Hoje é controlada por João Brasil Carvalho Leite, filho de um dos seus
fundadores. Ao longo de sua história, a empresa se estabeleceu
como uma das pioneiras no país em equipamentos militares, com especialidade em mísseis e lançadores de foguetes.
Em 2022, com dívidas de R$ 600 milhões, a empresa entrou na Justiça com pedido de
recuperação judicial e demitiu
420 funcionários. O quadro remanescente de pessoal é agora
de 900 funcionários.
No começo de 2024, os credores aprovaram o plano de recuperação
da empresa, que foi homologado pela Justiça.
No primeiro semestre de 2024, a australiana DefendeTex chegou a negociar a
compra da Avibras, mas desistiu do negócio. Logo em seguida, a chinesa Norinco fez uma
proposta pela empresa, o que
causou desconforto no governo
brasileiro. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
pediu a elaboração de uma solução doméstica para a companhia, mobilizando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O plano de salvamento da empresa também envolve o Ministério da Defesa e tem o objetivo
tanto de evitar a falência da Avibras como a venda do seu controle para algum grupo estrangeiro, em especial, de um país
que possa causar problemas diplomáticos e estratégicos. Como os principais fornecedores
das Forças Armadas brasileiras
são grupos ocidentais, ter um
fornecedor importante com
controle chinês, por exemplo,
poderia exigir um rearranjo de
plataformas tecnológicas de todo o aparato militar.
Está em curso um plano de salvamento, com capital privado nacional, da Avibras, empresa da área de defesa que enfrenta dificuldades financeiras e está em recuperação judicial desde 2022. Governo federal e Forças Armadas estão empenhados em buscar uma solução para evitar que a companhia chegue à falência ou seja comprada por algum estrangeiro. Uma das alternativas é a formação de um grupo de investidores brasileiros para fazer uma oferta de compra da empresa e promover a fusão dela com outra companhia nacional, a Akaer Engenharia Espacial.
A fusão entre a Avibras e a Akaer tem o objetivo de criar a maior empresa
de defesa do País, com potencial para abrir mercados no exterior, além de se consolidar a empresa resultante a união como
uma fornecedora de equipamentos de alta tecnologia para
as Forças Armadas brasileiras.
A meta é atingir o faturamento
de US$ 1 bilhão (R$ 5,48 bilhões) até 2034 e empregar mais
de 6 mil pessoas.
Em conjunto, as duas empresas têm hoje 4 mil funcionários,
sendo que 3 mil empregos diretos e indiretos correm risco
com a possibilidade de falência
da Avibras. Ambas as empresas estão baseadas em São José dos Campos (SP), no Vale do Paraíba.
A
Avibras fornece equipamentos
para o Exército, enquanto a
Akaer é focada nas Forças Aéreas e no setor aéreo civil. No
momento, porém, apenas a
Akaer está faturando, com projetos em andamento.
A fusão ainda está em discussão. Segundo uma pessoa próxima da negociação, a participação dos controladores das duas
empresas dependerá dos aportes do mercado e de bancos, especialmente na cobertura de
custos da recuperação judicial
da Avibras e em investimentos
para o novo negócio.
A fase atual é de prospecção
dos investidores nacionais e
com as instituições financeiras
brasileiras, para montar um consórcio de bancos. O BNDES também acompanha as negociações
por meio do BNDESpar, que poderá ajudar no financiamento.
O BNDES e outros dois bancos
privados podem converter créditos em participação acionária.
(Fonte: Estadão - 05.10.2024)
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