Total de visualizações de página

9 de jul. de 2023

Visa (Cartões de crédito)

          Desde que chegou ao Brasil, no final dos anos 1960, a Visa viu-se por duas vezes desprezada por 
seus parceiros brasileiros. Mas em ambas ressurgiu das cinzas.
          Primeiros, em meados da década de 1980, em associação com a Credicard reergueu-se poucos anos depois de ser abandonada pelo Bradesco. O banco introduzira sua bandeira no país e era responsável pela 
administração do extinto sistema Elo de cartões de crédito, líder de mercado na época.
          Por volta de 1988, a Credicard rompeu o contrato que mantinha com a Visa. A Credicard preferiu associar-se justamente ao maior concorrente internacional da Visa, a MasterCard, que lhe oferecera a exclusividade de sua marca no Brasil.
          Em meados de 1994, a Visa estava de volta ao topo do pódio, seis anos depois de a Credicard ter rompido o contrato que mantinha com ela. Com 3,7 milhões de cartões emitidos com sua bandeira desde 1988, quando recomeçou do zero sua vida no país, a Visa já dividia o primeiro lugar com a 
Credicard/MasterCard.
          Quem foi contratado pela Visa com a missão de reerguer a marca no Brasil, foi o executivo americano de origem porto-riquenha Luis Acosta, nascido em 1953. Acosta ficou baseado em Miami até 1991, quando finalmente se mudou para o Brasil. Nesse período, viveu na ponte-aérea Miami-Rio-São Paulo. Inicialmente, como o escritório da Visa ficava no Rio, instalou-se lá. Em 1993, mudou a 
representação da Visa para a Avenida Paulista, em São Paulo e passou, então, a viver na capital paulista.
          "A principal vantagem da Visa é que ela permite ao banco ser dono de seu próprio cartão de crédito", disse Armando Fernandes Júnior, vice-presidente do Bradesco que em pouco tempo emitira 1,35 milhão de cartões com a bandeira Visa no país. Além do Bradesco, o Nacional foi outro que, embora possuísse seu próprio cartão, decidiu aderir à rede Visa para ter uma bandeira internacional. Houve também casos de bancos que optaram pela marca por razões de mercado. Mas muitos outros 
vieram das hostes da Credicard, como Francês e Brasileiro, Mercantil de São Paulo, Real e Sudameris.
          Em 28 de junho de 2023, a Visa concluiu a aquisição da Pismo. A Visa vai pagar US$ 1 bilhão, o que dá saída para fundos de venture capital como Softbank, Accel, Redpoint e investidores como B3 e Amazon. Também dá origem a quatro novos multimilionários, os fundadores da Pismo. Além de seu relacionamento com a Pismo, a Visa já conhecia outra empresa cofundada pelo Sr. Josua: Conductor (atual Dock), que foi a primeira aquisição da Visa de uma participação minoritária no Brasil em um negócio de 2018. A Visa, que não atuava em aquisições no Brasil, viu na Pismo uma plataforma de negócios consolidada com uma carteira de importantes clientes. A empresa é a infraestrutura de nuvem de bancos como Itaú, BTG, parte da operação do Citi, além da B3 e fintechs como a alemã N26. Com investimentos da Amazon e Softbank, a Pismo está em rota de expansão global, com atuação na Ásia, Europa e América Latina. A plataforma movimenta mais de 75 milhões de contas e 40 milhões de cartões, considerando
dados de junho de 2023.
(Fonte: revista Exame - 20.07.1994 / Valor - 29.06.2023 - partes)

Nenhum comentário: