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6 de out. de 2011

Cerveja Kaiser

          A origem da cervejaria Kaiser é uma história de autodefesa que tem por trás um pacato empresário mineiro, apreciador de bons vinhos, cigarrilhas holandesas e charutos cubanos. Luiz Otávio Pôssas Gonçalves, um advogado de Belo Horizonte, jamais pensou em ser dono de uma grande cervejaria. Tampouco sonhou em, um dia, incomodar as gigantes da época, Brahma e Antarctica, quando criou a Kaiser, em 1982, em Divinópolis, a 124 quilômetros de Belo Horizonte. Ele queria apenas evitar que seus negócios naufragassem.
          Dono de uma fábrica da Coca-Cola, Gonçalves vinha perdendo mercado para os refrigerantes da Brahma e da Antarctica, que usavam e abusavam da venda casada. Gonçalves resolveu desempatar o jogo e passou a fabricar cerveja. A primeira investida nesse sentido foi tentar comprar uma pequena fábrica mineira, a cervejaria Alterosa. A Antarctica percebeu a manobra e foi mais rápida: ofereceu 30% a mais pela empresa e obrigou Gonçalves a recuar.
          O desespero já batia à porta quando Gonçalves resolveu arriscar todo o capital que acumulara na construção de uma cervejaria. Detalhe: ele nada entendia de cerveja. Valeu-lhe sua boa estrela. Por acaso conheceu nessa época Manuel Barros, um português que fugira da revolução angolana e vivia em Manaus. Cervejeiro de profissão, Barros montara no passado várias fábricas para a Heineken holandesa. Contratado por Gonçalves, Barros projetou os equipamentos e em nove meses a Kaiser colocou sua primeira garrafa no mercado.
          Para chegar à receita ideal, entretanto, a empresa jogou 700.000 litros de cerveja no ralo. Apesar do desperdício inicial, a Kaiser logo mostrou que veio para ficar. A fábrica de Divinópolis era mais eficiente que as das centenárias cervejarias brasileiras. Ela usa um processo de maturação e fermentação em tanques fechados, sem interferência ambiental.
          Gonçalves estava acostumado a conquistar o mercado a unha. Começou cedo no mundo dos negócios e aprendeu a duras penas que para crescer é preciso garra. Aos 17 anos desistiu de estudar, por total incompatibilidade com a vida escolar.
          A união da Kaiser com a Coca-Cola foi um sucesso que se espraiou para o resto do país. Em poucos anos, dez fabricantes da Coca-Cola eram sócios da Kaiser. A própria Coca-Cola Internacional passou a deter 10% da cervejaria.
          A holandesa Heineken também entrou na parceria e passou a ser o maior acionista individual da Kaiser, com 12,2% do capital. No início da década de 1990, a Heineken fez acordo com a Kaiser para a fabricação da cerveja no Brasil. Além de fabricar, a cervejaria brasileira era responsável também pela distribuição da Heineken.
          Em maio de 1992, sob a coordenação da executiva Susy Blumberg, a Kaiser colocou na praça a Bock, cerveja de inverno com a qual a Kaiser pretendia incomodar a Antarctica e a Brahma. As vendas da Bock foram quatro vezes maior do que o estimado. Um mês depois de lançada, a cerveja sumiu das ruas, por falta de insumos. Foi a primeira bock do mercado brasileiro, cerveja de forte teor alcoólico e associada ao clima frio, por isso sua produção é sazonal. Foi considerada a melhor bock do mercado nacional, mas sua fabricação é inconstante. Desde 2012 deixou de ser fabricada com regularidade.
          A Kaiser logo atingiu participação no mercado de cerveja de 11,6%, em 1993. Em julho daquele ano bateu em 12,9% segundo o Instituto Nielsen. Na Grande São Paulo chegou a 22,3%. No final de 1993, as cervejas saíam de seis fábricas: duas em São Paulo e uma nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.
          E a vingança veio a cavalo. Se Gonçalves criou a Kaiser para ter cerveja para poder fornecer junto com a Coca Cola para não ser trucidado por fornecedores da Brahma e Antarctica, que segundo ele usavam e abusavam a venda casada, agora era a Coca Cola que, fortalecida com seu refrigerante, e usando sua força, fazia com que em shopping centers inteiros a única cerveja que podia ser encontrada era a Kaiser.
          Por volta de 1993, a Kaiser vinha roubando fatias do mercado da Brahma e da Antarctica. Nos primeiros meses daquele ano, o grupo cervejeiro argentino Quilmes, que também engarrafava a cerveja holandesa Heineken, então dona no Brasil de 12,2% do capital da Kaiser, teria feito uma oferta pela cervejaria brasileira. O valor oferecido, segundo estimativas do setor, beirou os 300 milhões de dólares. Não levou. Ao contrário, os acionistas da Kaiser seguiam investindo na empresa e se preparavam para o lançamento de outra marca: Kaiser Böck, cerveja encorpada para ser consumida no inverno.
          No início de setembro de 1994, a Heineken aumentou sua participação de 12,2% na Kaiser, para 15%. A ampliação da fatia seria uma forma de tornar mais palatável, à empresa holandesa, a anunciada associação entre a Kaiser e a Miller, dos Estados Unidos. Em parceria, o trio se preparava para combater a entrada no Brasil da Budweiser, que estava finalizando uma joint venture com a Antarctica.
          Em meados de 2000, a Kaiser colocou-se à venda, mas transcorreu mais de um ano sem ela ter conseguido convencer algum comprador estrangeiro de que valia o que pedia. Diante disso, a empresa teria partido para uma nova estratégia: valorizar seu passe. Um movimento nesse sentido foi a compra da marca de cerveja preta Xingu. Por volta de agosto de 2001, a Kaiser estaria de olho na Schincariol, então terceira maior empresa do setor no Brasil. Com um portfólio de produtos mais abrangente e uma rede de distribuição independente da Coca-Cola, sua acionista com 10% de participação, a empresa - que negava qualquer pretensão expansionista - poderia se tornar mais atraente para eventuais compradores estrangeiros,  entre eles, a Anheuser-Busch, a South African Breweries (SAB), e a holandesa Heineken, que já detinha 14% da cervejaria.
          A partir de fevereiro de 2002, na tentativa de conquistar o consumidor carioca, a Kaiser passou a comercializar a cerveja escura Xingu no Rio de Janeiro. Até então, a participação da Kaiser naquele mercado era pra lá de modesta: meros 3% com a marca Santa Cerva.
          Em março de 2002 a canadense Molson Coors desembolsa 765 milhões de dólares pela Kaiser. Em 2000, os canadenses já haviam desembolsado 98 milhões de dólares para ficar com a Bavária e mais cinco fábricas desmembradas da Ambev. De imediato, a compra da Kaiser livrou a Molson de uma intimidade incômoda. A Bavária, até então, dependia da distribuição da AmBev, uma obrigação imposta pelo Cade (a Ambev era obrigada a distribuir, e a Molson/Bavária não tinha outra opção). Com os negócios, as marcas locais da Molson passaram a deter quase 18% do mercado brasileiro. A compra da Kaiser pela Molson foi o primeiro lance da disputa com a Ambev pelo mercado das Américas.
          Em maio de 2003, os canadenses acabaram de fazer uma avaliação de suas 29 distribuidoras no Brasil, todas engarrafadoras da Coca-Cola. Dali para a frente, a Kaiser premiaria as de bons resultados e aplicaria corretivos nas ruins que se concentravam no Nordeste e no Rio de Janeiro. A marca chegava a cerca de 450.000 pontos-de-venda, quase 10% menos que em 2002. Uma possibilidade era a própria Kaiser assumir a venda de cervejas diretamente para bares e restaurantes. No Canadá, a Molson distribui sua cerveja e também a de outras marcas, como a holandesa Heineken.
          Sob o guarda-chuva da Molson, porém, a Kaiser foi perdendo mercado consistentemente. Na gestão dos canadenses, a empresa perdeu quase 10 pontos percentuais em sua participação de mercado. Passou, segundo a ACNielsen, sua fatia a apenas 8,1% no início de 2006. Isso fez com que a Kaiser, comprada por 765 milhões de dólares em 2002, fosse vendida à mexicana Femsa, dona da marca Sol, em janeiro de 2006, por um valor bem inferior, 68 milhões de dólares.
          Para a Molson Coors, a passagem pela cervejaria brasileira deixou de ser a promessa de expansão num mercado em que a presença global faz cada vez mais diferença, para transformar-se numa tragédia financeira.
          Assim que os mexicanos da Femsa, capitaneados pelo executivo José Antonio Fernández ("El Diablo"), assumiram a empresa, promoveram um forte programa de corte de custos, reposicionando as marcas (Kaiser, Bavaria e Xingu) e implementando um inédito conservadorismo na administração da companhia. Tudo isto tinha um só objetivo: levar a Kaiser de volta ao caminho do lucro.
          Logo após a aquisição, Fernández despachou 15 executivos de sua confiança para uma imersão na sede da Kaiser em São Paulo. Com a chegada do time, instalou-se um previsível clima de intranquilidade nos escritórios da empresa - período que foi batizado por alguns funcionários de "efeito tequila". Imediatamente, diretores que ocupavam postos-chave foram remanejados ou deixaram a empresa para abrir espaço para os executivos mexicanos. O então presidente, Fernando Tigre, contratado pela Molson para iniciar um processo de reestruturação em 2004, teve sua saída anunciada em março e deixou a empresa em 17 de abril (2006). Em seu lugar, assumiu o presidente da Femsa na Argentina, Miguel Ángel Peirano, um dos principais colaboradores de El Diablo.
          A Femsa imprimiu uma rígida hierarquia em que todas as decisões são precedidas de uma consulta a Monterrey, no México, onde fica a sede mundial da Femsa. Com faturamento total de 10 bilhões de dólares em 2005, a Femsa era a maior empresa de bebidas do México. Antes da chegada da Molson, vendas e distribuição eram feitas pela equipe da Coca-Cola, sua antiga controladora. A Molson decidiu criar uma equipe própria, com 1.200 vendedores espalhados pelo país. Os resultados não vieram. E a estrutura montada custou à Kaiser 100 milhões de reais por ano. Com a Femsa, toda a venda volta a ser feita pela equipe da Coca-Cola - um processo que já havia sido iniciado por Tigre.
          Como novo fator complicador, uma concorrente novata, a agressiva cervejaria Petrópolis, incomodava cada vez mais. Com as cervejas Itaipava, Crystal e Petra, a Petrópolis já detinha (em abril de 2006), 6% do mercado - marca atingida, sobretudo, graças à fragilidade da Kaiser.
          Em outubro de 2006, os mexicanos lançaram por aqui a cerveja Sol, para fazer par com a Kaiser, com fórmula diferente da mexicana, lançada em 1899. A Femsa pretendia recuperar o mercado perdido pelas marcas Kaiser e Bavaria, que então não passavam de 7,8%. Foi uma grande decepção para a Femsa. Apesar dos mais de 300 milhões de reais investidos em seu lançamento, a Sol nunca chegou a ter nem sequer 1 ponto percentual de participação nas vendas - em grande medida porque a bebida não caiu no gosto do consumidor e era difícil encontrá-la em bares e restaurantes.
          Por volta de outubro de 2007, a Femsa encontrou o culpado por seu fraco desempenho nos últimos tempos: a empresa de pesquisas Nielsen, que mede o mercado de cervejas no país. Os mexicanos perderam a paciência e romperam o contrato após meses de negociação tentando convencer a Nielsen a ampliar a cobertura dos pontos de pesquisa. Segundo a Femsa, em 2004 os pontos-de-venda cobertos pela Nielsen representavam 87% do volume de cerveja. Em 2007, não chegavam a 60%. Essa queda aumentaria em muito a margem de erro.
          No início de 2010, a Heineken comprou os negócios da Femsa. A Kaiser, agora pertence 100% aos holandeses. A Kaiser, assim como a Bavaria, Xingu e Sol, passou a ser fabricada pela Heineken Brasil.
(Fonte: revista Exame - 31.03.1993 / 12.05.1993 /  20.07.1994 / 14.09.1994 / 05.09.2001 / 23.01.2002 / 03.04.2002 / 11.06.2003 / 26.04.2006 / 08.11.2006 / 07.11.2007 / 10.03.2010 / 15.12.2010 / Veja SP - 22.06.2017 / site Rebolinho- partes)

Cerveja Serramalte

     




















          Fundada em 1957, a Cervejaria Serramalte, da cidade de Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul, teve seu controle assumido pela Companhia Antarctica Paulista em 1979.
          A cervejaria que daria origem à Serramalte foi fundada em 1953, com o nome Cervejaria e Maltaria da Serra Ltda, em Getúlio Vargas. Fundada por Plácido Scussel e os irmãos Salim Buaes e Felix Buaes a partir da Cervejaria Ruschel, a cervejaria também teve o nome Cervejaria Polka, até julho de 1957, quando lançou o rótulo e se tornou conhecida como Serramalte.
          Serramalte é uma cerveja tradicional, encorpada e de baixa fermentação. Tem mais malte em sua composição e passa por um processo de fabricação mais longo do que a maioria das cervejas.  É a pedida perfeita para aquele churrasco com os amigos. Uma tradicional cerveja brasileira que possui maior quantidade de malte em sua composição que outros rótulos similares, o que lhe confere um aroma discreto bem agradável.
          Em algum momento, a Serramalte lançou a cerveja Kronebier Serramalte, também em garrafas de 600ml, mas este rótulo ficou relativamente pouco tempo no mercado.
          Em 1999, a Companhia Antarctica se une à cervejaria Brahma, formando a AmBev. Portanto, a Serramalte pertence hoje ao portfólio da Ambev.
          Hoje o rótulo que leva seu nome é consagrado como uma Premium American Lager, de cor amarelo claro, e muito refrescante.
(Fonte: Empório da Cerveja - parte)

Cerveja Serrana

          A AmBev anunciou, em 28 de setembro de 2004, o lançamento da cerveja Serrana, pilsen que se posicionou no mercado onde já estavam a Skol, Brahma, Nova Skin, Antarctica, Kaiser e Bavaria. De acordo com a companhia, a novidade seria comercializada apenas no auto-serviço e, portanto, na versão em lata. Fabricada na unidade de Jacareí (SP), a cerveja foi distribuída para a Grande São Paulo, Baixada Santista e região metropolitana de Campinas. O preço sugerido era de R$ 0,89 a R$ 0,92, valor que a posicionou entre a Antarctica e a Brahma, ambas marcas da AmBev.
          O nome da cerveja presta homenagem às serras do interior do Brasil, que inspirou a identidade visual e posicionamento de marca da cerveja.
          A fórmula foi resgatada do acervo da Companhia Antarctica Paulista e data do início do século XX. Tratava-se de um projeto piloto procurando atender à demanda por cervejas de sabor mais elaborado. A empresa avisou que não haveria campanha de marketing em massa para divulgar a novidade. Em vez disso, a aposta seria no ponto-de-venda, com materiais de apoio de venda e ações de degustação. O investimento realizado para desenvolver a nova cerveja não foi revelado. Segundo a AmBev, fez parte dos R$ 370 milhões destinados ao marketing de toda a companhia para aquele ano (2004).
          A companhia ressaltou que a ideia de lançar a cerveja nasceu de pesquisas realizadas com os consumidores, que apontaram um crescente público que volta a dar valor às coisas antigas. A Serrana, explicou a então gerente de inovações da AmBev, Lizandra Freitas, resgatou um sabor do passado, com caráter artesanal. "A Serrana surgiu do casamento do acervo da AmBev com a obsessão por pesquisas de mercado que temos para identificar novas tendências, movimento essencial para a área de inovações", comentou ela.
          A marca, porém, teve sua produção descontinuada e ficou durante muito tempo fora do mercado.
          Em 2018, a Serrana foi reintroduzida ao mercado com a finalidade de oferecer aos consumidores uma cerveja de qualidade a um preço acessível, sendo vendida a R$ 1,99. E chegou com DNA mineiro, com fabricação na Cervejaria Nova Minas da AmBev, em Sete Lagoas, Minas Gerais. De cor dourada e sabor leve e refrescante, característico das cervejas pilsen de qualidade, a cerveja Serrana é atualmente distribuída apenas no canal de auto-serviço (redes de supermercados e similares), e pode ser encontrada atualmente apenas na embalagem lata 473ml.
          Mesmo que a divulgação maior tenha sido de uma cerveja com sotaque mineiro, em lata de 473ml, é possível encontrar a cerveja Serrana em supermercados em Santa Catarina, em latas de 350ml. É produzida na unidade da Ambev em Lages, que fica na região serrana de Santa Catarina. Chegou aos supermercados a partir de setembro de 2018.
(Fonte: Agência Estado - Jornal O Estado de S.Paulo - 28.09.2004 / Portal Revista Visão - 10.09.2018 / Wikipédia - partes).

Cerveja Bavaria

          Em 1905, a Cia Antarctica Paulista comprou sua maior concorrente em São Paulo, a Cervejaria Bavaria, de Henrique Stupakoff, por 3700 contos de réis, quando seu capital já era de 8500 contos. Nessa época a Antarctica Paulista estabeleceu um acordo com a maior cervejaria carioca, a Companhia Cervejaria Brahma, regulando os preços e os volumes de venda em todo território nacional. Foi o primeiro cartel da cerveja no país, e não seria o último.
          Em 1920 a Antarctica mudou-se da Água Branca para a Mooca, na Avenida Presidente Wilson, para as antigas instalações da Cervejaria Bavaria, onde está até hoje. Uma das razões da mudança talvez tenha sido a proximidade das fábricas de sabão das Indústrias Matarazzo, que empestavam o ar de toda região (da Água Branca).
          Ao apresentar a Ambev, em julho de 1999, a Antarctica, de 3,3 bilhões de reais de faturamento, e a Brahma, de 7 bilhões de reais, lançaram o Brasil de forma espetacular na era das megafusões. Com 16.500 funcionários, 50 fábricas e produzindo 8,9 bilhões de litros de bebida por ano, a AmBev passou a ser a quinta maior empresa de bebidas e a terceira maior cervejaria do mercado - no mundo. A marca Bavaria estava, naturalmente, acompanhando o vasto portfólio de marcas de cerveja da Antarctica para a nova empresa, a Ambev.
          No dia 11 de novembro de 1999, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, finalmente divulgou o parecer sobre a fusão da AmBev. E o alvoroço foi enorme. A AmBev tinha discursos prontos para cinco decisões diferentes da secretaria, entre elas até um parecer totalmente contrário à fusão. Não passou pela cabeça de ninguém que a Seae pudesse falar na venda de uma marca inteira, com todos os seus ativos. Mas foi o que aconteceu. A sugestão recaiu sobre a Skol. A explicação é que a Skol só tem cervejas, enquanto a Brahma e Antarctica trabalham também com refrigerantes, águas e outras bebidas. Não teria lógica mandar a AmBev se desfazer da cerveja Antarctica e continuar com o guaraná Antarctica. Lógica é o que mais faltou à Seae na opinião da AmBev. "Se vendermos a Skol, será a primeira vez em que as companhias ficam menores depois de uma fusão", disse Marcel Herrmann Telles. A decisão do Cade ainda estava por vir.
          Em 2000, por imposição do Cade, a Ambev teve que vender a marca Bavaria. Então com 4,5% do mercado, a Bavaria passou para as mãos da canadense Molson, por US$ 98 milhões.
          Em março de 2002, a Molson desembolsa 800 milhões de dólares pela brasileira Kaiser (vide origem da marca Kaiser neste blog). De imediato, a compra da Kaiser livra a Molson de uma intimidade incômoda. A Bavaria, até então, dependia da distribuição da AmBev, uma obrigação imposta pelo Cade. Com os negócios, as marcas locais da Molson passaram a deter quase 18% do mercado brasileiro. A compra da Kaiser pela Molson foi o primeiro lance da disputa com a Ambev pelo mercado das Américas.
          Antes da aquisição da Kaiser, a Molson estava praticamente limitada ao seu país de origem. No Canadá, detinha 45% do mercado, o que lhe dava uma liderança apertada sobre a Interbrew. Além disso, a Molson tinha uma participação quase insignificante nos Estados Unidos. Sem condições de enfrentar diretamente a Anheuser-Busch, gritantemente maior, sua opção mais lógica seria arriscar no mercado brasileiro.
          Sob o guarda-chuva da Molson, porém, a Kaiser (que englobava a Bavaria) foi perdendo mercado consistentemente. Na gestão dos canadenses, a empresa perdeu quase 10 pontos percentuais em sua participação de mercado. Passou, segundo a ACNielsen, sua fatia a apenas 8,1% no início de 2006. Isso fez com que a Kaiser, comprada por 800 milhões de dólares em 2002, fosse vendida aos mexicanos da Femsa, por menos de 9% desse valor (68 milhões de dólares).
          Para a Molson Coors, a passagem pela cervejaria brasileira deixou de ser a promessa de expansão num mercado em que a presença global faz cada vez mais diferença, para transformar-se numa tragédia financeira.
          Assim que os mexicanos da Femsa, capitaneados pelo executivo José Antonio Fernández ("El Diablo"), assumiram a empresa, promoveram um forte programa de corte de custos, reposicionando as marcas (Kaiser, Bavaria e Xingu) e implementando um inédito conservadorismo na administração da companhia. Tudo isso tinha um só objetivo: levar a Kaiser de volta ao caminho do lucro.
          Desde o início de 2010, quando a Heineken comprou os negócios de cerveja da Femsa, a Kaiser, incluindo a Bavaria e Xingu, mais a marca Sol, lançada no Brasil em outubro de 2006, passaram a pertencer 100% aos holandeses e fabricadas pela Heineken Brasil.
          A Bavaria é produzida pela CKBR S.A., onde o K significa Kaiser, em Jacareí, interior de São Paulo.
(Fonte: revista Exame - 31.03.1993 / 03.04.2002 / 26.04.2006 - partes)

Cerveja Brahma

          A cervejaria Brahma foi fundada em 1888, no Rio de Janeiro. Segundo a Ambev, que detém a marca, o nome “é provavelmente uma homenagem ao inventor da válvula de chope, o inglês Joseph Bramah“. Joseph Bramah é o inventor da prensa hidráulica, e viveu na Inglaterra de 1748 a 1814. Ele também inventou um tipo especial de fechadura, as Bramah Locks.
          Em 1928, a Brahma compra a Cervejaria Guanabara, fundada em 1885, cujo complexo industrial ficava no bairro Paraíso, em São Paulo, na esquina das ruas Apeninos e Paraíso. Foi o início da produção da cerveja Brahma Chopp no estado de São Paulo.
          Em outubro de 1989, o Banco Garantia compra a Companhia Brahma do alemão naturalizado brasileiro Karl Hubert Gregg. Ao vender a maior parte de suas ações ao Garantia, Gregg pretendia acelerar seus planos de aposentadoria. Por insistência do banqueiro Jorge Paulo Lemann, dono do Garantia, Gregg acabou concordando em adiá-la para 1991, com a condição, porém, de começar a preparar seu sucessor. Imediatamente surgiram dois fortes candidatos. Um era o filho do próprio Gregg, William, que então ocupava a diretoria de administração da Brahma. O outro era o representante do Garantia na direção da empresa, Marcel Herrmann Telles.
          As instalações industriais da Brahma localizadas no bairro Paraíso, em São Paulo, foram demolidas em 1994. Em seu lugar foram construídos prédios residenciais.
          Em fins de 1994, cansada de tanto esperar, a Brahma resolveu adotar uma atitude inédita contra dois de seus principais fornecedores. Entrou com uma ação de perdas e danos na Justiça de São Paulo  contra as subsidiárias brasileiras das empresas alemãs Holstein-Kappert e Krones. Segundo a companhia, as duas empresas atrasaram por mais de seis meses a entrega de equipamentos que deveriam ser instalados nas fábricas da Brahma em Guarulhos, Lages e Buenos Aires, na Argentina.
          Em meados de 1996, a Brahma adquire da Frutsi, a marca de isotônicos Marathon, que ficará dentro da Fratelli Vita, braço de bebidas isotônicas da Brahma. O negócio chegou a quase 1 milhão de dólares.
          A Brahma adquire a Baesa, engarrafadora e distribuidora da Pepsi-Cola no Brasil, em 1997. O valor anunciado foi de 120 milhões de dólares.
          O ano de 1998 foi péssimo para a Brahma em termos de resultado mas já no mês de abril os números ruins chegaram até Magim Rodrigues, que na época comandava a empresa. Imediatamente os trabalhos de redução de custos começaram a ser levados a cabo nas várias unidades da empresa e abrangiam desde as despesas com café e com transportes até a elaboração de notas fiscais, aluguel de aparelhos celulares, preço da máquina rotuladora e postos de vigilância. Em 1999, os resultados apareceram e em 2000 a Brahma tornou-se líder em custos no mercado mundial de bebidas.
          Em julho de 1999, a Brahma se une à Antarctica, formando a AmBev - American Beverege Company.
          Em julho de 2017, o líder hindu norte-americano Rajan Zed se pronunciou contra o nome da marca em um evento em Nevada. A cervejaria Brahma argumenta que a marca se confunde com a história da cerveja no país e, ao longo de todo esse tempo, não receberam qualquer pleito para que o nome fosse mudado. A marca evita, portanto, a associação com o deus criador do universo no hinduísmo, que se chama Brahma.
          Por volta de maio de 2020, a Ambev lança o rótulo Brahma Duplo Malte, que se tornou o maior sucesso recente da empresa e tem sido responsável por uma parcela considerável de seu aumento em vendas e praticamente criou uma subcategoria no portfólio da empresa chamado “core plus”. Sucesso entre os consumidores desde o seu lançamento, quando uniu o malte Pilsner ao malte Munich para entregar uma Brahma diferente ao grande público, a Duplo Malte se tornou um dos maiores sucessos do mercado dos últimos anos.
          Em maio de 2023, a Ambev ‘triplica’ a aposta na Brahma Duplo Malte trazendo três lançamentos para a linha e anunciou mais um reforço dentro do portfólio da família da marca Brahma. Agora, a marca inovou em seu segmento ao trazer outras três combinações de maltes duplos com o intuito de surpreender e ampliar as experiências do paladar brasileiro: Brahma Duplo Malte Trigo, Brahma Duplo Malte Tostada e Brahma Duplo Malte Black.
           A cervejaria tem em seu portfólio a Brahma Chopp (Pilsen), o chope, a Brahma Extra (Lager, Red Lager, Weiss e Märzen Lager), a Brahma Duplo Malte (a padrão e as Trigo, Tostada e Black), a Brahma 0,0% (zero álcool) e a Malzbier, fabricada pela Cervejaria Brahma desde 1914.
(Fonte: revista Exame - 20.11.1996 / 25.12.1989 / 12.07.2000 / jornal Gazeta do Povo - 25.07.2017 / Catalisi - 19.05.2023 - partes)

Cerveja Baden Baden

          A Cervejaria Baden Baden nasceu a partir da união de três empresas: a Sheps do Brasil, a The Beer Store e a Choperia Baden Baden.
          O famoso restaurante de cozinha alemã Choperia Baden Baden, fundado em 1985, na cidade de Campos do Jordão, estado de São Paulo, por José Vasconcelos, era um dos principais clientes da Sheps do Brasil, empresa construtora de marcas e distribuidora seletiva de cervejas gourmet inglesas e canadenses, de propriedade de Alberto Ferreira e Aldo Bergamasco.
          Com a crise de desvalorização do real em janeiro de 1999, conhecida como Efeito Samba, Alberto e Aldo procuraram Vasconcelos para discutir, em uma reunião realizada na própria Choperia, o acordo comercial que existia entre eles, pois, com a consequente alta das moedas estrangeiras, o custo de importação havia aumentado significativamente, o que poderia inviabilizar a comercialização, caso todo o modelo de precificação das cervejas não fosse revisto.
          Após encontrarem uma boa solução econômica para continuarem oferecendo as cervejas Spitfire, Bishops Finger e Original Porter, os três amigos continuaram na mesa do restaurante, conversando sobre a criação e desenvolvimento do segmento de cervejas gourmet no Brasil. Foi nesse momento que tiveram a ideia de fabricar a própria cerveja artesanal, tomando, como referência, as cervejas importadas pela Sheps do Brasil.
          Entretanto, nenhum dos três tinha qualquer experiência na fabricação de cervejas. Foi então que Alberto e Aldo se lembraram de Marcelo Moss, um cliente da Sheps do Brasil, que havia sido proprietário do The Beer Store, um bar em São Paulo, concebido a partir do conceito de ”Brew On Premises”, ou seja, um local que oferece equipamentos para que o cliente faça sua própria cerveja. Como o bar havia encerrado suas atividades recentemente, os equipamentos provavelmente ainda estariam disponíveis.
          Assim, na semana seguinte, uma reunião foi realizada com a presença de todos os quatro, que discutiram a viabilidade do projeto durante todo o fim de semana. E, apesar de todos os potenciais desafios e problemas que naturalmente surgiriam numa empreitada dessa natureza, decidiram por seguir em frente. Nascia, assim, a Cervejaria Baden Baden.
          No segundo semestre de 1999, a construção da fábrica foi iniciada, na cidade de Campos do Jordão, com a proposta de aderir ao movimento The Craft Beer Renaissance, que, como o próprio nome já diz, fomenta o renascimento da cerveja artesanal, produzida de forma paciente e meticulosa, mas também valorizando, acima de tudo, a felicidade e o prazer de fabricar boas cervejas. O nome “Baden Baden” foi naturalmente escolhido como homenagem ao icônico restaurante, local onde a ideia da fabricação surgiu. O nome do restaurante, por sua vez, apesar de não termos condições de confirmar aqui, pode ter sido dado em homenagem à cidade alemã Baden-Baden situada na região administrativa de Karlsruhe, no estado de Baden-Württemberg. Era conhecida como Aurélia Aquense ou apenas Águas durante o período romano. Fica relativamente próxima à divisa com a França (Rio Reno), mais ou menos no meio do caminho entre as cidades de Stuttgart na Alemanha e Estrasburgo, na França.
          Nessa mesma época, a Ambev foi criada, resultado da fusão entre as cervejarias Companhia Antarctica Paulista e Companhia Cervejaria Brahma. Carlos Hauser, um dos melhores mestres-cervejeiros do Brasil, com especialização na Alemanha, à época com mais de 40 anos de experiência no mercado, decidiu deixar o gigante que se formava na indústria cervejeira e unir-se ao ambicioso projeto de fabricar, em pequena escala, as primeiras cervejas gourmet no Brasil.
          Oriundo da Companhia Antarctica Paulista, Carlos Hauser foi o responsável, durante muitos anos, pela fabricação do famoso chopp da Choperia Pinguim, localizado na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Como a proposta da Cervejaria Baden Baden era aderir ao The Craft Beer Renaissance e produzir pequenos lotes, somente dos melhores estilos de cervejas artesanais, Carlos Hauser dedicou-se, com muito afinco, no desenvolvimento de receitas exclusivas, baseado no vasto conhecimento dele e de sua família, que, há quatro gerações, vinha fabricando cervejas europeias.
          Em 2000, depois de meses de testes com diversas receitas, nasceu a primeira cerveja da marca, o Chopp Red Ale. Em abril de 2001, foram lançadas as primeiras cervejas engarrafadas: Red Ale, Pilsen Cristal, Lager Bock e Stout Dark Ale. Muitas cervejas diferentes foram criadas desde então, sendo a maior parte para fazer parte do portfólio regular de produtos, mas também algumas como edições limitadas comemorativas, como as tradicionais Celebration de Inverno (Double Lager Bock) e a Christmas Beer (Ale).
          Em 2007, a Schincariol, então a segunda maior cervejaria do Brasil, acabou adquirindo a Cervejaria Baden Baden, por um valor não divulgado.
          Em 2011, 50,45% do capital do Grupo Schincariol foi adquirido pela Kirin Holdings, do Japão, por R$ 3,95 bilhões. No fim do mesmo ano, o Cade aprovou a compra de 100% da empresa, com o valor pago de R$ 2,35 bilhões pelos 49,55% restantes das ações.
          Em 2017, a Brasil Kirin foi adquirida pela Heineken, que assumiu o controle de todas suas marcas anteriores, incluindo a Baden Baden. O valor da aquisição foi de R$ 2,2 bilhões.
          A Cervejaria Baden Baden produz 15 rótulos de cerveja: American IPA, 5 Grãos, Witbier, Chocolate, Bock, Weiss, Golden, Red Ale, Stout, Cristal, 1999, Celebration Inverno, Christmas Beer, Tripel e 15 Anos.
(Fonte: Wikipédia - parte)

Cerveja Nossa

          A AmBev lança, em setembro de 2018, a cerveja NOSSA, somente para distribuição no estado de Pernambuco. Criada especialmente para enaltecer a cultura e o cidadão pernambucano, a novidade é produzida exclusivamente no estado para o orgulho local. Ela mira diretamente no bolso – com um preço 40% menor que o da Skol.
          A novidade nasceu trazendo no DNA a qualidade, refrescância, mas acima de tudo o orgulho de ser Pernambucana. Vestida com as cores da bandeira de Pernambuco, a cerveja NOSSA chega ao mercado local para ser mais do que uma simples cerveja.
          Ricardo Melo, o pernambucano vice-presidente de vendas da Ambev, ressalta: “Ela enaltece o conceito de ser pernambucano, por meio de três pilares: o engajamento social; o desenvolvimento da economia local; e a valorização da gastronomia e da cultura”
          A cerveja é produzida exclusivamente na fábrica da Ambev, em Itapissuma, na região metropolitana de Recife. E para dar à NOSSA um sabor local autêntico e único, o time de mestre-cervejeiros da Cervejaria Ambev – liderado por Eduardo Tabosa – criou uma receita com um ingrediente pra lá de especial, a mandioca. Esse tubérculo é cultivado por pequenos agricultores da região norte de Pernambuco, no entorno da cidade de Araripina, a 690 quilômetros da capital..
          Além da decisão por usar um ingrediente tão típico como a mandioca, a escolha por pequenos produtores também é estratégica, e tem o objetivo de estimular a cadeia produtiva da microeconomia de uma região sem muitos investimentos.
          Ricardo Tabosa, que também é pernambucano, além de mestre-cervejeiro do grupo comentou que a cerveja NOSSA é uma American Lager leve, 100% made in Pernambuco, do plantio da raiz até o copo. Ele completou dizendo que a cerveja harmoniza muito bem com a culinária regional de Pernambuco.
          Especialmente se for apreciada em um copo tipo “pernambucano” ou tulipa – e pode ser servida “estupidamente gelada”, como é o gosto do pernambucano ou a 7 graus, para quem quiser apreciar melhor os aromas e sabores.
          Frevo, forró, brega, samba e poesia – uma mistura de ritmos genuinamente pernambucanos foi a base do jingle que apresenta a cerveja aos pernambucanos. Os cantores Almir Rouche, Petrúcio Amorim, Michelle Melo, Gerlane Lopes e Bruno Lins foram os nomes escolhidos para dar voz a essa homenagem.
          Além da campanha de mídia para marcar o lançamento da NOSSA, acontecerá até o final do ano um verdadeiro festival musical itinerante nos principais bairros populares de Recife. A ideia é ocupar a principal praça de cada bairro durante um dia inteiro, com música, gastronomia e instalações artísticas gratuitas para a população.

          Uma pergunta que fica no ar é: a Ambev vai tomar outras iniciativas correlatas? Pois, até hoje, só a Polar, herdada do portfólio da Antarctica, era cerveja de um Estado só, o Rio Grande do Sul, apesar de, esporadicamente, poder-se encontrá-la em alguns locais de Santa Catarina.
(Fonte: revista IstoÉDinheiro - 09.11.2018 / PdB - Papo de Bar - 18.09.2018 - partes)

Cervejaria Schincariol

          A Schincariol foi fundada em 1939 pela família Schincariol em Itu, interior de São Paulo. Foi criada como uma fábrica de refrigerantes e durante décadas a Schincariol dependeu basicamente de sua tubaína. Primo Schincariol, no quintal de sua casa, começou com o refrigerante Itubaína. Depois, produziu também licor de cacau, groselha, vinho quinado (vinho de baixo teor alcoólico) e anisete (licor sabor anis). Depois lançou a marca de refrigerantes Skinka.
          Em 1989, começou a produzir cerveja aproveitando uma oportunidade: os fabricantes tradicionais não davam conta de atender a demanda de verão. O crescimento rápido, conseguido praticamente sem divulgação, chamou a atenção. Concorrentes ajudaram a alimentar a suspeita de que a cerveja Schincariol era mais barata devido à sonegação de impostos.
          Em 1994, em função de uma agressiva política de preços, que fazia com que seus produtos chegassem de 20% a 30% mais baratos aos consumidores, a empresa já detinha 5% do mercado nacional. No Rio de Janeiro, berço da Brahma, sua participação chegava a quase 12%. Flexibilidade gerencial dos pequenos num ramo dominado por gigantes com a Brahma e a Antarctica, marketing agressivo, tirocínio comercial? Pode ser, mas logo se viu de onde vinha a principal vantagem competitiva da Schincariol. No fim de 1994, a empresa foi acusada pela Receita Federal e pela Secretaria da Fazenda de São Paulo de não pagar impostos sobre mais da metade de suas vendas, o que permitiria jogar os preços para baixo. Na Schincariol, a carga tributária representava menos de 11% das vendas brutas. Em concorrentes como a Skol e Brahma, ultrapassava os 50%. No final de novembro de 1994, a empresa contratou o advogado paulista Sérgio Marques da Cruz, com o objetivo de identificar e acionar na Justiça os responsáveis pelas denúncias publicadas na imprensa dando conta de que a Schincariol só conseguia cutucar os gigantes do setor graças a um engenhoso esquema de sonegação fiscal. "Empresa também tem honra", disse Marques da Cruz.
          No decorrer das primeiras décadas de existência a empresa manteve essencialmente uma cultura voltada para a produção. Em 2003, a companhia aposta pela primeira vez na construção de uma marca. A transformação foi impulsionada pelo lançamento da cerveja Nova Schin, que chegou ao mercado em setembro de 2003 (Quem não se lembra do refrão: experimenta!!! experimenta!!! ?).
          A criação da nova fórmula ficou sob coordenação do gaúcho Ruben Froemming, ex-Ambev, então com 53 anos e desde 1999 como gerente industrial da Schincariol. Froemming, mestre-cervejeiro formado na Universidade de Munique, na Alemanha, baseou-se em pesquisa de mercado "para elaborar a fórmula de acordo com o que o consumidor gosta".
          Duas semanas antes do lançamento da nova cerveja, porém, a empresa passa por uma situação traumática e imprevista. O empresário José Nelson Schincariol, então presidente da empresa, é assassinado em 15 de agosto de 2003, ao entrar com seu Audi A-6 na garagem de casa em Itu. A Schincariol contava com seis fábricas espalhadas pelo país e 6.200 funcionários. Sem presidente, a gestão da empresa ficou provisoriamente a cargo de um colegiado, constituído pelos dez diretores que se reportavam a Nelson. Entre eles estavam seus filhos Alexandre e Adriano, seu irmão, Gilberto, e seus sobrinhos Gilberto Júnior e José Augusto.
          Nelson esteve presente na empresa durante quase cinco décadas. Ele começou a trabalhar aos 13 anos limpando rótulos de garrafa para o pai, o imigrante italiano Primo Schincariol, e morreu aos 60 anos. Na Toca do Tatu, uma espécie de refúgio implantado no meio da área de produção, onde gostava de passar horas tomando cerveja e petiscando com amigos e convidados, é possível ver uma das raras fotos de Nelson, tirada em comemoração interna.
          Nelson mal havia começado a preparar a sucessão. O filho Adriano, então com 26 anos e diretor de marketing da Schincariol era cotado como possível sucessor. Formado em administração numa faculdade de Itu, fez o curso à noite e trabalhava durante o dia na Schincariol. Começou no departamento de compras, aos 17 anos, e passou por estágios em todas as áreas.
          A Schincariol comprou as marcas de cerveja Devassa (em 2007, então uma pequena cervejaria artesanal carioca), Baden Baden, Eisenbahn e Cintra.
          Em 2007, Adriano Schincariol, com a ajuda da consultoria Egon Zehnder, contratou, em pouco mais de um ano, cerca de 30 executivos de mercado para ocupar os principais postos na administração da empresa, num processo de profissionalização amplo e meteórico.
          Em 2009, menos de dois anos depois, porém, a estrutura começou a ser desmontada com a saída do então presidente Fernando Terni e, em seguida, de outros cinco diretores.
          Em projeto iniciado em 2009, uma campanha de lançamento personificada pela dublê de apresentadora e festeira profissional Paris Hilton, no Carnaval de 2010, fez a Devassa Bem Loura invadir os sambódromos do Rio de Janeiro e de São Paulo e, pelo menos nessas praças e durante o período de folia nacional, conseguiu fazer mais barulho que a rival. Nem a contratação às pressas da popstar Madonna, pela Ambev, fez o tradicional camarote da Brahma atrair mais atenções do que o da Devassa com sua polêmica loira.
          Porém, mesmo com o lançamento da Devassa Bem Loura, a Schincariol não conseguiu ganhar participação. Com o lançamento, a empresa esperava ganhar 1,5% do mercado nacional em 2010, o que renderia 150 milhões de reais em vendas. Segundo a Euromonitor, a nova marca fechou o ano com uma fatia ao redor de 0,2%.
          No final de julho de 2010, Johnny Wei, vice-presidente comercial e um dos poucos remanescentes da fase de profissionalização, foi demitido. Gilberto Schincariol Júnior, de 27 anos de idade, vice-presidente de operações e primo de Adriano, assumiu o cargo de Wei. Nos meses seguintes, outros oito diretores também foram desligados e quatro desses cargos foram extintos. No final de setembro, 150 funcionários - de gerentes a analistas - foram demitidos numa só tacada.
          Embora o discurso de Adriano fosse de que os cortes visavam simplificar a estrutura da Schincariol, tudo levava a crer que a mudança representava um esforço para cortar custos num momento em que os resultados estavam aquém do esperado. Mesmo com crescimento nas vendas em reais, a concorrência cresceu mais e de 2008 para 2009, a participação no volume no mercado de cervejas caiu de 13,2% para 11,8%, segundo dados da Nielsen. E em 2010, o ano da Devassa Bem Loura, deslizou para 9,8%.
          No início de novembro de 2011, os irmãos Gilberto, José Augusto e Daniela Schincariol venderam os 49,55% de participação que tinham na empresa para a japonesa Kirin Holdings Company por 2,35 bilhões de reais. Em 2012, a Schincariol passou a se chamar Brasil Kirin.
          No momento da venda para a Kirin, o portfólio de cervejas da Schincariol era formado por: Schin, Devassa, No Grau, Baden Baden, Eisenbahn, Cintra e Glacial. Fabricava também refrigerantes, sucos, energéticos e águas das marcas Schin, Fibz, ECCO, Itubaína, Skinka e Viva Schin.
          Em agosto de 2015 a Brasil Kirin cria a marca Viva Schin, em substituição à até então utilizada Schin Refri.
          Em fevereiro de 2017, a holandesa Heineken adquiriu a Brasil Kirin por US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 3,5 bilhões). Os produtos que eram originalmente da Schincariol mudaram de mãos novamente.
(Fonte: revista Exame - 07.12.1994 / 06.11.1996 / 15.08.2003 / 15.10.2003 / 10.03.2010 / 15.12.2010 / 16.11.2011 / Promak - 12.08.2015 / UOL - 29.08.2017 - partes)

Cerveja Skol

          O costume de tilintar os copos e encontrar o olhar de um parceiro de bebida quando você os "skol", está enraizado na tradição guerreira viking de garantir que ninguém tenha envenenado sua bebida.
          "Skål", em sueco e em dinamarquês (por onde andavam os Vikings), significa nosso cumprimento "saúde", quando estamos tomando bebida alcoólica. Provavelmente, nessas línguas a pronúncia de "Skål" deve ser bem próxima à nossa pronúncia para "skol". Essa seria um das versões para a origem da marca Skol.
          Em 1970, a companhia anglo-holandesa Skol chega ao Brasil para concorrer com as líderes Brahma e Antarctica, que juntas dominavam 80% do mercado de cervejas. A empresa coordenou o lançamento da primeira cerveja em lata do país.
          Em 1980, a marca foi comprada pela Companhia Cervejaria Brahma, que tinha sede no Rio de Janeiro.
          Era o ano de 1988 quando os banqueiros do Banco Garantia Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira compraram a Brahma.
          A Brahma se expandiu exponencialmente mas, pasmem, quem realmente fez a empresa crescer foi a marca Skol, que ultrapassou a Brahma e assumiu a condição de cerveja mais consumida no país. O embrião do crescimento da Skol baseado em inovação surgiu em 1996, quando a Skol foi escolhida pela antiga cervejaria Brahma para atingir o que se considerava um distante mercado potencial: jovens de 18 a 25 anos de idade que se considerassem "descolados" demais para consumir o mesmo produto que os pais.
          Então quarta colocada no mercado nacional, a Skol passou a investir em eventos como shows de rock e música eletrônica e adotou uma linguagem irreverente para lidar com esse público - a companha "desce redondo" ajudou a marca a alcançar a liderança de mercado em 1998, de onde nunca mais saiu. 
          Em meados de 1999, a Brahma (empresa), se fundiu com a Antarctica formando a AmBev - American Beverage.
          No dia 11 de novembro de 1999, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae), finalmente divulgou o parecer sobre a fusão da AmBev. E o alvoroço foi enorme.
          A AmBev tinha discursos prontos para cinco decisões diferentes da secretaria, entre elas até um parecer totalmente contrário à fusão. Não passou pela cabeça de ninguém que a Seae pudesse falar na venda de uma marca inteira, com todos os seus ativos. Mas foi o que aconteceu.
          A sugestão recaiu sobre a Skol. A explicação é que a Skol só tem cervejas, enquanto a Brahma e Antarctica trabalham também com refrigerantes, águas e outras bebidas. Não teria lógica mandar a AmBev se desfazer da cerveja Antarctica e continuar com o guaraná Antarctica.
          Lógica é o que mais faltou à Seae na opinião da AmBev. "Se vendermos a Skol, será a primeira vez em que as companhias ficam menores depois de uma fusão", disse Marcel Herrmann Telles. A decisão do Cade ainda estava por vir.
          A AmBev teve que vender a marca Bavaria, então com 4,5% do mercado, por imposição do Cade. Teve que vender também alguns outros ativos mas nenhuma outra marca.
          Poucos meses depois da fusão, no final de 1999, a Skol era a líder de vendas em cervejas, com 26,8% do mercado de marcas pílsen, o mais disputado. A Antarctica tinha 12,9% do mercado. A Brahma aparecia com 21,3%, a Kaiser possuía 14,5% e a Schincariol, 8,7%.
          A Skol foi a primeira a lançar uma embalagem transparente diferenciada, ainda em 2002. Desde então, foi pioneira com a garrafa big neck, de 500 ml, e com a latinha de 269 ml. Com isso, conseguiu manter sua participação de mercado na casa dos 31% entre 2006 e 2011, período em que as principais marcas da Ambev perderam espaço.
          Na busca por inovação nem tudo deu certo. Variações como a Skol Ice, lançada no final dos anos 1990, e a Skol Lemon, em 2006, não ficaram mais do que dois anos no mercado.
          Em novembro de 2010, a Skol tornou-se a primeira marca da América Latina a patrocinar a transmissão ao vivo de um show pelo YouTube. Cerca de 6 milhões de pessoas assistiram ao espetáculo online com vários artistas sertanejos, como Luan Santana. No dia da transmissão, o show foi o tópico mais comentado no Twitter no mundo durante mais de 14 horas.
          Em pesquisa com consumidores jovens, os executivos da Skol perceberam que a maior resistência ao consumo de cerveja estava na sensação de estufamento. Uma nova fórmula foi então desenvolvida. Batizada de 360º, ela chegou ao mercado paulista em outubro de 2010 e em todo o país, em 2011.
          Em junho de 2018, a AmBev se prepara para lançar mais uma versão da marca Skol, em garrafas de 600 ml. Trata-se da Skol Hops. Em texto captado da empresa extraoficialmente consta: "Skol Hops é uma cerveja puro malte diferente. Sua receita é feita com lúpulo aromático exclusivo que, além de conferir aroma e sabor únicos à cerveja, dá uma sensação muito refrescante a cada gole."
(Fonte: revista Exame - 15.05.2002 / 09.02.2011 - partes)

Cerveja Legítima

          A cerveja Legítima é feita exclusivamente para os cearenses. Foi lançada pela Cervejaria Ambev em 13 de junho de 2019. A cerveja leva a mandioca como ingrediente principal na receita e todo o processo, desde a colheita até chegar ao consumidor, é feito por cearenses.
          Essa é mais uma estratégia de inovação da Ambev, que aposta no regionalismo. Depois do Maranhão (com a marca Magnífica, lançada em dezembro de 2018) e Pernambuco (com a marca Nossa, lançada em setembro de 2018), chega a vez do Ceará ser representado pela marca. “É uma estratégia de inovação fundamental para nossa empresa. Estamos apostando cada vez mais nisso, dentro dessa estratégia de trazer produtos novos, receitas e significados, e o regionalismo é uma parte fundamental”, destacou o presidente da Cervejaria Ambev, Jean Jereissati, durante o lançamento que ocorreu no Mercado dos Pinhões, em Fortaleza.
          A mandioca é um produto que está sempre presente na mesa do cearense e para chegar até a Legítima, o mestre cervejeiro Leon Maas explicou que o principal ponto foi encontrar um ingrediente que tivesse disponibilidade na região do Ceará e que fosse possível utilizar em larga escala. O objetivo era, ainda, causar impacto econômico nas famílias que produzem a mandioca.
          O mestre cervejeiro detalhou que a Legítima é uma cerveja do tipo American Lager, ou seja, possui sabor local e único. “A Legítima é uma cerveja exclusivamente cearense, com o DNA cearense, por mais de um motivo: primeiro, porque utiliza a mandioca, exclusivamente colhida de famílias cearenses da região de Salitre, e segundo, é beneficiada e produzida exclusivamente na cervejaria de Aquiraz, então não só é cearense por ser produzida em Aquiraz, mas por ter parte da sua matéria prima cearense, tornando-a ainda mais alegre e cearense possível”, destacou.
          Jean Jereissati também explicou que a mandioca é usada em diversas cervejas premiadas no mundo. A expectativa é que a nova cerveja caia no gosto do cearense. “Nossa ambição é que a Legítima possa cair no gosto popular e consiga representar as vitórias, os orgulhos e os costumes dos cearenses. Ela vem democrática e aberta para tentar fazer essa representação para todo cearense”, disse o presidente da Ambev.
          A Legítima possui identidade forte e alegre assim como é o cearense. Da produção até às ações de marketing, foram desenvolvidas por e para cearenses. “É uma cerveja de cearense para cearense, não é só a cadeia produtiva da mandioca que está aqui, mas o marketing que foi desenvolvido, a decisão da marca foi feita toda no Ceará”, destacou Jean Jereissati.
          Toda mandioca utilizada na fabricação da cerveja é cultivada por aproximadamente 150 famílias da Agricultura Familiar do município de Salitre, no extremo Sul do Ceará. A Ambev espera que até o final de 2020, cerca de 600 pessoas estejam envolvidas no projeto. Assim como todas as cervejas da Ambev, a Legítima passa por rigoroso critério de controle de qualidade e é exclusivamente fabricada na Cervejaria Aquiraz, uma das cervejarias modelos da marca.
          A cerveja Legítima já está disponível no mercado cearense e nos principais restaurantes. O preço sugerido é de R$ 3,99 a garrafa retornável e também há opção de latas. A comercialização, no entanto, é exclusiva no Ceará.
          A operação da Ambev no Ceará emprega mais de 800 funcionários próprios. Movimenta mais de 23 mil postos de trabalho entre diretos, indiretos e induzidos no Ceará em toda a cadeia. A Cervejaria Aquiraz, além da Legítima, produz, Skol, Brahma e Antarctica, entre outras marcas.
No Ceará, além da cervejaria de Aquiraz, a companhia possui três centros de distribuição direta (Fortaleza, Itapipoca e Maracanaú).
(Fonte: O Estado (Ceará) - 14.06.2019)

Cerveja Caracu

          A cerveja stout chegou ao Brasil por intermédio de major Carlos Pinho. De ascendência espanhola, ele fundou a Cervejaria Rio Claro, na cidade que lhe empresta o nome, no interior paulista. Foi a fábrica da primeira stout da América Latina.
          A cerveja stout foi lançada em 1899, mesmo ano da fundação da cervejaria, com o nome de Caracu. Para batizar a cerveja, o major escolheu o nome de uma raça de touros: a Caracu. Essa raça de origem europeia é reconhecida pela força e vitalidade.
          Considerada uma das marcas mais tradicionais do Brasil, a cerveja Caracu é uma Sweet Stout conhecida por seu sabor encorpado e aroma de malte torrado, que lembra o do café. Como não é filtrada, a Caracu contém nutrientes, como levedura e proteínas, daí a fama de ser uma cerveja forte! E não é à toa. Por não ser filtrada, Caracu é mais nutritiva, contém levedura e proteínas.
          O major Pinho esteve à frente da fábrica até 1902, quando a arrendou para o alemão Julio Stern. Com pouco mais de cinco anos de existência, a cervejaria já empregava mais de trezentos funcionários.
          O negócio registrou períodos de crescimento e dificuldade ao longo dos anos até que, em 1929, os efeitos da crise econômica mundial fizeram com que os sócios declarassem a falência da Cervejaria Rio Claro. No ano seguinte, o empresário italiano Nicolau Scarpa, adquiriu a empresa e iniciou um novo processo de modernização com máquinas capazes de produção em larga escala; felizmente, a cerveja voltava para as prateleiras do Brasil.
          Com a morte do Comendador Nicolau Scarpa, a cervejaria ficou para os seus filhos Francisco Scarpa e Nicolau Scarpa Júnior, que deram sequência aos projetos de ampliação física.
          Lançada na Europa em 1964, a cerveja Skol Pilsen chegou ao Brasil três anos mais tarde, em 1967. Trazida pela Cervejaria Rio Claro, que adquiriu a licença de produção e comercialização, a bebida logo caiu no gosto dos brasileiros e, durante as pouco mais de duas décadas seguintes, tinha forte presença no mercado brasileiro de cerveja. Porém, em 1992, a Skol-Caracu, leia-se Cervejaria Rio Claro, baixou as portas para sempre. Seiscentos funcionários foram demitidos e os imponentes prédios ficaram durante anos fechados até abrigarem uma faculdade.
          Pouco tempo depois as marcas Skol e Caracu passaram a pertencer à Companhia Cervejaria Brahma dos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.
          A cerveja Caracu iniciou o ano de 1996 com uma proposta de marketing diferente e arrojada. Ela sofreu uma modificação visual no seu rótulo e passou a marcar presença, mais efetivamente, na mídia e nos pontos-de-venda, para que o consumidor pudesse fixar cada vez mais a marca.
          Em 1997, a Caracu lançou a embalagem long neck 355ml, em que suas principais características, cremosidade e consistência, foram mantidas, reforçando a qualidade de uma cerveja nutritiva. A embalagem long neck foi reforçada pelo slogan "Caracu. Cerveja gostosa que dá pique". Em 1998, os desafios para a Caracu aumentaram. Foram criadas as embalagens lata 350ml e lançados dois filmes com o slogan “Caracu, Energia e Muuuiiiito Sabor!”. O touro, antes imortalizado, ganhou vida e foi para a telinha em forma de computação gráfica na voz do ator José Wilker.
          Em 1999, ao tornar-se uma marca centenária, a Caracu comemorou seu sucesso e liderança entre as cervejas escuras, brindando os consumidores com embalagens comemorativas. Nesse mesmo ano, a Caracu (assim como a Skol), já estava sob o guarda-chuva da AmBev, a empresa resultante da fusão da Companhia Cervejaria Brahma com a Cia. Antarctica Paulista.
          Em 2003 o Touro, símbolo da marca, rejuvenesceu e ganhou uma aparência ainda mais forte. A marca renovou toda a sua identidade visual e lançou o slogan "Forte e Gostosa". Com este slogan, Caracu volta à mídia em 2005 com novidades e reforçou o conceito de combinar energia, vitalidade e prazer. Para representar a força, tradição e qualidade da bebida de mais de 100 anos, a marca elegeu o touro Bandido, invencível nos rodeios, como “garoto-propaganda” de sua nova campanha publicitária por ser símbolo de força e virilidade.
          Outra novidade de Caracu no mercado diz respeito à mística sobre as misturas feitas com a cerveja. O que antes era apenas sabedoria popular, passou para conhecimento geral: a marca não só oficializou as receitas já existentes com Caracu e ingredientes, como propagou essas receitas com a distribuição de folhetos para os consumidores. Além das tradicionais combinações com amendoim e ovo de codorna, foram criadas outras misturas, como Caracu com açaí, paçoca, aveia, leite condensado, canela, açúcar e ovo de pata, para agradar o paladar do consumidor e dos amantes da cerveja.
          A cerveja Caracu pertence ao portfólio da AmBev. Os ingredientes da cerveja são: água, malte, milho, lúpulo e corante caramelo III INS 150c. Contém cevada e glúten. Teor alcoólico - 5,4% vol., Temperatura 8-12º C.
(Fonte: Brejas - Daniel C. - 22.08.2008 / site AmBev / Jornal Cidade-JC (Rio Claro) - Favari Filho - 02.04.2016) - partes).

Cisper

          Em 1917, a Cisper foi fundada no Rio de Janeiro pelos engenheiros Olavo Egydio de Souza Aranha Jr e Alberto Monteiro de Carvalho e Silva, com a razão social Companhia Industrial São Paulo e Rio - Cisper. Foi a primeira fábrica automatizada de embalagens de vidro no Brasil, com uma máquina revolucionária capaz de produzir garrafas em série.
          A Cisper tornou-se conhecida, em todo o mercado brasileiro, como a indústria mais avançada na produção de embalagens de vidro. Esta marca inovadora acentuou-se em 1960, quando assinou um contrato de assistência técnica com a Owens Illinois, com opção de compra, pela empresa americana.           A Owens Illinois surgiu em 1929, com a fusão da Owens Bottle Company com Illinois Glass Company.
          O primeiro cliente significativo da Cisper foi a Companhia Cervejaria Brahma com um pedido de 100 mil garrafas em 1923.
          O ano de 1949 registrou um marco na história da empresa, com a produção dos primeiros frascos de vidro azul para o Leite de Magnésia de Philips, que se tornou popular em todo o país. Em outubro do mesmo ano, foi inaugurada a fábrica em São Paulo com três máquinas Lynch-10, produzindo vidro na cor verde para a Companhia Antarctica Paulista.
          Em 1962, a Cisper assegurou acesso às mais avançadas tecnologias do mundo, quando a Owens Illinois (O-I), com sede em Toledo (Ohio/EUA) adquiriu 80% da companhia permanecendo o restante com o grupo Monteiro Aranha.
          Em 1966 iniciou a produção de vidro com máquinas desenvolvidas por tecnologia própria e nos anos 1970 começa a fabricar copos.
          Em 1982 lança toda uma linha de objetos de mesa em vidro e em 1989 é criada a unidade de Manaus, onde são produzidos equipamentos de moldagem de vidro. Em 1991 incorporou a Mineradora Descalvado e em 2002 iniciou a fabricação de produtos farmacêuticos (no conceito Sala Limpa).
          Hoje a Cisper, sob a razão social de Owens-Illinois do Brasil Indústria e Comércio S.A. tem um faturamento de cerca de 0,7 bilhão de dólares e emprega aproximadamente 100 funcionários.
          No segundo semestre de 2019, a empresa aumenta o volume de importação. Suas quatro plantas estão com capacidade máxima e mesmo assim não conseguem suprir toda a demanda. 
(Fonte: Site da empresa / Valor - 09.10.2019 - partes)

do bem

          A "do bem", assim mesmo, em letras minúsculas, foi criada em 2007 pelo empresário Marcos Leta no Rio de Janeiro, onde fica sua sede. Seus fundadores teriam viajado durante dois anos para pesquisas até no ponto ideal para início de produção.
          Hoje tem operações na França, Espanha e Portugal. A companhia produz sucos e chás embalados, e barras de cereais e seu nome inspira produtos mais saudáveis, com produção mais controlada. O suco de laranja é produzido na zona rural de Dobrada, estado de São Paulo.
          Em abril de 2016 a do bem é adquirida pela AmBev, cuja finalidade é aumentar seu portfólio de bebidas não alcoólicas. A aquisição marca a entrada da Ambev num segmento dominado por empresas como Coca-Cola e Britvic. Para a distribuição do suco, a empresa usará a estrutura do Guaraná Antarctica que tem 800 mil pontos de venda, contra 15 mil da do bem. No momento da aquisi~]ap o faturamento da do bem era de cerca do 200 milhões de reais.
(Fonte: embalagem do suco de laranja /  Exame - 02.03.2016 - partes)

HBSIS / Ambev Tech

          A HBSIS é uma empresa de tecnologia situada em Blumenau, Santa Catarina, cidade com forte presença da indústria cervejeira.
          Em fevereiro de 2019, a Ambev, dona de marcas como Antarctica, Bohemia, Brahma, Budweiser, Skol e Stella Artois, finca raízes na cidade ao anunciar a compra da HBSIS. A empresa local já era uma parceira de longa data da cervejaria, fornecendo sistemas usados principalmente no controle de operações logísticas.
          O papel da operação em Blumenau na estratégia da Ambev nos seus negócios no Brasil e na América Latina é desenvolver tecnologias que resolvam problemas de consumidores, clientes e comunidade, em áreas como logística, vendas, de suprimentos e financeira, que sejam sempre muito próximos e ligados ao negócio da Ambev de cerveja e de unir pessoas por um mundo melhor.
          Nessa linha de tecnologias mais complexas para problemas mais complexos, a Ambev tem dois exemplos interessantes. Há hoje um algoritmo com machine learning, que ajuda a gente a fechar um portfólio de venda de produtos. E tem também uma solução de algoritmo preditivo. Consegue-se prever com uma acuracidade muito alta um futuro acidente com base em uma quantidade gigantesca de dados e análises. Isso reduziu em 47% o número de acidentes nas cervejarias.
          A aquisição já foi totalmente concluída após a análise de órgãos reguladores e não faz com que a HBSIS deixe de existir. Na prática, ela continua como uma empresa separada e com identidade própria, mas agora atuando exclusivamente como um braço tecnológico e de inovação da Ambev. O engenheiro Guilherme Pereira, que tem 10 anos de carreira na cervejaria e passagem pela Unilever, foi deslocado de São Paulo para Blumenau para liderar a operação.
          Apertada em um prédio no Centro de Blumenau, a HBSIS prepara mudança para o Work Town Corporate, edifício corporativo em fase final de construção no bairro Vila Nova. Lá, pretendia ocupar, de início, dois andares do prédio. Mas as perspectivas de crescimento, impulsionadas após a aquisição pela Ambev, fizeram com que a empresa fechasse 10 pavimentos, com capacidade para abrigar 1,2 mil pessoas – o dobro do tamanho atual da equipe.
          A Ambev já vinha em um processo de transformação digital antes dessa aquisição. O investimento na HBSIS é para acelerar toda essa transformação.
          O plano de expansão de tecnologia abrange tanto quantidade como qualidade. O objetivo é investir cada vez mais em tecnologias mais complexas, porque os problemas hoje são mais complexos. E há também uma expansão de pessoas, de áreas que a empresa atende e de número de soluções. Isso passa por contratar mais gente e expandir o negócio da HBSIS.
          A estratégia da empresa para capacitação dos novos funcionários contratados é estar muito alinhada com órgãos que atuam em Santa Catarina, como o Blusoft e a Acate, e as empresas da região. Não é só recrutar, mas capacitar com o que já existe de bom. A empresa gosta muito do Entra21 (programa de Blusoft de formação de mão de obra). Elaborou um Entra21 além do que já existe, específico para a HBSIS, para que as pessoas sejam capacitadas em 300, 400 horas com muita qualidade e depois entrem na empresa e façam uma carreira longa, já aprendendo as tecnologias que a empresa mais precisa hoje.
          Em 2020, a HBSIS mudou sua denominação para Ambev Tech.
(Fonte: NSC Total - 23.07.2019)

Jesus (Guaraná Jesus)

           No começo do século XX, Jesus Norberto Gomes, nascido em 1891, mudou-se para a capital, São Luís, no Maranhão, e foi trabalhar na farmácia Sanitária, como lavador de vidros. Ali, acabou adquirindo noções de farmácia e manipulação, com o então proprietário.
           Mais tarde, ingressou na faculdade e formou-se farmacêutico. No final, acabou comprando o pequeno comércio.
           Em meados da década de 1910, lançou medicamentos com a sua grife, todos com a marca Jesus. Na década de 1920, Gomes queria inventar uma bebida que agradasse seus netos e começou a fabricar um refresco com gás que serviu também para presentear os amigos. Essa iniciativa surgiu a partir da sugestão de um amigo, médico, para que fabricasse a magnésia fluída gaseificada, grande sucesso da época, conforme informa a filha do farmacêutico, Ilva Saldanha.
           Para isso, Gomes importou uma máquina gaseificadora alemã. Depois de ter o pedido de licença da produção da magnésia negado pelo Laboratório Bromatológico Nacional (RJ), o farmacêutico desenvolveu a fórmula definitiva do guaraná e registrou-o com Cola Guaraná Jesus, hoje guaraná Jesus. Ironicamente o farmacêutico era ateu e foi excomungado da Igreja Católica após ter se envolvido em uma briga com um padre em São Luís.
           Os Gomes mantiveram a produção em fábrica própria até 1960, quando venderam a unidade para a Antarctica (hoje AmBev, após a fusão com a Brahma). A fórmula do guaraná entretanto ficou com a família. Isso fez com que a Antarctica desistisse da produção nos anos 1970.
           Em 1982, o grupo Coca-Cola conseguiu adquirir a fórmula original. A bebida tem sabor de canela e cravo e é cor-de-rosa. Por volta do ano 2000, o guaraná Jesus foi incluído na lista de pontos e produtos turísticos do Maranhão. Com grande participação no mercado de guaranás do Maranhão, é distribuído também em estados como Tocantins e para lojas especializadas de São Paulo. Há pedidos para o guaraná Jesus também em vários países.
          Desde 2001 o refrigerante é marca da Coca-Cola, mas só a partir de 2016 resolveram distribuir para outros estados como um produto de linha “premium”. Além do Maranhão e Tocantins, o Guaraná Jesus agora é distribuído em São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal
(Fonte: jornal Folha de S.Paulo - 03.04.2000 / jornal Gazeta Mercantil - 27.10.2003 / Almanaque SOS 30.07.2020 - partes)

Leão D'Olido (restaurante)

          O restaurante Leão D'Olido ficava na galeria Olido, localizada entre a rua Dom José de Barros e a avenida São João, quase em frente ao largo Paissandu, no centro de São Paulo.
          Ao descer a escadinha da entrada, avistava-se a imensidão do restaurante, com garçons vestidos a caráter, com blazers brancos, usando gravatas borboletas, e muito bem educados.
          Ainda não tinha havido a invasão dos restaurantes por quilo como vemos hoje. Pratos simples como o bife com arroz e feijão, podiam ser acompanhados com o guaraná Antarctica, na garrafinha antiga, ainda sem a proliferação de refrigerantes em lata.
(Fonte: livro Dos Alpes Austríacos ao Xingu e Serra Catarinense-Guilherme (Willy) Krautler - parte)

5 de out. de 2011

Pinguim (choperia)

          A história do Pinguim teve início em 29 de agosto de 1937, no térreo do Edifício Diederichen, que ainda estava em construção. Quem administrava a choperia era conhecido simplesmente por Alemão.
          Um dos fatos que contribuiu para a fama nacional foi a lenda de que um duto subterrâneo levava o chope da antiga Cervejaria Antárctica (o símbolo da Antarctica são dois pinguins), na Avenida Jerônimo Gonçalves, direto  para as torneiras da unidade do Pinguim na Praça XV de Novembro.
          Na primeira metade da década de 1940, passou para o comando de Nicola de Miranda, que ficou cerca de 20 anos à frente do negócio. Na década de 1960, ficou sob a batuta de Albano Peixoto.
          A primeira filial da casa surgiu em 1977, na esquina em frente, ao lado do Theatro Pedro II, hoje conhecida como Pinguim Centro, que é, de fato a segunda casa do Pinguim. A primeira virou um empório e depois fechou.
          Em 1984, os imigrantes portugueses e irmãos Antônio e Manuel Alves, proprietários da rede de restaurantes Graal, com outros sócios, compraram a Choperia Pinguim, já então uma das mais tradicionais choperias do país e considerada símbolo de Ribeirão Preto. Os sócios expandiram a choperia para Brasília e Belo Horizonte.
          No início de 2016, fecharam uma das três unidades de Ribeirão Preto por causa do baixo movimento. Trata-se da unidade no Shopping Santa Úrsula que foi inaugurada em 1999, mesmo ano de inauguração do centro de compras, e ficava localizada no piso térreo. A outra unidade de Ribeirão Preto, localizada no Ribeirão Shopping, foi inaugurada em 1997.
(Fonte: Site da empresa / G1 - 04.02.2016 / revista Exame - 02.03.2016)

4 de out. de 2011

Prevent Senior

         A operadora de plano de saúde Prevent Senior foi fundada em 1996 pelos irmãos Eduardo, médico geriatra, e Fernando Parrillo. Não se sabe o momento da escolha do nome, mas, sendo uma palavra da língua inglesa, a tradução poderia nos levar a prevenir, anteciparguiarmostrar o caminho e tratar de. Todas boas traduções para o que pretende a empresa. E "Senior", no caso da Prevent, significa "mais de 50". A maioria dos clientes tem idade entre 60 e 79, faixa etária que afugenta as operadoras de planos de saúde, mas são aceitos clientes com mais de 49 anos. A Prevent Senior vai na contramão do que prega o setor de saúde em vários pontos. Além de atender apenas pessoas com mais de 49 anos, todos os planos são individuais - modalidade escassa no mercado porque as operadoras alegam que o reajuste regulado pelo governo torna o produto inviável.
          A Prevent Senior conta com 320 mil usuários. Além do público com idade entre 60 e 79 anos (65%), outros 19% estão na faixa etária acima, que chega a 99 anos. Há ainda 230 pessoas com mais de 100 anos de idade. O restante, 16%, está na faixa entre 50 e 59 anos. A receita em 2015 foi de R$ 1,5 bilhão.
          O bom desempenho da Prevent Senior (com dados de 2015) é resultado de uma combinação de fatores: rede própria, rigoroso acompanhamento do paciente, plataformas com indicadores de atendimento médico e processos administrativos, operação centralizada apenas em São Paulo e experiência com um público específico.
          Para controlar os processos, o grupo conta com 120 'guardiões' - denominação dada a um grupo de funcionários escolhidos a dedo, entre médicos e gestores, que são treinados para serem os responsáveis por determinadas áreas e processos. Um exemplo: o tempo máximo de espera no pronto-socorro não pode ser superior a 45 minutos. Há um guardião do PS.
          Outro fator que também vai na contramão do setor e conta que descartou a figura do médico de família - apontado como tendência no setor de saúde. Pelo menos para o público da Prevent, não funciona. Desde 2013 a operadora abandonou essa figura porque não se mostrou efetivo. O paciente quer um médico especialista para resolver o problema.
          A família Parrillo tem a totalidade da Prevent Senior, que é comandada por Fernando e seu irmão Eduardo, que é médico geriatra. Com 47 anos, Fernando ainda não tem um plano de saúde do negócio que fundou. Seu irmão Eduardo, de 50, já é "cliente" da Prevent. Além de fundadores da Prevent Senior, ambos são músicos e lideram uma banda de rock chamada Doctor Pheabes - a música é um hobby iniciado antes mesmo da criação da Prevent Senior há 20 anos. Mas a banda não é só um hobby de fim de semana. A Doctor Pheabes participou da abertura dos shows dos ingleses Rolling Stones no Maracanã, no Rio, e Beira Rio.
          A Prevent Senior tem, com dados de meados de 2017, uma rede composta por 51 unidades próprias (entre hospitais, laboratórios, centros de diagnósticos e clínicas). Os hospitais e centros de atendimento operam com o nome de Sancta Maggiore.
          Em outubro de 2019 vem a público que a empresa pretende investir 200 milhões de reais em um complexo de saúde e lazer batizado de Cidade Prevent Senior, que seria instalado no bairro da Mooca, em São Paulo, no terreno de 58.000 metros quadrados onde se situava a antiga fábrica da cervejaria Antarctica, comprada pela operadora em 2019. 
          Em 25 de março de 2020, segundo o sócio da VBI, Rodrigo Abbud, informou ao Valor, a Prevent Senior terá hospital provisório em edifício de padrão triple A pertencente à VBI Real Estate. Localizado na avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo, o prédio poderá ser usado como hospital por seis meses, renováveis, ou “enquanto perdurar a crise” decorrente do coronavírus.
          Em março de 2020, com quase 500 mil usuários, sendo a maior parte idosos, a operadora enfrenta seu primeiro grande desafio com o novo coronavírus o Covid-19, que tem causado complicações, principalmente, em pacientes com mais de 70 anos.
(Fonte: jornal Valor online 14.04.2016 / Emame Melhores & Maiores - 2017 / Valor - 18.03.2020 - partes)