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5 de out. de 2024

Avibras

          A Avibras foi criada por um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em 1961 e tem sua sede em São José dos Campos (SP).
          Hoje é controlada por João Brasil Carvalho Leite, filho de um dos seus fundadores. Ao longo de sua história, a empresa se estabeleceu como uma das pioneiras no país em equipamentos militares, com especialidade em mísseis e lançadores de foguetes.
          Em 2022, com dívidas de R$ 600 milhões, a empresa entrou na Justiça com pedido de recuperação judicial e demitiu 420 funcionários. O quadro remanescente de pessoal é agora de 900 funcionários.
          No começo de 2024, os credores aprovaram o plano de recuperação da empresa, que foi homologado pela Justiça.
          No primeiro semestre de 2024, a australiana DefendeTex chegou a negociar a compra da Avibras, mas desistiu do negócio. Logo em seguida, a chinesa Norinco fez uma proposta pela empresa, o que causou desconforto no governo brasileiro. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a elaboração de uma solução doméstica para a companhia, mobilizando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O plano de salvamento da empresa também envolve o Ministério da Defesa e tem o objetivo tanto de evitar a falência da Avibras como a venda do seu controle para algum grupo estrangeiro, em especial, de um país que possa causar problemas diplomáticos e estratégicos. Como os principais fornecedores das Forças Armadas brasileiras são grupos ocidentais, ter um fornecedor importante com controle chinês, por exemplo, poderia exigir um rearranjo de plataformas tecnológicas de todo o aparato militar.
          Está em curso um plano de salvamento, com capital privado nacional, da Avibras, empresa da área de defesa que enfrenta dificuldades financeiras e está em recuperação judicial desde 2022. Governo federal e Forças Armadas estão empenhados em buscar uma solução para evitar que a companhia chegue à falência ou seja comprada por algum estrangeiro. Uma das alternativas é a formação de um grupo de investidores brasileiros para fazer uma oferta de compra da empresa e promover a fusão dela com outra companhia nacional, a Akaer Engenharia Espacial.
          A fusão entre a Avibras e a Akaer tem o objetivo de criar a maior empresa de defesa do País, com potencial para abrir mercados no exterior, além de se consolidar a empresa resultante a união como uma fornecedora de equipamentos de alta tecnologia para as Forças Armadas brasileiras. A meta é atingir o faturamento de US$ 1 bilhão (R$ 5,48 bilhões) até 2034 e empregar mais de 6 mil pessoas. Em conjunto, as duas empresas têm hoje 4 mil funcionários, sendo que 3 mil empregos diretos e indiretos correm risco com a possibilidade de falência da Avibras. Ambas as empresas estão baseadas em São José dos Campos (SP), no Vale do Paraíba.
          A Avibras fornece equipamentos para o Exército, enquanto a Akaer é focada nas Forças Aéreas e no setor aéreo civil. No momento, porém, apenas a Akaer está faturando, com projetos em andamento. A fusão ainda está em discussão. Segundo uma pessoa próxima da negociação, a participação dos controladores das duas empresas dependerá dos aportes do mercado e de bancos, especialmente na cobertura de custos da recuperação judicial da Avibras e em investimentos para o novo negócio. A fase atual é de prospecção dos investidores nacionais e com as instituições financeiras brasileiras, para montar um consórcio de bancos. O BNDES também acompanha as negociações por meio do BNDESpar, que poderá ajudar no financiamento. O BNDES e outros dois bancos privados podem converter créditos em participação acionária.
(Fonte: Estadão - 05.10.2024)

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