de costura no Japão.
A título de curiosidade, 1.433.954.000 blusas femininas foram fabricadas para venda nos Estados Unidos em 1996.
(Fonte: The Life Millennium - Life Books - Time Inc. - 1998)
9 de dez. de 2022
Statkraft
8 de dez. de 2022
Supermercado BH
Filho de lavradores que moravam em Paineiras, a 250 quilômetros de Belo Horizonte, Oliveira resolveu sair de casa aos 18 anos para trabalhar na capital mineira. Havia estudado até o 8º ano do ensino fundamental e, de cara, foi trabalhar em supermercados - primeiro como encarregado do depósito, depois como carregador, repositor e vendedor. Em alguns anos, virou gerente e, em seguida, supervisor de vendas do atacadista Ferreirão. Em 1996, quando tinha 40 anos e algum dinheiro guardado, ele decidiu usar as economias para abrir uma mercearia em um bairro da periferia de Santa Luzia, cidade próxima a Belo Horizonte. Usou o lucro para ampliar a loja e, em seguida, para abrir filiais em bairros e cidades vizinhas.
Em 2004, vendeu cerca de 40% da empresa para dois sócios e, com os recursos, inaugurou mais lojas e comprou mercadinhos que iam mal.
Após a chegada ao país da maioria dos grupos estrangeiros, o BH decidiu crescer pelas beiradas, abrindo lojas onde havia poucos competidores. Escolheu como alvo a periferia de Belo Horizonte e, em seguida, pequenas cidades no interior de Minas Gerais - sempre vendendo produtos de marcas mais baratas. Assim, foi beneficiado pelo aumento do poder aquisitivo das classes C e D de 1996 em diante.
O BH comprou a rede Atacarejo (antiga ViaBrasil) por 78 milhões de reais e transformou suas lojas em filiais de varejo tradicional.
Seus dois filhos trabalham na companhia - um como diretor comercial e outro como diretor de operações. Os gerentes são todos amigos de Oliveira e estão no BH há mais de dez anos.
Em 20 anos a rede de supermercados já se transformara numa das maiores redes de varejo do país e passou a chamar a atenção de seus concorrentes.
Considerando dados de março de 2017, a rede faturava 5 bilhões de reais, tinha 16.000 funcionários e 172 lojas. O plano de então, era comprar ou juntar-se ao principal concorrente no estado, o grupo DMA, dono da marca EPA, que faturava 2,6 bilhões de reais e tinha pouco mais de 100 lojas em Minas Geris e no Espírito Santo. Tornar-se-ia então a quinta maior rede nacional, logo depois dos chilenos do Cencosud. O BH ocupava a 7ª posição. Segundo Oliveira, Carrefour, Walmart e fundos de private equity já tentaram comprar o BH mas ele não quer vender.
A sede da empresa é em Contagem, na Grande Belo Horizonte. Aos poucos, Oliveira foi se tornando uma espécie de celebridade em Minas Gerais. Volta e meia, pega seu jatinho para comer galinha caipira na fazenda do cantor sertanejo Gustavo Lima, em João Pinheiro, a 340 quilômetros de Belo Horizonte.
O problema do BH é a baixa margem de rentabilidade. Para conseguir crescer e manter os preços baixos, a empresa lucra menos do que a maioria das grandes redes de supermercados. O indicador que mede o faturamento por metro quadrado de loja, um dos mais monitorados pelos varejistas, foi de 2% em 2015, um dos piores do setor - o índice do Zaffari, por exemplo, era de 5,7%; e o do Pão de Açúcar, 4,9% (o Walmart estava pior, com 1,3%).
6 de dez. de 2022
Astra / Japi
A fabricante de assentos sanitários, banheiras e utilidades domésticas Astra, foi fundada pelo avô
da atual CEO do grupo, Ana Oliva.
A Astra é a primeira empresa do grupo, que foi fundado em 1957. Uma das principais empresas do grupo é a Japi, com fábrica em Jundiaí, fabricante de louças sanitárias e acessórios para jardinagem. A Japi foi criada em 1992 e começou como importadora dos produtos que fabrica hoje. O nome Japi foi dado em homenagem à Serra do Japi, localizada nas cercanias de Jundiaí. O grupo tem também uma
construtora e uma empresa de serviços financeiros.
Em fins de 2022, a Japi prepara-se para inaugurar sua primeira unidade no exterior, na República Dominicana. A fábrica está prevista para começar a operar em março de 2023, disse Ana Oliva, diretora da Japi e presidente da Astra.
Primeira unidade no exterior, a fábrica está prevista para começar a operar em março de 2023 para facilitar a logística de exportação para Américas, Europa e África; produção prevista é de 40 toneladas por mês O investimento inicial para a unidade caribenha é de US$ 5 milhões, e a meta é
ampliar a base de países atendidos pelas exportações do Japi, que hoje somam 35 nações.
Como explica a senhora Oliva, um dos produtos mais vendidos pela Japi para outros países é a linha de vasos de jardim de plástico que imitam a cerâmica. “Eles são extremamente leves. Temos vasos inteligentes para jardins verticais e também vasos assinados por designers”, disse. A produção dominicana será voltada para artigos de jardinagem.
A planta dominicana também ajudará a expandir a produção nacional, liberando espaço na planta de Jundiaí. Atualmente, a empresa ocupa uma área fabril de 20 mil metros quadrados na cidade localizada a 50 quilômetros de São Paulo. A Astra também tem uma unidade fabril em Pernambuco.
Juntas, as receitas do Astra e do Japi devem chegar a R$ 1 bilhão em 2022, o mesmo valor do ano de 2021.
Os produtos da Astra e da Japi são voltados principalmente para o segmento econômico, embora ambas as empresas também tenham linhas premium. “Estamos trabalhando para diversificar o mix de produtos, com uma linha assinada por arquitetos, e itens de design, mas é uma parcela menor dos produtos. Nosso forte é o público de baixa renda”, afirmou Ana Oliva.
(Fonte: jornal Valor - 05.12.2022)
5 de dez. de 2022
Livraria / Editora Martins Fontes
Em 2000, com a morte de Waldir, a editora passou a ser administrada por Evandro M. Martins Fontes e Alexandre Martins Fontes, herdeiros do fundador. Sua sócia majoritária passou a ser a viúva Norma Martins Fontes.
Nos anos 2000, foram criadas duas novas empresas, que passaram a dar continuidade ao projeto editorial da Martins Fontes: em 2005, o antigo selo editorial Martins passou a ser uma nova casa editorial, a "Martins Fontes - selo Martins", inicialmente também chamada Martins Editora', de Evandro.
Notar que o também santista José Martins Fontes (1884-1937), médico e poeta brasileiro, e sua respectiva família não têm absolutamente nada a ver com a editora Editora Martins Fontes brasileira, segundo seu biógrafo, Rui Calisto, o qual, aliás, é proprietário da Editora Martins Fontes Portugal, sem relação com a empresa brasileira.
As livrarias Martins Fontes contam com um vasto acervo nas áreas das Ciências Humanas, Artes, Arquitetura, Psicologia, Literatura Infantil e Juvenil, além de livros para o ensino de idiomas. Estas três livrarias são administradas pelo herdeiro Evandro M. Martins Fontes.
29 de nov. de 2022
Latasa / Aluar
A empresa fabricante de latas Latasa era uma associação da Reynolds Metals com o JP Morgan e o Bradesco.
Em meados de 1994, quando produzia cerca de 1,8 bilhão de latas ao ano, a Latasa acertou uma parceria com a argentina Aluar para a construção de uma fábrica em Buenos Aires com capacidade para produzir anualmente 750 milhões de latas.
O investimento na nova empresa, que foi denominada Reynolds Latas de Alumínio Argentina, foi de 46 milhões de dólares. A Aluar teria 30% de participação na nova empresa e a Reynolds Metals, controladora da Latasa, 70%.
(Fonte: revista Exame - 08.06.1994)
21 de nov. de 2022
Gucci
Suas linhas de produtos incluem bolsas, roupas, calçados e acessórios, maquiagem, fragrâncias e decoração de casa.
Com a direção de Aldo Gucci (filho de Guccio), a Gucci tornou-se uma marca de grife mundialmente conhecida. No ano de 1999, foi adquirida pelo conglomerado francês Pinault Printemps Redoute, que mais tarde tornou-se a Kering.
Como outras grandes marcas, a Casa Gucci começou com a fabricação de peças de couro feitas artesanalmente pela família.
Nos anos 1990, a empresa foi à falência e a direção artística da marca italiana foi entregue a Tom Ford, que lhe atribuiu uma nova imagem, mais jovem e chic, popularizando a marca por todo o mundo. Provavelmente devido a conflitos internos, Tom Ford retirou-se da Gucci em 2005 e assumiu uma marca própria.
"Nos últimos anos, após uma reformulação inspirada pelo diretor criativo Alessandro Michele, a Gucci se tornou extremamente popular, principalmente em centros turísticos como Londres, Paris e Milão", escreveu a Forbes em fevereiro de 2021. (...) A influência de Michele colocou a Gucci em uma trajetória ascendente a partir de 2015 - e em 2019 a marca respondia por 60% da receita do grupo Kering".
Em 2020, devido à pandemia de Covid-19, que afetou a ida de turistas a suas lojas, a empresa teve uma queda de 23% em suas vendas.