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11 de fev. de 2025

Eataly

          A Eataly é um mercado de produtos premium e restaurantes em São Paulo. A rede nasceu em Turim, em 2007.       
          De 2015 a 2021, a operação do mercado italiano de alimentos Eataly no Brasil estava nas mãos do St. Marché, em sociedade com os italianos.
          Em 2022, a Eataly foi comprada pelo grupo South Rock, que também era dono do Subway no país. A SouthRock Capital foi criada em 2015 para atuar no setor de alimentos e bebidas no Brasil. No país, administra os restaurantes Subway, Eataly e Brasil Airport (B.A.R.).
          Pouco depois, em 2023, passou a pertencer a um grupo de investidores que forma o grupo Wings.
          O Eataly chegou a compor a recuperação judicial do South Rock, mas deixou o processo depois de passar por uma nova troca de controle, com a venda para o grupo Wings, formado por investidores locais, em 2023. Em 1º de novembro de 2023 a SouthRock Capital entrou com pedido de recuperação judicial para suas principais marcas de varejo, incluindo a rede de cafeterias Starbucks e o Eataly. As dívidas são estimadas em R$ 1,8 bilhão, dizem fontes.
          Para se blindar de pedidos de falência feitos por alguns credores, a Eataly buscou a recuperação judicial no final de 2024. A dívida soma R$ 49 milhões. O pedido veio dias depois de decisão numa ação de despejo. Nela, a Justiça restabeleceu uma ordem então suspensa para permitir a retirada do inquilino do local.
          No início e 2025, a operação da Eataly no Brasil sofreu o mais duro golpe na tentativa de se recuperar da crise financeira que vem enfrentando nos últimos anos. A franquia brasileira, pertencente a um grupo de investidores locais, perdeu o direito de uso da marca estrangeira que dá nome ao ponto no cobiçado endereço da capital paulista, a Avenida Juscelino Kubitschek, desde a chegada da marca no país, em 2015. Em paralelo, luta para barrar uma ação de despejo movida pela dona do imóvel, a Caoa Patrimonial. Na loja, todas as referências ao nome tiveram que ser retiradas. Quem visita o local, pode notar o letreiro ausente na fachada e tarjas cobrindo a marca em menções no interior.
          Entre algumas idas e vindas, a Justiça determinou que o despejo deveria ocorrer no dia 21 de janeiro de 2025. No dia 10, o juiz autorizou inclusive “reforço policial e ordem de arrombamento”. O Eataly conseguiu evitar a saída forçada, mas o risco segue no radar.
          O juiz da recuperação judicial determinou que as dívidas antigas de aluguel estão sujeitas à recuperação, mas a suspensão do despejo fica condicionada ao pagamento dos demais aluguéis em dia. A Caoa diz que acertos subsequentes foram feitos de forma parcial e que a perda da marca descaracteriza a essencialidade do imóvel para a recuperação.
          A retirada dos direitos de uso do nome Eataly foi decidida em arbitragem entre o grupo italiano e a operação brasileira, que tenta reverter a medida.
(Estadão - 09.02.2025 - parte)

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