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12 de nov. de 2023

Oral Brasil

          Na universidade, enquanto cursava Odontologia, o gaúcho Dionatan de Marchi – que aos 14 anos ajudava o pai a forrar sofás – fazia planos de ter 20 clínicas em um prazo de 20 anos.
          Após a conclusão do curso, em 2013, ele usou o dinheiro que guardou trabalhando como auxiliar em clínicas durante a faculdade para abrir seu primeiro consultório.
          A clínica surgiu em 2014, na cidade de Frederico Westphalen, onde nasceu, no interior do Rio Grande do Sul. Para isso, Dionatan investiu R$ 80 mil. Em três anos, ele abriu mais cinco unidades, expandindo o negócio para a capital Porto Alegre e Seberi, no norte do Estado. Todas eram clínicas voltadas às classes C e D.
          Em 2018, de Marchi diz que alcançou o seu primeiro milhão, mas ainda não estava satisfeito. “As clínicas populares estavam fora do meu propósito, que era entregar qualidade.” A mudança veio em 2019, com a Oral Brasil.
          A primeira unidade, direcionada à classe A, foi aberta em Blumenau (SC). O investimento foi de R$ 900 mil – metade vinda de seu sócio, Marcos Vinicius Scorteganha, nascido em 1992, hoje diretor clínico da Oral Brasil, e a outra metade por meio de financiamento.
          A Oral Brasil funciona em modelo de franquia, e mostrou rápida evolução. Tinha 30 clínicas em 2021 e dobrou para 60 em 2022. Em 2023, dez anos após a formatura, soma 117 unidades em oito estados. A expectativa do empresário é alcançar 200 unidades até 2024 e 400 até 2027. O investimento inicial para adquirir uma unidade do grupo é de R$ 200 mil – o valor depende do modelo e tamanho do estabelecimento. “Todas as franquias de odontologia eram focadas no volume, entre as que querem bater meta e fazem de tudo para abaixar os preços e as que apostam em parcelamento”, diz o empresário. “Quem vem para a Oral Brasil é a pessoa que já está cansada de fazer e refazer o dente, e vai poder contar com técnicas únicas, com materiais de qualidade. É o público que já não tinha mais para onde ir.”
          A Oral Brasil trabalha com próteses dentárias, facetas ou lente de contato dental, aparelho ortodôntico e harmonização facial, com tratamentos estéticos. Para o empresário, o maior desafio do negócio foi mudar a mentalidade dos dentistas vindos de clínicas populares. “Os dentistas estavam acostumados a trabalhar com clínicas que não queriam entregar o melhor em odontologia, queriam apenas fechar a venda do procedimento. Nós invertemos o processo. Entregamos primeiro a qualidade. As indicações trazem os pacientes. Isso mudou o mercado.” “Quando não tem qualidade, acaba custando caro depois. Tira o tempo, a paciência, o dentista fica só resolvendo problemas, tendo retrabalho.”
          Hoje com a Oral Brasil, ele pretende comemorar os 10 anos da empresa, em abril de 2024, com a inauguração de uma franquia da empresa em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Há outras sete unidades previstas na expansão internacional. O próximo passo depois de Dubai será Abu Dhabi, também nos Emirados Árabes. No entanto, ele diz que as energias seguem direcionadas ao Brasil. “Ainda há muito mercado aqui.”
          A Oral Brasil faturou R$ 38 milhões em 2022 e espera faturar R$ 100 milhões este ano.
(Fonte: Estadão - 12.11.2023)

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