Criada em 2008, a companhia começou explorando óleo de palma em São João da Baliza, em Roraima, para a produção de biodiesel. Com o biocombustível, gera energia elétrica em usinas
termoelétricas.
Tido como a principal saída para a descarbonização do transporte aéreo e com grande potencial de exploração no Brasil, o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) tem, por ora,
pouquíssimos projetos em desenvolvimento no paìs.
O mais avançado é o da Brasil BioFuels (BBF), empresa hoje (novembro de 2023) dedicada à produção de biodiesel, mas que prevê começar a fabricar SAF em 2026, após investir R$ 2,2 bilhões em uma biorrefinaria em Manaus, e outros R$ 2,5 bilhões no plantio de palma de óleo, sua matéria-prima. A BBF já tem contrato assinado com a Vibra, que terá exclusividade na distribuição do
combustível de aviação por cinco anos.
A refinaria de SAF, que também produzirá diesel verde (HVO), está em fase de desenvolvimento do projeto executivo. Milton Steagall, presidente da BBF, espera que ela comece a operar a tempo de atender ao futuro aumento da demanda pelo combustível – as companhias aéreas terão de reduzir suas emissões a partir de 2027, o que deve gerar uma forte procura por SAF. O SAF pode ser fabricado a partir de cana-de-açúcar, milho ou palma, gordura animal (como o sebo bovino) e óleo de cozinha usado. E emite de 60% a 80% menos carbono do que o querosene de aviação (QAV). Mas há obstáculos. As empresas dizem ser necessária uma regulamentação que garanta segurança jurídica para
investimentos tão altos.
A BBF gera 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos na região. E enquanto espera a regulamentação, a empresa expande sua área plantada de palma. Hoje, são 75,6 mil hectares em Rondônia e no Pará, em cinco polos de produção. Mais cem mil hectares serão adicionados até 2026.
Algumas das áreas em que a empresa planta na cidade de Tomé-Açu (a quase 200 km de Belém, no Pará) são alvo de disputa com comunidades quilombolas e indígenas. Segundo a promotora Ione Nakamura, do Ministério Público do Pará, parte dessas áreas são consideradas públicas – dado que não há um histórico de documentação – e reivindicadas pelas populações tradicionais. A BBF comprou áreas, mas, quando se analisa a cadeia, algumas têm problema de origem”, diz a promotora Ione Nakamura. A empresa, porém, diz que, de acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), não existe sobreposição de suas terras com territórios indígenas e quilombolas. O Incra disse estar levantando dados para saber se há ou não sobreposição de “áreas da BBF com as do território pleiteado pelas comunidades quilombolas”.
Além da questão fundiária de suas terras no Pará, que não é simples, o Ministério Público do Estado afirma ainda que a BBF deveria ter feito um estudo de impacto ambiental na área de cultivo e criado uma zona de amortecimento entre a sua fazenda e o território indígena. Há também preocupação com o futuro das comunidades locais em razão do empobrecimento da vegetação na região por causa da monocultura de palma e do uso de agrotóxicos que podem contaminar os igarapés. Esses problemas, porém, são anteriores à aquisição das terras pela BBF. O clima na região é de tensão e, segundo apurou a reportagem do Estadão, ambos os lados estão exaltados.
Em agosto de 2023, poucos dias antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar a Belém para participar da Cúpula da Amazônia, quatro indígenas foram baleados. A versão da BBF é de que a sua propriedade foi invadida e que foi ateado fogo em seus veículos. Os indígenas, por sua vez, dizem que estavam ocupando um território que lhes pertence. Apesar do incidente, Steagall diz que a relação com as comunidades tradicionais das áreas onde a BBF atua “sempre foi boa”. “O problema são aqueles que se infiltram nas comunidades e agem de forma diferente.” Na sua avaliação, para o conflito ser resolvido o Estado precisa ampliar a presença na localidade
Considerando números de novembro de 2023, a BBF tem 25 usinas em operação, 13 em implementação, atende 140 mil clientes e fatura R$ 1 bilhão por ano. Esse último número deve saltar para cerca de R$ 5 bilhões quando a empresa começar a produzir SAF, prevê Steagall.
(Fonte: Estadão - 09.11.2023)
O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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16 de nov. de 2023
BBF - Brasil BioFuels
15 de nov. de 2023
Pierre Cardin
Eu me dei bem desde o início.” O que poderia parecer impossível para outros não foi um problema para Cardin. Como fazer o primeiro desfile de moda na praça Vermelha de Moscou, em 1991, ou se tornar o primeiro costureiro a integrar a Academia de Belas Artes da França, em 1992.
14 de nov. de 2023
Booths
A Booths é uma pequena rede que vende
mantimentos no norte da Inglaterra desde 1847 e tem,
considerando números de novembro de 2023, 28 estabelecimentos.
Quando se trata de fazer compras de supermercado, parece haver dois tipos de pessoas neste mundo: aqueles que preferem o autoatendimento e aqueles que preferem interagir com um ser humano.
A rede Booths decidiu que seus clientes pertencem à última categoria e anunciou que vai se livrar
dos caixas automáticos em 26 de suas 28 unidades.
Isso vai contra a tendência que remodelou as compras no varejo ao redor do mundo nos últimos 20 anos. Quando tudo dá certo, pode ser a maneira mais rápida de sair de uma loja: empilhe seus mantimentos, passe o cartão de crédito, ensaque-os, siga em frente. O processo todo deveria acabar em questão de minutos. Mas nem sempre é essa a realidade. A máquina não reconhece seu espaguete. Você clicou na imagem de uma abobrinha na tela, mas o que está em sua cesta é um pepino. “Sempre há um problema”, disse Sandra Abittan, ao sair de um supermercado local Tesco no noroeste de Londres em 10 de novembro (2023), observando que muitas vezes precisa esperar por ajuda ao usar o autoatendimento. No entanto, ela disse que geralmente ainda os escolhe porque acha que as filas
costumam ser menores.
Muitas redes expandiram seu uso durante o auge da pandemia, quando minimizar o contato humano era especialmente importante. Mas a Booths não está sozinha em repensar a revolução automatizada: em setembro (2023), o Walmart disse que removeria os corredores de algumas lojas,
embora não tenha dito o motivo.
Em 2016, um estudo nos Estados Unidos, no Reino Unido e em outros países europeus constatou que os varejistas com caixas de autoatendimento e aplicativos tinham uma taxa de perda de cerca de 4%, mais que o dobro da média do setor, com pesquisadores afirmando que os caixas automáticos tentavam os compradores a agir de maneiras que normalmente não fariam e tornavam o furto menos
detectável.
A Booths disse em um comunicado que ter seus funcionários interagindo com os clientes proporciona uma experiência melhor. “Baseamos isso não apenas no que acreditamos ser a coisa certa a fazer, mas também após receber feedback de nossos clientes”, disse a empresa.
Humanos e máquinas podem coexistir pacificamente? No Tesco no noroeste de Londres, geralmente durante o almoço, a maioria das pessoas parece escolher a opção de autoatendimento, principalmente porque a fila era realmente mais curta do que nos caixas operados por humanos. Mas remover completamente os caixas automáticos, como a Booths anunciou que fará, exigirá algum tempo para se saber o real resultado.
A Booths, considerando números de fins de 2023, tem cerca de 3 mil funcionários.
(Fonte: Estadão - 14.11.2023)
13 de nov. de 2023
Mocotó
Com estrutura bem mais modesta, no Mocotó, na década de 1970, os clientes se acomodavam em mesas de fórmica e cadeiras de plástico para apreciar o concorrido caldo de mocotó preparado num
caldeirão de alumínio bem ali do lado.
Garrafas de bebida vazias viravam recipientes para o molho de pimenta da casa. Na estufa, tripa de porco fritinha, passarinha, carne de panela. E uma placa dizia: “Não é permitido batuques e
cantorias”.
A história é resumida em três linhas do tempo, com momentos icônicos na vida do seu Zé Almeida, retirante pernambucano que fundou o restaurante em 1973 como uma casa do Norte, do próprio Mocotó e do hoje chef Rodrigo Oliveira. Elas correm em paralelo, até virar uma só linha, que passa pela composteira instalada na varanda anexa. Todo o lixo compostado alimenta a terra do sítio Mulungu, em São José dos Campos, onde são cultivados alimentos orgânicos que abastecem a despensa do Mocotó.
Seu Zé de Almeida veio de Mulungu, no interior do sertão pernambucano, e chegou em São Paulo aos 25 anos de idade. Um ano depois, decidiu montar uma casa do Norte em sociedade com dois de seus irmãos. A Casa Irmãos Almeida abriu as portas em 1973 na Vila Medeiros, bairro periférico da zona norte paulistana. Cinco anos mais tarde, seu Zé tornou a casa um bar, e passou a servir alguns pratos de sua terra natal.
O carro-chefe era o caldo de mocotó e foi assim que Mocotó virou nome próprio do restaurante. Cabeça do Mocotó desde 2001, o chef Rodrigo de Oliveira promoveu mudanças físicas no comércio do pai e ganhou terreno para transformar o estabelecimento.
Quem vê o Mocotó como é hoje, com seu salão espaçoso e confortável, talvez nem imagine que, lá na década de 1970, não era bem assim.
Pois esse mesmo cenário foi replicado na exposição Mocotó 50 Anos: Um Restaurante Melhor para o Mundo, que celebra a trajetória do lugar em seu meio século de vida. Com a curadoria da historiadora Adriana Salay, esposa de Rodrigo, a mostra vai até fevereiro (2024) na laje do Mocotó, na Vila Medeiros. Entrada gratuita.
A exposição fala da fazenda Maniwa, projeto agroflorestal do Mocotó, em Pernambuco. Por lá
produzem leite, frutas, mandioca orgânica e a farinha servida no restaurante.
Outras iniciativas incluem o Quebrada Alimentada, que começou na pandemia e até hoje distribui marmitas e cestas básicas na zona norte de São Paulo. De 2020 para cá, foram mais de 100 mil
refeições e 105 toneladas de alimentos.
Na exposição, depois de colocar os fones e escutar o que dona Lourdes, a mãe de Rodrigo, tem a dizer, tudo fará sentido. Pois foi ela quem “tornou o Mocotó possível”, diz Adriana. O áudio é, na verdade, uma entrevista que a própria Adriana gravou com dona Lourdes pouco antes de sua partida,
em 2019.
O Mocotó coleciona prêmios nacionais e internacionais da crítica especializada, como o 23º lugar na lista dos melhores restaurantes da América Latina pela revista britânica Restaurant (2021), o selo de Bib Gourmand pelo Guia Michelin e o prêmio de melhor restaurante do mundo na categoria "no reservation required" pelo World Restaurant Awards em 2019, entre outros.
O Mocotó, além da Vila Medeiros (Avenida Nossa Sra. do Loreto, 1100), tem unidades também na Vila Leopoldina e no Shopping D, na capital paulista.
(Fonte: Estadão - 11.03.2023 / UOL - 11.03.2023 - partes)
12 de nov. de 2023
Oral Brasil
Após a conclusão do curso, em 2013, ele usou o dinheiro que guardou trabalhando como auxiliar em clínicas durante a faculdade para abrir seu primeiro consultório.
11 de nov. de 2023
Major Lock Bar
Por volta de 1993, antes de fundar seu bar, Rodrigo Castanheira Bouchardet viajou para os Estados Unidos para ver as novidades que estavam acontecendo por lá. Assim, poderia montar um negócio diferente dos competidores. É um caso típico de empreendedorismo bem sucedido. A empresa do Rodrigo, também conhecido como Bucha, jamais poderá abrir o capital através de um IPO, por ser pequena. Aliás, pequena em tamanho e gigantesca em sucesso. Seu empreendimento, um bar, denominado Major Lock, Nascido em 1969, no dia em que o astronauta americano Neil Armstrong pisou no solo lunar, não há nada que se destaque na infância e na adolescência de Rodrigo. O sucesso começou no início da idade adulta, tal como ele mesmo conta no talk show “Conecta Mente”, gravado lá mesmo em BH e apresentado por Fernando Cardoso e Paulo Leite. Uma das inovações, que viu no Estados Unidos, era o jogo do dadinho, através do qual o freguês apostava com uma garçonete. “Se você tirasse mais do que ela” é Rodrigo quem diz “você não pagava o chope.” Houve uma época em que tudo que o Major Lock vendia custava um dólar (convertido na moeda brasileira da época, é claro), ideia que Bucha trouxe de Las Vegas. Um dos planos que Rodrigo pretende pôr em prática brevemente será “Um dia sem imposto”, imposto esse que será pago pela casa. “A gente tem de fazer com que o cliente se sinta em sua casa”, é uma de suas máximas. Outra coisa interessante do Major Lock é que os balcões são abertos. “Se o cliente quiser, ele pode entrar dentro do balcão”, diz Bouchardet. Em vez de garçons do sexo masculino, como acontecia nos demais bares de Belo Horizonte, o estabelecimento de Rodrigo só contratava garçonetes, geralmente universitárias, que assim custeavam seus estudos. O bar era tão afamado que diversas bandas tocavam lá de graça. Isso aconteceu, por exemplo, com a Skank e com a Jota Quest. Outra novidade é a proximidade do palco: apenas um metro de distância das mesas. Assim, os frequentadores se veem perto dos artistas que se apresentam no tablado. Bucha prossegue: “A casa tem quatro banheiros, uma loja de roupas, uma loja de tatuagens, duas cozinhas.” Às vezes, o bar está repleto demais e fica difícil ser atendido por uma garçonete. Nessas horas, se o freguês reclama com o Rodrigo, este diz: “Pô, vai lá no bar e se serve você mesmo. Depois avisa à moça para pôr na conta.” A iluminação do Major Block também é diferente, de cor âmbar, nem muito escura nem muito clara. Ou seja, não é uma boate escurinha nem um botequim iluminado. A bebida clássica da casa é o coquetel Batman & Robin, uma mistura de vodca com energético e gelo. Com essas inovações e com esse entusiasmo, Rodrigo Castanheira Bouchardet tornou-se um personagem conhecido em toda Beagá. Como ele, devem ter outros milhares de empreendedores no Brasil com ideias novas. (Fonte: Os Mercadores da Noite - Ivan Santa'Anna - 10.01.2023) |
10 de nov. de 2023
Peça Rara Brechó
O brechó Peça Rara Brechó foi fundado em 2007, em Brasília (DF) pela empresária Bruna Vasconi, que é a CEO da empresa.
Depois de se tornar mãe, Bruna Vasconi se viu na necessidade de começar a trabalhar com algo que trouxesse retorno financeiro imediato para sustentar as filhas e finalizar seu curso de graduação como psicóloga. No último ano da faculdade, a empreendedora teve a ideia de abrir um brechó na capital federal. Fundou-se o Peça Rara Brechó...
A 1ª franquia da marca abriu em 2019, mas a expansão via franchising empresarial iniciou em 2021, a partir de uma sociedade com o Grupo SMZTO, do empresário José Carlos Semenzato. A atriz Deborah Secco também é sócia da rede desde julho de 2022.
Em 9 de novembro de 2023 foi inaugurada a unidade do Peça Rara Brechó na Vila Clementino, em São Paulo. O evento contou com a presença de seus três sócios: a atriz Deborah Secco, o empresário José Carlos Semenzato e Bruna Vasconi.
Essa será a 16ª unidade na capital. A marca conta com mais de 130 unidades espalhadas pelo país. O projeto de expansão prevê fechar o ano com faturamento de R$ 190 milhões.
(Fonte: Poder 360 - 27.05.2023 / Estadão - 09.11.2023 - partes)
9 de nov. de 2023
Banerj
O banco Bozano ganha, em 1995, a concorrência feita para administrar o Banerj e prepará-lo para a
privatização.
Paulo Ferraz era presidente do Bozano. Ao instituir a gestão profissionalizada do banco, Júlio Bozano escala Ferraz para assumir a presidência. Ferraz começou na tesouraria e no final de 1994 ascendeu à presidência, substituindo Júlio Bozano, o fundador do banco.
Em janeiro de 1996, Ferraz e sua tropa de choque, composta por 8 diretores do Bozano, se instalaram no Banerj, a situação er crítica: o banco sangrava operacionalmente a uma velocidade de 35 milhões de reais por mês. Em junho, o Banerj já atingia o equilíbrio operacional. Antes da reforma, 90% das 220 agências eram deficitárias. Ferraz fechou 27. Das que restaram, 95% passaram a ser superavitárias.
Foi uma experiência inédita. Pela primeira vez, uma instituição privada assumiu a administração de um banco público. Ao longo de 1996, Ferraz foi presidente tanto do Bozano quanto do Banerj.
(Fonte: Exame - 01.01.1997)