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30 de out. de 2011

Banco Rural

          Em 1944, Sabino Rabello, formado em direito, começou a calcular o retorno financeiro que a profissão de advogado lhe traria. Ele tinha a sensação de ter feito a escolha errada. Queria mesmo é ser empresário. Fazendo suas contas Sabino, filho de Ajax Rabello, um dos amigos mais próximos de Juscelino Kubischek, decidiu montar uma construtora, sonhando em levantar pontes, estradas e obras pesadas.
          Vinte anos depois, decidindo diversificar seus negócios, comprou a carta-patente de um banco, o Manoel de Carvalho. O Banco Manoel de Carvalho foi rebatizado como Rural. Não porque tivesse foco no agrobusiness. Apenas porque Sabino viu uma caminhonete Rural Willys pelas ruas de Belo Horizonte e encantou-se com o modelo.
          Em 2003, o banco faz um empréstimo para o Partido dos Trabalhadores (PT) no valor de R$ 3 milhões, em acordo que tinha como avalista o publicitário Marcos Valério, investigado como chefe do escândalo de corrupção denominado Mensalão. Empréstimo de R$ 30 milhões concedido a diretores do PT ou os vultosos saques em dinheiro, teoricamente destinados a pagar parlamentares para votar a favor do governo, realizados nas agências do banco - ocorreram com a anuência do Banco Central (BC). A autoridade monetária parece ser simplesmente incapaz de coibir fraudes.
          No início de agosto de 2013, mesmo com a argumentação de seus controladores, que o grupo nunca causou prejuízo a seus clientes, o BC  decretou  liquidação do banco, que esteve ligado ao escândalo do Mensalão, por "comprometimento de sua situação econômico-financeira" e da "falta de plano viável" para a recuperação da situação do banco.
          Depois de quase dois anos de prisão em regime fechado, em setembro de 2015, a ex-dona do Banco Rural, Kátia Rabello, condenada  no processo do Mensalão, tenta mudar para o regime semiaberto. Porém, esbarra em pelo menos um obstáculo: não teria os R$ 2,4 milhões de multa estipulada em sua condenação.
(Fonte: revista Época - 11.07.2005 / revista Exame - 17.08.2005 / jornal Folha de S.Paulo - 02.08.2013 / jornal Valor online-20.10.2015 - partes).

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