A EMS é o maior laboratório farmacêutico do país. Em 2017, produziu 650 milhões de caixas de remédio.
No final de 2017 chegou à Europa com a aquisição da estatal Galenika, na Sérvia, por E 46,5 milhões (cerca de R$ 250 milhões). Com quase 80 anos, a Galenika foi a última estatal privatizada na Sérvia, país que fazia parte da socialista Iugoslávia. Ao vencer a disputa pela empresa com outros três laboratórios internacionais, a EMS adquiriu uma fabricante renomada, com marcas fortes e conhecidas nos países da península dos Bálcãs.
A Galenika, porém, estava falida, tinha parques fabris na Sérvia e em Montenegro sucateados e empregava 1,6 mil pessoas, sendo muitas famílias inteiras e diversas sem função. “Passamos por um período probatório após a privatização que tinha três condições: tínhamos de fazer investimentos, não fechar a empresa e não demitir”, afirma Ricardo Marques, presidente da Galenika.
No início de 2023, a EMS anunciou investimentos de R$ 195,3 milhões na Galenika até 2025, após ter colocado R$ 10 milhões na operação nos últimos cinco anos. Os recursos destinados à nova aquisição, no entanto, estão fora do pacote previsto inicialmente. Segundo Marques, a reorganização da empresa tem sido uma experiência transformadora – literalmente. “Foi um choque: vim da empresa líder de um mercado de 200 milhões de pessoas e que acompanha indicadores de eficiência diários, para trabalhar em outra, cujos computadores eram de 1978 e que nem tinha departamento de marketing”, diz Marques. “Não conseguiríamos mudar tudo em meses.”
Em fins de junho de 2023, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade) aprovou sem restrições a compra do Dermacyd, marca global de sabonetes íntimos da francesa Sanofi, pela EMS. O valor da operação foi de cerca de 66 milhões de euros (R$ 366 milhões ao câmbio de então).
Em fins de outubro de 2023, a EMS adquiriu a empresa sérvio-eslovena Lifemedic, por R$ 50 milhões. O movimento marca o avanço do grupo brasileiro no Leste Europeu, onde entrou em 2017. Carlos Sanchez é o chairman da EMS.
No início de setembro de 2024, vem a público que a EMS está colocando no ar a plataforma Mercado Farma, para atender farmácias independentes e associativistas, de fora das
grandes redes. A ideia é usar dados para gerar inteligência de compras para os varejistas e aumentar as vendas
do grupo. A empresa levou dois anos no desenvolvimento da plataforma, que consumiu R$ 30 milhões. Serão
investidos mais R$ 30 milhões e Marcus Sanchez, vicepresidente da EMS e membro da família fundadora, diz
não se espantar se o valor chegar a R$ 100 milhões ou
R$ 120 milhões. “Uma empresa tradicional como a nossa demora para virar a chave mas, quando ela experimenta a inovação e vê que dá certo, é só destravar o investimento porque é um negócio que se paga sozinho.”
A EMS está sob o guarda-chuva do grupo NC. Possui fábrica em Hortolândia (SP), Brasília e Manaus.
(Fonte: jornal Valor - 28.06.2023 / Estadão - 01.11.2023 / 03.09.2024 - partes)
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