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13 de set. de 2024

Pilbara

          A empresa australiana Pilbara Minerals é a maior produtora de lítio do mundo e detém as 
maiores reservas do mineral.
          A Pilbara está fazendo seu primeiro investimento no Brasil. Em 11 de setembro de 2024, a mineradora anunciou um investimento de US$ 400 milhões (R$ 2,2 bilhões) em sua operação Belo Lithium para desenvolver seu projeto de extração de lítio em Salinas, localizada no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. A commodity é considerada estratégica para a transição energética.
          A Belo Lithium pertencia a outra empresa australiana, a Latin Resources. O acordo envolve uma troca de ações entre as empresas e está pendente de aprovação dos acionistas, com uma reunião marcada para novembro de 2024. No entanto, o conselho de administração já confirmou sua intenção de votar a favor do acordo, exceto por uma oferta superior.
          Com o acordo, a Pilbara busca diversificar suas fontes de receita além de seu ativo Pilgangoora na Austrália Ocidental. Ao adquirir a operação de Salinas, a mineradora visa aumentar sua exposição aos mercados de baterias norte-americano e europeu, fortalecendo seu portfólio.
          Embora ainda não esteja na fase de extração, o projeto Salinas Lithium aumentará as reservas atuais da Pilbara Minerals em 20%. A empresa também projeta que o empreendimento contribuirá com até 30% de seu volume de produção assim que a produção se estabilizar.
          Uma avaliação preliminar do projeto Salinas indica uma capacidade potencial de produção de 405.000 toneladas de concentrado de óxido de lítio espodumênio de alta qualidade por ano durante a Fase 1, com produção prevista para começar em 2026. Na Fase 2, começando em 2029, a produção anual é estimada em 525.000 toneladas de concentrado de óxido de lítio espodumênio de alta qualidade e 159.000 toneladas por ano de um produto de menor qualidade.
          A Pilbara Minerals espera criar aproximadamente 4.000 empregos diretos e indiretos durante a fase de construção, programada para 2025 e 2026, e mais de 1.000 empregos permanentes durante a fase operacional, com o compromisso de garantir que 50% da força de trabalho seja local.
          "A aquisição da Latin Resources [Belo Lithium] é um marco importante em nossa estratégia de diversificação e expansão global. O Projeto Salinas Lithium, com seu potencial para se tornar uma das maiores operações de lítio de rocha dura do mundo, será vital para consolidar nossa posição de liderança nos mercados de baterias da América do Norte e da Europa", disse Dale Henderson, diretor administrativo e CEO da Pilbara Minerals.
          Chris Gale, diretor executivo da Latin Resources, se juntará à Pilbara Minerals como consultor por 12 meses para garantir um processo de integração tranquilo e continuidade operacional.
          De acordo com a mineradora, a reserva de Salinas tem um potencial de extração de 77,7 milhões de toneladas de concentrado de óxido de lítio espodumênio.
          Comentando sobre a concorrência da produção de lítio africana, o CEO da Pilbara Minerals disse que os ativos australianos da empresa já oferecem um custo de produção muito baixo, e ele espera custos igualmente baixos no Brasil. "Não estamos preocupados com o aumento da oferta da África porque temos uma produção muito competitiva", disse o Sr. Henderson.
          No ano fiscal de 2024, a Pilbara Minerals relatou receita de US$ 1,25 bilhão.
(Fonte: Valor - 12.09.2024)

12 de set. de 2024

Abbott-Detroit

          A fabricante de automóveis Abbott-Detroit produziu veículos em Detroit durante cerca de dez anos a partir de 1909. Produziu vários automóveis de luxo durante esse período, sendo um dos mais recentes o roadster 6-44.
          Um Modelo 30 anterior, apelidado de "Bull-Dog", foi levado para o que deveria ter sido uma viagem de 160.000 quilômetros pela América do Norte. Só completou metade da distância, mas mesmo assim foi um bom esforço para 1911.
          O nome da marca foi mais tarde encurtado para Abbott (em homenagem ao fundador da empresa, Charles Abbott), embora a maioria dos automóveis tenha sido construída e vendida durante a era Abbott-Detroit.
(Fonte: msn)

11 de set. de 2024

Complexo de Energias Boaventura (ex-Gaslub / ex-Comperj)

          Em 2006, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou a pedra fundamental da obra de 
construção da Comperj.
          Inicialmente, o projeto foi idealizado com objetivo de atrair o setor petroquímico para Itaboraí, um município pobre do Estado do Rio de Janeiro. Após interromper as obras por suspeitas de 
corrupção, o empreendimento ficou resumido à Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN).
          Quando as obras foram iniciadas, em 2008, no segundo mandato de Lula, o Comperj tinha previsão de entrar em operação em 2012.
          O complexo chegou a ser um dos símbolos da corrupção que originou a Operação Lava Jato na Petrobras, em 2014. Ao ser lançado, o investimento girava em torno de US$ 6 bilhões, valor que 
aumentou progressivamente até cerca de US$ 14 bilhões – apesar de o projeto não ter saído do papel.
          À frente do primeiro projeto, esteve o engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Condenado no âmbito da Lava Jato, virou o primeiro delator da operação. Quando ainda era executivo da estatal, Costa costumava atribuir os atrasos no cronograma às sucessivas chuvas que, segundo ele, impediam a continuidade da terraplenagem do terreno. Ele morreu em 2022, 
vítima de câncer.
          Os desmandos foram tantos que até hoje não se conseguiu chegar a um cálculo exato dos prejuízos da aventura desvairada que foi a versão original. Um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) de fevereiro deste ano destaca que, entre os atos de gestão temerária praticados entre os anos de 2006 e 2015, provocou prejuízo a aprovação da transformação do projeto “orçado em US$ 8,4 bilhões 
na Fase II de desenvolvimento, para o Complexo Comperj, orçado em US$ 26,9 bilhões”.
          O relatório do ministro Vital do Rêgo ressalta que a própria Petrobras informou ser “autora, seja individualmente, seja em conjunto com a União e/ou o Ministério Público Federal (MPF), em 32 ações de improbidade administrativa e atua como assistente de acusação do MPF em 85 ações penais, ações nas quais são pleiteados cerca de R$ 14 bilhões a título de ressarcimento e R$ 40 bilhões a título de 
multa”.
          Não se sabe qual será o custo da obra após a retomada. Mas, além das conhecidas denúncias de fraudes e superfaturamento, chama a atenção o desperdício de dinheiro em razão da necessidade de pôr abaixo parte do que foi construído. “Vou ter de desfazer para depois fazer”, disse a executiva da 
Petrobras, explicando a dificuldade de calcular o orçamento.
          O Comperj, que virou Gaslub na gestão Bolsonaro e agora foi rebatizado para Complexo de Energias Boaventura, é a expressão de uma era marcada por um sem-número de lançamentos de pedras fundamentais e “inaugurações” de obras inacabadas, projetos de custo exorbitante, uso indevido de 
recursos públicos, corrupção e pressão do governo sobre investidores privados.
          Mas Lula da Silva, como se sabe, não se emenda. Decerto na expectativa de reescrever a história, quer fazer do Comperj um dos símbolos de sua vitória sobre a Lava Jato. No discurso lulopetista, foi a operação anticorrupção que atrapalhou a Petrobras e arruinou o desenvolvimento do País. Com a retomada e a inauguração do Comperj, Lula decerto considera que está reparando uma injustiça – ao custo de bilhões para todos os brasileiros.
          Dezoito anos após o lançamento de sua pedra fundamental pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e 16 anos após o início das obras, o antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), atual Gaslub, em 11 de setembro de 2024, a primeira operação comercial com o processamento de gás natural vindo do pré-sal. No dia 13 ocorreu a cerimônia para marcar o início da operação. O projeto agora é uma versão que une a produção de gás natural e de lubrificantes.
          Ao Estadão/Broadcast, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, informou que a nova data para que todo o projeto entre em operação é 2029. Nos corredores da empresa, também vem sendo dito que a intenção da Petrobras é mudar novamente o nome do polo, mas
que a presidente da estatal, Magda Chambriard, ainda não bateu o martelo.
          Em 13 de setembro de 2024, em Itaboraí (RJ) foi realizada a inauguração do complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj, da Petrobras. Segundo a empresa, esse polo industrial “é composto pela maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do país e receberá gás do pré-
sal da Bacia de Santos, transportado por meio do gasoduto Rota 3, que também iniciará operação”.
Atualmente, a empresa não informa quanto já investiu ou planeja investir no Gaslub.
          Agora, ganhou uma nova configuração, com unidades de produção de combustíveis e lubrificantes, além de duas térmicas que aguardam o leilão de reserva de capacidade do governo,
sendo uma de 600 megawatts e outra de 1.200 megawatts.
          Com o início das operações, serão processados 10,5 milhões de metros cúbicos diários (m³/d) de gás natural, volume que vai subir para 21 milhões quando o segundo trem da UPGN ficar pronto – o que deve ocorrer em outubro de 2024.. O volume produzido ajudará a substituir as importações feitas pela estatal para atender seus clientes, mas terá sobra para o mercado. Do total, 18 milhões de metros cúbicos por dia virão do pré-sal, e mais 3 milhões de m³/d do Terminal de Cabiúnas, também da Petrobras – uma unidade que forneceu o gás para o chamado comissionamento, uma etapa antes da
operação comercial.
          A UPGN é apenas parte do Gaslub. Outras licitações já estão em andamento, como as unidades de produção de diesel, querosene de aviação (QAV) e lubrificantes. Uma biorrefinaria, porém, ainda está sendo estudada. Os planos são de produzir 12 mil barris por dia de óleos lubrificantes grupo 2; 75 mil barris por dia de diesel S10 e 20 mil barris por dia de querosene de aviação de baixo teor de enxofre.
(Fonte: Estadão - 10.09.2024 / 16.09.2024 - partes)

10 de set. de 2024

Helbor

          Quando a Helbor foi criada, em 1977, era uma empresa pequena em Mogi das Cruzes (SP), constituída com o intuito de cuidar dos negócios familiares, segundo seu fundador, Henrique Borenstein, nascido em 1936.
          Seu pai, o imigrante russo Hélio Borenstein, chegou ao Brasil em 1917. E Henrique discorre sobre a vida do pai: "trabalhou duro e conquistou seu espaço em Mogi das Cruzes, depois que desembarcou na cidade por acaso, vindo da Ucrânia. Foi o erro mais acertado que ele poderia ter tido. Construiu sua família, conseguiu um dinheirinho e se ergueu, se tornando uma pessoa respeitada na cidade e com uma visão que o fez crescer cada vez mais. Ele não só foi uma grande inspiração de determinação para nossa família, como transpassa seu exemplo até hoje na essência da empresa, que, inclusive, recebeu esse nome em homenagem ao meu pai, pois traz as iniciais abreviadas de seu nome para formar a palavra Helbor."
          O embrião da empresa contava com cerca de dez pessoas num endereço da região central da cidade. Nas décadas seguintes, muita coisa mudou. Não só o mercado imobiliário evoluiu, mas outros aspectos também passaram a ser parte do setor como um todo: segundo Borenstein, "as tecnologias e inovações que o setor incorporou são algo inacreditáveis e acompanhar todo esse progresso requer muita atenção e dedicação da nossa equipe em seu conjunto.
          A Helbor começou a crescer, sempre de olho em todo o movimento do mercado, fazendo parcerias, contratando mais colaboradores e se deslocou para outras cidades, até chegar em São Paulo, que era o maior desafio, de acordo com o fundador.
          A empresa abriu o capital (HBOR3),mas passava pela imaginação do fundador passar a fazer parte do grupo de grandes empresários do ramo imobiliário, como acabou acontecendo.
          O empresário Henrique Borenstein recebeu o prêmio Hors Concours em evento realizado por FIABCIBRASIL e Secovi-SP no final de agosto de 2024, em São Paulo.
(Fonte: Estadão - 10.09.2024 - COLUNA FIABCI-BRASIL)

8 de set. de 2024

Garfield

          O norte-americano Jim Davis é um raro destaque no disputadíssimo mercado de tiras em quadrinhos para jornais. Em junho de 1978, sua tira Garfield estreou em 41 jornais dos Estados Unidos, o que já é um feito. Permanecer neles foi outro.
          O mais impressionante talvez tenha ocorrido em 2002, quando a tira entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, como a publicada simultaneamente em mais jornais do mundo. E hoje (2024), 22 anos depois, ainda está lá: são aproximadamente 2,1 mil diários de 80 países, atingindo um 
público estimado em 200 milhões de leitores/dia – praticamente a população do Brasil.
          E qual é o segredo de Jim Davis? Difícil dizer. As histórias giram em torno de três personagens: um gato (o personagem-título, guloso e preguiçoso), um cachorro (Odie, ingênuo e não muito inteligente) e um humano (o inocente e otimista Jon). Há eventuais participações de coadjuvantes, dos 
quais poucos retornam às histórias.
          A animação Garfield – Fora de Casa, que estreou em 1.º de maio de 2024, explora justamente a chegada de um personagem de fora interferindo na rotina bem estabelecida do trio. No filme, dirigido por Mark Dindal, Garfield (cuja voz original é dublada por Chris Pratt, uma das estrelas dos filmes de super-heróis da Marvel no papel de Peter Quill, o líder dos Guardiões da Galáxia) é surpreendido pela chegada de ninguém menos do que Vic, seu pai biológico (Samuel L. Jackson, de vários sucessos – 
inclusive o Nick Fury, também da Marvel).
          O pai de Garfield até já foi citado em histórias antes, e chegou a aparecer em produtos de merchandising com o pelo cinza, óculos e o mesmo tamanho do filho, mas esta versão que Samuel L. Jackson dubla, que parece uma versão ampliada do Garfield, é um personagem criado especialmente para o filme. As tiras de quadrinhos até recorrem a personagens além do trio principal – especialmente os também gatos Arlene e Normal –, mas a maioria das tramas foca apenas em Jon, Garfield e Odie. E isso, claro, é dificílimo. Criar, por mais de quatro décadas, tiras diárias engraçadas é um trabalho hercúleo. Mas Jim Davis encontrou um caminho próprio. Diferentemente de outros grandes nomes do setor, ele segue o caminho do humor pelo humor. Se Charles M. Schulz (Snoopy) alternava humor com lirismo, Garry Trudeau (Doonesbury) criava críticas sociais contundentes e hilárias e Bill Watterson (Calvin e Haroldo) dosava graça com um olhar profundo e severo sobre o cotidiano, Garfield quer fazer rir. E isso não é pouco.
          A risada em cima do humor físico (trombadas, escorregões), as tiradas sarcásticas (especialmente por causa do folclórico mau humor do Garfield às segundas) e cenas por vezes surreais, como uma festinha de Natal organizada pelo gato à revelia de Jon, na qual, dias depois, ainda é possível encontrar renas pela casa. Davis pode mudar a ferramenta de um dia para o outro, mas o objetivo é sempre o mesmo: fazer rir. E aí entra o fator “talento”. Jim Davis é ótimo em fazer humor. Suas histórias são curtas, sucintas, diretas. Seus desenhos, claros e limpos, passam as mensagens de maneira direta, não importa qual seja a ação: um escorregão, um encontro de família, um Papai Noel entalado. Há uma clareza tanto no enredo quanto nas ilustrações o que permite que a história – e, sobretudo, a piada – esteja ao alcance de qualquer leitor, não importando a idade. Ou seja, ele é divertido! Tudo o que Garfield faz na vida, de boa vontade, é comer e dormir. Todo o resto ele realiza de má vontade, e apenas por falta de opção – se tivesse alguma, certamente estaria se empanturrando ou tirando uma soneca. Um olhar crítico (e mal-humorado) diria que são dois defeitos – a gula e a preguiça. Seu criador, Jim Davis, não nega que sejam defeitos, mas me disse certa vez que talvez sejam características que até ajudem a explicar seu sucesso. “Acredito que as pessoas gostem do Garfield porque ele faz com que elas se sintam menos culpadas. Fomos criados para nos sentirmos culpados quando fazemos coisas de que gostamos. Veja só, há toda essa pressão para consumir alimentos pouco calóricos, fazer exercício, etc... 
Garfield defende o nosso direito à gula”, diz ele.
          O longa Garfield – O Filme, de 2004, começa com Garfield cheio de ciúmes por ter de dividir a atenção de Jon com Odie, dando um jeito de expulsá-lo de casa. O plano dá certo, mas, quando ele se dá conta de que o cão atrapalhado parece ter se perdido, ele resolve partir em uma aventura para encontrá-lo. Na versão original, o gato é dublado por Bill Murray. Disponível no Disney+ l Garfield – 2 Na sequência, também com a participação de Murray e lançada dois anos depois do primeiro filme, Garfield viaja para Londres, onde conhece o seu gêmeo, Prince, um gato aristocrata que herdou um castelo fabuloso. Os dois, então, resolvem trocar de lugar, desagradando ao vilão da história, o Lorde Dargis. Disponível no Disney+ A produção de Garfield – Fora de Casa marca o retorno do personagem ao cinema após uma série de filmes criados diretamente para a televisão, como Garfield Gets Real, Garfield’s Fun Fest e Garfield’s Pet Force. O longa foi anunciado em 2016, mas apenas em 2021 começou de fato a ser produzido, com a chegada de Chris Pratt ao elenco, substituindo Bill Murray como intérprete da voz do personagem. Segundo a Variety, houve ainda dúvidas sobre o lançamento nos cinemas ou diretamente no streaming. Há conversas para que Garfield – Fora de Casa entre, ainda sem data definida, para o catálogo da Netflix. Tanto Garfield – O Filme quanto Garfield 2 receberam críticas em geral negativas, apesar de terem feito boas bilheterias nos cinemas.
          No Brasil, os livros com as tiras originais de Jim Davis foram publicados pela editora LP&M, em dez volumes individuais, como Pausa para o Almoço, O Rei da Preguiça, Um Charme de Gato, Toneladas de Diversão, Um Gato de Peso, Garfield Está de Dieta, Garfield Numa Boa e Garfield sem Apetite. Há também uma caixa especial com cinco volumes, que reúne as principais histórias do personagem e sua trupe. De acordo com a empresa de Jim Davis, os livros de Garfield já venderam mais de 150 milhões de cópias em todo o mundo.
(Fonte: Estadão - 01.05.2024)

7 de set. de 2024

Hotel Jaraguá



Hotel Jaraguá, o "senhor do vale" da hotelaria no centro histórico de São Paulo. Foto: acervo Accor Hotels
Hotel Jaraguá, o "senhor do vale" da hotelaria no centro histórico de São Paulo. Foto: acervo Accor Hotels

         Às 18h do dia 22 de janeiro de 1954 - três dias antes de São Paulo completar 400 anos - inaugurava-se nas proximidades da rua Major Quedino com a rua da Consolação, no centro histórico da cidade, o Hotel Jaraguá, que inicialmente contava com 240 apartamentos, os quais ocupavam os 13 andares mais altos (do 9º ao 21º) de um prédio de mais de 80 metros de altura construído ali em 1948. A fundação do estabelecimento, que seria dicado ao alojamento de hóspedes ilustres, foi uma iniciativa do empresário judeu argentino, José Tjurs.
          Com isso, o edifício que desde 1951 já era famoso por abrigar do 1º ao 8º andar a sede do jornalão O Estado de São Paulo (Estadão), da rádio e do estúdio Eldorado ampliava sua importância e entrava em uma época de ouro que perduraria por 20 anos, espaço de tempo em que o hotel passaria a hospedar celebridades nacionais e internacionais como as atrizes Sophia Loren, Ella Fitzgerald, Brigitte Bardot, Gina Lollobrigida e Ginger Rogers; os atores Alain Delon e Tony Curtis; o cineasta Frederico Fellini; a cantora Edith Piaf; o cantor Louis Armstrong; os roqueiros Mick Jagger e Raul Seixas; o empresário Henry Ford II; os políticos Robert Kennedy, Fidel Castro, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Prestes Maia; o jornalista Carlos Lacerda; a rainha Elizabeth II e o astronauta e primeiro homem no espaço, Yuri Gagarin, entre outras.

Painel do Di Cavalcanti (1897-1976) produzido em 1953 para o Estadão, ainda hoje presente na fachada do prédio. Desenho representa o processo de fabricação do jornal impresso. Foto: acervo Jaraguá SP Post
Painel do Di Cavalcanti (1897-1976) produzido em 1953 para o Estadão, ainda hoje presente na fachada do prédio.
Desenho representa o processo de fabricação do jornal impresso.
Foto: acervo Jaraguá SP Post
          De acordo com a matéria "O charme do Jaraguá no centro de São Paulo" publicada no site "São Paulo in Foco" editorado pelo jornalista Abrahão de Oliveira, o nome dado ao hotel fora influenciado por algo que os moradores do bairro de maior altitude da capital paulista conhecem bem, "na língua tupi a palavra quer dizer “senhor do vale” e tem relação direta com o Pico do Jaraguá, ponto mais alto da cidade com 1.135 metros de altura. O significado linguístico de Jaraguá inspirou os primeiros proprietários do hotel, que associaram o nome ao que seria o ponto mais alto da hotelaria", escreve.
          Em 1976, o jornal Estadão deixou o prédio. Posteriormente, com a morte do fundador do hotel José Tjurs em 1977 e o surgimento de concorrentes, o empreendimento passaria por um período de vacas magras. Já em 1980, acabou sendo vendido para empresa curitibana Clímax e em 1998 fechou as portas. Contudo, no mesmo ano foi comprado pelo Sol Invest, grupo que na época era proprietário do Diário Popular que, por sua vez, ocupava os mesmos andares que antes eram do Estadão.

O astronauta russo Yuri Gagarin (ao centro) deixa o Hotel Jaraguá.  Foto: Nicolau Leite/acervo Estadão
O astronauta russo Yuri Gagarin (ao centro) deixa o Hotel Jaraguá.
Foto: Nicolau Leite/acervo Estadão

O cantor Louis Armstrong no Hotel Jaraguá. Foto: Kioshi Araki/acervo Estadão
O cantor Louis Armstrong no Hotel Jaraguá. Foto: Kioshi Araki/acervo Estadão
          Com a saída do Diário Popular anos mais tarde, os grupos Sol Invest e Six Continents investiram aproximadamente R$ 40 milhões no prédio transformando-o em um novo hotel, finalizado em 2004, mesmo ano em que a Accor Hotels - atual administradora - o comprou e o rebatizou com o nome Novotel São Paulo Jaraguá Conventions.

5 de set. de 2024

MRN

          A MRN - Mineração Rio do Norte (MRN) é uma das principais produtoras de bauxita do Brasilç
          A empresa conta com a Glencore, a Rio Tinto e a South32 como acionistas. A Glencore, que detém 45% da mineradora brasileira, assumiu o controle no ano passado após comprar ações anteriormente detidas pela Vale e pela Norsk Hydro. Em 2023, a CBA também saiu da parceria, vendendo sua participação para a Rio Tinto, aumentando a participação desta última para 22%. A mineradora australiana South32, que foi desmembrada da BHP, detém os 33% restantes.
          Na primeira semana de setembro de 2024, a MRN recebeu aprovação preliminar para seu Projeto Novas Minas (PNM) no oeste do Pará. O projeto de expansão representa um investimento de R$ 5 bilhões nos próximos cinco anos.
          Apesar de receber aprovação preliminar do órgão ambiental brasileiro, o IBAMA, a empresa ainda precisa de uma licença de construção para seguir adiante com o projeto, o que garantirá a continuidade das operações além de 2027 por meio do desenvolvimento de novas minas.
          Com este projeto, a MRN poderá extrair bauxita de cinco novos planaltos — Rebolado, Escalante, Jamari, Barone e Cruz Alta Leste — nos municípios de Oriximiná, Terra Santa e Faro. Como a maior produtora de bauxita do país, o projeto é fundamental para manter a produção média anual da empresa de 12,5 milhões de toneladas de bauxita, uma matéria-prima usada na produção de alumínio. O investimento estenderá a vida útil da mina atual, localizada na região amazônica, em cerca de 15 anos, até 2042.
          Por pelo menos duas décadas, a MRN enfrentou a oposição de comunidades ribeirinhas e quilombolas (descendentes de escravos fugitivos), que alegam sofrer com os impactos negativos das atividades de mineração na região. Sobre o novo projeto, Vladimir Moreira, diretor de sustentabilidade e assuntos jurídicos da MRN, disse que a concessão da licença preliminar "demonstra o reconhecimento dos reguladores do nosso compromisso com a mineração sustentável na Amazônia".
          “Celebramos esse marco de recebimento da licença prévia do PNM e daremos continuidade às etapas restantes do licenciamento junto às autoridades competentes, respeitando a sustentabilidade e a história de todos que construíram a MRN”, disse o CEO da empresa, Guido Germani, em nota.
          De acordo com a MRN, a licença prévia foi emitida como parte do pedido de licenciamento ambiental do projeto, após um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) conduzido por uma consultoria independente. Três audiências públicas foram realizadas nos municípios envolvidos no projeto.
          Um Estudo de Componente Quilombola (ECQ) adicional foi conduzido para avaliar os impactos ambientais e socioterritoriais nas comunidades de Boa Vista e Alto Trombetas II, disse a empresa.
          O próximo passo é desenvolver um Plano de Gestão Ambiental (PGA) e um Plano Básico Quilombola (PBAQ) com essas duas comunidades, visando “prevenir, mitigar e compensar os impactos identificados no Estudo de Componente Quilombola”. “O desenvolvimento e a validação do PGA e do PBAQ serão cruciais para a obtenção da licença de construção, que está prevista para o início de 2025”, acrescentou a empresa.
(Fonte: Valor - 05.09.2024)

3 de set. de 2024

AIP / GSI

          A empresa de private equity AIP - American Industrial Partners é sócia de 45 empresas de diversos setores, principalmente nos EUA e Canadá. Entre seus parceiros estão grandes fundos de 
pensão e investidores institucionais.
          Em 25 de julho de 2024 a AIP adquire a divisão de Grãos e Proteínas da AGCO em negócio de US$ 700 milhões. Esta divisão, que gerou US$ 1 bilhão em receita globalmente no ano passado, inclui a GSI e as marcas AP, Cimbra e Tecno (sistemas de automação), Cumberland, C-Lines e Agromarau 
(dedicada a soluções para aves e suínos).
          Esta divisão, que gerou US$ 1 bilhão em receita globalmente no ano passado, inclui a GSI e as marcas AP, Cimbra e Tecno (sistemas de automação), Cumberland, C-Lines e Agromarau (dedicada a soluções para aves e suínos). A GSI foi adquirida pela AGCO em 2011 por US$ 940 milhões.
          Com um novo proprietário, a GSI está pronta para fazer ondas no mercado de sistemas de armazenamento e pós-colheita no Brasil e em outros países da América do Sul. A meta é dobrar de tamanho em cinco anos, com base na receita de 2023 na região de quase US$ 200 milhões.
          Ricardo Marozzin, que completou recentemente 25 anos na AGCO, continuará liderando a GSI, encarregado de fazer a empresa crescer e gerar retorno para os acionistas. “Desde 2003, a AIP se interessou pela GSI por seu desejo de entrar no agronegócio. É um fundo com larga experiência no setor industrial, administrando US$ 16 bilhões em ativos”, disse o executivo ao Valor.
          A antiga divisão da AGCO oferece desde a construção de alojamentos para animais até sistemas    autônomos para distribuição de aves e ração, controles eletrônicos e supervisão remota de operações. 
          Na área de silos para armazenagem de grãos, a GSI não conseguiu replicar seu domínio internacional no Brasil e está perdendo espaço para a Kepler Weber. “Estamos alcançando e nos aproximando da Kepler, que é uma empresa centenária e líder no mercado nacional. Há alguns anos, éramos o quinto player no setor de armazenagem no país e agora somos o segundo”, afirmou Marozzin.
          Assim como a líder do segmento, a GSI aposta na inteligência artificial para automatizar silos e processos para produtores. “Podemos, por exemplo, exportar tecnologia para as operações da empresa na África porque a região tem muitas similaridades com a América do Sul”, disse. Na região, além do Brasil, ele vê mercados promissores na Colômbia, Peru e Paraguai.
          O acordo entre AGCO e AIP envolve 14 fábricas no mundo, incluindo duas no Rio Grande do Sul. A AGCO manteve uma divisão de armazenagem na China. Esta venda é parte da mudança estratégica da AGCO para focar em seu negócio principal.
(Fonte: Valor - 31.07.2024)

2 de set. de 2024

Baker Tilly

           A Baker Tilly International, sediada na Inglaterra, ocupa uma posição intermediária entre as 
companhias de auditoria no âmbito mundial.
          Tema comum entre as gigantes do setor de auditoria, a necessidade de diversificar os serviços oferecidos por empresas com presença global também é uma questão recorrente para quem busca expansão no chamado “middle market” — empresas com faturamento substancial que nem sempre têm acesso ao mercado de capitais. É o caso da Baker Tilly International, que pretende fortalecer sua presença global, inclusive no Brasil e na América Latina.
          Após visita ao Brasil em agosto de 2024, a CEO Francesca Lagerberg indicou que vê muitas oportunidades de crescimento da empresa no país. Com foco principalmente em grandes clientes globais, a empresa vê oportunidades tanto de crescimento orgânico quanto de aquisições.
          A Sra. Lagerberg prevê um futuro em que as atividades da empresa em auditoria, consultoria e assistência fiscal sejam quase igualmente equilibradas, com a consultoria crescendo mais rapidamente 
nos próximos anos.
          “Estamos dedicados a fornecer serviços para empresas que têm um forte potencial de crescimento. Às vezes, essas empresas são muito grandes; às vezes, são startups”, disse Alexandre Labetta, CEO da Baker Tilly Brasil. O executivo enfatizou o foco em empresas de médio porte 
interessadas no mercado de capitais.
         Na maioria dos casos, as empresas de auditoria e consultoria são “parcerias” lideradas por sócios seniores, com suas redes globais consistindo de empresas nacionais que são entidades legalmente separadas de propriedade de parceiros locais, mas que usam uma marca comum. O problema é como estabelecer limites entre essa parceria. A pergunta que se faz é: uma empresa com problemas contábeis, que contrata uma parceira da empresa de auditoria para executar serviço de consultoria, teria os problemas contábeis relatados em seu balanço antes de se chegar a uma solução?
          Entre as empresas que seguem as “Big 4” — as quatro gigantes do setor de auditoria: Deloitte, PwC, EY e KPMG — a Baker Tilly ocupa a décima posição global, com receitas de US$ 5,2 bilhões no ano passado e operações em 141 territórios. No Brasil, a empresa atingiu uma taxa média de crescimento anual de 20% nos últimos cinco anos e projeta crescimento entre 10% e 15% nos próximos cinco anos. Atualmente, com escritórios em cinco estados (Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo), os próximos alvos da empresa incluem Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Pernambuco.
(Fonte: Valor - 30.08.2024 - parte)