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20 de mar. de 2023

Charvet Camisaria

          No número 28 da Place Vendôme, em Paris, funciona a Charvet, a primeira camisaria da história. A abertura da loja, em 1838, foi uma resposta à moda da época: os dândis aristocratas precisavam de uma peça de baixo ajustada ao corpo para exibir sob os coletes. Herdeira direta da lingerie do século XVIII – na falta de banho frequente, a camisa de baixo, disforme e folgada, era trocada em nome da higiene -, ela ganhou o colarinho, colocado em evidência pelo colete fechado, e os cortes curvos na altura das axilas e do pescoço.
          A história da Charvet impressiona tanto quanto a discrição dos donos, que, em tempos de rede social e de altas somas investidas em marketing, não se preocupam sequer com o site, constantemente em pane. A maioria dos CEOs se apressaria em contar que o fundador, Joseph-Christophe, era filho de Jean-Pierre Charvet, responsável pelo guarda-roupa de Napoleão I, e que a prima Louise fazia as camisas de baixo do imperador. Joseph-Christophe inventou o negócio de vender os tecidos, medir o cliente e fabricar as peças num mesmo endereço. É dele a autoria da gola dobrada, em uso até hoje.
          Anne-Marie Colban, responsável pelo negócio ao lado do irmão Jean-Claude, mal toca no assunto. Depois de muita insistência, ela confirma uma das lendas em torno da loja: sim, Boy Capel, amante de Coco Chanel, era cliente inclusive do perfume Charvet, do início do século XX. O frasco é idêntico à embalagem do Chanel n°5, criado décadas depois. A proprietária também se desvia do assunto quando questionada sobre quem entra no elevador que leva ao 2º andar, o santuário das camisas sob medida (o térreo é dedicado a gravatas, roupões, lenços de seda).
          “Ninguém quer que seu médico fique contando quem passou pelo consultório”, justifica. Mas é notório que vários chefes de Estado (de Jacques Chirac a Barack Obama), monarcas (príncipe Charles, hoje rei Charles III, da Inglaterra, ao sultão Abdul Hamid, da Turquia), artistas e escritores (de Henry Matisse a Oscar Wilde) passaram por ali. Sem esquecer a modelo Kate Moss, a atriz Uma Thurman e a diretora Sofia Coppola, freguesas assumidas.
          O ponto é o único com o serviço de modelos sob medida, responsável por 60% do faturamento; os corners nos Estados Unidos, no Japão e na Inglaterra vendem o prêt-à-porter. “Nossa produção tem limites”, diz ela sobre os ateliês em Saint-Gaultier, no centro da França. Se no prêt-à-porter as camisas são vendidas a partir de 305 euros, os modelos únicos custam entre 535 e 1 040 euros, devido ao tecido. São mais de 6 000 tipos, incluindo uma seleção de centenas de azuis e mais de 500 brancos (por ora, o mais em voga é o avioletado, desbancando a era dos azulados, enquanto os amarelados são os favoritos no Oriente Médio). Jean-Claude se ocupa dos segredos da tecelagem, que vão desde a análise do fio de algodão até o controle do tingimento natural feito no fio, que garante a gama enorme de nuances.
          O ritual do 2º andar não mudou desde a criação da maison, que passou de geração para geração até 1965, data em que os Charvet, sem herdeiros, venderam o negócio para Denis Colban, o principal fornecedor de tecido e pai de Anne-Marie e Jean-Claude. No primeiro encontro, o cliente vai, durante mais de uma hora, medir as proporções de seu corpo. Até o lugar exato de cada botão, feito de conchas australianas, é calculado.
          Dez dias depois, vêm a prova do protótipo de algodão branco e a escolha do tecido final. Até poder vesti-la, terão se passado cerca de cinco semanas. Cada comprador tem seus dados anotados em fichas de papel, guardadas em gavetinhas. “São mais confiáveis do que os computadores”, explica Anne-Marie. O dossiê serve para as próximas encomendas, que podem ser feitas a distância, graças ao envio de amostras de tecido. “Fiquei sabendo que algumas marcas fazem a pessoa entrar em uma espécie de cabine de raios-X para tirar as medidas do corpo! Elas esqueceram a dimensão humana da nossa profissão”, critica Anne-Marie.
(Fonte: Veja-sp-26.06.2015)

Strada

          A empresa de logística Strada nasceu em meados de março de 2023, da fusão da Carguero – empresa de logística que a Amaggi e a Dreyfus criaram em 2019, com investimento de R$ 50 milhões, e da qual ADM e Cargill se tornaram sócias dois anos depois – e o Tip Bank, empresa de pagamentos para transporte rodoviário frete que existe desde 2007. O processo de formação da Strada durou três anos. Metade desse tempo foi necessário para que o Banco Central e o Cade, regulador antitruste do Brasil, concluíssem a análise da operação.
          Amaggi, ADM, Cargill, Louis Dreyfus Company e Datablog são sócios, portanto, da Strada, empresa de logística que nasceu com 170 mil motoristas cadastrados e a expectativa de transportar 40 milhões de toneladas de cargas.
          Na prática, a partir de março de 2023, essas tradings, que são as maiores exportadoras do agronegócio nacional, passam a ofertar todas as suas cargas na plataforma. Transportadores e motoristas terão acesso às cargas e a um sistema de informações de rastreamento que está sendo desenvolvido.
          “Tem havido uma falta de conectividade nesse mercado. Onde está o caminhão e quando ele chegará são questões que permitirão que terceiros planejem a carga do navio ou trem, por exemplo. Vamos criar valor para os clientes com dados”, diz o CEO da Strada, Rodrigo Koelle, que até o final de 2022 comandava as operações de transporte e logística da Cargill na América Latina.
          O negócio será mais do que apenas uma plataforma para o transporte de cargas. “Estamos formando uma rede comum de inteligência na área de transporte. Vamos conectar os diferentes participantes dessa cadeia, recebendo informações, processando e prestando serviços”, explica Koelle.
          A Strada também está desenvolvendo outra ferramenta que permitirá leilões reversos de frete para mostrar o melhor preço para os embarcadores e transportadoras. Outro diferencial vem do lado fintech da empresa, que agrega diversos recursos à conta digital do caminhoneiro. Conta ainda com uma rede de mais de mil postos de gasolina, vale-pedágio, digitalização de documentos de viagem e soluções financeiras para transportadoras e motoristas, como consignação de recebíveis.
          Segundo Koelle, as plataformas disponíveis hoje possuem cargas duplicadas e ofertas falsas de empresas que estão apenas testando o preço naquele momento. “Vamos dar segurança a todos os envolvidos, com empresas e motoristas que passaram por triagem e sistemas de segurança.”
          Hoje, 75% do volume ofertado na Strada vem de tradings, com cerca de 3 mil caminhões por dia. Mas a intenção é mudar essa participação para 30%. A empresa só não vai operar na última milha. A 
receita virá dos serviços prestados, que podem ser individuais ou em pacotes.
          A Strada tem potencial para mudar o transporte de produtos agrícolas no país ao reunir alguns dos maiores grupos do agronegócio mundial. Se o empreendimento der certo, os sócios pretendem levar o negócio para outras partes do mundo.
          A sede da empresa fica no centro empresarial e tecnológico Cubo Itaú, em São Paulo, onde 
trabalhará parte de seus 300 funcionários. As demais serão distribuídas em todo o país.
(Fonte: jornal Valor - 20.03.2023)

18 de mar. de 2023

United Airlines


Sede da United Airlines Holdings World Headquarters na Willis Tower em Chicago.

          A história da United Airlines começou no ano de 1924 com a fundação da Varney Air Lines, por Walter Varney, realizando voos postais.
          Annos mais tarde a empresa uniu-se à Pacific Air Transport e à National Air Transport, que também atuavam no transporte de malotes postais, dando origem à Boeing Air Transport, controlada pela Boeing e pela Pratt & Whitney.
          Em 1931, foi criada então a United, como administradora da Boeing Air Transport. Em 1934, a sociedade se desfez e as divisões se tornaram companhias independentes. A empresa aérea adotou o nome de United Airlines.
          No início dos anos 1930, surgiu o revolucionário monoplano bimotor Monomail, que deu origem ao Boeing 247, um dos primeiros aviões modernos de passageiros, que foi construído para a United Airlines. As companhias aéreas concorrentes da United Airlines não poderiam encomendar o 247, antes que os primeiros 60 aviões fossem entregues à UA, mas a Transcontinental and Western Airlines (depois Trans World Airlines) também o queria.
          Após a Segunda Guerra, a malha de rotas ampliou-se consideravelmente, alcançando pontos desde Honolulu a Washington/DC. Em 1959 a United entrou na era do jato com a introdução dos primeiros Douglas DC-8 e nos anos seguintes traria também o SE.210 Caravelle.
          A frota foi crescendo, com a entrada dos Boeing 727-100 e 737-200. Esse último feito quase sob medida para a empresa.
          No começo da década de 1960, a malha de rotas foi aumentada em 11 600 quilômetros, com a aquisição da Capital Airlines, fundada em 1936 como Pennsylvania Central Airlines.
          Em 1961, a United era a maior empresa aérea privada do mundo em termos de passageiros transportados por ano e RPMs voados. Em 1985, uma nova expansão: desta vez para o Oriente, graças à compra da Divisão do Pacífico da já combalida Pan American, por US$ 750 milhões.
          Finalmente nos anos 1990 a empresa estabeleceu-se como uma das duas maiores empresas americanas, ampliando suas linhas, deixando apenas de servir o continente africano.
          Modernizou sua frota: foi a empresa lançadora do Boeing 777-200, hoje seu principal avião para voos de longo alcance. Em 1997 foi uma das fundadoras da Star Alliance, consolidando ainda mais sua posição no mercado internacional frente a sua arqui-rival American Airlines.
          Em 24 de Fevereiro de 1989 o Boeing 747-122 matrícula N4713U com o código de voo UA 811 da United Airlines, após decolar de Honolulu e quando cruzava o nível de voo 220 perdeu uma das portas do porão ocasionando uma extensa perda de fuselagem. Oito passageiros foram sugados para o exterior e morreram. O avião conseguiu regressar a Honolulu e aterrar em segurança. Era comandado por David Cronin, 1º Oficial Gregory Slader e 2º Oficial Randal Thomas.
          Em 19 de julho de 1989 um DC-10 que operava o voo 232 da United, que ia de Denver a Filadélfia, com escala em Chicago perdeu o motor número 2 da aeronave, danificando o controle hidráulico dos 3 motores. Sem controle, o Piloto teve que fazer um pouso de emergência em Sioux City apenas usando a potência dos 2 motores restantes, o avião estava mais rápido do que num pouso normal devido as falhas, e se acidentou após tocar a asa na pista do aeroporto. 112 pessoas morreram no acidente, porém 184 sobreviveram, e por causa disso o piloto foi considerado um herói.
          Em 3 de março de 1991 o Boeing 737-291 matrícula N999UA com o código de voo UA585 despenhou-se na final para Colorado Springs. Era comandado pelo Capitão Harold Green tendo como 1º Oficial Patricia Eidson. Transportava três assistentes e vinte passageiros. Não houve sobreviventes.
          O executivo americano Paul Tierney, foi quem coordenou a reestruturação da United Airlines nos anos 1990. Anos mais tarde, em 2006, sua empresa de investimento, junto com um time de investidores de primeira linha, não foi capaz de antever a situação caótica que se avizinhava, quando ingressaram na companhia aérea brasileira BRA.
          Os ataques de 11 de setembro de 2001 foram cruéis para mais de 3 mil pessoas, incluindo tripulação e passageiros de voos da United: duas aeronaves da frota, um Boeing 767 (voo 175) e um 757 (voo 93), foram sequestradas por terroristas que tinham como alvo símbolos do poder econômico e político dos Estados Unidos. A primeira aeronave citada atingiu a Torre Sul do World Trade Center, na cidade de Nova Iorque, e a segunda, foi supostamente derrubada pois ia em direção a Washington, e caiu em Pittsburgh, na Pensilvânia.
          No total eram mais de 139 destinos em 26 países, operados pela United e suas coligadas regionais, mas a empresa, após os ataques terroristas (em setembro de 2001), entrou em parafuso. Com sérios prejuízos, a companhia entrou em concordata desde o início de 2002. Não restou outra alternativa a não ser a de adotar medidas draconianas de contenção de custos.
Salários, frota, empregos: a UAL cortou tudo o que tinha e não tinha para respirar. Passou, por exemplo, de 93 000 para 63 000 funcionários em dois anos; ou de 528 para 414 jatos. Parecia estar dando certo: embora sua situação fosse delicada, analistas acreditavam que o pior já havia passado e que a UAL sairia da concordata ainda em 2006.
          Em 2007, a United foi uma das quatro companhias que assinaram Memorandos de Entendimento com a Tam, que passou a estabelecer parcerias com companhias aéreas internacionais. As outras que entraram no acordo foram a portuguesa TAP, a chilena LAN e a alemã Lufthansa entraram no acordo.
Boeing 787-9 da United com as novas cores no Aeroporto Internacional de Pequim.
          Em abril de 2010, a United Airlines e a Continental Airlines anunciaram a intenção de realizar entre suas empresas um acordo de fusão, criando a maior empresa aérea do mundo em receita. Em 1 de outubro de 2010 a fusão foi anunciada oficialmente, o nome "Continental" desapareceu ficando apenas a inscrição "UNITED" em azul escuro, mas o logotipo adotado será o tradicional globo terrestre estilizado da antiga Continental.
          Em 26 de junho de 2015 A United anunciou a compra de 5% da Azul Linhas Aéreas Brasileiras. O negócio custou US$ 100 milhões, deu o direito à United de um assento no conselho administrativo da Azul e juntou as malhas das companhias através de acordo codeshare que juntas somavam 450 destinos e mais de 6 000 voos diários.
          Em 14 de fevereiro de 2018, um avião da companhia aérea, que fazia a rota de São Francisco para o Havaí, teve que realizar um pouso de emergência no Havaí, devido à explosão de uma parte do motor. Ninguém ficou ferido.
          Sob o guarda-chuva da United Continental Holdings, a United Airlines, Inc. é a terceira maior linha aérea dos Estados Unidos e do mundo, com uma frota de 1310 aviões em 373 destinos e emprega 61 mil trabalhadores. Seu principal hub é o Aeroporto Internacional O'Hare em Chicago. Sua sede é em Chicago, Illinois, Estados Unidos e desde dezembro de 2020 seu CEO é o executivo Scott Kirby.
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(Fonte: Wikipédia- parte)

17 de mar. de 2023

Balanças Toledo

          A Toledo do Brasil Indústria de Balanças Ltda. foi fundada em 1956, quando a Toledo Scale Company, fundada em 1901, em Toledo, Ohio, Estados Unidos, comprou uma pequena fábrica de balanças e também absorveu sua representação no Brasil, existente desde 1932.
          Em 1988, empresários brasileiros, representantes da Toledo Scale no Brasil desde 1940, compraram a Toledo do Brasil. Desde então, a Toledo do Brasil é uma empresa nacional privada independente.
          Em 1998 a empresa consegue o Certificação ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade).
          Em 2007, a Teledo promoveu a consolidação das operações fabris, técnicas, comerciais e administrativas em uma nova planta em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Foram implantados processos de lean manufacturing e um sistema integrado de gestão SAP. A área construída possui 21.500 metros quadrados em um terreno de 63.000 metros quadrados.
          A diversificação da oferta de produtos com uma linha de fatiadores de frios foi levada a cabo em 2013. Nesse mesmo ano a empresa recebeu o Certificação ISO 14001 (Ambiental). No ano seguinte, 2015, obteve a Certificação OHSAS 18001 - Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional.
          Em 2016, a Toledo promoveu a transição da marca: Prix é a marca de produtos e serviços da Toledo do Brasil. Em 2018 foi o lançamento da Cloud Prix, solução SaaS para gestão de lojas, produtos e serviços.
          A campanha “Quem põe na balança, escolhe Prix” foi lançada em 2020.
          Em 2022, a Toledo promove a abertura de filiais em Palmas (TO), Sorriso (MT) e Luís Eduardo Magalhães (BA). Nesse ano a empresa se vê impulsionada, em grande parte, pelo desempenho do setor do agronegócio e pela demanda dos setores industrial e de infraestrutura, conforme  disse o vice-presidente Edson José Freire, então na empresa há 35 anos e responsável pelas áreas de logística, engenharia, vendas e marketing.
          Hoje, mais da metade das vendas da empresa estão atreladas à alimentação - do campo ao porto, passando por frigoríficos, supermercados e varejo em geral, além de escalas nas rodovias. “As mais de 300 milhões de toneladas de grãos colhidos e insumos importados passam pela balança Toledo”, disse Freire. Segundo ele, o agronegócio é o que mais tem impulsionado os negócios da empresa. O departamento de suporte técnico está totalmente focado em atender os clientes da divisão industrial. A divisão comercial possui rede própria de assistência técnica — milhares no país — autorizada pelo fabricante.
          Com equipes trabalhando em tecnologias disruptivas, o executivo disse que em 2023 a empresa lançaria uma nova escala para o comércio. “Com inteligência artificial, ele reconhece a voz do operador e a imagem (do produto, como um vegetal). Acho que é o primeiro do mundo com IA no varejo, com uma persona, como a Alexa. Com o 5G, vai ajudar muito o operador de supermercado.” Disponível em três categorias (6, 15 e 32 quilos), o aparelho chegou a ser apresentado aos clientes brasileiros na maior feira de varejo do mundo, em Nova York, depois de brilhar no telão da Times Square, disse Freire.
          No mercado brasileiro de balanças, que engloba todo o universo de balanças, a Toledo detém uma participação estimada em um terço do total comercializado. O fabricante emprega diretamente 1.500 pessoas. O faturamento da empresa no ano de 2022 foi de R$ 722 milhões.
(Fonte: site da empresa / jornal Valor - 16.03.2023 - partes)

16 de mar. de 2023

Companhia do Mississippi

          A Companhia do Mississippi de 1684 tornou-se a Companhia do Oeste em 1717 e expandiu-se como a Companhia das Índias a partir de 1719. Essa corporação, que possuía um monopólio econômico nas colônias francesas na América do Norte nas Índias Ocidentais, tornou-se um dos exemplos mais antigos de bolha especulativa.
          Em maio de 1716, o Banque Générale Privée ("Banco Privado Geral"), que desenvolveu o uso do papel-moeda, foi criado pelo banqueiro escocês John Law. Tratava-se de um banco privado, mas três quartos de seu capital consistia de títulos e notas aceitas pelo governo. Em agosto de 1717, ele comprou a Companhia do Mississippi para ajudar a colônia francesa de Louisiana. No mesmo ano, Law criou uma companhia de comércio de capital aberto chamada de Compagnie d'Occident (A Companhia do Mississippi, ou, literalmente, "Companhia do Ocidente"). Law foi nomeado o Chefe-Diretor da nova companhia, que recebeu um monopólio comercial das Índias Ocidentais e da América do Norte do governo francês.
          O banco tornou-se o Banque Royale (Banco Real) em 1718, o que significou que as notas eram garantidas pelo rei Luís XV de França. A companhia absorveu a Companhia Francesa das Índias Orientais, a Companhia da China e outros companhias de comércio rivais, tornando-se a Compagnie Perpetuelle des Indes em 23 de maio de 1719, com um monopólio do comércio de todos os mares. Simultaneamente, o banco começou a emitir mais notas do que representava sua cunhagem. Isto levou a uma inflação, que foi posteriormente seguido por uma corrida aos bancos quando o valor do novo papel-moeda foi reduzido pela metade.
Senex, A map of Louisiana and of the River Mississipi, 1721

          Law exagerou a riqueza de Louisiana com um esquema efetivo de marketing, que levou à especulação selvagem das ações da companhia em 1719. O esquema prometia sucesso para a Companhia do Mississippi ao combinar o entusiasmo dos investidores e a perspectiva de riqueza de Louisiana em uma companhia de comércio sustentável de capital aberto. A popularidade das ações da companhia era tanta que eles necessitaram emitir mais notas do banco, e quando as ações geraram lucros, seus investidores foram pagos em mais notas do banco.
          Em 1720, o banco e a companhia foram fundidos e Law foi indicado por Filipe II, Duque d'Orleães, o regente de Luís XV, para ser o Controlador Geral das Finanças para atrair o capital. O banco de Law, pioneiro na emissão de notas, prosperou até que o governo francês foi forçado a admitir que o volume de papel-moeda sendo emitido pelo Banque Royale excedia o valor do montante de cunhagem em metal que ele possuía.
          A bolha estourou no final de 1720, quando os oponentes do financista tentaram converter suas notas em moeda em massa, forçando o banco a suspender o pagamento de suas notas. Ao final de 1720, Philippe d'Orléans despediu Law de seu cargo. Law, então, fugiu da França para Veneza, onde ele viveu de jogos de azar. Ele foi enterrado na igreja de San Moisè, em Veneza.
(Fonte: Wikipédia)

Alunorte / Norsk Hydro

          O grupo norueguês Norsk Hydro é um dos maiores produtores de alumínio do mundo, e possui  investimentos no Brasil, onde está localizada a maior refinaria de alumínio do mundo, a Hydro Alunorte.
          A subsidiária brasileira da Norsk Hydro, a Hydro Alunorte, localizada no estado do Pará, estaria contaminando a água no norte do país e provocado graves doenças e morte aos moradores locais. A empresa está sendo processada por 11 mil vítimas da cidade de Barbacena, Pará. A repercussão do caso é internacional, e ainda assim a Ford, que está produzindo uma nova caminhonete, que usa a produção local de alumínio, parece não ver problema com a sua cadeia de fornecimento que estaria destruindo parte da Amazônia.
          Em 26 de abril de 2023, a Ananke Alumina, uma empresa afiliada da Norsk Hydro, assinou um acordo vinculante com a Vale para comprar 40% de sua participação na Mineração Rio do Norte (MRN), incluindo todas as obrigações e direitos associados. A MRN é a maior produtora e exportadora de bauxita do Brasil, fundada em 1979, localizada no distrito do Porto de Trombetas no oeste do estado do Pará. A empresa é uma joint venture entre a Vale (40%), South32 (33%), Rio Tinto (12%), CBA (10%), e Hydro (5%). “Essa transação marca a conclusão do principal programa de desinvestimento da Vale, que envolveu a venda de mais de 10 ativos non-core em vários continentes desde 2019”, destacou a mineradora em um comunicado.
          Em 27 de abril de 2023, a Hydro vendeu esta participação, além dos 5% que já detinha na MRN e 30% da Alunorte para a trading suíça Glencore em um negócio de US$ 1,1 bilhão.
          No início de dezembro de 2023, a Vale concluiu a venda de sua participação de 40% na Mineração Rio do Norte (MRN) para a Ananke Alumina, uma empresa afiliada à Norsk Hydro. O valor da transação ficou em US$ 67,9 milhões.
(Fonte: IstoÉDinheiro - 20.03.2019 / SumOfUs Ekō (antiga SumOfUs) - 16.03.3023 / Dica de Hoje - 27.04.2023 / Valor - 27.04.2023 - partes)

15 de mar. de 2023

Café Ouro

          O Café Ouro foi fundado em 1941 por Alfredo João Krieck, em Rio do Sul, Santa Catarina. Em 1983 a empresa foi vendida e transferida para Ibirama, no Alto Vale.
          A marca teve seu café passado e servido em lojas patrocinadas pelo Café Ouro. Uma delas, de grande destaque, foi na cidade de Lages, na Serra Catarinense. Situada numa esquina da praça central, a João Costa, o Café Ouro foi servido como cafezinho no balcão durante décadas pela família Rocha. Presente na praça, pelo menos da década de 1960 até os anos 1990, o Café Ouro era ponto de referência e um bom ponto de encontro dos lageanos.
          Em novembro de 2006 recebeu uma nova geração de empreendedores, passando por uma reestruturação, introduzindo a marca novamente ao mercado varejista. À frente do negócio, está o empresário Junior Barbi.
          O café foi eleito o melhor café tradicional do Brasil pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), na categoria médio porte – torrado e moído de 2020/2021. Recebeu a melhor nota na categoria sendo referente à safra de 2020. Em meio aos desafios implantados pela pandemia da Covid-19 e às adversidades climáticas, a cafeicultura brasileira se mostrou resiliente. Mas, o empresário acredita que o prêmio veio devido às mudanças implementadas na empresa desde 2006.
          Desde então, com um trabalho organizado e priorizando a qualidade dos produtos e a automação industrial dos processos, Junior Barbi tem feito o Café Ouro crescer no mercado varejista e conquistar clientes em todo o país.
          “Respeitando a tradição da empresa fiz algumas mudanças que considero essenciais para o resultado da premiação”, destaca Junior Barbi. Entre as mudanças está a automação industrial, que facilitou e padronizou o processo de produção do café, bem como a frota própria. “Hoje contamos com uma frota para o transporte tanto dos grãos quanto do produto finalizado. Isso faz com que o grão chegue até nossa fábrica de maneira correta. Garantimos que ele não vai pegar chuva, nem passar por nenhum processo que interfira no sabor final do produto”, ressalta.
          Hoje a empresa conta com ampla linha de produtos, sendo o Tradicional e Extra forte (com embalagem a vácuo ou almofada), o Café Premium em caixa, Cappuccino e Café Latte em pote, o solúvel em sachê, em grãos em pacote, descafeinado a vácuo e os filtros.
          Recentemente a empresa lançou os cafés especiais Caramellato e Fruttato. Estes são cafés torrados e moídos, prontos para o consumo. Foram feitos para clientes que gostam da experiência de cafés com sabor especial. Eles são feitos com grãos e processos selecionados e são classificados pelas suas características. O Café Ouro Caramellato e o Fruttato foram desenvolvidos com grãos de café especialmente selecionados da região da Alta Mogiana e, passaram por processos altamente controlados de colheita, secagem e beneficiamento.
          A empresa tem sua sede na Rua Dr. Getúlio Vargas, nº 2620, no centro, de Ibirama, Santa Catarina.
(Fonte: revista Sucesso S.A. - 02.06.2022 - parte)

14 de mar. de 2023

Signature Bank

          Com sede em Nova York, o Signature Bank é um banco comercial licenciado pelo estado de Nova York. 
          O Signature ficou sob os holofotes com o colapso da bolsa de criptomoedas FTX no final de 2022.
          A FTX tinha contas no Signature Bank, que a empresa disse representar menos de 0,1% de seus depósitos totais. Em dezembro, após a falência da FTX, o Signature disse que planejava se livrar de até US$ 10 bilhões em depósitos de clientes de ativos digitais.
          O Signature Bank enfrentou uma enxurrada de resgates de depósitos na sexta-feira, 10 de março de 2023, mas a situação teria se estabilizado no domingo, segundo alguns,. mas foi fechado pelos reguladores financeiros do estado de Nova York no domingo, 12 de março de 2023, quando as consequências da implosão da semana anterior do Silicon Valley Bank (SVB) se espalharam para outros credores.
          A decisão de colocar o Signature em concordata foi uma surpresa para seus gestores, que souberam dela pouco antes do anúncio público, disse uma pessoa familiarizada com as operações da empresa.
          Os depositantes terão acesso ao seu dinheiro sob “uma exceção de risco sistêmico semelhante” a uma que permitiria aos clientes do Silicon Valley Bank receber seu dinheiro na segunda-feira, 13 de março, disseram o Departamento do Tesouro, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) e o Federal Insurance Deposit Corp (FDIC) em uma declaração conjunta.
          O Signature Bank possui cobertura do FDIC, tinha ativos totais de cerca de US$ 110,36 bilhões e depósitos totais de aproximadamente US$ 88,59 bilhões em 31 de dezembro de 2022, disse o Departamento de Serviços Financeiros de Nova York em um comunicado separado.
          O Departamento de Serviços Financeiros de Nova York permaneceu em “contato próximo com todas as entidades reguladas à luz dos eventos do mercado, monitorando as tendências do mercado e colaborando estreitamente com outros reguladores estaduais e federais para proteger os consumidores, garantir a saúde das entidades reguladoras e preservar a estabilidade do sistema financeiro global”, disse a superintendente Adrienne A. Harris no comunicado de sua agência.
          A empresa de auditoria KPMG apresentou relatórios que atestavam a saúde financeira do Signature Bank menos de duas semanas antes de o banco quebrar. O Signature Bank caiu 11 dias depois que a empresa de contabilidade assinou sua auditoria.
(Fonte: Infomoney - 13.03.2023 / Bloomberg - 12.03.2023 / Valor - 14.03.2023 - partes)


Escritório do Signature Bank, na Quinta Avenida, em Nova York (Bloomberg)

13 de mar. de 2023

Prieto Alimentos

          A empresa Prieto Alimentos foi fundada em São Paulo em 1963 por uma família espanhola que dá nome à companhia. Desde os anos 1970 a Prieto mantém sua sede em Cajamar, na região metropolitana da capital paulista.
          Fabricante principalmente de linguiças, embutidos e cortes suínos temperados, a Prieto comercializa seus produtos em grandes redes varejistas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
          No dia 13 de fevereiro de 2023, com dívida de R$ 150 milhões, entrou com o pedido de recuperação judicial.
          A empresa explica que o aumento das taxas de juros e dos preços dos insumos afetou suas operações nos últimos tempos. A crise econômica, que diminuiu o poder de compra da população, deixou pouco espaço para repasses dessa elevação de custos ao produto final, diz a companhia, que teria ficado “estrangulada”.
          “As dificuldades financeiras começaram na pandemia [de covid-19], se arrastaram e foram crescendo até o presente momento. Identificamos um grande endividamento, que, com a alta dos juros, ficou impossível de ser pago”, disse Douglas Duek, CEO da consultoria financeira Quist, que coordena o processo de recuperação na justiça junto com o escritório Nicola & Sacarosa Advogados. “Os bancos não aceitariam um alongamento da dívida sem juros ou uma grande carência total e inicial, que é o que a empresa precisa”.
          Segundo a Quist e o escritório, a Prieto “já está em conversas avançadas” com investidores para buscar uma solução rápida para a reestruturação de seus débitos. Duek afirma que, neste primeiro momento, para tentar se reequilibrar, a Prieto pretende fazer um alongamento de suas dívidas e também acertar com os potenciais investidores algum tipo de capitalização. Os principais credores da empresa são Banco do Brasil, Banco Votorantim, Bradesco, BMG, Daycoval, Sicoob e Banco ABC Brasil.
          A Prieto chegou a ter 450 funcionários antes de suas dificuldades financeiras. No momento da solicitação de Recuperação Judicial, são 380. Em 2022 seu faturamento foi de R$ 250 milhões.
(Fonte: suinoculturaindustrial - 13.03.2023)