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9 de jun. de 2022

Caledonian Brewery

          A Caledonian Brewery foi fundada em Edimburgo em 1869. O portfólio de marcas da Caledonian inclui também Deuchars e Edinburgh Castle.
          Em 2008, a Caledonian foi comprada pela Heineken, quando a Heineken e a Carlsberg adquiriram e dividiram os negócios da Scottish & Newcastle, que comprara a Caledonian em 2004.
          Em maio de 2022, a Heineken anuncia que está prestes a fechar a histórica Caledonian Brewery em Edimburgo.
          Como um dos principais argumentos, a Heineken disse que a produção da cervejaria “diminuiu constantemente nos últimos 10 anos”, à medida que a cervejaria evoluiu seu portfólio.
          A gama de marcas da Caledonian, que inclui Deuchars e Edinburgh Castle, continuará a ser vendida, mas as cervejas serão fabricadas sob licença pela Greene King assim que o período de consulta terminar, na Greene King’s Belhaven Brewery em Dunbar. A Cervejaria Caledonian continuará operando até então.
          O diretor da cadeia de suprimentos da Heineken UK, Matt Callan, disse que “O fato triste é que sua infraestrutura vitoriana significa ineficiências e custos significativos, principalmente porque está operando abaixo da capacidade”, disse Callan. “Para modernizar a cervejaria e cumprir nossos próprios compromissos de sustentabilidade, exigiria um investimento contínuo considerável, o que tornaria a operação da cervejaria economicamente inviável.”
          Callan disse que a empresa “não tomou essa decisão de ânimo leve” e estava “perfeitamente ciente do que a cervejaria representa em Edimburgo e seu papel na história e herança da fabricação de cerveja na Escócia – isso é algo de que estamos incrivelmente orgulhosos”.
          Mas a pergunta que se faz é: estão orgulhosos de que? De ter tido tão histórica cerveja em seu portfólio durante alguns anos? A Heineken também enfatiza que tem como “foco principal” os 30 funcionários da empresa. Para quem tem mais de 85.000 funcionários, tratá-los bem ao demiti-los não deve ser considerado como um esforço hercúleo.
          A notícia torna a Caledonian a mais recente de uma série de cervejarias a enfrentar o fechamento desde a pandemia em meio ao aumento da inflação. As baixas recentes incluem o London Fields, cuja proprietária, a Carlsberg fechou suas portas e o colocou à venda, bem como um punhado de independentes menores, como Fallen, Beatnikz Republic e Kelham Island. Enquanto isso, a gigante cervejeira australiana Lion está vendendo suas marcas Fourpure e Magic Rock e deixando o mercado do Reino Unido para se concentrar na América.
(Fonte: The Grocer - 25.05.2022 - parte)

7 de jun. de 2022

Cellera / Ferring

          A Cellera Farma foi criada no início de 2017 por Omilton Visconde Junior (filho do fundador do laboratório Biosintética), em parceria com o fundo Victoria Capital Partners. A Cellera foi fruto da 
compra do Instituto Terapêutico Delta e da empresa MIP Brasil Farma.
          Omilton Visconde Junior é conhecido na indústria farmacêutica por sua capacidade de ganhar dinheiro montando ou comprando empresas que, após a expansão, são vendidas a múltiplos altos. Esse raciocínio norteia sua nova aposta. "Cellera será uma grande plataforma de negócios em sua área", diz o Visconde Junior.
          Visconde Júnior ficou conhecido por seus empreendimentos sequenciais no setor de saúde no país. Entre outras movimentações, vendeu a Biosintetica para o Aché em 2005 e, anos depois, vendeu a Segmenta, de soros hospitalares, para a Eurofarma. Complementa sua carteira de investimentos uma participação de 30% na rede ambulatorial Doutor Agora.
          Em abril de 2017, a Victoria Capital Partners e Visconde Junior concluíram a compra da planta de genéricos e similares do grupo canadense Valeant em Indaiatuba, São Paulo, por valor não divulgado. A aquisição da planta já foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e envolveu também a linha de produtos Caladryl, adquirida pela Valeant da Johnson & Johnson em 2012.
          Em 2012 Visconde Junior juntara-se ao fundador da Netshoes, Marcio Kumruiam, na Netfarma, a maior farmácia online do país, na qual detém uma fatia de 70% — Kumruiam vendeu sua participação em 2014. Além de manter essa participação, Visconde Junior constituiu a Mip Brasil Farma, que atua no mercado de medicamentos de venda livre (OTC), e agora será incorporada à Cellera Farma. A nova farmacêutica brasileira será comandada por Nelson Libbos, executivo com 45 anos de experiência no setor e com passagens pela presidência de laboratórios como Hoescht, Aventis Farma, Farmasa e Teva Farmacêutica. Sócio de Visconde Junior em outros negócios e ocasiões, o Libbos é sócio da Netfarma e atua como consultor do setor.
          A Victoria Capital Partners, por sua vez, tem em seu portfólio de investimentos, entre outros, o grupo argentino Los Grobo, a brasileira Elemidia, a rede chilena de academias Energy e é acionista controladora da Oncoclínicas, a maior rede privada de centros de oncologia da América Latina.
          Em junho de 2022, a Cellera Farma assinou um acordo com o laboratório suíço Ferring para a produção e comercialização de um medicamento inovador para a cura da gastroenterologia, no primeiro passo de uma parceria que pode ser mais abrangente no futuro. Para a Cellera, este primeiro projeto representa transferência de tecnologia, ocupação da capacidade instalada da planta de Indaiatuba, e novo salto de receita, com direito a de primeira escolha para a comercialização do novo medicamento.
          A Ferring, que está presente em 56 países, agora tem produção local de um de seus medicamentos e usará as amplas bases da Cellera para levá-lo a profissionais de saúde e farmácias de todo o país. A empresa biofarmacêutica, especializada em fertilidade, gastroenterologia e urologia, colocou um de seus 12 centros de inovação no Brasil e quer avançar em pesquisa e desenvolvimento localmente.
          A nova droga – um gel que combina duas moléculas existentes para acelerar o processo de cicatrização de fissuras anais e controlar a dor – foi desenvolvida no país, no centro de Ferring. Em projetos futuros, a Cellera pode até ingressar na multinacional nesta fase.
          O medicamento entrará na fase 3 de estudos clínicos em 2023 e poderá chegar ao mercado em meados de 2025. Até agora, os investimentos no produto atingiram entre R$ 15 milhões e R$ 17 milhões, e mais R$ 5 milhões devem ser gastos até o registro na Anvisa. Na fase de lançamento (“go-to-market”), os investimentos estão estimados em R$ 50 milhões. “O produto será importante para ambas as empresas”, disse Rafael Suarez, CEO da Ferring no Brasil e líder para a América Latina.
          Segundo a multinacional, a escolha da Cellera como parceira levou em consideração a qualidade de seus ativos produtivos, que atendem às exigências de agências internacionais, e a disposição de investir em inovação. Além disso, a proposta é que os medicamentos desenvolvidos pela parceria possam ser internacionalizados sem a necessidade de repetir estudos clínicos no exterior, disse Renato Faro, chefe de P&D e assuntos regulatórios da Ferring.
          A Ferring, formada em 1950, pertence a um único proprietário e está no Brasil desde 1985. Em todo o mundo, o grupo fatura US$ 2 bilhões e investe 20% de sua receita por ano em P&D, disse Suarez.
(Fonte: jornal Valor - 09.05.2017 / 06.06.2022 - partes)

5 de jun. de 2022

SIG

          A SIG, empresa especializada em soluções de envase e embalagens cartonadas, foi fundada em 1853 e tem sua sede em Neuhausen, na Suíça. No Brasil, a empresa atua desde 2003, atendendo a gigantes como Nestlé, Pepsico e Vigor.
          Para ampliar sua capacidade produtiva no país, a companhia assinou, no início de junho de 2022, a compra de 100% da Scholle IPN, empresa brasileira com sede em Vinhedo, interior de São Paulo, que produz sistemas e soluções para embalagens sustentáveis de bebidas e outros líquidos.
          O valor da compra supera 1 bilhão de euros. “A aquisição da Scholle IPN consolida a SIG como líder mundial em embalagens inovadoras e sustentáveis”, afirmou o presidente e gerente geral das Américas da SIG Combibloc, Ricardo Rodriguez. “Ela é consistente com nossa estratégia de expansão geográfica e de categoria, acompanhada de ganhos de participação em mercados-chave.”
          Considerando dados de maio de 2022, a capacidade produtiva no Brasil é de 4,5 bilhões de embalagens por ano. A empresa está presente em 70 países.
(Fonte: IstoÉDinheiro - 03.06.2022)

1 de jun. de 2022

Elma Chips

           A história da Elma Chips começa em 1957, quando os imigrantes alemães Eugen Wagner e Viktor Unger chegaram em Curitiba com suas famílias. Para ajudar no orçamento doméstico as mulheres dos dois, Elfriede Wagner e Maria Unger, que eram irmãs, começaram a fazer um salgadinho à base de trigo, 
água e sal grosso que lembra o tradicional bretzel alemão.
          A receita foi enviada por uma tia que trabalhava numa fábrica de snacks na Alemanha. Esse formato palitinho era feito com a ajuda de um moedor de carne adaptado.
          O nome Stiksy e a embalagem verde permanecem até hoje. As irmãs começaram vendendo o produto de porta em porta, e num único mercado, até que em 1962 abriram a padaria e confeitaria Elma, 
também em Curitiba.
          Mas por que Elma? São as primeiras sílabas do nome das duas: "el" de Elfriede e "ma" de Maria, 
El-ma.
          Em 1974 a Pepsico resolveu entrar nesse mercado de salgadinhos no Brasil e comprou duas empresas, a Elma Produtos Alimentícios e a American Potato Chips, de São Paulo, de um imigrante 
português. A junção das duas formou a denominação Elma Chips.
(Fonte: MDCurioso no Instagram)

31 de mai. de 2022

Aberdeen (Standard Life Aberdeen)

          A britânica Aberdeen Asset Management foi criada em 1983 por meio de uma aquisição pela administração de um fundo de investimento. A empresa passou a ser listada na Bolsa de Valores de Londres em 1991. Formava um grupo internacional de gestão de investimentos, gerenciando ativos para instituições e investidores privados de escritórios em todo o mundo. Sua sede ficava em Aberdeen, na Escócia.
          Numa sequência de aquisições, em 2000, a Aberdeen comprou a Murray Johnstone, seguida pela Edinburgh Fund Managers em 2003, partes da Deutsche Asset Management em 2005 e 2007, Glasgow Investment Managers em 2007, Goodman Property Investors em 2008, alguns negócios de investimento do Credit Suisse Asset Gestão em 2009, e certos contratos e ativos da RBS Asset Management em 2010.
          Em novembro de 2013, a Aberdeen Asset Management comprou do Lloyds Banking Group, a Scottish Widows Investment Partnership (SWIP) em um negócio de £ 660 milhões. O acordo fez da 
Aberdeen Asset Management a segunda maior gestora de fundos listada na Europa depois da Schroders.
          Estima-se que tenha perdido 3 bilhões de reais com as ações da Petrobras. Manteve os papéis durante anos, até vender tudo o que tinha no fim de 2014 e passar a processar a empresa nos Estados Unidos.
          Considerando números do início de 2016, Aberdeen, globalmente, fazia a gestão de 500 bilhões de dólares. Nessa época era a gestora estrangeira que mais aplicava na Bovespa. Tinha 25 bilhões de 
reais aplicados na bolsa brasileira.
          Em março de 2017, a Aberdeen Asset Management chegou a um acordo para se fundir com a Standard Life, em uma fusão de todas as ações. A Standard Life mudou seu nome para Standard Life Aberdeen em 14 de agosto de 2017, dia em que a empresa deixou de ser listada na Bolsa de Valores de
Londres.
          A Aberdeen era dona de 5% da BRF quando esta, à deriva, estava para escolher novo conselho de administração em abril de 2018.
(Fonte: revista Exame 21.03.2018 / Wikipédia - partes)

22 de mai. de 2022

Tinder / Match Group

          O Tinder surgiu em 2012 dentro de uma espécie de incubadora para novas ideias da empresa de tecnologia americana Match Group. Seu criador foi Sean Rad, na época com 25 anos. Depois de ser apresentado para alunos de várias universidades americanas, o app virou febre. O Tinder foi feito somente no mobile porque era a melhor forma de chegar no público desejado, conforme afirma Rosette Pambakian, vice-presidente de comunicação do aplicativo.
          O aplicativo Tinder criou um atalho para quem quer conhecer gente nova ou namorar. Ao se inscrever no app, o usuário monta um perfil com fotos e informações pessoais. Em seguida, tem acesso a um catálogo com fotos de outros usuários (do sexo oposto ou do mesmo) selecionados por idade e proximidade geográfica. Para escolher um potencial parceirto, basta deslizar a tela do celular para a direita. Para decartá-lo, o movimento é para a esquerda. Caso a pessoa escolhida também goste do seu perfil, ambos podem começar uma conversa pelo aplicativo. Claro que nem todas as escolhas são recíprocas, mas a quantidade de perfis é tão grande que sempre aparece alguém a fim de papo.
          Até o começo de 2015, o aplicativo era gratuito e não gerava receita. Em fevereiro (2015), foi criado um modelo batizado de "freemium" - parte de graça, parte pago. No caso do Tinder, o usuário tinha um limite de "curtidas" gratuitas a cada dia e pagava para ter acesso a mais. Paga também para poder ver pessoas de outras cidades e enviar um "super like", uma maneira de demonstrar seu interesse.
          Embora o começo e as perspectivas do Tinder fossem positivas, o aplicativo teria de enfrentar alguns desafios. O primeiro era a concorrência. O francês Happn (que tem como cofundador Didier Rappaport) tinha, no início de 2016, 11 milhões de usuários no mundo e adicionava 1,5 milhão de pessoas a essa base todo mês. O Brasil era o o maior mercado do Happn, com 1,7 milhão de usuários, cerca de 500.000 só na cidade de São Paulo.
          Considerando dados de fevereiro de 2016, o Tinder tinha 25 milhões de usuários ativos - aqueles que usam pelo menos uma vez por mês. O Brasil era o segundo maior mercado, atrás somente dos Estados Unidos. Na média, cada usuário avalia 146 perfis por dia. A empresa não revela qual é a taxa de sucesso dos cadastrados, mas, a julgar pelo barulho que estava fazendo, deveria ser alta. O Tinder deu escala à Paquera.
          Além do Tinder, o Match Group é dono de outras 44 marcas relacionadas à busca de parceiros online. No Brasil, opera os sites ParPerfeito, para público em geral, Gencontros, para o público gay, e Divino Amor, para os evangélicos.
          Com faturamento de 1 bilhão de dólares em 2015, o Match Group tornou-se o maior do gênero no mundo, adquirindo grandes concorrentes, como o europeu Meetic e o também americano OkCupid. Toda essa trajetória contou para o sucesso da abertura de capital do Match Group no final de 2015 na bolsa americana, mas o que mais entusiasmou os investidores foi mesmo o Tinder.
(Fonte: revista Exame - 17.02.2016)

21 de mai. de 2022

Álya (ex-Queiroz Galvão)

          Fundada em 1956, a Queiroz Galvão tornou-se um império nas mãos da família fundadora que lhe emprestou o nome.
          A construção do grupo foi feita com discrição. Os irmãos que controlam a companhia e seus herdeiros mal circulam em Brasília e raramente são reconhecidos fora da roda social de Recife. Não costumam dar grandes festas, não têm jatinhos nem helicópteros. Quando viajam, voam em aviões comerciais.
          Esse estilo distante ajudou o grupo a enfrentar o turbilhão provocado pela Operação Lava-Jato. No final de 2014, um executivo e um ex-diretor da companhia foram presos e a construtora do grupo entrou para a lista da Petrobras em que estão empresas que não podem fazer negócio com a estatal.
          Graça à atuação no exterior - a Queiroz Galvão presta serviços de construção e engenharia em mais de 20 países -, o grupo poderia ter condições de conseguir manter estável seu faturamento.
          Com endividamento preocupante, a família tomou duas ações raríssimas na história da Queiroz Galvão. Primeiro, fez demissões em larga escala. Entre 2015 e 2016, o grupo teria demitido 3.200 - somando 7% do total de empregados. A companhia nunca havia encolhido tanto. Além disso, decidiu vender alguns de seus negócios para fazer caixa.
          Nas últimas duas décadas (1996 a 2015), o grupo vendeu apenas duas participações em geradoras de energia. No final de 2015, a estratégia mudou. Sua maior venda foi 49% da fatia da Queiroz Galvão na holding de saneamento Águas do Brasil, por 70 milhões de dólares, para a companhia japonesa Itochu. A empresa colocou mais um conjunto de ativos à venda, que, somados, poderia chegar a 2 bilhões de reais.
          Apesar de o grupo Queiroz Galvão viver basicamente do obras públicas, é dono de uma construtora, uma petroleira, uma empresa de saneamento (Águas do Brasil) e outros negócios que, somados, faturaram 15 bilhões de reais, considerando o ano de 2015.
          A Queiroz Galvão, em conjunto com a também gigante da construção pesada, Camargo Corrêa é dona do EAS - Estaleiro Atlântico Sul, estaleiro localizado em Ipojuca, estado de Pernambuco.
          Em abril de 2022, a construtora Queiroz Galvão passa a se chamar Álya. O novo nome faz referência a uma estrela e marca o que a companhia considera um novo ciclo de crescimento, após anos de crise. A mudança de nome da companhia segue um padrão que tem se repetido entre os grupos envolvidos na Operação Lava-Jato: nos últimos anos, a Odebrecht virou Novonor; a Camargo Corrêa se tornou Mover; a OAS mudou para Metha e a nova construtora do grupo se chama KPE. No caso da Álya, a alteração começou a ser estruturada no fim de 2021. A decisão partiu da avaliação de que a construtora chegou a um estágio de maturidade, com uma dívida reestruturada e uma carteira de projetos em expansão, segundo a fonte.
          A empresa terminou 2021 com uma carteira de obras de R$ 3 bilhões. A construtora, que já faturou R$ 6,4 bilhões em 2014, registrou receita operacional líquida de R$ 1,1 bilhão em 2021. A série de prejuízos registrados pela companhia nos últimos anos ainda não foi revertida. A Queiroz Galvão tem conseguido conquistar obras importantes. Em 2021, a principal delas foi a construção de um trecho da transposição do rio São Francisco, o ramal do Apodi, no Rio Grande do Norte – um contrato de R$ 1,15 bilhão. Em 2021, a empresa também venceu a concorrência do VLT de Santos (obra de cerca de R$ 240 milhões) e de um trecho da linha 15-Prata do Metrô de São Paulo (de R$ 460 milhões).
          Uma estratégia que tem sido adotada pela empresa é firmar parcerias com operadores antes da realização dos leilões – não como sócia no capital, mas para apoiar a estruturação da oferta e, caso o grupo saia vencedor na disputa, executar a obra. Neste momento, a companhia tem projetos nesse sentido para leilões de energia elétrica e rodovias.
          Além da Álya, o grupo Queiroz Galvão reúne outros negócios, como a Enauta (de óleo e gás), a Vital e a Orbis (ambas de saneamento), a QGDI (braço imobiliário, que está em recuperação judicial), entre outros. A construtora, que já respondeu por 59% do faturamento do conglomerado em 2014, hoje representa 18%.
(Fonte: revista Exame - 17.02.2016 / jornal Valor - 05.04.2022 - partes)

Cofco

          A chinesa Cofco é uma gigante estatal do setor de alimentos.
          Em 2014, ano em que a empresa teve um faturamento 31 bilhões de dólares, anunciou duas grandes aquisições: comprou 51% da Nidera, maior trading de agronegócio da Holanda, e 51% da asiática Noble 
Agri, braço de agronegócio da empresa de commodities e energia Noble Group.
          No Brasil, a Cofco é uma grande exportadora de soja.
(Fonte: revista Exame - 24.12.2014)

20 de mai. de 2022

Danke (chocolates)

          A Danke, cuja tradução é "obrigado" em alemão, é uma nova marca de chocolates que já nasce com mais de 130 anos de história. Ernesto Ary Neugebauer, seu fundador, veio de uma família de mestres chocolateiros. Seu avô, já trabalhava com chocolates em Dresden, na Alemanha e, ao imigrar para Porto Alegre, construiu a primeira fábrica de chocolates do Brasil, a Neugebauer, em 1903, munida de maquinários a vapor, provenientes da Europa. Toda a família trabalhava na fabricação dos chocolates, incluindo Ernesto que, aos 18 anos, antes mesmo de entrar na faculdade, já tinha se apaixonado por esse universo doce.
          Muito tempo depois, em 1982, Ernesto fundou com seu pai e irmãos a marca Harald (cujo segmento é o de barras, bases e coberturas para confeitarias e restaurantes) que presidiu por 38 anos. Até que, em junho de 2020, no meio da pandemia do coronavírus, começou sua mais nova aventura no mundo dos chocolates, inaugurando a Danke.
          A empresa já nasceu com uma forte preocupação com a sustentabilidade de toda a cadeia e, por isso, construíram em Altamira, no Pará, em plena exuberância da Floresta Amazônica, sua unidade fabril, pertinho dos mais de 100 pequenos agricultores familiares que fornecem cacau para a Danke, permitindo 100% de rastreabilidade. As caldeiras da fábrica são movidas a biomassa, o que reduz a emissão de carbono na atmosfera.
          Neugebauer explica que, sem querer desmerecer a produção de cacau da Bahia mas, na sua opinião, o futuro do cacau está indo lá para o Pará. Ele acha que não só no Brasil mas em âmbito global as produções seguem para mais perto da linha do Equador. Há muitas áreas para crescer e o sul do Pará é enorme e tem muita terra que se tornou pasto. A floresta foi destruída. O cacau pode ajudar a recuperar esses locais. É uma cultura muito especial, já que a sua árvore é uma espécie de sub-bosque, com folhas largas e grandes. É uma planta desenhada para crescer na sombra. Também não tolera vento e, se estiver dentro de uma floresta, está protegida, também do stress hídrico. Ou seja, na floresta, o cacaueiro encontra um bioma adequado, já que pede um ambiente de solo fértil.
          Até por volta de 2000, Ernesto Neugebauer estava muito focado em consolidar a Harald. E aí começou a ver a invasão dos chocolates belgas no Brasil e isso lhe indignava. E explica: "O Brasil é o país que reúne tudo de melhor para ter excelentes chocolates: temos cacau, somos o terceiro maior produtor de leite em pó, somos um grande produtor de açúcar, temos uma condição rara. Aqui é a terra do chocolate! Temos todas as matérias-primas de sobra, tudo num lugar só. Isso não existe em nenhum outro lugar no mundo!"
          Em 1988, Neugebauer já visitara algumas fazendas de cacau na Bahia, que já estavam fazendo um ótimo trabalho com relação à qualidade, como a fazenda Leolinda do João Tavares, o Vale Potumuju, da Juliana Aquino, e viu que esses e outros produtores estavam produzindo cacau de excelente qualidade. 
          Não tem segredo, explica, para se fazer um chocolate bom tem que ter um cacau com baixo amargor, um cacau suave, com uma acidez muito equilibrada. E a missão da Danke é fazer o melhor chocolate do mundo, mas não para meia dúzia de pessoas. Quer fazer isso para se ter um consumo democrático, por um preço acessível.
          Neugebauer explica que 2020 foi um ano muito difícil. Tiveram que afinar a estratégia, assegurar a cadeia de fornecimento de cacau de qualidade, adquirir experiência no varejo, eram desconhecidos nos supermercados, não conseguiam estabelecer contato com as grandes redes. Até que conseguiram vender a marca Danke no Santa Luzia, no San Marché, marcas muito fortes. E, então, as portas se abriram no Pão de Açúcar, no Carrefour, no Big, no Festval, no Záfari.
          O próximo chocolate será feito com castanha de caju do Pará, depois o Baru, mais pra frente a semente de Pequi, muito mais saborosas que o avelã e amêndoa. A variedade de castanhas no Brasil é enorme.
          A empresa tem muito claro que não se pode esperar mais nada do Governo. A iniciativa privada tem que criar riqueza. É necessário evitar o chocolate importado no Brasil. É preciso trabalhar para que o cacau, o chocolate brasileiro, seja relevante para a economia brasileira. São 60 mil produtores de cacau e 97% deles são de pequenos agricultores familiares. Urge privilegiar o chocolate brasileiro, o produtor de cacau, pagando preços justos e tratando-os com o devido valor. O segredo do bom chocolate está neles, nos produtores de cacau.
          A Danke tem cerca de 110 funcionários, considerando dados de 2020.
(Fonte: Grão Especial)